quarta-feira, janeiro 12, 2022

“Escudo do bem” (2/2)

      “Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza; antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.” II Pedro 3.17-18

      O poder é perigoso e quando se diz representante do bem é duplamente perigoso. Sem Deus o ser humano é inviável para administrar poder, assim muito menos será possível a ele exercer poder para o bem de todos. Se isso não é possível, muito menos é ser representante do Deus de poder e do bem no mundo. O homem já foi mais honesto, ainda que mais bruto era menos hipócrita, e vivemos um momento especial de hipocrisia no mundo, do politicamente correto utópico e chato. Não se pode mudar o mundo sem mudar o espírito humano, e esse só Deus, o verdadeiro escudo do bem, muda.
     Pode-se argumentar, o que há de errado em usar o “escudo do bem”, esse não é defensor de causas legítimas? Sim, as causas são legítimas, mas a intenção que leva muitos a usá-las não é boa. Primeiro porque muitas empresas adotaram essas causas só para serem aceitas por aqueles que se consideram os novos sacerdotes de uma nova religião, ciência e meio acadêmico. Ciência tem muita relevância, é bênção de Deus, mas não para substituir Deus e os valores espirituais, esses são referências que não fazem parte da competência científica, que pode tratar da matéria, não do espírito. 
      O meio acadêmico, que antigamente era dominado pelo cristianismo católico e já há algum tempo é dominado pela “esquerda”, tem formado os jovens para acreditarem que podem mudar o mundo (sem Deus). Assim os que se iniciam nas empresas já vêm com a “cabeça feita” assim, só o tempo para lhes ensinar que o mundo não funciona dessa maneira, mas até isso acontecer teremos um momento no mundo onde a nova religião ganha adeptos. Os publicitários só fazem se aproveitar desse momento, para vender a equivocados é preciso dar importância a equívocos, depois aliar produtos a esses.
      A internet e as redes sociais têm papel importantíssimo no estabelecimento do poder e na divulgação do “escudo do bem”, redes sociais são supranacionais, não pertencem a nenhuma nação, ainda que seus donos pertençam, coletam dados e distribuem informações para todo o globo. Mas a internet não é isenta, direciona as pessoas para aquilo que convém aos donos das páginas e sites, nos convence sobre necessidades que pouco antes nem sabíamos que existiam. Mas ela é meio para todos, ciência, ensino, empresas, publicidade, seja de esquerda, seja de direita, seja do centro. 
      Em segundo lugar, causas são boas e intenções não são, porque a relevância de muitas causas acha lugar nas pessoas de fora para dentro, de homens para o homem, e não de dentro para fora, do espírito humano para o Espírito de Deus. Muitos não sabem e muitos que sabem não assumem, mas o “escudo do bem” tem sido uma obrigação para empresas existirem e lucrarem, assim como para pessoas terem empregos e mantê-los, ainda que muitas não concordem com os “escudos”. A curto prazo isso é positivo? Sim, e necessário. A médio prazo isso terá eficiência? Sim, para surpreza de muitos. 
      Mas a longo prazo, como sempre no mundo, novos modismos surgirão e mesmo liberdade e respeito, se não forem virtudes espirituais no interior do homem, cederão lugares a outras coisas. O “diabo” cansou de ser mal, os seres humanos não acreditam mais, não a maioria, no pan (se puder leia matéria no link) católico medieval, um ser vermelho, de chifres, rabo e cascos. Por outro lado muitos homens não querem o verdadeiro Deus, mas colocam em seu lugar algo mais light, que lhes dê liberdade, respeito, serenidade, que os ajude a ter uma vida mais duradoura e de qualidade e a conservar o planeta.
      Não sejamos enganados pelos “escudos do bem” que publicitários e empresários têm usado para vender seus produtos. Por mais benignas que sejam as intenções, não se sustentarão sem o verdadeiro Deus. O “diabo”, como construção humana, e não o ser espiritual genuíno, tem sido modificado pelos séculos, assim fica um alerta. Que cristãos, arrogantemente achando-se com mais discernimento espiritual que os outros, não façam guerra contra um “diabo” que não existe mais, se é que algum dia existiu, enquanto são manipulados por um “diabo” mais inteligente, da internet e dentro de suas igrejas.

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão.

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