terça-feira, fevereiro 14, 2023

Culpa demais, culpa de menos

      “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; e vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.Salmos 139:23-24

      Culpa, algo real, algo positivo como efeito de moral sadia, mas que muitos não administram do jeito certo, ou a ignoram, ou a exageram. O mundo moderno atual pensa em culpa como algo de gente fraca, ignorante, principalmente quando tê-la está diretamente relacionado a medo do juízo de Deus. Precisamos concordar que em parte isso é verdade. A igreja católica dominou a civilização ocidental por séculos através do medo, isso incentivou a culpa assim como aliou sua cura à uma vida de servidão ao catolicismo. Culpa existe e tem que existir, quem tem alguma sensibilidade dentro de si sente-se mal quando faz algo errado, o problema é achar errado coisas que não são, principalmente quando se pensa equivocadamente que é errado porque a religião, a Bíblia ou Deus dizem que é. 
      Muitas culpas não precisariam ser sentidas porque nada errado de fato foi feito, e se foi errado diante de certos homens, mesmo religiosos, não foi errado diante de Deus. Muitos que negam a existência de Deus querem na verdade negar a existência de um juiz que os acusa por suas culpas, assim só querem não sentirem-se culpados. Esses precisam em primeiro lugar conhecerem o Deus verdadeiro, se libertarem da religião que usam como álibi para deslegitimarem a existência de Deus. Muitos ateus o são, não porque não creem na existência de Deus, mas porque não aceitam que Deus seja o que muitas religiões dizem ser, assim creem num “Deus”, só não o aceitam. Se entendessem que as religiões estão erradas e Deus não está, poderiam conhecer a Deus, e não se sentirem tão culpados. 
      Mas muitos de nós, ainda que tenhamos uma experiência afetuosa com o Deus, pai de amor, têm dificuldades para não se sentirem culpados, isso vem lá de nossas infâncias, de falsos moralismos, de famílias que nos acusavam e exigiam demais de nós. Não é fácil desconectarmos a imagem de nossos pais físicos de Deus, pai espiritual, mas é preciso. Deus nunca nos acusa, somos nós que nos sentimos acusados, seja legitimamente quando fazemos algo errado e nos afastamos do melhor de Deus, seja quando aliamos a Deus algo que ele não é. Cuidado com a culpa, não a despreze, mas não se torne escravo dela, culpa é roupa suja, devemos tirá-la de nós, larga-la ao chão no exato instante que a tiramos, colocarmos a roupa limpa da paz do perdão de Deus e seguirmos em frente, simples assim. 

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