20/12/12

Razão e emoção

    "Pois, quem conhece as coisas do homem, senão o espírito do homem que está nele? Assim também ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus. Não temos recebido o espírito do mundo, mas, sim, o Espírito que vem de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus. Também falamos dessas coisas, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais." (I Coríntios 2.11-13)

Mesmo muitos cristãos, e cristãos de qualidade, tentam interpretar a vida cristã de forma intelectual, enxergam as manifestações espirituais somente como “emocionalismos” (como causa e não como consequência).
Não, o andar com Jesus não pode ser racionalizado assim, na verdade o caminho de Jesus não pode ser medido cientificamente, começa com fé transforma-se em poder de Deus para santificação e conhecimento e tem como objetivo a adoração e o testemunho para que outros sejam conduzidos à salvação.
Não deixe de pensar, de raciocinar, mas não se prive de sentir, de forma abundante, a presença de Deus em sua vida através do Espírito Santo. Deus é vivo, age de forma viva nas pessoas, dá discernimento e sabedoria que o homem natural não pode ter, mas também toca o sentimento da alma humana de maneira única, com paz e satisfação singulares.
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19/12/12

Cuidado com a falta de problemas

Busque em Deus soluções, vitórias, paz que permaneça, mas tenha cuidado com aparentes calmarias, ausência prolongada de grandes problemas, prosperidade nesse mundo. Deus disciplina os que são seus filhos, os que se dispõem a ser servos dele. Ele, porém, não se envolve com os filhos "do outro", ou com aqueles que insistentemente se afastaram de seu senhorio.
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Exceção e regra

    Israel era para atravessar o deserto, em sua viagem do Egito até Canaã. Durante esse período, por estar em trânsito e em terra árida, Deus alimentou o povo com o maná e com as codornizes (Êxodo 16.11-36). Essa passagem era para durar quatro anos, contudo, devido a rebeldia do povo, durou quarenta. Bem, quarenta anos comendo a mesma coisa o povo deve ter enjoado, com o tempo o a bênção milagrosa virou um tédio desagradável.
Deus usa meios excepcionais para ocasiões excepcionais, mas esses meios são exceções, não regra. Em Canaã o povo poderia desenvolver a agricultura e a pecuária. Lá haveria fartura e variedade, frutos do trabalho, e não bênção que literalmente caia do céu.
Converse com Deus, analise sua vida, onde você está, no deserto ou em Canaã? Se ainda está no deserto, glória a Deus porque Ele tem sustentando você com maná e com codornizes, mas isso não é para sempre, não pode ser para sempre. Talvez você esteja sentindo que sua vida está estacionada e entediada porque está permanecendo tempo demais no deserto, tempo demais comendo codornizes e maná.
É tempo de sair da exceção de Deus e entrar em sua regra. Sua regra é que você habite Canaã, plante e crie, e viva do fruto de seu trabalho, um fruto renovado e fresco a cada manhã.
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18/12/12

Mudar é preciso

Não vale para o verdadeiro cristão o princípio que diz que "esse é o meu jeito e eu não vou mudar". Não existe outro motivo para viver que não seja mudar. Por isso tantos têm portas que insistentemente não se abrem, problemas que teimosamente não se resolvem, fraquezas que persistem em ter vitória sobre as virtudes, porque não querem mudar.
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Só é necessária uma coisa: obediência

     “Ao entrar em um povoado, dez leprosos saíram-lhe ao encontro, pararam de longe e gritaram: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Logo que os viu, ele lhes disse: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram purificados.” (Lucas 17.12-14).

Não, os leprosos nem precisaram chegar até os sacerdotes, a intenção dos corações deles já tinha sido provada, havia fé, então, antes de obedecerem toda a recomendação de Jesus, receberam a bênção.
Jesus sabia dos limites dos leprosos, talvez chegar até sacerdotes fosse muito pra eles, mesmo assim eles obedeceram, a graça de Deus, porém, os livrou. (Semelhante ao sacrifício de Isaque, pedido por Deus a Abraão, após a obediência nem foi necessário o sacrifício.)
O que mais precisamos saber para entender como funcionam as coisas no reino de Deus? Não há necessidade de se pagar preço, nenhum, só é preciso a obediência de crer na palavra de vitória de Jesus, só isso.
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17/12/12

Problemas: resolva-os rapidamente

Problemas são inevitáveis, mas se agirmos rapidamente, procurando resolvê-los logo depois que eles acontecem, sem deixar que o "sol se ponha" sobre eles, eles serão apenas problemas passageiros, e não mágoas que se arrastam por dias e mais dias.
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Tome a iniciativa

    O cristianismo baseia-se no princípio da iniciativa, da voluntariedade. Isso foi ensinado primeiramente por Deus, quando deu seu filho para nos salvar, Deus tomou a iniciativa nessa ação. O cristianismo é A religião de Deus buscando o homem, e não ao contrário.
A busca do homem se torna consequência, não causa, mesmo porque, com toda a boa intenção e sinceridade que o homem possa ter, ele não pode achar a Deus pelas próprias forças, é Deus quem nos busca sempre.
Como consequência disso, o homem pode buscar a Deus, e ir além, buscar aos homens para que eles sejam salvos. Se você é cristão, se Deus já o buscou, agora é sua a vez de buscar os outros, de dar seu testemunho.
Você é que deve perdoar, você é que deve ser gentil, você é que deve ser educado, você é que deve manter a porta aberta, você é que deve amar. Isso tudo sem esperar que o outro, o próximo, perdoe, seja gentil, seja educado, abra a porta, te ame.
Não dá testemunho de cristão quem está sempre na defensiva, quem sempre está esperando a ação do outro para ter uma reação, e essa muitas vezes errada, agressiva. Tome a iniciativa para agir como Jesus age, com sabedoria, sim, mas com benignidade, com compaixão. Seja proativo no bem, sempre!
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16/12/12

Que não nos falte o vinho

      “No mês de nisã, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, quando eu estava servindo o vinho, dei-o ao rei. Nunca antes eu tinha estado triste na sua presença. O rei me perguntou: Por que o teu rosto está triste, se não estás doente? Isso só pode ser tristeza do coração. Então tive muito medo, e disse ao rei: Que o rei viva para sempre! Como o meu rosto não estaria triste, se a cidade em que está o sepulcro dos meus pais está devastada e as suas portas foram destruídas pelo fogo?” (Neemias 2.1-3).

