segunda-feira, agosto 09, 2021

Livre para ser escravo?

      “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.João 17.20-23

      Liberdade é algo essencial no ser humano, e nas últimas gerações as pessoas têm conseguido entender isso, assumir isso, lutar por isso, em muitas instâncias. Ter comunhão com Deus, apesar de ser uma necessidade que também faz parte da essência espiritual dos homens, está debaixo do livre arbítrio humano, assim creem, conhecem e obedecem a Deus os que querem. As pessoas não querem a Deus por motivos diferentes, mas o principal motivo que as leva a isso é julgarem algo sem conhecê-lo de fato, e muitas julgam baseadas em mentiras que as próprias religiões, que se dizem embaixadoras de Deus, propagam. Como na maior parte das vezes, as religiões buscam controle pela ignorância e não liberdade pelo conhecimento. O homem, não se dando ao trabalho de buscar Deus com liberdade, simplesmente assumindo que Deus é aquilo que as religiões dizem que é, ou seja, controle humano pela ignorância, não quer esse Deus. Quem quer algo que o escraviza? Só alienados. 
      Sem Deus as pessoas até desejarão ser livres, e até conseguirão libertarem-se com as próprias forças de muitas coisas, mas acabarão no caos e consequentemente escravas dele. Caos é trevas e trevas é inferno, nele há liberdade, mas não há o melhor de Deus, os que querem liberdade sem Deus acabam no vazio sem ordem. Só com Deus e em Deus as pessoas podem realmente ser livres, e serão livres para quê? Para fazerem a melhor das escolhas, aquela para as quais seus seres eternos foram originalmente criados: estarem em comunhão com Deus, o que o cristianismo tradicional chama de “servir” a Deus. Mas isso não é bem verdade, Deus não procura servos, escravos, nem soldados ou empregados, mas amigos, sócios, colaboradores, que ainda que reconheçam e respeitem a grandiosidade dele e queiram obedecê-lo e agradá-lo, serão parte dele, não pedaços menores submetidos. Foi isso que Jesus quis dizer no texto bíblico inicial com como eu e o pai somos um todos devem ser um em mim.  
      No mundo material temos dificuldade para entender essa interação espiritual dos seres com Deus, é mais fácil entendermos os conceitos “patrão e empregados”, “dono e escravos”, “general e soldados”, mesmo o bíblico “pastor e ovelhas” A Bíblia foi registrada sob esses conceitos e Deus usou esses conceitos para revelar ao homem sua vontade, Deus sempre usa o que os homens disponibilizam para ele, ele pinta o quadro com pincéis, tintas e tela que o ser humano fornece. De outra forma seu amor não teria como iluminar seres ainda em trevas espirituais, em ignorância intelectual, com limitações morais. Mas mesmo essas limitações não impediram Deus, o pai, de revelar aos seres humanos a Jesus, o filho, o mais poderoso mistério divino para religar o homem a seu criador. Em comunhão com Deus por Jesus, ainda que a maioria de nós não entenda bem quem é Deus e o que ele quer de nós, podemos ser parte do céu, o melhor do Altíssimo, o objetivo maior que todas as criaturas devem atingir.

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