18/03/21

Leia o manual com cuidado

      “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.Oseias 4.6

      Para conviver com você é preciso ler seu manual de operação? Como é esse manual, curto, longo, simples, complexo, acessível, difícil de achar? Ler o “manual de operação” de alguém é conhecer alguém, infelizmente muitos das últimas gerações não têm muita paciência para ler, muito menos manual de operação de equipamentos e muito menos para conhecer profundamente alguém. Assim, “compram” produtos porque estão na moda, porque têm características que os outros dizem que são legais, que os farão descolados para os outros, sem saberem direito o que estão adquirindo. 
      Muitos começam a se envolver afetivamente com pessoas porque essas têm quesitos que outras pessoas, que a internet, dizem que são relevantes, como aparência externa, status, bens, mas na verdade não conhecem o íntimo dessas pessoas. É quando a relação evolui, quando passa-se a dividir colchões, tetos e contas, que se descobre que um corpo bonito, um sorriso inicial cheio de charme e mesmo posse de boas roupas e de um bom carro, que permitiram usufruir boas noitadas em finais de semana, escondiam pessoas complicadas, carentes, ciumentas, possessivas, mesmo violentas. 
      A mídia, que tanto quer se colocar atualmente no papel de sacerdotes de regras morais e de liberdade, que tanto promove busca de prazer sem limites, é quem mais incentiva e ilude as pessoas, vende facilidades para depois cobrar vitimizações. Não vemos a mesma mídia, que defende direitos das pessoas se divertirem, ensinar que se estiverem no lugar errado, com as pessoas erradas, fazendo coisas erradas, colherão frutos errados. A verdade é que temos que ter menos pressa para saciar desejos físicos e mais cuidado com os “manuais de operação”, conhecer antes de nos entregarmos. 

17/03/21

Mil anos em um?

      “Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas.I João 3.20

      Muitas vezes, por menor que seja o tempo que perdemos com o pecado, por menos que esse tempo represente num dia de nossas vidas, a culpa que sentimos depois de pecar parece durar um longo tempo, isso dentro de nós, em nossas mentes e em nossos sentimentos. Cincos minutos de prazer errado podem custar caro, deixar consequências terríveis que nos acompanharão por anos. Isso é ruim, mas isso é bom, como assim? Só sente culpa quem tem sentimentos, a dor por certos erros não é proporcional à opinião de certo e errado que o mundo tem desses erros, mas é algo individual, relativo em cada um de nós. 
      Por que é dessa forma? Cada um de nós tem um universo dentro de si, de regras, leis, sins e nãos, de moral e de espiritual, dos homens e de Deus, assim a percepção de culpa varia de pessoa para pessoa, não somos seres simples, ainda que muitos de nós pareçam ser. Alguns são frios e precisam adquirir mais sensibilidade, entender que seus erros têm consequências, que magoam os outros, os deixam sujos e os distanciam de Deus. Outros, entretanto, são sensíveis demais, precisam ser libertados não só de pecados em si, mas de culpas exageradas, pois se sentem acusados de forma desproporcional e o tempo todo. 
      Alguns, principalmente artistas e celebridades, gostam de usar o ditado, “prefiro viver mil anos em um que um ano em mil”, pois saibam esses que mil anos em um podem produzir dez mil anos de inferno, muitos que gritaram esse ditado morreram antes do tempo e sabe-se lá que qualidade de eternidade estão experimentando. Todos nós temos direito a uma vida feliz neste mundo, mas não temos só corpos, temos também inteligências e espíritos, para fazerem escolhas boas e mais amplas, não só de prazeres físicos, como também de equilíbrio intelectual e moral, que nos proporcionarão mais e melhores anos de vida. 