Neemias era quem servia o vinho, mas ele mesmo estava triste, como nunca antes. Vinho é sinônimo de alegria, como pode quem distribui alegria aos outros não tê-la em seu coração? Ele tinha motivos fortes pra isso, sua nação estava destruída.
Sem querer, nessa reflexão, fazer um estudo mais detalhado sobre Neemias e a nação de Israel naquele momento da história, gostaria apenas de fazer um paralelo entre Neemias e o vinho, e a vida do músico e a música.
Nós também, que ministramos a música, distribuímos alegria para as pessoas. As pessoas se acostumam com isso de tal maneira que parece que nós, músicos, devemos sempre estar alegres, pra cima, com o emocional positivo, expressando através das teclas, notas musicais tocantes.
Contudo, às vezes o vinho que damos falta a nós mesmos, e muitas vezes as pessoas não entendem isso. Não, essa reflexão é apenas um desabafo, e um pedido sincero a Deus para que nunca falte aos seus ministros, sejam da área da música, da palavra, ou de outras áreas, o vinho, a alegria, a unção para que as pessoas possam ser abençoadas através de nossos ministérios.
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15/12/12

Música como arte cristã

  Falei em algumas postagens sobre música como ferramenta de adoração (veja os posts no link Aos músicos da igreja), contudo, acredito que seja possível e importante a produção de arte cristã, nesse aspecto, usar a música como entretenimento, como expressão artística, ainda que respeitando os limites de uma vida cristã saudável. Sinto a necessidade de existir esse tipo de arte principalmente aos mais jovens, que ainda estão formando seu gosto cultural. 
       Veja que isso não substitui a música secular, cuja apreciação penso ser possível e necessária, pelos cristãos e principalmente pelos músicos cristãos, para conhecimento da arte. Música secular de qualidade, erudita, jazz, blues, rock e mesmo pop, também pode ser ouvida, com sabedoria e ciência, sem que subverta de alguma maneira os valores cristão.
A cultura do cristão vai além da cultura dos cidadãos desse mundo. Sim, é necessário que conheçamos a arte, a literatura, as estéticas de todas as expressões, produzidas por homens sejam quais forem suas posturas religiosas, isso para que possamos ser membros produtivos e modificadores nesse planeta. Mas, além disso, os crentes evangélicos/protestantes têm cultura bíblica, um conhecimento de Bíblia, do antigo testamento, da história judaica e do novo testamento, que outras pessoas, mesmo outros cristãos, não têm.  
Se a música de adoração serve para os cultos e momentos de intimidade com Deus, uma música cristã como arte, é útil como trilha sonora para outras tantas atividades que temos que desempenhar durante a maior parte do tempo. Para isso interessa que se produzam peças, que até podem ser usadas para adoração, mas que servem melhor para ser ouvidas no carro, no ambiente de trabalho, enquanto se estuda, enquanto se faz as atividades domésticas. Nesses casos, ritmos e harmonias direcionados para faixas etárias e culturais podem ser usados, diferentes daqueles usados para a adoração da igreja, onde estilos que agradam a maioria são mais convenientes.
Para um migrante nordestino convertido, não é agradável ouvir um forró, com uma letra contando a história de um dos heróis do antigo testamento? Para um jovem não é divertido apreciar uma guitarra pesada e técnica acompanhando um testemunho? Para pessoas maduras e de cultura mais refinada, não seria prazeroso ouvir um trio de jazz fazendo a “cozinha” para um salmo? Pois é, ritmos diferentes daqueles usados para a adoração e louvor, mas empregados na produção de uma música cristã mais eclética, mais artística.
Além de ser usufruto cultural de cristãos, esse tipo de música também é mais adequado para o evangelismo, pode perfeitamente ser tocado numa estação de rádio secular sem “chocar” e ainda assim conseguir compartilhar o Evangelho. Além do estilo musical, para esse tipo de música, se encaixam letras de testemunho e de convite à salvação, letras mais subjetivas, mais poéticas, “secularizadas” no melhor sentido do termo.
Contudo, como crente e músico com alguma experiência e vivência, permita-me fazer uma ressalva, e digo isso principalmente aos mais novos (está bem, digo também aos mais velhos já que todos somos sempre aprendizes): produzir e consumir arte cristã requer cuidado, equilíbrio. Que hajamos com precaução com nossas almas, sabendo que o alimento que advém da leitura da palavra e da adoração, é prioridade para uma boa saúde espiritual. Portanto nada pode substituir isso.
Acredito que não podemos nos alimentar de alimento mais pesado o tempo todo, às vezes é importante um alimento mais leve. Bem, música cristã como arte se propõe justamente a isso, ser um alimento espiritual mais leve, e ainda assim fazer bem ao nosso espírito e bastante a nossa alma.
Obviamente, como linguagem mais artística, é preciso que aqueles que façam esse tipo de música sejam mais técnicos assim como proprietários de uma identidade musical verdadeira. Quem passou a vida ouvindo música sertaneja, deve compartilhar música regional, e não rock. Jazz deve ser tocado por quem domina o estilo, assim como música instrumental erudita por quem estudou bastante seu instrumento. Mas no gênero “pop” há espaço pra todos, já que pop pode ser qualquer coisa, já que mistura tantos estilos que não pode ser encaixado especificamente dentro um.
E você, o que acha de música como arte cristã (ou música cristã como arte)? Existe espaço em sua vida para apreciar isso? Ou você prefere ouvir música de adoração o tempo todo? Não, aqui não existe qualquer apologia à secularização ou a uma vida espiritual mais fria, o que estou tentando compartilhar é que um crente maduro e contextualizado pode servir melhor a Deus, valorizando cultura e arte. É, meus irmãos, Deus tem muito mais pra nós do que nós muitas vezes achamos e queremos, Deus é perfeito em tudo.
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14/12/12

