sexta-feira, setembro 25, 2020

Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor?

      “Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas? O que anda em justiça, e o que fala com retidão; o que rejeita o ganho da opressão, o que sacode das suas mãos todo o presente; o que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue e fecha os seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio, o seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas.Isaías 33.14-16

      As pessoas não precisam viajar até o Sol, com naves e roupas especiais, para sentirem seu calor. A energia desprendida do astro rei é tão forte que mesmo a milhares de quilômetros dele podemos sentir seu calor e sermos beneficiados por ele, na verdade, todo o planeta Terra, flora e fauna, depende desse calor, a maior fonte de energia nosso plano físico, e ainda não aproveitada da maneira mais eficiente. Nenhuma comparação é perfeita, mas isso talvez não ajude a entender a influência positiva que podemos ter com as pessoas, é preciso cuidado , educação, respeito, elegância, para abençoar as pessoas. 
      Se nos aproximarmos demais podemos “queimá-las”, ninguém na verdade está preparado para a verdade plena de cada um, só Deus para nos olhar de perto, nos conhecer, não se escandalizar, e ainda assim enxergar algo bom em nós. Por outro lado, ter que fazer concessões demais para se aproximar de alguns, construir “naves” e “trajes” caros e sofisticados para estar próximos a eles, tomando um cuidado danado para não se queimar, também não vale a pena, que cada um administre seu próprio “fogo” e o use como achar melhor, colhendo com responsabilidade as consequências disso. 
      Mas acho que todos nós somos estrelas incandescentes, podemos construir e destruir com um toque, com uma palavra, por isso tantos se mantêm distantes, talvez não sejam tímidos ou covardes, mas sábios, talvez os corajosos e impulsivos é que sejam irresponsáveis e sem noção. Mas quem consegue ser o que não é ou fugir do próprio destino? Às vezes passamos a vida lutando contra tendências pessoais que ao mesmo tempo são nossas bênçãos e nossas maldições, nosso melhor e nosso pior, que nos fazem conquistar com uma mão e perder com a outra. 
       Só o tempo para nos levar ao equilíbrio, na maneira como agimos e como reagimos, como nos aproximamos e como respondemos a quem se aproxima de nós, mas a Bíblia nos orienta que ouvir é melhor que falar, que esperar é mais sábio que agir, que aprender é mais sensato que ensinar, que ser discípulo ensina mais que ser mestre. Assim, seja como o Sol, distante, mas quente, imenso, mas parecendo pequeno aos olhos de muitos, não fazendo força para ser, mas sendo, sempre fazendo bem, iluminando, esquentando como o calor certo, sem “queimar” ninguém.
      O texto inicial, contudo, nos revela que alguns poderão habitar no “sol” e não serão queimados, esses são os amigos íntimos de Deus, filhos que foram além da religião e buscaram pelo Espírito Santo os mistérios do Altíssimo. Esse “sol” é o Altíssimo, fogo consumidor que arde, ilumina, mas não consome, não os purificados no sangue do cordeiro Jesus. O mal foge dos que ardem nesse fogo, os espíritos das trevas e mesmo possessos em algum nível pelo mal, esse “sol” só se pisa em santidade, com persistência e humildade, nele somos protegidos e supridos de forma especial. 

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