Jeito certo de assumir culpa

      “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” I João 1.9

      Há um jeito certo e um jeito errado de se assumir culpado. O jeito errado admite o pecado, mas fica sofrendo com ele, parece que tentando se convencer que errou, digerindo um remorço, mas na fundo se achando algum tipo de vítima, ainda que seja de si mesmo. Vítimas, contudo, sempre sofrem por causa de mal que outros fizeram, não elas, assim, assumir culpa desse jeito na verdade é não querer assumir culpa pessoal, tentando, ainda que inconscientemente e de modo dissimulado, jogar a culpa em outra pessoa. 

      O jeito certo admite o erro, sim, sofre e precisa sofrer com as consequências do erro, ainda que seja só um pesar íntimo, que ninguém sabe porque o pecado não atingiu ninguém a não ser a si mesmo. Contudo, esse jeito é mais pragmático, não perde tempo sofrendo com a dor, ainda que colha o distanciamento temporário do Espírito Santo e vivencie uma dor. O jeito certo é o jeito maduro, de quem pecou, assumiu que fez porque quis, que a culpa não é de ninguém, só sua, mas que quer deixar isso para trás e fazer a coisa certa. 

      O que leva o maduro a se livrar depressa da culpa é saber que tem trabalho a fazer, e com trabalho não me refiro a atividades profissionais seculares, que executamos para sobreviver no mundo, isso tem que ser feito com dor ou sem dor. Me refiro ao trabalho moral de nos aperfeiçoarmos, que vigia pela santidade em amor e humildade, que não se preocupa só em fazer, mas em como fazer, respeitando os outros, a si e a Deus. Esse é o trabalho que constrói o céu em nós ainda aqui, que temos que fazer de um jeito ou de outro.