O milagre de um dia comum

      Acredite em milagres, mas aprenda a ser feliz com o dia-a-dia, com as coisas simples e corriqueiras, são nessas que Deus opera as coisas mais espetaculares da existência. Você acha que não? Então experimente ficar trancafiado numa cela por um mês que seja. Ah, no final desse período o nascer do sol, a grama verde, a privacidade de um quarto, a liberdade de simplesmente caminhar pela rua terão pra você um sabor especial, parecerão milagres, e são.
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Quando o coração é humilde

    “Vou me levantar, irei até meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti; não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.” (Lucas 15.18-19).

Leia a passagem toda de Lucas 15.11-24 para entender todo o contexto da parábola do filho pródigo, um dos textos mais conhecidos da Bíblia. Nessa reflexão me atenho somente aos dois versículos acima para dizer: como mudam as coisas quando o coração do homem chega, enfim, aonde Deus quer chegue.
Quando enfim entendemos o nosso lugar, lugar de homem, falho, imperfeito, limitado, pecador, injusto, rebelde, quando chegamos a esse ponto, paramos de fazer exigências, de querer barganhar bens e valores, abrimos mão da vaidade, de qualquer posição ou honra. Enfim, aceitamos qualquer coisa para ficarmos perto de Deus, para termos a sua atenção, o seu carinho, a sua proteção.
Mas a grande bênção disso, é que quando nos postamos assim, o Senhor nos agracia com honra, e como nosso coração se alegra com isso. Nesse momento damos valor às coisas pequenas, e glorificamos a Deus pela sua misericórdia, pelo seu amor, nesse momento, enfim, aprendemos o que é gratidão, humildade, e como é bom estar perto do Pai.
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13/12/12

Conhece-te a ti mesmo

     “Conhece-te a ti mesmo (do grego antigo: γνθι σεαυτόν, transl. gnōthi seauton; também conhecido pela tradução em latim, nosce te ipsum) é um aforismo grego que segundo a tradição estaria inscrito nos pórticos do Oráculo de Delfos, originalmente de Pítia, em Delfos, na Antiga Grécia.
Segundo algumas fontes a frase é atribuída a primeira pitonisa deste oráculo, Femonoe. É uma pedra-angular da filosofia de Sócrates e do seu método, a maiêutica, e é muito citado pelo filósofo nos relatos de Platão (Alcibíades, 128d-129) e Xenofonte (Memoráveis, IV, II, 26).
O oráculo do templo teria proclamado Sócrates o homem mais sábio na Grécia, ao que Sócrates terá respondido com a célebre frase: "Só sei que nada sei".” (Fonte: Wikipédia).

E nós cristãos, o que podemos aprender com isso? Sim, porque é preciso humildade para aprender não somente com textos bíblicos, mas com tudo o que há no mundo que está debaixo da mão de Deus. Conhecer a nós mesmos é saber o que cremos, no que cremos e porque cremos. Em Deus não há sombras ou incoerências, mas como há nas religiões e igrejas. Conheça sua fé, critique-a, ponha-a a prova, você se aproximará mais de Deus e se afastará mais da manipulação do homem enganoso que só deseja as riquezas e poderes desse mundo, e não as coisas de Deus.
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Espiritualidade equivocada: privações desnecessárias

  Entendo que é necessária alguma sabedoria sobre o que se compartilha e com quem, contudo acho esquisito quando achamos necessário que todos saibam das coisas ruins que estamos vivendo, como que querendo despertar aos outros alguma dó, e por outro lado, escondemos as coisas boas, pensando que isso possa despertar inveja. Até onde sei que é "normal": coisas boas são para ser compartilhadas, rapidamente, e as ruins, até onde for possível, esquecidas.
Essa “espiritualidade” invertida, também pode ser vista como consequência da “cultura” que a Igreja Católica Romana impôs e ainda impõe a muitos homens. Quando essa igreja deixou de acreditar em Jesus como único intercessor, passou a aliar a salvação a outras coisas, pessoas, ritos ou estilos de vida. Todo o princípio do sacerdote romano, que incluí castidade, vestes diferenciadas, privação de vaidades, ensina que santidade é obtida por meio de abstinências e abnegações. Tira de Cristo e joga no homem o trabalho de purificação, daí, compartilhar algo de bom, parece nessa ótica equivocada, ter orgulho, se mostrar para aos outros.
Que grande engano, que rouba das pessoas a alegria das coisas simples, que escraviza o homem a uma falsa espiritualidade, que cobra dele esforços e sacrifícios que Deus nunca cobrou. Muitos não sabem que tudo isso é trabalho em vão, para nada serve, somente para glorificar o próprio homem e mantê-lo longe da maravilhosa graça de Deus. Jesus já fez todos os sacrifícios, nosso único trabalho é crer nEle.
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12/12/12

Cristão: cidadão do reino dos céus

   Reposta ao texto de Leonardo Boff:

Nosso desafio não é o de criar cristãos, mas de criar pessoas honestas, humanas, solidárias, compassivas, respeitosas da natureza dos outros. Se conseguirmos isso é o sonho de Jesus realizado”.

        As palavras precisam ser redimidas de seus preconceitos, não é difícil entender como algo tão impactante como o cristianismo, que mudou e direcionou o mundo ocidental por centenas de anos, também tenha sido corrompido pelos homens com relativa potência. Daí o termo cristão ter adquirido outros sentidos, sentidos equivocados, ligados principalmente ao "cristianismo" da Igreja Católica Romana (bem, nem vou me estender nesse assunto...).