16/03/21

Passe mas não fique

      “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.Salmos 23.4

      Só aceitarmos o problema não basta, temos que superá-lo e crescer, passarmos pelo vale da sombra da morte até podemos, o que não podemos é permanecer nele, ainda que com resignação. Há tempo de morte e há tempo de luto, mas também há tempo de se refazer e seguir vivendo com amor à vida, os sinceros e realistas até aceitam os problemas, assumem seus vales da sombra da morte, mas só os humildes e crédulos acharão as melhores soluções para as muitas vezes trágicas circunstâncias que a existência neste mundo nos impõe, saindo delas melhores que quando entraram. 
      A maior prova que passamos nesse mundo não é para nos levar a conhecer e assumir as consequências de nossas escolhas morais e espirituais erradas, mas para que cresçamos com esses efeitos, em primeiro lugar anulando-os com obras de misericórdia e luz e depois construindo novas causas, que gerarão futuros no centro da melhor vontade de Deus. Temos saído dos vales ou os temos alugado, tornando-nos inquilinos de muitos problemas, aos quais pagamos fielmente aluguéis, sem que nunca saíamos deles e adquiramos terras nossas onde possamos ter vidas renovadas e livres? 
      Sim, a vara e o cajado do Senhor nos consolam enquanto passamos pelos problemas, nos dão esperança e paz para vivermos esses momentos sem desfalecermos, mas não podemos simplesmente nos acostumar com os problemas, mantermos problemas “de estimação”, mesmo achar neles identidade e desculpa para sermos algo, isso é doentio, não é a melhor vontade de Deus para as nossas vidas. Ânimo, queridos, fé e perseverança, ainda que devagar, dia a dia, respeitando nossos limites, vençamos o luto, sigamos em frente e atravessemos o vale, Deus tem algo melhor para nós depois. 

15/03/21

Nos ocupemos com Deus

      “Faze-me saber os teus caminhos, Senhor, ensina-me as tuas veredas.” “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem, e ele lhes mostrará a sua aliança.” Salmos 25.4, 14
      
      Às vezes, nos importamos demais com o desprezo com que algumas pessoas nos tratam, passando por cima de nós como se nada fôssemos, faltando-nos com respeito, maldizendo-nos sem que ao menos se deem ao trabalho de nos conhecerem de fato. A displicência magoa mais que o ódio, porque o ódio é honesto, declarado, enquanto que a displicência é dissimulada, covarde, porque não tem coragem de ser assumida, por isso não nos dando oportunidade de defesa, de reação. Contudo, o pior desprezo é o que recebemos de familiares próximos, se não há amigo melhor que um irmão verdadeiro, seja ou não de sangue, não há inimigo pior que um irmão de sangue que não nos respeita, infelizmente essa é a verdade.
      Devemos deixar mágoas para lá, perdoar no nome de Jesus, contudo, o melhor jeito de esquecê-las de vez é nos ocuparmos com o que realmente importa. Para que nos incomodarmos com querer saber o que alguns não querem nos dizer, em querer receber o que alguns não podem nos dar? Para que sofrer com isso? Deus, criador, Senhor, salvador e mestre, tem muitas e maravilhosas coisas para nos falar, coisas excelsas que enchem nosso espírito de prazer, faz nosso coração transbordar de paz e nossa mente de luz. Quem ouve a Deus é alimentado pelo rio de águas vivas do Santo Espírito, quem está cheio do Senhor não tem espaço para retenção de rancor e frustração, não tem tempo para se incomodar com falsos irmãos. 

14/03/21

A meditação do meu coração (2/2)

