“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.” Romanos 8.5-10
Vencermos o pior que está dentro de nós é impossível, eis a conclusão que tenho chegado na segunda metade do segundo tempo de minha vida. O raciocínio do autor da carta aos Romanos na passagem bíblica inicial parece simples, e pode nos levar a uma conclusão ingênua, que nos convertemos por Jesus, ganhamos o Espírito de Deus, portanto os apetites dos nossos corpos morrem e nossos espíritos vivem, assim não praticamos mais as obras da carne, só o fruto do Espírito (Gálatas 5.19-22). Isso é verdade e é possível, só existe um porém, não conseguimos manter essa condição o tempo todo.
O Espírito de Deus chama a todos os seres humanos, aqueles que ouvem sua voz e se aproximam mais de Deus podem conhecer o poder exclusivo do nome de Jesus, assim como praticarem o modelo de vida que o Cristo homem mostrou. Na experiência espiritual, quando se experimenta um nível de luz, os níveis mais baixos perdem, digamos assim, o sentido, nossos espíritos não têm mais satisfação no que sabia e vivia, provou algo mais alto e quer continuar aí ou subir mais. Por isso quem prova a Deus tem a probabilidade menor de voltar a cometer pecados do tempo que não andava com o Senhor.
Protestantes e evangélicos costumam usar os termos desviado ou parado para denominar aqueles que frequentavam igrejas e não frequentam mais. Muitos podem até terem vivido por anos em igrejas, aparentarem virtudes morais, mas se de fato foram libertados e conheceram níveis espirituais mais elevados, só Deus sabe. Assim, não existe essa coisa de alguém estar lá em cima e despencar, escandalizando o evangelho, despencamos da arrogância, da hipocrisia, da mentira, não da verdade, da real maturidade moral e espiritual, e isso nada tem a ver com aparência religiosa que exibimos em templos.
Por outro lado, mantermos o fruto do Espírito é sempre escolha e trabalho, se não escolhermos certo ou se não perseverarmos o suficiente poderemos cair e fundo. Vivenciarmos, contudo, uma posição no Espírito Santo o tempo todo neste mundo é impossível, mas creio, sim, que poderemos passar mais tempo nessa posição e menos fora dela. À medida que envelhecemos e amadurecemos, podemos cometer pecados menos públicos, digamos assim, e talvez, lá no final de nossas vidas, se perseverarmos muito, a despeito do que olhos veem e do que o corpo sente, poderemos ser nosso melhor em Deus.
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