        Mas quem experimentou o cristianismo primitivo e verdadeiro, o dos Evangelhos e das Epístolas do Novo Testamento, não entende o termo cristão como entende, por exemplo, o sábio Boff, um homem lúcido, super relevante, contudo mais um filósofo que um teólogo, se é que seja necessário ser teólogo para se experimentar o cristianismo genuíno.

        Os atributos que o filósofo cita acima, são qualidades que devemos ter como cidadãos, você pode ser espiritualista, esotérico ou mesmo ateu, e ter essas virtudes, e elas são louváveis e necessárias para a vida num grupo social aqui nesse mundo (diga-se de passagem, a Teologia da Libertação de Boff tem haver com justiça nesse planeta, biblicamente falando, Boff comete o mesmo erro que os judeus contemporâneos de Jesus, quando encarnado, cometeram, supor que o Evangelho é pra fazer justiça nesta terra, e não estou dizendo que não devemos fazer a nossa parte aqui, ajudando os menos favorecidos como bem ensina o Sermão da Montanha). Jesus tem bem mais que isso para o homem já que Ele prepara o ser humano para o reino de Deus, o reino dos céus.

        Com relação às cisões e à "fé" que Deus tem em todos os homens, em Jesus não há divisão, o que está nEle vive isso, por isso não prega religião, mas somente Cristo, e sim, Deus espera que todos os homens sejam salvos, se aceitarem a salvação que há em seu filho Jesus.

Zé Osório
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11/12/12

Dê lugar à ira de Deus

   Uma injustiça que você sofre, uma afronta, uma traição, que desperta em seu peito a ira, é uma oportunidade maravilhosa que você tem para ser tratado, transformado, mudado, melhorado, pelo Espírito Santo de Deus.
Para que isso aconteça você deve abrir mão de fazer justiça com as próprias mãos, mesmo que seja por uma causa justa, se você agir, a glória será sua. Glória do homem nunca deixa paz, provoca dor, visto que é roubo, roubo da glória que deveria ser de Deus. Um roubo não pode deixar no coração do ladrão um sentimento bom, mas remorso.
Ao invés disso entregue sua causa nas mãos de Deus, permita que Ele faça justiça, assim a glória será dEle. Além disso, Deus é o único que pode fazer as coisas do jeito certo, o injustiçado é honrado, e o que provocou a injustiça é disciplinado, não pelo homem, mas pelo Senhor.
Na hora em que a dor pela injustiça apertar seu coração, use toda essa força negativa para orar e deixar aos pés de Jesus a sua causa, perdoe o que te foi injusto, e não tome mais qualquer atitude para colocar sua mão na questão, deixa que Deus ponha a mão e apenas espere.
Meus amados irmãos, tende certeza disto: todo homem deve estar pronto a ouvir, ser tardio para falar e tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (Tiago 1.19-20).
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10/12/12

Vire a página

     A dor foi muito grande? Vire a página. Você não consegue esquecer a experiência? Vire a página. Não era para ter acontecido daquele jeito? Vire a página. Você não estava preparado? Vire a página. A noite não vai ter fim? Vire a página.
Por pior que pareça, Deus pode te dar forças para você virar a página, desde que você realmente queira isso. Remédios, bebidas e drogas não vão aliviar sua dor, você precisa virar a página. Acredite, algo muito bom pode acontecer em sua vida, não para fazer a dor que você passou deixar de existir, isso não, ela sempre estará guardada em algum canto do seu coração. Contudo, o que pode vir te dará forças para olhar para outra direção, para seguir em frente e virar a página.
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Te agradeço Senhor pelas pequenas coisas

     Sei que Deus fala de maneiras diferentes, em momentos e com as pessoas, entendo que atualmente o Espírito Santo tem falado aos cristãos com palavras de encontro e consolo fortemente emocionais, oferecendo o abraço, o apoio de Deus, e acima tudo, declarando que Deus faz o impossível, que ele faz milagres.
Nessa ótica, a visão das músicas cantadas nas igrejas exalta a atuação poderosa de Deus, dando o que os homens não podem ter, fazendo o que eles tanto desejam e não podem fazer. Acredito que seja isso que essa geração precise ouvir... acredito...
Contudo, e esse é o desejo de um cinquentão que se converteu nos anos 1970, sinto falta de músicas cristãs que simplesmente agradecem a Deus por Ele existir, por Ele cuidar de maneira fiel e tranquila das vidas de seus filhos. Sinto falta de um louvor que agradeça, não pelos milagres poderosos que foram realizados no deserto, mas simplesmente porque a figueira deu fruto, na terra de Canaã.
Sinto falta de uma simplicidade madura, realista, nos louvores, fruto de corações agradecidos pelas pequenas coisas. Sinto falta de encontros emocionais mais nivelados, onde o racional também é abençoado, encontros que permanecem muito tempo no coração, visto que falam de maneira profunda a homens espirituais e não somente aos jovens da fé.

Segue uma das passagens mais poéticas da Bíblia, define exatamente o clima dessa reflexão:

Quando eu o ouvi, meu ventre se comoveu, meus lábios tremeram diante do seu ruído; a fraqueza entrou nos meus ossos, os meus passos vacilaram; aguardarei em silêncio o dia da angústia que há de vir sobre o povo que nos oprime.
Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas videiras; ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado do estábulo e não haja gado nos currais; mesmo assim, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força! Ele fará os meus pés como os da corça e me fará andar sobre os meus lugares altos.
Ao regente de música. Para instrumentos de cordas.

