quinta-feira, setembro 10, 2020

Tudo tem um fim

      “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viveráJoão 11.25

      Tudo tem um fim, mas não precisa ser com morte, seja morte do que for, onde for ou quando for. O ser pode morrer várias vezes, mas o salvo por Jesus, iluminado pelo Espírito Santo e em comunhão com o Deus altíssimo, não morre nunca, mas vive e revive, numa renovação eterna e sempre para o alto da luz maior e melhor. Quem é vivo experimenta passagens de momentos, não mortes, pois Deus o protege de dores mortais, sejam no corpo, na alma ou no espírito. Morre-se na cabeça, na alma que não venceu a dor, a solidão, a culpa, o rancor, que não conseguiu mais criar boas expectativas, esperanças, por mais distantes e ilusórias que fossem. O morto emocionalmente não sonha, não sonhar é morrer. 
      Morre-se no corpo, quando se leva junto a morte do espírito que morreu na alma antes de mudar de plano, o que morre em Cristo terá de Deus uma passagem em paz, não violenta, o que morre em Cristo nem o findar do funcionamento de seu corpo será morte. O corpo só morre sem Cristo, com Cristo apenas liberta o espírito para a eternidade melhor. A morte espiritual, impossível de ser desfeita no plano espiritual, aquela que leva ao inferno, é decretada no juízo final por Deus, quando, então, não haverá mais nenhuma chance de se viver, assim o único caminho para o ser é morrer. Morte sempre é sofrimento, sofrimento é morte, eterno enquanto dura, trevas profundas, ausência de vida ou de esperança de vida.
      O céu, o paraíso, o melhor de Deus na eternidade, é a antítese da maior e derradeira morte, que ocorre na última instância do ser no universo. Contudo, não cair nos laços da morte no plano físico, implica em reconhecer e conhecer os momentos, deixá-los terminar e buscar em Deus e com esperança que novos momentos comecem. Quem entende momentos como degraus, como passagens, não prova a morte, mas esse entendimento deve ser mais que intelectual e emocional, deve ser espiritual. É preciso aproveitar bem os momentos, vasculha-los e possuí-los até o último instante, ao mesmo tempo que não se deve prender-se a eles, nos prendemos quando apequenamos o olhar, quando nos tornamos egoístas e incrédulos.
      Na verdade, quando entendemos um momento, nós o vemos e quando vemos não existe mais desafio de fé, assim é preciso deixar esse momento e partir para outro, pela fé. Esse é o processo de evolução espiritual, de crescimento como ser, de maturidade em Deus. Por que é assim? Porque esse é o caminho do espírito humano no Espírito de Deus, não o andar do corpo, da alma, que são passageiros, mas do sopro eterno de Deus em suas criaturas mais formidáveis, os seres humanos. Só não haverá mais fim quando estivermos no “ceio de Abraão”, no mais alto e iluminado dos céus, aquele lugar, momento e estado de espírito, que só Jesus pode nos colocar. Tudo tem um fim? Jesus, não, assim, estejamos nele.

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