“Que dois ou três profetas falem, e os outros
julguem o que foi dito.” (I Coríntios
14.29).
O
texto acima nos dá autoridade bíblica para julgar as palavras proféticas, sejam
quais forem, ditas por quem sejam. Nossa autoridade máxima e final sempre será
a palavra escrita, dentro do escopo dos 66 livros que compõe o cânone bíblico,
baseado nesse princípio é que farei a reflexão a seguir. Como em outras vezes,
leia o texto com cuidado, leia mais de uma vez se for necessário, se encontrar
alguma palavra que não sabe o significado, use o dicionário. Reflita de forma
racional e debaixo do temor de Deus, e lembre-se, esse blog é apenas a opinião
de um homem, sujeito a falhas, mas que deseja sinceramente concorrer para que o
povo de Deus tenha uma vida santa, coerente e de real impacto na sociedade
atual.
O
termo “profetada” é usado para definir a ação de homens que “profetizam”
conforme seu coração e não conforme o coração de Deus, enfim quando dizem que
ele disse quando ele não disse. É claro que isso é mais comum entre os
pentecostais, onde o dom de profecia é exercido de maneira explícita.
(O
dom de profecia, o autêntico, também é usado no meio chamado tradicional, mas
sabiamente por muitos que proferem a profecia como um estudo bíblico, e não de
uma maneira mais enfática, e porque não dizer, dramática. Quem disse que essa
maneira de entregar uma profecia não é a mais madura? Não que seja errada a
outra, mas não seria mais coerente dar à palavra profética uma roupagem mais
racional, sem que ela perca seu objetivo, obviamente, isso em pleno século XXI,
depois que o homem experimentou tantas revoluções científicas e filosóficas? Essa
pergunta eu deixo para que cada um responda.)
“Até quando se achará isso no coração dos
profetas que profetizam mentiras e o engano do próprio coração?
Com os sonhos que relatam uns aos outros, eles planejam fazer o
meu povo se esquecer do meu nome, assim como seus pais se esqueceram do meu
nome por causa de Baal. O profeta que tem um sonho, conte o sonho; e aquele que
tem a minha palavra, fale fielmente a minha palavra. Que tem a palha em comum
com o trigo?, diz o Senhor.
Não é
a minha palavra como fogo, diz o Senhor, e como martelo que esmaga a rocha? Portanto, estou contra os profetas, diz o Senhor, os quais furtam
uns dos outros as minhas palavras, cada um ao seu próximo. Estou contra os
profetas, diz o Senhor, que usam a própria língua e declaram um oráculo: Ele
disse.”
Jeremias 23.26-31
Acho
que é o melhor caminho para se compartilhar uma coisa é ensinar a maneira certa
de se fazer algo, ao invés, ou antes, de falar sobre as maneiras erradas. Bem,
o contrário de “profetada” é entregar uma palavra que vem diretamente do coração
de Deus. A grande característica de uma profecia de Deus é que ela é realmente
espiritual, mesmo que seja palavra de disciplina ela é experimentada por aquele
que a recebe como uma palavra de consolo. A profecia de Deus não machuca, pode
até ser palavra dura, mas se recebida com humildade deixa no final uma
esperança, uma saída, “deixo-vos a minha
paz”.
Outra
característica da profecia de Deus é que ela glorifica a Deus, não os homens ou
as instituições. Deus não levanta um profeta para que os pastores sejam
honrados, os homens sejam honrados, as igrejas locais sejam honradas. Esses até
pode ser valorizados no final, mas como consequência do nome de Deus ser
glorificado antes, de sua vontade ser feita e vivida. A profecia de Deus é de Deus
e gera frutos que voltam para Deus.
A
tal da “profetada” pode ser cometida por homens em uma única disposição, a de
chamar a atenção de outros homens para si, para seus interesses, para suas
vaidades. Essa comete a heresia de manipular a palavra de Deus, a autoridade de
Deus, as pessoas, em prol do falso profeta. É claro que um profeta verdadeiro às
vezes é usado para entregar uma palavra bem dura, mas a dureza máxima só é útil
para os duros de coração ao extremo. Palavra dura, que não deixa cura e nem
consolo, contra justos, fieis, escolhidos de Deus, é “profetada”.
Agora,
a “profetada” mais séria é aquela feita no púlpito, a irresponsabilidade de
quem a profere, munido de uma autoridade que é conferida inicialmente por Deus para quem sobe num púlpito, diante
de ovelhas sedentas pela palavra de Deus, é enojada por Deus. (Antigamente chamávamos isso de "mensagem de encomenda", aquela que é feita para atingir pessoas específicas de acordo com interesses específicos.) Esses, que assim manipulam as coisas em
seu interesse, sofrerão o pesar da mão de Deus. Lembro como textos do antigo
testamento são usados fora do contexto pela insegurança de líderes que perderam
a visão da vontade de Deus e que apossados de inveja e ira desrespeitam corações sinceros de
ovelhas frágeis.
“Eu te exorto diante de Deus e de Cristo
Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua vinda e pelo seu reino, prega
a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e exorta com toda paciência e ensino.
Porque chegará o tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas,
desejando muito ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo seus
próprios desejos; e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão
para as fábulas.
Tu, porém, sê equilibrado em tudo, sofre as aflições, faze a obra
de um evangelista e cumpre teu ministério.”
II Timóteo 4.1-5
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