Habacuque 3.16-19
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09/12/12

Cristianismo: testemunho pessoal

    Toda a Bíblia é pessoal, o Evangelho é pessoal, Deus é pessoa e se relaciona com o indivíduo, em nenhum momento da revelação do Deus verdadeiro se viu a ideia de que Ele é algum tipo de manifestação energética, de influência positiva, de força existente na natureza e no universo, repito, Deus é pessoal e não uma coisa.
Isso deixa claro que comunhão com Deus se faz através de amizade, de caminhar junto, é um conhecimento, não somente de si próprio, mas dEle, não somente uma ligação que tem como consequência o autocontrole e a vitória sobre a carne, mas isso tudo é possível à medida que Deus vive na pessoa, caminha através dela, realiza o seu reino no homem interior dos seres humanos, o tanto quanto isso for possível.
Sendo assim, Jesus trabalha em nosso coração, naquilo que temos de mais íntimo, privado e pessoal. O cristianismo não é filosofia para entreter a mente, ciência para saciar a sede de entendimento, meditação para devaneio do espírito, antes de tudo isso ele é remédio. A ênfase não está em explicar e “viajar” na doença, mas em oferecer a cura para a alma.
Portanto é impossível não ser pessoal quando compartilhando Jesus. É preciso se desproteger, se revelar, para poder testemunhar de Deus. Pregador, antes de dizer aos outros, o que eles precisam fazer, fale do que Deus fez em sua vida. Um testemunho real vale mais que mil ensinamentos de sabedoria, mas faça isso de maneira pessoal.
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08/12/12

Liderança espiritual do marido

          Os tempos são outros, hoje homem e mulher trabalham, o sustento financeiro de uma família vem de ambos. A mulher também conquistou o direito de ser um ser humano independente, o que faz com que a relação de marido e esposa seja de parceria, onde ambos têm direito à opinião, sendo a decisão final tomada em consenso. Contudo, o homem ainda tem um papel de liderança espiritual na família.
Dele deve partir, como responsabilidade, a iniciativa para servir a Deus, para participar de uma igreja, para ensinar esposa e filhos sobre a Bíblia e o caminho de Jesus. Isso de maneira alguma representa qualquer espécie de machismo, é apenas uma questão de hierarquia, hierarquia estabelecida por Deus. Se o lar é uma pequena igreja, o marido é o pastor, que dará satisfação a Deus sobre como liderou suas ovelhas, esposa e filhos.
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Culto: cada segundo dele é importante

  Eu acredito que seja impossível participar de um culto na igreja sem ser abençoado, sem aprender alguma coisa, sem ouvir a voz de Deus. Para que isso aconteça, pelo menos uma de duas coisas deve acontecer: você querer ouvir a voz de Deus e a igreja se colocar como a voz verdadeira de Deus. Agora como Deus fala, isso pode variar.
Pode ser através da palavra, da pregação principal, seja ela ministrada por um experiente pastor ou por um irmão mais leigo, seja através das palavras secundárias compartilhadas pelos irmãos, pelo louvor, por um testemunho. Contudo, Deus pode falar através de uma frase dita por alguém dentro do templo, em ocasiões variadas.
Pode ser um verso de uma música, um versículo, que não seja o tema da pregação, e principalmente uma revelação percebida durante qualquer ocorrência durante o culto. Se houver seriedade da igreja e por nossa parte, atenção, cuidado, temor, Deus falará.
Portanto, não perca um segundo, quando no templo vigie, preste atenção à voz do Espírito Santo, evite brincadeiras desnecessárias, conversas paralelas, principalmente enquanto alguém estiver usando o púlpito. Tenha certeza, Deus sempre fala com você durante um culto.
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07/12/12

Humildade para estar casado

    Aos casados: chega um momento, infelizmente na maioria das vezes depois de muito sofrer, que decidimos que queremos viver juntos, que queremos trabalhar juntos, que os filhos merecem uma relação harmoniosa dos pais, sim, decidimos isso conscientemente já que por muito tempo podemos estar juntos, mas no fundo, e na prática, estar separados.
Quando decidimos isso, crescemos de verdade, amadurecemos, passamos a perdoar o companheiro, a ter mais paciência, a parar de trocar o amor pela vitória egoísta de um ponto de vista, bem, quando acontece isso a paz passa a ser mais importante que tudo. Só quando decidimos isso é que o casamento passa a valer, passa a existir de fato, como em tudo na vida, é preciso humildade para viver junto.
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Inveja: admita-a e deixe-a

    Inveja pode ser um pecado difícil de ser perdoado porque a maioria das pessoas simplesmente não admitem que a têm, sem confissão, não há perdão. Admita, entenda que isso também não é assim um bicho de sete cabeças. Transforme a inveja ruim em algo bom, no sentido de não odiar alguém por ter algo que você não tem. Antes, quando reconhecer a bênção do outro, agradeça a Deus por isso, então peça, com fé e com humildade, que Deus também te dê essa bênção. Lembre-se: Deus quer abençoar a todos, todos mesmo!
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06/12/12

Fala profeta!

    Deus dá a seus filhos, a seus filhos, dons espirituais, alguns deles são a profecia, a sabedoria e o conhecimento. Eles vão além da inteligência, da intelectualidade, do bom senso, essas, boas virtudes, mas qualidades da alma humana. Mesmo os que não são filhos de Deus as possuem, e mesmo os filhos de Deus podem ter essas virtudes que agraciados por Deus podem ser bênçãos, contudo ainda assim não são os dons espirituais que Paulo se refere em I Coríntios 12.
Acredito que um fator importante para discernirmos se a manifestação é dom do Espírito Santo é que se é de Deus sempre abençoa, sempre constrói, sempre casa com a realidade, mesmo que seja uma exortação dura e revele coisas ruins. A palavra de Deus é sempre de amor e sempre se cumpre. Se você tiver um dom, use-o, sem medo, não espere que as pessoas concordem ou gostem, mas faça sua parte.
"Mas se o atalaia não tocar a trombeta ao perceber a espada vindo, e o povo não for avisado, e a espada vier e ferir alguém, este terá sido ferido por causa da sua maldade, mas considerarei o atalaia culpado por aquela morte." (Ezequiel 33:6).
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O que você vê quando você olha?

