sexta-feira, fevereiro 10, 2023

Deus dá descanso do sofrimento

      “Porque o Senhor se compadecerá de Jacó e voltará a escolher Israel, estabelecendo-os na sua própria terra. A eles se juntarão os estrangeiros, e estes farão parte da casa de Jacó. Os povos os pegarão e os levarão aos lugares deles, e a casa de Israel terá esses povos por servos e servas, na terra do Senhor. Os israelitas terão como prisioneiros aqueles que os tinham aprisionado e dominarão os seus opressores. Povo de Israel, no dia em que Deus vier a dar-lhe descanso do sofrimento, das angústias e da dura servidão que lhe foi imposta, você proferirá esta sátira contra o rei da Babilônia: Como cessou o opressor! Como acabou a tirania!” Isaías 14.1-4 (Nova Almeida Atualizada)

      Nos tempos do antigo testamento, quando guerras eram meio de enriquecimento e de manutenção de poder, nações inteiras podiam ser levadas em cativeiro. Se toda uma população era tomada como escrava para servir outras nações em outras terras, ocorria a destruição da identidade de um povo, cultural e também religiosa, cativos eram obrigados muitas vezes a seguirem a religião dos seus senhores. Israel, quando caia em cativeiro por ter desobedecido o Deus verdadeiro, era obrigado a obedecer outros deuses, isso mostra um jeito duro de Deus trazer seus filhos de volta para si. Se nos afastarmos de Deus, achando que a coisa está ruim, podemos perder nossa liberdade, termos que trabalhar para os outros, e ainda termos que achar forças para confiarmos em Deus numa situação muito pior, longe de nossa terra como escravos.
      Mesmo que sejamos imaturos, Deus nos chama e nos faz prosperar, assim podemos até ter o que queremos, mas se não seguirmos temendo a Deus isso poderá não bastar. Bens materiais e aprovação de homens acabam, como acaba tudo que tentamos manter sem colocarmos Deus em primeiro lugar. Então, nos sentimos mal, mas não buscamos a Deus, reclamamos dele, achamos que fizemos tudo certo e que não temos culpa do sofrimento que estamos tendo. Longe de Deus buscamos outros “deuses”, que nos tempos atuais não são necessariamente outras religiões, mas pode ser trabalharmos mais para agradarmos a homens e sermos mais ricos, achando que sofremos, não porque nos afastamos de Deus, mas porque o que tínhamos conquistado e usufruído não era suficiente. Insistimos nisso por um tempo até Deus ter que nos confrontar. 
      Nessa rebeldia teimosa, nos afastamos de Deus e Deus fica longe de nós, longe os inimigos, muitos que até então se diziam nossos amigos, nos oprimem. Sem dinheiro pedimos emprestado a pessoas nas quais achávamos que podíamos confiar, mas elas só estavam perto de nós porque estávamos por cima, quando estamos por baixo falsos amigos nos submetem, querem mais é nos explorar e nos humilhar. Eles nunca tiveram amor verdadeiro por nós. Esse é um cativeiro nos tempos atuais, estar sem dinheiro e devendo aos outros, é nessa terrível condição que muitos terão que achar fé, forças, serem humildes e voltarem para Deus, ainda sob o cativeiro de homens maus e egoístas. Cativeiro, seja qual for seu tipo, é sempre um tapa do universo em nossa cara, para que acordemos e entendamos as prioridades certas de nossas existências. 
      No cativeiro há sofrimento, não que não haja fora dele, na vida sempre existe sofrimento, mas o sofrimento normal conduz à uma humildade honrosa, cuidada por Deus. No sofrimento do cativeiro há humilhação pública, somos expostos vergonhosamente, mas esse é o único jeito de Deus nos fazer sofrer aqui, para que possamos adquirir virtudes morais e não termos que sofrer na eternidade. A palavra desta reflexão é de esperança, o Senhor dá descanso do sofrimento a seu povo, que mesmo em cativeiro não deixa de ser amado do Senhor. A servidão pode ser dura, mas tem fim, e quando acaba pode-se dizer: como cessou o opressor, como acabou a tirania. Cuidado os que humilham os outros, num determinado momento podem até ser instrumentos da justiça do Senhor, mas pagarão pela ferramenta ruim a que se prestaram ser. 
      Evangélicos não se enganem, nosso melhor não é vivido aqui, fim de cativeiro não é vida próspera neste mundo, o evangelho de Jesus não ensina isso. Sim, Deus proporciona a todos os humildes vidas dignas no mundo, contudo, a interpretação do texto bíblico inicial para nós hoje profetiza vida no plano espiritual. Nesse lugar, os que tiverem sofrido do jeito certo, terão uma nova posição em relação a tantos que os oprimiram no plano físico, e novamente digo, sob a ótica do novo testamento não será para oprimir quem os oprimia, mas para os ajudar. Que honra é maior, ver quem nos fez sofrer nos servindo e sofrendo, ou ver esses tendo que se colocarem na posição humilde de serem ajudados por Deus e Deus usando-nos para ajudá-los? Quem é maior, quem submete para ser servido, ou quem serve em amor para iluminar? 

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