      “Dá ouvidos às minhas palavras, ó Senhor, atende à minha meditação.Salmos 5.1

      Como é a meditação do teu coração diante de Deus? Isso depois de ter orado sobre o que considera básico em tua vida, de ter colocado pecados e perdões em dia, de ter entregue tua vida e as de teus próximos nas mãos de Deus, de ter falado com o Senhor sobre dinheiro, vida material, e como gastamos tempo com Deus com preocupações financeiras, afinal somos humanos. Depois de tudo isso, o que você fala com o Senhor em seus momentos mais íntimos com ele? Principalmente você, que já caminha há um tempo com Deus, tua meditação evoluiu ou continua semelhante àquela de seu início de vida cristã?
      Muitos dirão, “mas depois de tudo isso citado, não tenho mais nada a dizer a Deus”. Pois é, muitos não têm mais nada a dizer para Deus sobre tantos assuntos, mas falam sobre isso com os homens mantendo dúvidas em suas mentes, isso faz com que vivam em trevas nas quais não precisariam viver. Mas isso também é o motivo, principalmente no mundo atual da internet, de tantos acreditarem e divulgarem fake news e teorias de conspiração, já que no fundo acham que muitas coisas não são assuntos para levarem a Deus. Na verdade muitos nem sabem que podem ter certo nível de intimidade com o Senhor. 
      Intimidade só temos com amigos próximos, e depois de criador, salvador e Senhor, Deus pode ser nosso amigo, o mais próximo de todos, se alguém não sabe disso, digo com muito amor, saiba. Jesus se mostrava assim quando homem, em muitas passagens vemos não um Deus distante, mas um amigo próximo. Jesus continua assim como Deus no céu, e muito mais pois agora é o Espírito Santo dentro de nós. Muitos de vocês ficariam assustados com as questões e as meditações que eu levo a Deus, e faço isso porque para mim são dúvidas que sei que o Senhor pode e quer me responder, e ele tem respondido. 
      Leva um tempo para termos intimidade com as pessoas, com Deus é igual, mas quando a conquistamos pouca coisa basta para que entendamos o que Deus quer nos falar. Deus nos fala de diversas maneiras, seja diretamente em nosso coração, pela Bíblia, através de outras pessoas, de fatos, pela TV, às vezes de maneira que para muitos é impossível ou improvável. Mas não é assim com um amigo próximo? Basta um olhar para entendermos o que a pessoa tem em mente? Deus quer interagir conosco de maneira profunda, quer nos ensinar, nos esclarecer, isso nos faz amá-lo mais e a quem amamos não queremos desagradar.
      Muitos pecam e permanecem presos ao pecado simplesmente por não conhecerem melhor o Deus que invocam, vivem como mendigos intelectuais, morais e espirituais, enquanto são filhos daquele que tem todas as riquezas para dar ao que se aproxima dele, o conhece, o obedece e o segue em íntima comunhão. Você já se questionou, por exemplo, se existem OVNIs (“discos voadores”) ou vida inteligente fora da Terra? Eis um tipo de pergunta que podemos fazer a Deus e que ele responderá se estivermos preparados para a resposta, eu já fiz esse tipo de questionamento ao meu amigo Espírito Santo e obtive resposta.

Reflexão dividida em duas partes,
leia na postagem de ontem a 1ª parte.
José Osório de Souza, 30/11/2020

13/03/21

A meditação do meu coração (1/2)

      “Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhorie de mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!Salmos 19.12-14

      Mais um daqueles textos maravilhosos que só a Bíblia contém, três versículos do salmo dezenove. Ele não fala do desejo do ser humano de ser religioso, nem de ser uma pessoa do bem, é mais que isso, ele expressa a intenção de agradar ao Senhor do fundo do coração, sem superficialidades, sem falsidade. Se o cristão aprende no início de sua caminhada, inclinado pelo Espírito de Deus que nele passa a habitar, a entender a relevância do pecado e a importância desse ser assumido e perdoado, o texto inicial vai além, “quem pode entender os seus erros? expurga-me tu dos que me são ocultos”. 
      Será que sabemos de verdade o quanto somos injustos, egoístas, orgulhosos, vaidosos? Não, não sabemos, e no fundo resistimos em assumir pecados, no fundo sempre achamos uma desculpa para nosso erro, ou um explicação para que ele não seja pecado, não nosso, isso tudo enquanto jogamos a culpa nos outros. Todavia, aquele que de fato quer obedecer a Deus tem um desejo profundo, que o leva a ter consciência de que está sempre em dívida com a perfeição, por isso clama por misericórdia e pede ao Senhor que perdoe, mesmo aquele pecado que ele talvez não saiba que fez e que faz. 
      “Também da soberba guarda o teu servo, para que se não assenhorie de mim, então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão”, essa é a oração do que de fato busca o caminho da humildade, ele sabe que é humano, que não é melhor que ninguém, que também é arrogante e está longe de ser humilde, por isso ele clama ao Senhor. Só humilde, sem olhar altivo, sem se achar mais digno ou com mais direitos, é que se é sincero do bem e se está de fato limpo de todo o pecado. O caminho da clareza espiritual é trabalhoso e doloroso, os que não querem desconfortos e verdades fogem dele.
      Todavia, só o limpo de coração fará a meditação certa, que agrada a Deus, dirá as palavras corretas, pois são a intenção não do ego humano, mas do Deus altíssimo, que as revela aos que o buscam. Essa meditação Deus ouve pois foi ele mesmo quem a revelou ao homem, quanta liberdade, quanta intimidade temos com o Deus único e verdadeiro, todo poderoso Senhor e criador, quando buscamos uma comunhão com santidade e em humildade. Quantas perguntas podemos fazer a ele, e quantos mistérios nos podem ser explicados, se tantos que invocam o nome de Deus praticassem de fato isso. 
      Santidade e humildade nos permitem ter intimidade com o Senhor, o amigo íntimo pode passar mais tempo com Deus, livre das ansiedades do dia a dia, leve e próximo para ter um diálogo mais aberto com o Altíssimo. Muitos pedem coisas a Deus, outros agradecem a ele pelo que recebem, tantos oram sobre assuntos mais variados, mas somente o amigo íntimo meditará na presença de Deus, abrindo coração e mente, conhecendo os mistérios e conquistando uma comunhão que o fará amar mais ao Senhor, e consequentemente ter mais forças para obedecê-lo, ser feliz e fazer os outros felizes.