    "A candeia do corpo são os olhos. Quando os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso, mas, quando forem maus, o teu corpo será repleto de trevas.” (Lucas 11.34). O que você vê quando olha? Vê o lado bom, procura paz, deixa pra lá o erro, as imperfeições e admira o que há de melhor, de bonito?
Muitas vezes falamos uma coisa, mas sentimos outra, e sentindo assim, vemos diferente. Nossa boca pode até falar de Deus, de bênção, de milagre, mas nosso coração está desconfiado, amargo, incrédulo. Um coração assim olhará errado, esse olhar revelará na face todo o desgosto que existe pela vida.
Quem tem a oportunidade, o privilégio e a responsabilidade de estar num púlpito, pregando e ensinando a palavra de Deus, pode vislumbrar muitas coisas. Se percebe os vários olhares, alguns atenciosos, que sentem as palavras em suas almas, que acompanham o púlpito com muito cuidado. Outros distantes, com o coração longe, outros com desdém, desconfiados do que lhes é falado, esses olham o homem e não veem o profeta, enxergam a carne, mas não aprendem do Espírito. Outros ainda, nem olham, leem outra coisa, conversam, riem, até zombam.
Quem olha com gentileza, que enxerga com misericórdia, quem presta atenção com benevolência, é porque possui um coração bom. Olhos bons são consequência de um bom coração, e esse terá na boca palavras realmente boas, palavras de esperança, palavras de amor, alguém assim é coerente, vive realmente na luz. Quem olha certo sempre vê a Deus, a sua graça, a sua misericórdia, quem vê Deus sempre acha a felicidade e a paz.
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05/12/12

Fale em línguas estranhas!

    Crente, você já falou em línguas estranhas hoje? Deixa o Espírito Santo consolar teu coração com o poder sobrenatural de Deus, não fique tentando manter a paz de sua alma, sozinho, isso não é necessário e nem possível. Jesus foi, em carne, mas deixou-nos o consolador para que ele nos ajudasse no caminho desse mundo.
Fale em mistérios, peça a Deus a tradução, derrame-se aos pés de Jesus, depois leia a Bíblia e seja abençoado racionalmente, entendendo o texto, meditando nele.
O alimento de Deus é perfeito e completo, um banquete, tem tudo: entrada, prato principal, água e sobremesa, isso para que você possa viver uma vida satisfeita espiritualmente. Vivendo assim o Diabo correrá de você, o amor e o perdão serão fáceis, e a paz, abundante. Deus seja louvado!
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Desprender-se do mal

   "Mas em qualquer cidade em que entrardes, e não vos receberem, ao sair pelas ruas, dizei: Sacudimos contra voz até o pó da vossa cidade que fico em nossos pés.” (Lucas 10.10-11a).
O que significa sacudir o pó? É desprender-se de qualquer mal, não levar consigo qualquer ódio, injustiça, rancor, mau entendimento, significa seguir em paz, sem mágoa, deixar o mal com o mal, seguir bem, mas seguir mesmo, sem qualquer resquício, sem nem o pó.
Quantas vezes levamos não só o pó do mal com a gente, mas sacos e sacos de terra. Se alguém nos magoou, guardamos isso nos coração, e seguimos pesados. O peso atrasa a viagem, adoece o coração, rouba a paz.
A solução é só uma: perdoar e desprender-se, totalmente, e seguir leve e limpo.
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04/12/12

Segurança, mesmo consciente de tempos difíceis

   1ª “Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo.”, Mateus 16:20.
2ª “E mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse; e disse que lhe dessem de comer.”, Marcos 5:43.
3ª “E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lhos proibia, tanto mais o divulgavam.”, Marcos 7:36.
4ª “E admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele.”, Marcos 8:30.
5ª “E, descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos.”, Marcos 9:9.
6ª “E seus pais ficaram maravilhados; e ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido.”, Lucas 8:56.
7ª “E, admoestando-os, mandou que a ninguém referissem isso,”, Lucas 9:21.

Naquele momento, conforme as passagens acima, os milagres deveriam ficar em segredo, tanto quanto possível, senão o fim, que Jesus sabia que teria na cruz, poderia ser apressado. Ele não queria isso por dois motivos: primeiro, porque sabia que Deus tinha o tempo certo pras coisas, e segundo, porque vivendo encarnado, como um homem, Jesus, com todos os temores e cuidados de um ser humano comum, não iria propositalmente para um fim que lhe causasse mal.
Entenda que Jesus não pecou nessa intenção, já que no Getsêmani Ele orou pedindo que se fosse possível que Deus o livrasse do fim que teria, mas Ele estava pronto para cumprir esse fim: “E afastou-se deles a uma curta distância, e, ajoelhando-se, orava dizendo: Pai, se queres, afasta de mim este cálice; todavia, não seja feita a minha vontade, mas a tua. Então apareceu-lhe um anjo do céu, que o encorajava. E, cheio de angústia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como gotas de sangue, que caíam no chão.” (Lucas 22.41-44).
Em Lucas 9.22, após uma das vezes que Ele pediu segredo, ele explica o que aconteceria com Ele, como que justificando porque estava pedindo aquela discrição: “E disse: é necessário que o filho do homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelas autoridades, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, seja morto e ressuscite ao terceiro dia.”. (Mesmo que os discípulos não entendessem o que realmente aconteceria com Jesus, conforme Lucas 9.45.)
Sem tamanho foi a dor que Jesus padeceu, ter que conviver o tempo todo, mesmo em momentos de aparente paz e alegria, com a certeza de que teria que viver um fim terrível de agonia física, psicológica e espiritual, de absoluta solidão e abandono. A certeza de uma dor bem menor nos daria uma vida cheia de ansiedades, de amargura, de frustração, absolutamente infeliz, que poderia “somatizar” em nós tantas enfermidades. Mas a convicção de que Deus estava no controle, de que o objetivo de Deus com a experiência era bom, era maravilhoso, era o de salvar toda a humanidade, essa convicção conduziu Jesus em segurança até o final.
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03/12/12

