quinta-feira, dezembro 26, 2013

Além da tragédia

Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que o poder extraordinário seja de Deus e não nosso. Sofremos pressões de todos os lados, mas não estamos arrasados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo.” (II Coríntios 4.7-10).

Quando uma fatalidade nos acontece, algo que nos parece incomensuravelmente maior do que podemos imaginar que acontecesse conosco, algo que achamos que não temos forças para suportar, algo que pensamos que não merecemos, algumas coisas acontecem conosco.
Primeiramente nós relutamos em acreditar que isso esteja ocorrendo, desacreditamos de sua realidade, achamos que é um sonho, ficamos paralisados. Depois aceitamos, mas começamos a procurar explicações, essas explicações sempre tentam jogar a culpa do ocorrido em alguém.
Mas de quem é a culpa, das pessoas, de nós mesmos? “Não”, pensamos, “não pode ser nossa culpa, sempre fizemos tudo tão certo”. Sim, o ser humano tem naturalmente um coração duro, e por mais que assuma seus erros nunca admite que eles são suficientes para que sejam castigados.
Então, pomos a culpa em algo maior, na vida, no mundo, no sistema, e finalmente jogamos a culpa em Deus. “Sim”, pensamos, “se ele tem tudo sob seu controle, ele poderia ter impedido a tragédia, mas não o fez”. Ocorre é que muitas vezes vivemos uma vida espiritual toda equivocada e quando algo realmente sério ocorre é que essa realidade vem à tona.

Os ídolos deles são de prata e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem; têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum lhes sai da garganta. Tornem-se semelhantes a eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam.” (Salmos 115.4-8).

Quando digo uma vida espiritual errada não me refiro às pessoas sem religião, sem conhecimento do bem, do mal, do que é certo e do que é errado, que não vivem uma vida correta, honesta, como trabalhadores que fazem parte proativa na sociedade e nas igrejas. Mas isso não basta, não se uma tragédia, por maior que seja, nos leva a blasfemar, a por em dúvida a vontade de Deus.
Direitos, todos nós temos de sofrer com nossas tragédias, e muito, mas aquele que realmente conhece a Deus, não a uma religião, não a dogmas, não a princípios, costumes e rituais, mas que experimentou a pessoa de Deus, esse nunca blasfema, nunca. Esse passará pela tragédia com Jesus ao lado, pertinho dele, com sua amizade como a força necessária para seguir de cabeça erguida.

Quando eu tiver de andar pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; tua vara e teu cajado me tranquilizam. Preparas para mim uma mesa diante dos meus inimigos; unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” (Salmos 23.4-5).

Se você foi atropelado por uma fatalidade, que te tirou o rumo, em primeiro lugar entregue isso nas mãos de Deus, mas faça isso realmente com todo o coração, com todo o pensamento, com todo o sentimento, mesmo aos gritos, até que sua alma sossegue e se cale. Somente uma oração de entrega feita assim, diretamente a Deus e somente através de Jesus, é que pode autorizar Deus a ajudar-nos, a fazer um milagre, e conduzir-nos através do processo da tragédia em paz, sim, porque grandes problemas duram um tempo, não se revolvem assim da noite para o dia.
Depois siga com Deus, perto dele. Problemas inesperados e enormes são ferramentas de Deus para mudar as bases de nossas vidas, transformar nosso caráter de maneira única, e infelizmente, são a única maneira que Deus encontra para modificar algo que talvez ele quisessem mudar a muito tempo, mas que nós acomodados, não permitíamos que ele fizesse. Tragédias  nos desprendem dos bens desse mundo, do dinheiro, das vaidades, e nos colocam de frente para a eternidade.
Na tragédia é onde nós realmente conhecemos as pessoas, quem é quem, quem é amigo de verdade, quem é cristão de verdade. Nas tragédias nós conhecemos a Deus, o verdadeiro, sua proximidade, seu amor e seu poder. Nas tragédias nós conhecemos a nós mesmos, o que nunca fomos e achávamos que éramos e o que podemos ser, superando limites que antes pensávamos ser intransponíveis. 

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