21/08/14

Casamento, exclusividade possível somente em Deus

Casamento que dure é algo que se escolhe, que se quer, que se paga preço para manter, mas acima de tudo é prova de maturidade, de gente que entendeu que não se pode passar a vida toda como abelha, provando o mel de tantas flores quanto se pode.
A alma humana não foi feita pra isso, se insiste numa vida de paixões ilimitadas, ficando com alguém só enquanto houver atração carnal, torna-se promíscua, cheia de culpas, velha antes do tempo e da maneira errada.
Todavia, só vivendo no centro da vontade de Deus é que podemos manter relacionamento feliz e exclusivo com alguém, colhendo com isso todos os frutos de uma vida santa, frutos que não se colhe com paixões ou com a falsa liberdade que a carne diz que dá.
Se for o caso, volte-se pra Deus, limpe-se, respeite-se, e acredite em milagres, Deus te ama com exclusividade, e quer que você também ame, a ele e às pessoas, assim.

20/08/14

Não seja tímido para adorar

        "quando tocaram as trombetas em uníssono e cantaram para serem ouvidos, louvando o Senhor e dando-lhe graças, e quando levantaram a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos de música, e louvaram o Senhor , cantando: Porque ele é bom, porque o seu amor dura para sempre; então uma nuvem encheu o templo do Senhor" II Crônicas 5.13

19/08/14

Unção (parte 8 de 8)

Conclusão

A unção de Deus é sentida no coração, de maneira subjetiva, mas ela produz frutos reais e objetivos, portanto, ela não é só emoção, os talentos humanos, oratória, inteligência, carisma e musicalidade, frutos transitórios, manifestação de dons espirituais de maneira isolada, mesmo não ungidos podem falar em línguas estranhas e até expulsar demônios. Mas ela é causa inicial espiritual, operação sobrenatural, frutos que permanecem, aquele que experimenta a verdadeira unção de Deus prova um avivamento em sua vida.
A unção de Deus interage com o ser humano em sua integridade. Ela limpa, aviva e motiva, corpo, alma e espírito. Ela dá ao homem forças espirituais, emocionais e físicas. Ela nos faz experimentar um pouco da eternidade neste mundo, um pedacinho da natureza de Deus. Ele sacia o homem, coloca-o no centro da vontade de Deus e capacita-o a servi-lo.

E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes selados para o dia da redenção.” (Efésios 4.30).
A unção de Deus é de Deus, e sendo assim, glorifica somente a Deus. O pecado, a vaidade, a estupidez, por menor que sejam, ferem o Espírito Santo. Por isso o fogo tem que ser o do alto, o óleo deve ser santo, as águas precisam ser vivas, as vestes serão sempre limpas. O Espírito Santo não se retira do salvo, não mais, contudo, a unção pode ser perdida. Mas pode ser recuperada, através do arrependimento, da fé e da oração. Sem unção, completa e genuína de Deus, não se pode fazer a obra de Deus, não se pode experimentar aquilo que os apóstolos, que Paulo, que os primeiros discípulos experimentaram: o avivamento, aquele, que tanto temos buscado nos últimos tempos.

Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem no Espírito e em verdade.” (João 4.24).
Para experimentar a unção de Deus é necessário que o Espírito Santo tenha liberdade em nossas vidas. Ele tem liberdade à medida que é buscado, ouvido, entendido e obedecido. Isso não se ensina numa escola, não se é obtido com fórmulas ou receitas, isso só é experimentado por quem busca, com perseverança uma comunhão plena com Deus. É um processo que pode acontecer na conversão, levar alguns meses após elas, ou mesmo anos, é algo pessoal. Mas são esses os adoradores que Deus busca, os que o adoram com o espírito e no Espírito, esses podem provar os mistérios espirituais e os milagres, direitos daqueles que recebem a unção de Deus.