Comércio na Igreja: Deus se levantará contra

    "Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e revirou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, fazeis dela um antro de assaltantes." (Mateus 21.12-13)
Essa atitude deveria ser tomada hoje em dia, contra tantos que tentam tornar o Evangelho um comércio, comércio de falsa adoração e de falsas palavras, com o objetivo de manipular as pessoas, visando riquezas materiais e glorificação do ego. Às vezes enoja-me o que está sendo feito dentro da chamada Igreja, mas ainda assim Deus tem guardado para si pessoas sinceras, que não se renderam e nem se renderão à vaidade, ao dinheiro e ao inimigo de nossas almas.
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02/12/12

Meias mentiras acompanham meias verdades

     Vai chegar um momento em que as verdades terão que ser ditas por inteiras, ficamos respondendo aos confrontos com meias verdades (que sempre vêm acompanhadas de meias mentiras), com medo de afastar as pessoas de Deus, e as pessoas continuam afastadas mesmo assim. Então que esse afastamento seja porque as pessoas se decidiram diante de uma verdade inteira de Deus, se for assim o Evangelho realmente terá cumprido seu papel de confrontar e causar posicionamento.

"Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante de meu Pai, que está no céu. Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante de meu Pai, que está no céu.
Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.
Porque vim causar hostilidade entre o homem e seu pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra; assim, os inimigos do homem serão os de sua própria família. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim."
Mateus 10.32-37
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01/12/12

A missão do músico do Senhor

        O Espírito do Senhor se retirou de Saul, e um espírito mau da parte do Senhor o atormentava. E os servos de Saul lhe disseram: Há um espírito mau da parte de Deus te atormentando; Senhor nosso, dá ordens a teus servos que estão na tua presença, que tragam um homem que saiba tocar harpa; e quando o espírito mau da parte do Senhor vier sobre ti, ele tocará a harpa, e te sentirás melhor.

        Então Saul disse aos seus servos: Procurai um homem que toque bem e trazei-o a mim. Um dos jovens respondeu: Conheço um dos filhos de Jessé, o belemita, que sabe tocar bem; ele é forte, destemido, guerreiro, mestre nas palavras e de boa aparência; e o Senhor está com ele. Então Saul mandou dizer a Jessé: Envia-me teu filho Davi, o que cuida das ovelhas. Jessé pegou um jumento carregado de pão, um cantil cheio de vinho e um cabrito, e os enviou a Saul por intermédio de seu filho Davi. 

        Assim Davi veio e se apresentou a Saul, que se agradou muito dele e o fez seu escudeiro. Então Saul mandou dizer a Jessé: Deixa Davi continuar me servindo, pois eu me agradei dele. Quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi pegava a harpa e a dedilhava; então Saul sentia alívio e ficava melhor, e o espírito mau se retirava dele. 

I Samuel 16.14-23
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Adoração Instrumental: introdução ao improviso de adoração

O que eu chamarei, a partir de agora, de “adoração instrumental”, não é simplesmente fazer o acompanhamento instrumental para hinos e cânticos, também não é executar hinos e cânticos no instrumento, enquanto a pregação da palavra está sendo feito, é mais que isso. Em primeiro lugar é importante que se entenda qual é o trabalho do homem e qual é a função que somente Deus pode desempenhar. A eficácia de como somos usados, depende inicialmente das ferramentas que temos. Essas ferramentas, aprendê-las, é algo humano, claro, sempre feito debaixo da graça de Deus, mas é um trabalho que compete a nós.
As ferramentas dos músicos são as técnicas, não somente a leitura do código e a destreza nas teclas, cordas, sopros e baquetas, peculiares aos músicos que somente leem partituras, mas também são os clichês harmônicos, rítmicos e melódicos, que um músico que tem a facilidade para pegar a música de ouvido, possui. Esses clichês são colecionados à medida que se estuda e que se ouve, principalmente, música de qualidade, as raízes da arte musical, mais dos que as misturas e fusões de estilos, que já são releituras.
Bem, de posse de todas essas ferramentas, podemos usá-las. Na música instrumental, o jazz, o blues, o soul, dentre outros estilos, são linguagens que se prestam à música de improviso. Utilizar clichês mais sofisticados, no tempo e no lugar certo, dará à improvisação qualidade e originalidade. Música de improvisação, o jazz, por exemplo, costuma-se dizer que é música para músicos, só os profissionais, na maior parte das vezes, conseguem ver relevância e desfrutar da criação feita em tempo real. Com certeza, esse é o tipo de música é mais prazeroso para aqueles que tocam, e sim, elas honram ao homem, já que o colocam no limite de sua inventividade. É claro que na hora e no lugar certos, não existe nada de errado com isso.
Contudo, e isso tenho descoberto há alguns anos, essa improvisação pode ser usada na adoração, então o instrumental passar a ser mais que acompanhamento para o vocal, mas adoração em si, podendo ser usado de forma poderosa e eficaz para exaltar a Deus, liberar o Espírito Santo, derramar a poderosa presença do Senhor sobre as pessoas. Mas como separar improvisação instrumental, jazz, de adoração instrumental, ferramenta espiritual?
Quem primeiro fez isso, nos tempos modernos, e ainda faz até hoje, foram os negros das igrejas evangélicas norte-americanas. O blues e o soul nasceram dessa “spiritual music”. Contudo, podemos acrescentar a esses estilos americanos, o estilo de cada região e país. Mas é importante que se saiba que essas técnicas, são apenas ferramentas. Elas somente poderão ser usadas para a adoração quando o músico, munido de todas essas ferramentas, tiver uma real experiência de conversão, consagração e batismo no Espírito Santo.
Tentarei agora dar algumas dicas práticas de como utilizar a improvisação musical na adoração, usarei termos que serão entendidos por músicos com algum conhecimento teórico, portanto, perdoe-me pelos termos técnicos.
Os intervalos musicais e as escalas criam climas emocionais diferentes e bem definidos. A maneira mais simples de entender isso é ouvindo duas tríades (acordes de três notas), uma maior e uma menor (a diferença está no terceiro grau desses acordes, na maior, o terceiro grau é maior, na menor, o terceiro grau é menor). Qualquer pessoa com o mínimo de cuidado sensitivo (não usei o termo talento, pois acredito que todos têm capacidade para sentir a música, como acontece com a arte em geral, nem todos podem entender, mas todos podem sentir) perceberá que a tríade maior passa um clima de alegria, enquanto que a tríade menor, um clima de tristeza, de melancolia. A mesma coisa, em termos de notas soltas, ocorre com a escala diatônica maior e com a menor.

