“Temos, porém, esse tesouro em vasos de
barro, para que o poder extraordinário seja de Deus e não nosso. Sofremos
pressões de todos os lados, mas não estamos arrasados; ficamos perplexos, mas
não desesperados; somos perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não
destruídos; trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua
vida se manifeste em nosso corpo.” (II Coríntios 4.7-10).
Quando
uma fatalidade nos acontece, algo que nos parece incomensuravelmente maior do
que podemos imaginar que acontecesse conosco, algo que achamos que não temos
forças para suportar, algo que pensamos que não merecemos, algumas coisas
acontecem conosco.
Primeiramente
nós relutamos em acreditar que isso esteja ocorrendo, desacreditamos de sua
realidade, achamos que é um sonho, ficamos paralisados. Depois aceitamos, mas
começamos a procurar explicações, essas explicações sempre tentam jogar a culpa
do ocorrido em alguém.
Mas
de quem é a culpa, das pessoas, de nós mesmos? “Não”, pensamos, “não pode ser
nossa culpa, sempre fizemos tudo tão certo”. Sim, o ser humano tem naturalmente
um coração duro, e por mais que assuma seus erros nunca admite que eles são
suficientes para que sejam castigados.
Então,
pomos a culpa em algo maior, na vida, no mundo, no sistema, e finalmente
jogamos a culpa em Deus. “Sim”, pensamos, “se ele tem tudo sob seu controle,
ele poderia ter impedido a tragédia, mas não o fez”. Ocorre é que muitas vezes
vivemos uma vida espiritual toda equivocada e quando algo realmente sério
ocorre é que essa realidade vem à tona.
“Os ídolos deles são de prata e ouro, obra
das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem; têm
ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam;
têm pés, mas não andam; nem som algum lhes sai da garganta. Tornem-se
semelhantes a eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam.” (Salmos
115.4-8).
Quando
digo uma vida espiritual errada não me refiro às pessoas sem religião, sem
conhecimento do bem, do mal, do que é certo e do que é errado, que não vivem
uma vida correta, honesta, como trabalhadores que fazem parte proativa na
sociedade e nas igrejas. Mas isso não basta, não se uma tragédia, por maior que
seja, nos leva a blasfemar, a por em dúvida a vontade de Deus.
Direitos,
todos nós temos de sofrer com nossas tragédias, e muito, mas aquele que
realmente conhece a Deus, não a uma religião, não a dogmas, não a princípios,
costumes e rituais, mas que experimentou a pessoa de Deus, esse nunca blasfema,
nunca. Esse passará pela tragédia com Jesus ao lado, pertinho dele, com sua
amizade como a força necessária para seguir de cabeça erguida.
“Quando eu tiver de andar pelo vale da sombra
da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; tua vara e teu cajado
me tranquilizam. Preparas para mim uma mesa diante dos meus inimigos; unges a
minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” (Salmos 23.4-5).
Se
você foi atropelado por uma fatalidade, que te tirou o rumo, em primeiro lugar
entregue isso nas mãos de Deus, mas faça isso realmente com todo o coração, com
todo o pensamento, com todo o sentimento, mesmo aos gritos, até que sua alma
sossegue e se cale. Somente uma oração de entrega feita assim, diretamente a
Deus e somente através de Jesus, é que pode autorizar Deus a ajudar-nos, a fazer
um milagre, e conduzir-nos através do processo da tragédia em paz, sim, porque
grandes problemas duram um tempo, não se revolvem assim da noite para o dia.
Depois
siga com Deus, perto dele. Problemas inesperados e enormes são ferramentas de
Deus para mudar as bases de nossas vidas, transformar nosso caráter de maneira única,
e infelizmente, são a única maneira que Deus encontra para modificar algo que
talvez ele quisessem mudar a muito tempo, mas que nós acomodados, não permitíamos
que ele fizesse. Tragédias nos
desprendem dos bens desse mundo, do dinheiro, das vaidades, e nos colocam de
frente para a eternidade.
Na
tragédia é onde nós realmente conhecemos as pessoas, quem é quem, quem é amigo
de verdade, quem é cristão de verdade. Nas tragédias nós conhecemos a Deus, o
verdadeiro, sua proximidade, seu amor e seu poder. Nas tragédias nós conhecemos
a nós mesmos, o que nunca fomos e achávamos que éramos e o que podemos ser,
superando limites que antes pensávamos ser intransponíveis.
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