José Osório de Souza – 25/03/14

18/08/14

Unção (parte 7 de 8)

VI. As virgens e as lâmpadas com azeite

Para entendermos a importância da unção na vida do cristão, saber que ela não é opcional, mas obrigatória, para aqueles que querem viver uma vida cristã real, e que desejam estar com Deus o mais rapidamente possível, não podemos deixar de refletir sobre essa parábola. Ela usa a simbologia das virgens com as lâmpadas cheias de azeite, para identificar a igreja ungida, interessante que essa simbologia reúne três metáforas que já citamos: as vestes brancas (das noivas), o óleo e o fogo. Nesse caso, o azeite é usado para iluminar, dentro da lamparina, e não apenas para emanar bom cheiro:

O reino do céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco, prudentes. Ao pegarem as lâmpadas, as insensatas não levaram azeite. As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.
E, demorando o noivo, todas começaram a cochilar e dormiram. À meia-noite, porém, ouviu-se um grito: O noivo chegou! Saí ao encontro dele! Então todas as virgens se levantaram e prepararam suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, pois nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: Não; talvez não haja o suficiente para nós e para vós. Ide, porém, aos que vendem azeite e comprai-o para vós.
E, assim que elas saíram para comprá-lo, o noivo chegou; as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento, e fechou-se a porta. Depois também chegaram as outras virgens e disseram: Senhor! Senhor! Abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Portanto, vigiai, pois não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mateus 25.1-13).

Já cheguei a ouvir de crentes, e bons crentes, a seguinte frase como resposta à pergunta se eles tinham certeza de sua salvação, se eles morariam no céu ou se eles seriam arrebatados: se Deus me achar digno, eu serei salvo, morarei no céu, serei arrebatado. Um cristão de verdade não deve pensar assim, ele precisa e tem todo o direito de ter a certeza, de que é salvo, de que morará no céu, de que será arrebatado. Isso não é arrogância e nem presunção, é privilégio. Não um convicção insana, mas baseada em testemunhos: primeiro da palavra de Deus, depois através das vidas de outros irmãos que participam da mesma igreja que ele, e por último debaixo da unção do Senhor, que nos dá a certeza de quem somos e para onde iremos.

A parábola, porém, nos dá alguns alertas:

1. Todas eram virgens e noivas: todas pareciam ser a igreja de Cristo, a noiva, e talvez todas fossem, há divergências sobre isso entre os teólogos, mas o que podemos entender lendo o Novo Testamento é que haverá oportunidade de salvação mesmo após o arrebatamento. Essa parábola nos parece que se refere ao arrebatamento, as bodas do Cordeiro, que só terão direito aqueles que partirem na primeira leva, digamos assim.
Mas não queira partir depois, o preço que se terá que pagar será muito alto, o livro de Apocalipse não faz entender que o preço será a própria vida. Pode ser, ainda, que haja oportunidade de salvação mesmo durante o milênio, contudo os que morreram em Cristo e foram arrebatados, terão um privilégio especial nesse período, administrarão a terra junto com Jesus.
Abrindo um parêntese, lembro que a simbologia de virgens e puras é bastante usada na Bíblia, e principalmente no Antigo Testamento, para se referir às pessoas que se mantinham longe dos ídolos. Pureza sexual é usada como analogia à pureza espiritual, assim adultério e prostituição, se refere àqueles que se sujam com a adoração de ídolos e entidades espirituais (demônios).
Contudo, nos dias atuais, a idolatria e a prostituição espiritual, que continua agindo debaixo da veneração de ídolos em imagens e esculturas, também assume facetas mais sutis, das quais muitos evangélicos não admitem que participam. A verdade é uma só: tudo aquilo que ocupa o lugar que é de Deus é idolatria, todos os que participam disso, estão com as vestes sujas e portanto numa condição de prostituição espiritual (fecho o parêntese).

2. Todas saíram ao encontro do noivo: todas eram voluntariosas com a ordem do noivo, obedientes, portanto não se ache que ativismo, religiosidade, presença nos cultos e nos ministérios e outros legalismos nos tornam ungidos  e merecedores de participar da bodas do Cordeiro.

3. As prudentes também cochilaram: por serem prudentes, não significa que eram perfeitas, mesmo elas se cansaram de esperar, isso, porém, não é desculpa para que não perseveremos. Ninguém pode dizer com certeza se a falta de vigilância é ou não condição para que as lâmpadas estejam cheias de azeite.

4. As insensatas saíram para buscar azeite: foram voluntariosas até o fim, dispostas, mas loucas, não tiveram a sabedoria para obedecer na hora certa, podiam até ter feito um cochilo, mas com as lâmpadas cheias de azeite; Loucos fazem e fazem, mas não têm discernimento, não agem com lucidez, com o equilíbrio do Espírito, porque não fazem para Jesus, mas para si mesmos, volto a bater nessa tecla (já falei sobre isso no estudo “Fazer a vontade de Deus”).