(J. S. Bach (músico alemão, cravista, organista, compositor, cantor, regente e criador de instrumentos, Eisenach, 31 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750) fez um estudo minucioso dos 24 tons, 12 maiores e 12 menores, compartilhando esses vários climas que escalas diferentes criam, essa experiência está registrada nos livros Cravo Bem Temperado, volume 1 e 2, veja mais sobre isso no link).
Contudo, os acordes não se limitam às tríades, depois disso temos as tétrades, onde o sétimo grau, menor e maior, é adicionado. Depois podemos diminuir o quinto grau, acrescentar a nova, a décima primeira, a décima terceira, e assim vai. Multiplicam-se as possibilidades de acordes e os climas que eles criam. Isso tudo organizado em cima de escalas e de progressões, fabricam frases musicais que reunidas criam uma música.
Esse conhecimento técnico e sensorial da musical, debaixo do poder do Espírito Santo é que pode produzir uma adoração instrumental. Veja que sem uma experiência poderosa com o Espírito Santo de Deus, repito, sem um temor do Senhor, sem estar num espírito de oração e de consagração, a técnica de improvisação será somente jazz. Contudo, temos experimentado nesses últimos dias aqui nas igrejas evangélicas brasileiras, esse tipo de ministração para acompanhar a palavra pregada. Nessa função acrescentamos à adoração instrumental mais uma característica: sincronismo com a palavra que o Espírito Santo está pondo na boca do pregador, obviamente, sincronismo espiritual.
Não existe qualquer espécie de competição ou de predominância da música, ela caminha junto com a palavra pregada, como caminham o dom de línguas estranhas e o dom de tradução dessas línguas. Eu me encorajaria a dizer que a música poderia ser a “língua estranha”, a linguagem mais emocional, de mistérios, e a palavra, a sua tradução. Nessa ótica confundem-se e se mesclam, causa e consequência, assim como a música responde à palavra, a palavra é inspirada pela música. Bem, quem é glorificado e compartilhado, de maneira maravilhosa neste contexto, é o Espírito Santo de Deus. As pessoas são abençoadas com uma interação completa entre emoção, razão e espiritualidade.
O grande segredo é fazer o instrumento conversar com as pessoas, responder musicalmente aos apelos e ênfases da pregação. Quando o clima for de derrota, de tristeza, usamos, por exemplo, escalas e acordes menores, quando for de alegria, escala e acordes maiores. Quando a palavra evoluir, expressando uma situação onde Deus atua e a condição melhora, podemos subir de tom, ou simplesmente de altura. O reforço de notas graves mais espaçadas, e o uso de repetições rápidas de notas agudas, também podem servir para aprovar um clima criado pelo Espírito Santo.
Algumas progressões, simples e repetitivas, também podem acompanhar determinados ambientes que o Espírito está criando pela palavra, como ficar transitando entre os acordes no II grau menor e no III grau menor, criando uma tensão temporariamente não resolvida. Não é preciso tocar uma música inteira, apenas as progressões de acordes. Na verdade, na minha experiência, a harmonia tem prioridade sobre a melodia, já que a melodia está sendo feito pelo solista que é o pregador.

A simples execução de intervalos também pode recriar musicalmente o ambiente que o Espírito Santo está produzindo. Uma 3ª maior que evolui para uma 4ª justa, depois para uma 5ª justa, podem bastar para acompanhar o clima, isso feito através de arpejos. Usei aí o termo certo: recria e não disputa ou atrapalha. É claro, como já disse antes, quando a interação é prefeita, causa e consequência, palavra pregada e música que acompanha, se misturam, e um passa a inspirar o outro.

O instrumentista, porém, quando tocando com o pregador, nunca deve perder a visão de acompanhador, a mesma coisa acontece quando alguém está traduzindo línguas estranhas. Como em tudo na casa Deus, deve haver ordem e decência, orientadas pela sabedoria do Espírito Santo.
Mas o que o instrumentista, na verdade, está fazendo, é dizer um amém, um “glória a Jesus”, um “obrigado Senhor” ou um “tenha misericórdia de nós, oh Deus”, através das sonoridades de seu instrumento. Aquilo que ele poderia dizer com os lábios, diz com seu instrumento musical, a música se torna apenas um eco, um reflexo. Por isso é prioritário que antes de músico ele seja um adorador, um instrumentista espiritual, já que a música será apenas um eco daquilo que ele está deixando que o Espírito Santo fale em seu coração. Adorar instrumentalmente é falar em mistérios através das notas musicais.
Na experiência que tenho tido com o Espírito Santo, também tenho sentido que os encadeamentos e tipos de acordes podem ser simples, certas sofisticações, principalmente de acordes diminutos, não são usadas com tanta frequência. Por outro lado, o baixo pedal, manter uma nota mais grave enquanto os acordes variam, também é um recurso interessante e eficaz.
Tentei dar algumas dicas práticas, mas não tentei definir fórmulas, isso não é espiritual, isso poderia ser manipulação emocional. O segredo é estar no Espírito, manter-se ligado a Deus, prestando muita atenção à pregação, e então dar liberdade aos dedos e ao coração para experimentar emocionalmente a palavra que está sendo ministrada.
Esse texto é um material introdutório sobre o assunto, e concordo que se trata de um assunto extremamente subjetivo. Seu entendimento só será feito diante de uma experiência real, o ideal é estarmos ao vivo, num mesmo lugar, em oração, “tangendo nossas harpas” e assistindo o mover do Espírito Santo através da boca dos homens e da sonoridade musical.
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