Reflexão dividida em duas partes,
leia na postagem de amanhã a 2ª parte.
José Osório de Souza, 30/11/2020

12/03/21

Lucidez para achar coerência

      “Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de DeusColossenses 1.10

      Andar com o Deus verdadeiro é andar na luz e andar na luz é andar com lucidez, procurando e achando coerência entre crença e prática, se isso não ocorrer cairemos no vício de sermos meros religiosos. Há quanto tempo você é cristão? Há quanto tempo frequenta uma igreja evangélica? Você tem experimentado mudanças em tua vida? Tem se transformado num ser humano melhor, como cidadão, como profissional, como esposo, como pai, como filho, como irmão, como homem ou como mulher? Ou até mudou no início, se adaptou à doutrina básica cristã, mas ainda guarda no coração questões não solucionadas, e estão assim, não por não terem solução, mas porque você simplesmente tem tentado não pensar muito nelas? 
      O tema desta reflexão foi bastante pensado na série “Reavaliemos nossas crenças”, mas vai aqui outro apelo, de alguém que caminha com Deus desde que adquiriu consciência das relevâncias espiritualidade e pecado, isso já tem uns cinquenta anos. Meu caminho não foi fácil, vencer vícios, fraquezas e feridas afetivas demorou e custou um preço caro, mas por algum motivo Deus viu boa sinceridade no meu coração, juntou isso a uma misericórdia sua sem limites, e me fez chegar a um momento atual de vitória e felicidade em todas as áreas de minha vida. Nesse caminho muitos até hoje não me perdoaram e ainda me veem como fui, não como sou, mas o que importa é que achei paz em Deus, cura verdadeira e profunda.
      Mas preciso ser honesto, meu processo de transformação ocorreu porque provei o evangelho genuíno de Jesus, foi uma experiência direta e pessoal com o Senhor, nas mudanças mais importantes igrejas e cristãos pouco se envolveram. Fui bênção nas igrejas pelas quais passei, mas quando estava bem, quando não estava foi só o Senhor que me entendeu e meu ajudou. Não digo isso com mágoa no coração, acreditem, hoje sei que a maioria das pessoas que fazia e faz parte das igrejas em que participei também precisava de ajuda, e algumas mais do que eu. A diferença entre muitas delas e eu é que se acomodaram, aceitaram suas condições de não resolvidas e se transformaram só em religiosos, até bons religiosos, mas apenas isso.
      É preciso lucidez para procurarmos coerência entre o que cremos e o que praticamos, e se não acharmos entendermos que algo está errado, em nós ou naquilo que aprendemos nas igrejas. Deus nunca está errado, o que pode estar errado é o que achamos ser Deus e não é, não podemos desistir, Deus não desiste de nós, o que começou em nossas vidas terminará, desde que permitamos que ele trabalhe. Permitimos obedecendo sua voz, que muitas vezes não está naquilo que homens em igrejas nos dizem, mas repito, não fique magoado com homens em igrejas, cada um dará satisfação pelo que recebeu de Deus e pelo que fez com isso para abençoar a si e aos outros, importa entendermos que Deus usa igrejas, mas igrejas não são Deus.