Talvez a lição mais séria e difícil de se aceitar nessa passagem seja: não basta ser noiva, tem que estar ungida. Aquele que realmente teme a Deus e o obedece saberá o momento certo de encher sua lâmpada, qual é o momento? Sempre, andando em vigilância. Não adianta fazer e fazer e não estar ungido. Essa disposição de vigilância se vive quando se anda num estilo de vida avivado, um estilo de vida onde a unção está sempre presente em nossas vidas.

17/08/14

Unção (parte 6 de 8)

V. A brancura das vestes

Algo que completa a aparência espiritual do ungido de Deus, que orna e realça a simbologia do óleo santo, são as vestes brancas, vamos refletir um pouco sobre alguns aspectos dessa simbologia. Em primeiro lugar, veja que lindo é o texto de Eclesiastes 9.7-8:

Vai e come com alegria o teu pão e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito tempo Deus se agradou do que tu fazes. Sejam as tuas vestes sempre bem cuidadas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.”.

Veste brancas aparecem em Mateus 17.1-3, que experiência tiveram os três apóstolos com Jesus, única em toda a Bíblia, em nenhum outro lugar mortos reaparecem a vivos:

Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, irmão deste, e os levou em particular a um alto monte; e foi transfigurado diante deles. O seu rosto resplandeceu como o sol, e suas roupas tornaram-se brancas como a luz. Então apareceram diante deles Moisés e Elias, falando com ele.”

(Esse texto não nos autoriza a criar uma doutrina, a Bíblia tem que ser entendida como um todo para se saber a vontade geral de Deus. Por outro lado, Deus é Deus e pode fazer o que quer, quando quer, ele, e mais ninguém pode criar regras e usar exceções. Todavia, Moisés e Elias são dois casos interessantes na Bíblia, o local do sepultamente de Moisés é um mistério, veja em Deuteronômio 34.5-7, Elias, por sua vez, foi levado por um redemoinho ao céu, veja II Reis 2.1-11. Enoque, veja Gênesis 5.24, é outro exemplo de homem que parece ter sido arrebatado por Deus ainda em vida, bem, são mistérios, no céu saberemos o que realmente acontece e porquê).
Voltando ao texto da transfiguração, a glória do Altíssimo deixou as aparências brancas. Quem já teve experiências espirituais com demônios sabe que eles são o contrário disso, mais negros que a noite. É uma escuridão diferente, medonha, sem forma definida, e que fogem sob uma palavra de autoridade do filho de Deus que a possui pelo sangue de Jesus. Aqueles que estão na unção são o oposto disso, são luz, e como tais amam e praticam as obras da luz.
Vestes sujas não se adquire apenas andando em adultério e deixando-se escravizar por vícios da carne. Rancor, inveja, orgulho, ira, tudo o que nos coloca numa disposição de rebeldia, de caluniadores e de reclamadores, promotores do lado negativo e ruim das coisas e das pessoas, incrédulos para o bem, tudo isso é andar em trevas, é estar com as vestes imundas. O ungido tem uma boa consciência e um coração fácil para amar, perdoar, esperar, isso é sinal de roupas espirituais brancas. A carta à igreja de Sardes em Apocalipse 3.1-6, contudo, nos exorta sobre as vestes brancas e a vigilância:

Escreve ao anjo da igreja em Sardes: Assim diz aquele que tem os sete espíritos de Deus e as estrelas: Conheço tuas obras, tens fama de estar vivo, mas estás morto. Fica alerta e fortalece o que ainda resta e estava para morrer; porque não tenho achado tuas obras perfeitas diante do meu Deus. Portanto, lembra-te daquilo que tens recebido e ouvido, obedece e arrepende-te. Pois se não estiveres alerta, virei como um ladrão, e tu não saberás a que hora virei contra ti.
Mas em Sardes também tens algumas pessoas que não contaminaram suas vestes; elas andarão comigo, vestidas de branco, pois são dignas. Assim, o vencedor será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei seu nome do livro da vida, mas, pelo contrário, reconhecerei seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”.

A frase “tens fama de estar vivo, mas estás morto” nos exorta sobre uma espécie de falso avivamento, de hipocrisia, sobre aparentar uma coisa, contudo, ser outra. Ela aparece no mesmo texto que honra aqueles que estão com vestes brancas, não os sepulcros caiados dos fariseus, mas as roupas espirituais limpas no sangue do Cordeiro. O ungido tem essas vestes, não são somente suas palavras que são pentecostais, sua aparência, seus costumes, mas seu coração:

"Então me invocareis e vireis orar a mim, e eu vos ouvirei. Vós me buscareis e me encontrareis, quando me buscardes de todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vós, diz o SENHOR, e mudarei o vosso destino. Eu vos reunirei dentre todas as nações e de todos os lugares para onde vos dispersei, diz o SENHOR; e vos trarei de volta para o lugar de onde vos exilei." (Jeremias 29.12-14).


Santificação é um processo constante, não como obseção, mas como adoração, como fidelidade, daquele que deseja estar limpo para estar mais perto do pai. Não apenas dentro do templo, não apenas durante os cultos, não apenas junto dos irmãos, mas sempre. O ungido está sempre com as roupas prontas para uma festa, que festa é essa? As bodas do cordeiro, o encontro que terá com Jesus, caso morra, ou caso seja arrebatado, bem esse é o nosso próximo assunto.

16/08/14

Unção (parte 5 de 8)

IV. O mover do vento impetuoso

Agora não falaremos apenas de simbologias, mas de uma impressão real que as pessoas tiveram depois que provaram um derramar poderoso da unção de Deus. Não que o sacerdote ungido com óleo santo e Moisés não tivessem recebido unção de Deus, mas era temporária. Em Atos 2.1-6, a primeira experiência que o homem teve com uma presença do Espírito Santo permanente começou com o sentir de um forte vento:

Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E apareceram umas línguas como de fogo, distribuídas entre eles, e sobre cada um pousou uma. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Estavam em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Quando o som foi ouvido, a multidão se aglomerou. E todos ficaram confusos, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua.”

Um vento impetuoso, significativo para a inauguração do ministério da igreja, onde a vontade de Deus não seria experimentada mais por uma nação física, Israel, mas por todo o mundo. O evangelho é assim, um vento tempestuoso que não pode ser contido por falsos profetas, manipuladores de conveniências, e nem entendido pelos sábios desse mundo. Um vento que sopra por todas as direções com liberdade e que torna acessível a salvação a todos.
Se os israelitas podiam se considerar donos da velha aliança, proprietários exclusivos de um pacto que os privilegiava da presença de Deus, isso não pode acontecer mais com o evangelho. Ninguém, nenhum homem, igreja ou religião, é dono do evangelho, assim como ninguém é proprietário exclusivo da unção de Deus, ela pode ser experimentada por todos os salvos em Cristo, ricos, pobres, eruditos, analfabetos, brancos, negros, amarelos, pastores e ovelhas.
Um vento impetuoso, define a manifestação da unção do Senhor para o mundo, a partir de Atos, forte, livre e viva, em movimento, como deve ser a obra de Deus que tem sua unção. Ao contrário disso, quantas vezes os cristãos têm engessado a manifestação de Deus, com racionalismos, com religiosidades, e não me refiro só aos chamados crentes tradicionais, os pentecostais também tentam limitar as manifestações do Espírito Santo, para poder ter controle. Mas a unção do Espírito Santo representa justamente o contrário disso, representa liberdade, leiamos II Coríntios 3.13-18:

E não somos como Moisés, que colocava um véu sobre o rosto, para que os israelitas não fixassem os olhos no restante da glória que se dissipava. Mas a mente deles tornou-se insensível. Pois até hoje, quando ouvem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece e não lhes é retirado, pois somente em Cristo ele é removido.
Sim, até hoje, sempre que Moisés é lido, há um véu sobre o coração deles. Contudo, quando um deles se converte ao Senhor, o véu é retirado. O Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, que vem do Espírito do Senhor.”

Esse vento do Espírito Santo é que deve nos dirigir, como dirigiu os apóstolos e outros discípulos quando fundaram a Igreja de Cristo, e não qualquer outra intenção, já que ele nos dirige para cumprir a vontade de Deus e não de homens:

- às vezes sabemos para onde: “Assim, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” (Atos 13.4);

- às vezes para não fazer nada: “Atravessaram a região frígio-gálata, mas foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.” (Atos 16.6);

- e outras vezes ainda para um mistério, para algo que não sabemos onde vai dar, e que poderá dar mesmo em algo perigoso para nós: “Agora, impelido pelo Espírito, vou para Jerusalém, sem saber o que acontecerá ali, senão o que o Espírito Santo me garante, de cidade em cidade, dizendo que prisões e tribulações me esperam.” (Atos 20.22-23).


Avivamento é movido assim, por um vento impetuoso que vem do alto, algo que vai muito além das forças humanas, algo que inclina, que impulsiona, para a salvação, cura e consolo do homem. 

15/08/14

Unção (parte 4 de 8)


III. As águas vivas que fluem do interior

Agora sairemos das simbologias do Antigo Testamento, e da experiência temporária que as pessoas tinham com a unção do Espírito Santo, passaremos aos relatos do Novo Testamento. Contudo, Jesus também utiliza símbolos, e o primeiro deles parece usar um elemento oposto ao fogo de Moisés: a água. Vamos ler dois textos do evangelho de João, primeiro no capítulo 4, versos 7 ao 15:

Então veio uma samaritana tirar água. E Jesus lhe disse: Dá-me um pouco de água. Pois seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-lhe, então, a mulher samaritana: Como tu, um judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? Pois os judeus não se davam bem com os samaritanos.
Jesus lhe respondeu: Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me um pouco de água, tu lhe pedirias e ele te daria água viva. E a mulher lhe disse: Senhor, tu não tens com que tirar a água, e o poço é fundo; onde, pois, tens essa água viva? Por acaso és maior que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, assim como também seus filhos e seu gado?
Jesus respondeu: Quem beber desta água voltará a ter sede; mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. E a mulher lhe disse: Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirá-la.”.

Agora no capítulo 7, versos 37 ao 39: “No último dia da festa, o dia mais importante, Jesus se colocou em pé e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior de quem crê em mim.
Ele disse isso referindo-se ao Espírito que os que nele cressem haveriam de receber; porque o Espírito ainda não havia sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado.”.

O nosso assunto é unção de Deus, algo especial. Não, a Bíblia não diz somente que Jesus mata a maior de nossas sedes, a sede espiritual, que preenche o grande vazio que todos os homens carregam dentro de si. Não, Cristo nos dá muito mais que isso, através da presença de seu Espírito Santo. Rios de água viva fluem do interior daquele que se satisfaz totalmente em Deus, isso é condição de ungido, daquele que tem não somente para si, mas para os outros. Unção é águas vivas: o que são águas vivas?
Numa mina de água, a água brota do interior da terra, sim, depois ela pode ser represada, naturalmente, e formar riachos e rios. Mas em sua origem ela é viva, se movimenta e tem a pureza da natureza, potável ou não. O que busca a unção de Deus deve buscá-la na fonte, depois pode até compartilhá-la com os outros, mas o ideal é recebê-la em primeira mão diretamente de Deus. Esse é um privilégio não somente dos pastores, pregadores, profetas, cantores, ou levitas, mas de todo crente.
Quantas vezes nos sentimos secos, estorricados, como o chão de terra e areia de um deserto. Nesse tipo de terreno nada nasce e nada sobrevive, ministérios, relacionamentos, alegria e esperança morrem. Não é essa a vontade de Deus para seus filhos, seu plano é que sejamos terras férteis, onde rios de águas vivas brotem. Nesse terreno a vida abundante de Deus se desenvolve com liberdade e com qualidade.
Agora, no Novo Testamento, a unção não é mais algo transitório, um simples reflexo de Deus no homem, mas a presença real de Deus no ser humano, através do Espírito Santo. Isso só é possível através de Jesus, tomando-se posse pela fé da salvação que ele oferece e que nos coloca de novo em santidade, portanto, viáveis para ter plena comunhão com Deus.
Contudo, como já dissemos, o vaso humano é limitado, e o é assim por providência divina. A água do Espírito Santo, por mais excelente que seja, acaba rapidamente, ela também não pode ser estocada, isso nos lembra uma outra figura usada no Velho Testamento para alimento providencial de Deus: o maná. Ele não podia ser consumido depois de um tempo, salvo a exceção do sábado, ele tinha que ser consumido rapidamente, senão apodrecia.

Assim, Deus nos ensina a ser dependentes dele durante todo o tempo, se fosse diferente, com certeza nós, rebeldes como somos, estocaríamos e nunca mais pediríamos a ele a providência. Unção fresca, água viva, o maná dos céus, isso não é opção, é necessidade para quem quer se manter espiritualmente avivado.