terça-feira, setembro 08, 2020

Vida sem editorial

      Editorial é aquela seção de um jornal ou revista onde não existe o relato de um fato objetivo, mas a opinião sobre um fato dada pela empresa, seja jornal ou revista, no papel de seu editor, editorial não é a verdade mas um ponto de vista dela, é subjetivo, relativo à posição e gosto de alguém que viu o fato. É ético uma empresa deixar claro quando não está relatando um fato, mas emitindo um editorial, é honesto, principalmente com os mais limitados em termos de informação e formação, que sem saber podem interpretar um editorial como fato. Algumas empresas da mídia, publicadoras e redes de televisão, em seus jornais e revistas, contudo, não têm tido essa transparência atualmente no Brasil, assim fazem de seus produtos completos editoriais, manipulando os fatos, enganando as pessoas, criando o pior tipo de “fake news”, as verdades em parte, que tem na outra parte, mentiras.
      Cuidado, o pior tipo de “fake news” não são os boatos ou mentiras disseminados anonimamente pelas redes sociais, que duram só algum tempo, ainda que mesmo assim possam fazer um mal tremendo. O pior tipo é aquele que dá ênfase a um ponto do fato, que é real, mas que não é o ponto principal, que distorce a verdade principal e convence as pessoas por não se mostrar como parte, mas como todo. Quer um exemplo? Tomemos a história bíblica de José fugindo da mulher que queria adulterar com ele (Gênesis 39), ele teve que deixar as próprias roupas para não cair no pecado. Mas enfatizar na história o fato de José ter fugido sem roupa, dizer que com isso ele faltou com o pudor, que poderia ter sido visto por crianças e violentar de alguma maneira, mesmo que só no olhar, esses inocentes, não informando que ele fez isso como defesa de um pecado maior, bem, isso é um tipo de “fake news”.
      Isso é o que importantes e grandes empresas da mídia têm feito atualmente no Brasil e no mundo, mostrado até parte da verdade, que é fato, mas que não é a verdade principal, é no máximo um ponto de vista limitado e manipulador que tem como objetivo desmerecer, no exemplo, José, e proteger a mulher adúltera. O cristão, todavia, desde há muito tempo, acostumou-se a entender o evangelho, a vida cristã, através de editoriais, seja de papas, padres, pastores, teólogos, e não pelo fato. Qual é o fato indiscutível do cristianismo? É Cristo e esse só pode ser ensinado hoje através do Espírito Santo, contudo, como os evangélicos preferem as Bíblias comentadas, que têm se multiplicado nos dias atuais, existem toda a espécie de Bíblias, com títulos diferentes, para homens, mulheres, jovens, crianças, para missionários, empresários, enfim.
      Ninguém precisa ser um teólogo consagrado pela maioria, basta fazer algum sucesso na “mídia evangélica” que já tem direito à opinião, a inventar uma nova moda. Muito editorial, pouco fato, muito homem, pouco Espírito Santo, quando delegamos aos outros o direito de pensarem por nós, desses nos tornamos servos, assim os cristãos se tornam escravos de homens e não amigos de Deus. É tempo de encarar os fatos da existência, todas as realidades, de nossas vidas, de nossas famílias, de nossas igrejas, de nosso país, de nosso planeta, sem editoriais, sem atravessadores intelectuais, sem medo, sem ilusão, voltarmos a Deus e aprendermos diretamente do Espírito, em nome somente de Jesus Cristo. Repetindo o texto tão (mal) usado atualmente em nosso país, e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8.32), a verdade só pode vir do Deus altíssimo, de mais ninguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário