terça-feira, março 05, 2019

Sincero, falso, louco ou mal

      Ser sincero é acreditar naquilo que se faz, isso não significa que se esteja fazendo algo legítimo, certo ou mesmo bom. Quando fazemos algo certo com sinceridade, obedecendo a Deus, estamos exercitando virtude. Contudo, quando fazemos algo errado, sem noção real do que somos e do que Deus quer de nós, mesmo com sinceridade, estamos só sendo insanos, sinceridade por si só não confere legitimidade às coisas. Por outro lado, mesmo fazendo algo bom, mesmo tendo capacidade para fazer, se fizermos sem convicção, sem profundidade, estamos sendo falsos. Já o que faz algo errado, sem chamado de Deus, mesmo com sincera consciência disso, não estará se enganando, nem sendo falso, mas será alguém sem virtude, mal intencionado, apenas com o desejo de tirar vantagem dos outros. Sincero, falso, louco ou mal? O que eu sou na maior parte das vezes? O que é aquele que permito que seja meu companheiro, minha companheira, meu cônjuge? O que é aquele que deixo ser meu pastor, meu líder? 
      Além de me avaliar, avaliar aqueles que escolho para andarem comigo revela muito sobre mim, podemos nos colocar em alguns grupos de pessoas, de acordo com nossas carências e como as administramos e tentamos resolvê-las. Existe o grupo dos dominadores, esses só se sentem satisfeitos quando têm controle sobre as pessoas, querem ditar as regras e controlar tudo que os outros, companheiros, filhos, amigos, ovelhas, funcionários etc, fazem. Se forem violentos podem ser do pior grupo, pois não terão escrúpulos nem limites para alcançarem seus objetivos, mesmo que isso machuque muito os outros. Mas não nos enganemos, dominadores também podem ser ardilosos, hábeis em manipular só com palavras, convencendo de forma psicológica aqueles que querem controlar para que satisfaçam seus objetivos sempre egoistas.
      Existe o grupo dos “enfermeiros”, também exercem uma espécie de dominação, mas as pessoas desse grupo amam gente com problemas, mais que isso, com sérios problemas, procuram os mais fragilizados e deles se tornam escravos. Uma relação assim faz a pessoa se sentir útil, um filantropo virtuoso, um paladino que só quer ajudar os menos favorecidos. Entendamos que não existe nada errado em querer ajudar os enfraquecidos, e se tivermos limites e sensatez, ter essa tendência pode ser só uma característica mais predominante de nossa personalidade que pode nos fazer felizes com alguém que esteja justamente precisando de alguém exatamente como nós para ser feliz. Mas como foi dito, é preciso limite e sensatez, para quê? Para saber até que ponto alguém precisa e deseja ser ajudado, alguns são simplesmente causas perdidas, que fazem de problemas, de passado, de dor, vícios dos quais não querem sair. Dessa forma, embarcar numa nau assim é entrar em barco furado. Quem entra, na paixão, por amor, precisa saber quando não vale mais a pena permanecer e cair fora antes que fique maluco. Os “enfermeiros” não machucam os outros, mas se machucam à medida que não se respeitam e se sacrificam para satisfazer os outros. 
      Se existem grupos dos dominadores e dos “enfermeiros”, existem também os grupos, já citados e quase consequências dos primeiros, dos que gostam de serem manipulados e dos que seduzem por suas fragilidades doentias, assim, na atividade e na passividade, sejam elas mais sutis ou mais extremas, a maioria de nós se encaixa em um desses grupos. Ninguém escapa totalmente disso, e nunca escapará, mas é preciso achar o tal do equilíbrio, isso só numa vida em Jesus é possível. Toda mudança, todavia, dói, se você já percebeu que tem alguma tendência doentia para se relacionar, entenda que nossos desequilíbrios nascem am nossas infâncias e adolescências, em nossos convívios familiares, com nossos pais (ou com a ausência deles). Assim, sermos homens e mulheres mais equilibrados tem relação direta com resolver carências e inseguranças adquiridas no passado. Nos relacionarmos bem com namorados, esposas, esposos, filhos, amigos, chefes, pastores, é perdoarmos pais e quem nos criou, vendo com clareza o que foi feito de errado e desejando de coração não repetir os erros que cometeram conosco. 

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