Existe
um estudo que divide o ser humano em três partes: corpo, alma e espírito. Essa
visão, chamada de tricotomia, define como corpo os instintos básicos de
sobrevivência neste mundo, e de espírito a faculdade de se comunicar com Deus e
relevar os valores espirituais eternos que serão importantes não só nesta vida
como na outra vida.
A
alma fica no meio, entre o corpo e o espírito, é ela quem pensa, sente, reflete
e comanda, bem, pelo menos precisa ser assim com seres civilizados e
equilibrados que não são controlados simplesmente pelos instintos carnais
primitivos, fome, sede, cansaço e sexo, e não caem na insanidade de achar que
podem ser somente seres espirituais, quando ainda habitam templos de carne.
A
verdadeira experiência com Deus, através do mover do Espírito Santo, fala
primeiramente ao nosso espírito. A alma interpreta essa experiência e gera emoções,
essas são sentidas pelo nosso corpo. Esse processo é quase que automático, e em
certas vezes muito forte. Contudo, cabe a nós, como opção, como trabalho,
pensar no que está acontecendo.
Por
que é importante pensar? Porque as emoções, por maiores e mais legítimas que
sejam, passam. Contudo, se raciocinamos aprendemos com a experiência e
guardamos em nossa memória uma lição que poderá nos auxiliar depois que os
sentimentos passarem e mudarem.
Deus
não pensa por nós, como eu disse, pensar é uma escolha nossa, individual, e
pensar requer esforço. A área espiritual precisa ser convertida, receber o Espírito
de Deus para que possa experimentar Deus. Já as áreas emocional e física não
precisam ter dimensão maior para que os indivíduos experimentem a Deus. Todavia,
a área intelectual pode ser mudada, melhorada, aperfeiçoada, com estudo,
leitura, aquisição de conhecimento e reflexão inteligente, para que experimente
uma experiência espiritual mais abrangente.
Repito,
como já disse outras vezes, experiência espiritual com Deus não requer
intelectualidade, contudo, a evolução de nossa parte intelectual permite que
experiências sejam eternizadas, em nós mesmos, e compartilhadas com outras
pessoas.
Foi
essa virtude que nos permitiu ter hoje, no século XXI, Bíblias maravilhosas,
bem traduzidas, em várias versões, comentadas e estudadas a fundo. Aquele que
registrou pela primeira vez uma experiência com Deus, seja no Israel do velho
testamento ou nas cartas paulinas, teve uma experiência espiritual, mas que
trabalhada pela razão manteve a experiência viva a acessível até os nossos
dias.
Pensar
é preciso, principalmente para manter vigilância, a crítica deve ser feita
sempre, principalmente como membros de igreja, ouvintes de pregações e estudo bíblicos,
recebedores de profecias. É claro que tudo precisa ser feito com lucidez e
amor, mas líderes, pregadores, levitas e profetas, também são passíveis de
desvio, de queda, e uma palavra que deles veio um dia como sendo de Deus, pode
vir em outro dia como manifestação da carne.
Se
não houver raciocínio crítico, reflexão racional, podemos correr o risco de nos
tornarmos simples religiosos, ou pior, hereges que acreditam em doutrinas que não
são de Deus. Mas para isso é preciso pensar, se dar ao trabalho de confrontar e
comparar, sempre no temor de Deus e debaixo de muita, muita oração e estudo bíblico
pessoal. Esse trabalho Deus não vai fazer por você.
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