sábado, dezembro 28, 2013

Deus não vai pensar por você

Existe um estudo que divide o ser humano em três partes: corpo, alma e espírito. Essa visão, chamada de tricotomia, define como corpo os instintos básicos de sobrevivência neste mundo, e de espírito a faculdade de se comunicar com Deus e relevar os valores espirituais eternos que serão importantes não só nesta vida como na outra vida.
A alma fica no meio, entre o corpo e o espírito, é ela quem pensa, sente, reflete e comanda, bem, pelo menos precisa ser assim com seres civilizados e equilibrados que não são controlados simplesmente pelos instintos carnais primitivos, fome, sede, cansaço e sexo, e não caem na insanidade de achar que podem ser somente seres espirituais, quando ainda habitam templos de carne.
A verdadeira experiência com Deus, através do mover do Espírito Santo, fala primeiramente ao nosso espírito. A alma interpreta essa experiência e gera emoções, essas são sentidas pelo nosso corpo. Esse processo é quase que automático, e em certas vezes muito forte. Contudo, cabe a nós, como opção, como trabalho, pensar no que está acontecendo.
Por que é importante pensar? Porque as emoções, por maiores e mais legítimas que sejam, passam. Contudo, se raciocinamos aprendemos com a experiência e guardamos em nossa memória uma lição que poderá nos auxiliar depois que os sentimentos passarem e mudarem.
Deus não pensa por nós, como eu disse, pensar é uma escolha nossa, individual, e pensar requer esforço. A área espiritual precisa ser convertida, receber o Espírito de Deus para que possa experimentar Deus. Já as áreas emocional e física não precisam ter dimensão maior para que os indivíduos experimentem a Deus. Todavia, a área intelectual pode ser mudada, melhorada, aperfeiçoada, com estudo, leitura, aquisição de conhecimento e reflexão inteligente, para que experimente uma experiência espiritual mais abrangente.
Repito, como já disse outras vezes, experiência espiritual com Deus não requer intelectualidade, contudo, a evolução de nossa parte intelectual permite que experiências sejam eternizadas, em nós mesmos, e compartilhadas com outras pessoas.  
Foi essa virtude que nos permitiu ter hoje, no século XXI, Bíblias maravilhosas, bem traduzidas, em várias versões, comentadas e estudadas a fundo. Aquele que registrou pela primeira vez uma experiência com Deus, seja no Israel do velho testamento ou nas cartas paulinas, teve uma experiência espiritual, mas que trabalhada pela razão manteve a experiência viva a acessível até os nossos dias.
Pensar é preciso, principalmente para manter vigilância, a crítica deve ser feita sempre, principalmente como membros de igreja, ouvintes de pregações e estudo bíblicos, recebedores de profecias. É claro que tudo precisa ser feito com lucidez e amor, mas líderes, pregadores, levitas e profetas, também são passíveis de desvio, de queda, e uma palavra que deles veio um dia como sendo de Deus, pode vir em outro dia como manifestação da carne.
Se não houver raciocínio crítico, reflexão racional, podemos correr o risco de nos tornarmos simples religiosos, ou pior, hereges que acreditam em doutrinas que não são de Deus. Mas para isso é preciso pensar, se dar ao trabalho de confrontar e comparar, sempre no temor de Deus e debaixo de muita, muita oração e estudo bíblico pessoal. Esse trabalho Deus não vai fazer por você.

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