sexta-feira, março 05, 2021

Não deixe espaço vazio!

      “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.II Timóteo 4.7

      Todos nós somos chamados por Deus com uma vocação maior, que vai além de nossa profissão secular, e mesmo além de cargos em igrejas, na verdade essas coisas são só ferramentas para desempenharmos nossa vocação, não a vocação em si. Cuidado, muitos, confundindo as coisas, podem se achar perdidos quando veem que algo não dá certo, como perda de emprego ou frustração com ministérios e líderes de igrejas, não enxergando que suas vocações espirituais vão muito além disso. Em nossa existência neste mundo construímos uma carreira, o apóstolo-teólogo Paulo tinha a dele, e no texto inicial está o registro do momento em que ele entendeu que essa carreira tinha chegado ao fim.
      Que momento feliz é esse na vida de um cristão, que infelizmente muitos não provam, pois veem os anos passarem sem que tenham feito tudo o que Deus tinha para eles. Não basta acabar a carreira, tem que ter sido após ter lutado na guerra certa, não por si mesmo ou pelos homens, mas por Deus e em Deus, mas tem mais, em tudo isso não podemos perder a fê, aqueles princípios fundamentais, que nos encantaram e motivaram no início de nossas carreiras. Quem assim procede não deixará espaço para o pecado, contudo, se você percebe que está sendo reincidente no pecado, pode ser por estar querendo descansar antes do tempo, por estar lutando em guerra errada, ou por ter se desviado da fé. 

      Se isso estiver ocorrendo, busque a Deus e peça para que ele revele onde está errando e o que deve fazer para ter vitória, você pode orar assim: 
- “Pai, se está sobrando espaço para o pecado em meu coração e em minha mente, porque não estou ocupando meu espírito com tua vontade, mostre-me o que preciso fazer para ocupar os espaços que me competem”;
- “Pai, se está sobrando tempo em minha vida porque não estou fazendo o que preciso fazer para ser alguém melhor, para mim, para meus semelhantes e para ti, ensina-me como usar mais e melhor meu tempo”;
- “Pai, se está sobrando dor que precise do prazer ilusório dos vícios da carne para ser esquecida, porque não estou me apropriando da paz que vem de ti e que cura toda a dor, ajuda-me a entender porque não estou em paz”; 
- “Pai, se está sobrando vontade para pecar, fortalece-me para fazer mais a tua vontade, seguindo a vocação que recebi de ti, para que eu me sinta satisfeito e se tiver que descansar que seja só depois de ter feito tudo certo”. 

      Nada pode sobrar de nosso ser para fora da luz de Deus, se isso ocorrer ele estará em trevas e nesse lugar o pecado tem liberdade para agir. É preciso que estejamos completos por Deus e completamente colocados nele, por dentro e por fora, cheios do Espírito Santo e fazendo a sua vontade. Quando assim procedemos nosso homem interior, nosso tempo, nossa vontade e nosso prazer, agradarão ao Senhor, e assim, se precisarmos parar de trabalhar, já que nosso espírito não se cansa mas o nosso corpo físico, que é templo dele, precisa de descanso, não haverá em nós qualquer brecha para que o pecado seja mais relevante que a espiritualidade. Na batalha espiritual não pode haver espaço desocupado! 
      Se a luz não ocupar um local, as trevas ocupam, e as trevas ocupam não por vencerem a luz, as trevas nunca vencem a luz, mas elas ocupam espaço que o ser humano não vigiou e deixou sem luz. Nessa batalha, nós, seres humanos encarnados, podemos descansar, mas só quando estivermos totalmente felizes e em paz com Deus, e ainda assim deve ser o tempo de descanso que Deus orientar, nem menos, nem mais. Se for menos, voltaremos à luta ainda cansados, correndo o risco de perdermos uma batalha. Se for mais, permitiremos, pela ociosidade, que um espaço vazio e perigoso exista, que as trevas podem ocupar criando em nós uma relevância para os vícios da carne que nos levam a pecar. 
      Não se desespere, enquanto estivermos neste mundo, ainda que tenhamos feito tudo certo, estamos sujeitos ao pecado, dessa forma sejamos humildes, confiando antes no amor de Deus que em nossos méritos, Deus sempre perdoa e dá paz para os que se aproximam dele em verdade. “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade” (I João 3.18), o que adianta enchermos templos de igrejas com palavras se na prática não nos esforçamos para sermos santos? É preciso vontade para obedecer a Deus até o fim, principalmente depois que trabalhamos bastante nele, já que mesmo isso não nos dá o direito de abrir mão de vigilância, é preciso ocupar todos os espaços, sempre! 

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