quinta-feira, agosto 26, 2021

Prepare-se para o pior, espere o melhor (4/4)

      “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.Efésios 5.15-17

      Encerrando a série de quatro reflexões sobre a gangorra e emocional, que todos nós provamos neste mundo, eis algo que pode ajudar-nos a superá-la: nos prepararmos para o pior, mas esperarmos o melhor. Pior e melhor, nossa gangorra emocional nos remete para esses extremos, balança para um lado e para outro, equilibrar-nos parece impossível. Em ambos os lados há expectativas e expectativas sempre conduzem a sofrimento, ainda que no lado de cima nos achemos poderosos e possamos sentir a princípio algum prazer. Mas o espírito só tem de fato prazer maior na paz, e na paz não há expectativas, já ansiedade, empolgação e ilusão são momentos curtos, que antecedem sempre a depressão, o desânimo e a desilusão. 
      Isso não significa sermos pessimistas ou incrédulos, mas estarmos preparados para surpresas ruins, e isso é temer a Deus. Quem teme não é livrado de surpresas ruins? Como tentação e como armadilhas, nas quais podemos cair por falta de vigilância prática e vida de oração, sim, nós somos. Quem teme a Deus não cai em tentação nem é surpreendido por homens e espíritos maus, mas como provação não somos livrados. Provações são permitidas por Deus para o nosso aperfeiçoamento, e nenhum de nós sabe até que ponto seremos provados neste mundo, assim nos preparemos para o pior, com temor a Deus e humildade, ainda que um pior autorizado pelo Senhor tenha o objetivo de nós fazer seres melhores para a eternidade.
      Por outro lado, esperarmos o melhor, orarmos, trabalharmos por ele, não é ingenuidade ou insanidade, mas é a disposição que o Espírito Santo nos chama a vivenciar. Entendamos bem isso, Deus é bondade, é luz, é amor, é paz, nele há alegria e vida, esse é o objetivo de todos os seres humanos, estarmos nessa posição espiritual de vitória e de iluminação, o tempo todo. Isso não é exceção ou privilégio de alguns, mas a chamada de todos. Como alcançamos isso neste mundo? Pela fé e por obras, equilibrando corpo físico e suas necessidades, com espírito eterno e suas virtudes, tendo comunhão com Deus mas interagindo com homens. Esteja preparado para o pior, vigie sempre, mas creia de todo o coração no melhor possível.
      O mal, as trevas, a infelicidade, sempre estão nos extremos, ou no pessimismo exagerado dos velhos de alma, ou na fantasia insana dos infantis fora de tempo, ambos são construções mentais, nascem e se mantêm vivos em nossas cabeças. Equilíbrio só é alcançado com prática de vida, que confronta ideias e paranóias com a realidade, que mostra que nada de bom é para sempre e que nada é tão ruim para levarmos a sério demais. Quem nos nivela não é a religião, mesmo a sabedoria de espiritualistas e de cientistas, mas o vivo e verdadeiro Espírito Santo de Deus através de Jesus. Só Deus para nos dar o tom certo, não tão grave e nem tão agudo, centrado e harmonizado com o seu tom, o tom do criador e Senhor do universo. 

Leia nas postagens anteriores 
as outras partes da reflexão
“Gangorra emocional”.
José Osório de Souza  

Nenhum comentário:

Postar um comentário