domingo, outubro 24, 2021

Josué, escolheu o lado vencedor (24/31)

      “E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos porá nesta terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o Senhor é conosco; não os temais.” 
Números 14.7-9

      Ninguém vive sem lutar por uma causa, causas na verdade têm essências religiosas, não no sentido de nos religar ao divino, mas em nos fornecerem valores para respeitarmos e pelos quais militarmos. Podem ser militâncias mais pessoais, mais privadas, ou mais coletivas, religiosas, políticas, científicas, enfim, ninguém enfrenta a realidade da existência neste mundo sem ter na mão alguma bandeira. Ela é mais que uma capa, é uma consciência, que nos dá a convicção interior de não estarmos aqui sem motivos, ou só para sofrer, mas por uma missão útil. 
      Uns correm atrás de suas profissões, estudam, estudam mais, mudam de empresa, de cidade, até de país, em busca de evolução em sua área, melhores salários, promoções. Outros correm atrás de um amor, passam a vida procurando um relacionamento afetivo satisfatório, isso parece que é mais importante que qualquer outra coisa para eles. Alguns escolhem uma causa e vão com ela até o final, e isso não significa que essa causa seja a melhor ou a melhor para eles, outros demoram para escolher a causa certa, mudam de bandeira por muito tempo até acharem uma que seja sua. 
      Outros, contudo, escolhem a militância correta, para eles e para as pessoas com as quais convivem, e ainda que muitos se coloquem contra, que muitos revezes ocorram, permanecem firmes. Josué é um exemplo bíblico de alguém assim. Ele não era qualquer um em Israel, quando Moisés mandou espias olharem a terra que a nação de Israel possuiria, ele foi escolhido como representante da tribo de Efraim (Números 13.8, 16), mas junto de Calebe, representante da tribo de Judá, foram os únicos espias que não temeram o que viram e confiaram que Deus conduziria Israel em vitória. 
      A conduta incrédula da maioria dos espias deve servir-nos de alerta, caso sejamos escolhidos como representantes de Deus em uma causa, não usemos isso para contrariarmos a causa ou invés de defendê-la. Os espias rebeldes, ao invés de incentivarem a nação de Israel e de compartilharem com ela as virtudes do que Deus estava lhe dando, mostraram as dificuldades e as exacerbaram. Viram gigantes mas não viram o Deus que é maior que tudo, isso inflamou Israel e levou a nação a receber uma terrível punição de Deus, que às portas de Canaã deu meia volta e andou em círculo por décadas. 
      Nem o pedido de Moisés fez Deus mudar de ideia, nem o próprio Moisés deixou de ser punido, só Calebe e Josué foram salvos e entraram em Canaã, de todos os de sua geração, os demais morreram no deserto sem ver a terra prometida. Mas não foi Deus que foi duro e inflexível, foi o povo que foi teimoso e incrédulo por quarenta anos, a palavra de Deus não foi uma determinação, mas uma profecia, assim creio. Como deve ter sido a vida de Josué tendo que pagar um preço por algo que ele não merecia, sabendo que o melhor existia mas que tinha que esperar para usufruir? 
      A história de Josué ensina que escolher a militância certa tem um preço alto, mas que vale a pena se nosso objetivo é agradar a Deus e não aos homens. Josué teve sua recompensa, se tornou o primeiro juiz de Israel em Canaã, substituiu o líder Moisés. Isso é glorioso? Mas caro, ninguém queira lutar por uma causa, principalmente se envolver de forma direta o nome de Deus, sem estar pronto para pagar um preço caro. A Bíblia ensina em mais de um exemplo que a coisa funciona assim no plano de Deus, Josué escolheu o lado vencedor mas teve que esperar o tempo de Deus.

      “E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhes disse: Quem dera tivéssemos morrido na terra do Egito! ou, mesmo neste deserto! E por que o Senhor nos traz a esta terra, para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito?” 
      “E Josué, filho de Num, e Calebe filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes. E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor se agradar de nós, então nos porá nesta terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o Senhor é conosco; não os temais. 
      Mas toda a congregação disse que os apedrejassem; porém a glória do Senhor apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel. E disse o Senhor a Moisés: Até quando me provocará este povo? e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio dele? 
      E disse Moisés ao Senhor: Assim os egípcios o ouvirão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles.” “E se matares este povo como a um só homem, então as nações, que antes ouviram a tua fama, falarão, dizendo: Porquanto o Senhor não podia por este povo na terra que lhe tinha jurado; por isso os matou no deserto. Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça; como tens falado, dizendo: O Senhor é longânimo, e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente, e visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos até à terceira e quarta geração. Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia; e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui. 
      E disse o Senhor: Conforme à tua palavra lhe perdoei. Porém, tão certamente como eu vivo, e como a glória do Senhor encherá toda a terra. E que todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que me provocaram a verá.” “Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes; não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.
      “Então disse o Senhor a Moisés: Toma a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe a tua mão sobre ele. E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe as tuas ordens na presença deles. E põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel.

Números 14.2-3, 6-11, 13, 15-23, 29-30, 27.18-20

Está é a 24ª parte do estudo
“Militou errado!” dividido em 31 partes,
para um melhor entendimento, 
se possível, leia o estudo na íntegra.

José Osório de Souza, março de 2021

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