27/12/19

Jesus, acima de todo poder

      “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouroEfésios 1.20-21

      Nesta quinta parte do estudo sobre Jesus, cinco reflexões sobre o que o novo testamento fala a seu respeito. O texto inicial do apóstolo-teólogo Paulo coloca Jesus como o altíssimo, isso é definitivo para entendermos a excelência da obra de salvação de Cristo como seu poder maior sobre tudo, em todos os planos e tempos. Vou levantar aqui uma ideia com a qual nem todos os cristãos podem concordar, na verdade isso não faz muita diferença, mas vamos lá. Penso que muita coisa é proibida na Bíblia não por não poder ser realizável, não por não ser possível (já que se fosse impossível nem precisaria ser proibida), mesmo não por não ser verdadeira, mas simplesmente por ser desnecessária, perda de tempo, assim como perigosa e que pode expor as pessoas a riscos tão grandes quanto desnecessários. 
      Uma dessas coisas é a comunicação com o mundo espiritual, e não me refiro a orar expulsando demônios, essa pode ser a única coisa que a Bíblia nos autoriza a fazer com relação aos seres espirituais, e que basta. Sobre o diabo é necessário saber só que devemos evitá-lo e que podemos expulsá-lo no poder do nome de Jesus. Contudo, magos, esotéricos orientais, e principalmente a Cabala judáica, o esoterismo ocidental, que se propõe através da árvore da vida e suas dez sefirotes a comunicar-se com seres espirituais de todos os tamanhos e qualidades. Isso é mentira? Bem, em se tratando de fazer aquilo que a Bíblia orienta a não fazer, verdade e mentira se confundem, possuem limites tênues entre eles, e há de se ter muito preparo, conhecimento e trabalho para se chegar a algum lugar, ainda que seja um lugar abaixo do altíssimo. 
      Creiam, de tudo o que já estudei sobre religião e espiritualidade, Cabala foi a que mais me “perturbou“, mas como diz um princípio esotérico, “quando o discípulo está pronto o mestre aparece”, assim esse conhecimento não é pra qualquer um, aconselho veementemente que ninguém se aproxime dele, a não ser que esteja pronto, todavia, os que estão prontos são justamente os que mais podem ser enganados pelas astúcias mais sofisticadas do mal. Contudo, para que buscar supervisores, sub-gerentes, gerentes, diretores, vice-presidentes e presidentes, quando se pode ter contato direto com o dono da empresa, com o altíssimo? Como eu já disse aqui, altíssimo é meu adjetivo divino favorito, justamente por colocar Deus acima de tudo, mesmo de todas as sefirotes da árvore da vida cabalista estudada pelos que se acham os magos mais superiores e poderosos. 
      Por isso depois que se tem uma experiência real com Jesus nada mais interessa, basta, satisfaz, ilude, mas para isso é importante que se tenha uma experiência de fato e plena com Jesus, não só com religião e com os homens, indo muito além em oração, estudo bíblico, adoração, fé e comunhão com o Espírito Santo. Por Jesus temos acesso a Deus na luz, nela não existem enganadores, ardilosos, entidades com segundas intenções, Deus é puro amor, plena santidade, excelso poder, acima de “todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro“. O que vou dizer agora também não será entendido por qualquer um, mas podemos abrir mão de algumas coisas na Bíblia, de leis que o evangelho já superou, de preconceitos que o Espírito Santo não tem, mas jamais de Jesus.
      Depois de cumprir sua missão como homem salvador Jesus foi colocado num lugar especial e único, o mesmo que ele esteve desde o início dos tempos e do qual pôde criar todas as coisas como o verbo de Deus. Ame a Jesus, adore-o, tema-o, confie nele, entregue-se a ele, limpe-se em seu sangue e tenha autoridade em seu nome, caminhe com ele, ouça-o com atenção, aprenda mais e mais sobre como ele foi como homem, dê prioridade a esse conhecimento mais que a qualquer outro, mesmo bíblico. Quer idolatrar a alguém? Idolatre a Jesus altíssimo. Quer imitar alguém? Imite a Cristo. Deixe pra lá todo resto, podemos aprender muita coisa com muitos homens, mesmo não cristãos, com a sabedoria e a vida de tantos, mas Jesus é especial, ele nunca nos decepciona, Jesus é exclusivo, é o centro a Bíblia pela presença do Espírito Santo em nós para sempre. 

26/12/19

Jesus, centro da Bíblia pelo embaixador Espírito Santo

      “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.Lucas 24.44-49

      Passado, presente e futuro são citados no texto inicial, unindo a Bíblia numa coesão que é o próprio Cristo, assim Jesus deixa bem claro que ele é o rei profetizado no antigo testamento, como temos acompanhado especialmente aqui no “Como o ar...” nessas reflexões de dezembro de 2019. Entre o livro de Gênesis e o de Malaquias, Jesus foi predito em muitos textos do cânone veo-testamentário, preparando não só os judeus, a nação de Israel, mas toda a humanidade para a vinda daquele que salvaria o mundo de maneira efetiva, e não passageira como pela velha aliança. 
      Por que é importante que entendamos isso? Porque as piores heresias não são aquelas que são negações claras de princípios bíblicos, mas são aquelas que colocam princípios periféricos, secundários da própria Bíblia, como seu centro. Essa estratégia herege é mais difícil de se combater porque está dentro do escopo bíblico, é bíblica, mas não é o mais importante, mesmo que seja algo válido para determinado contexto religioso, social ou histórico, não conduz o homem ao centro da vontade de Deus, pode até produzir bons religiosos e respeitados cidadãos, mas não cristãos de fato. 
      Aqueles que acreditam que a Bíblia em sua totalidade é um livro de regras a ser seguido em todos os tempos e lugares são presas mais fáceis dessas heresias, pois podem colocar tudo no mesmo patamar. Quando se dá o mesmo valor para tudo, diminui-se o valor de algumas coisas e aumenta-se o valor de outras. Quem não vê Jesus como o centro pode valorizar demasiadamente a fé, mandamentos da antiga aliança (como o sábado e o dízimo) assim como costumes sociais de um tempo, como diminuição do papel da mulher na família (sem falar de escravatura e sexualidade). 
      Todavia, harmonizando o texto, no final Jesus dá uma última orientação aos seus discípulos, a única que possibilitaria a eles colocar Jesus como o centro: o revestimento com o Espírito Santo. Sem o Espírito Santo é impossível fugir de heresias, elas serão invitáveis, porque mata o cristianismo e o deixa à mercê de interpretações intelectuais e emocionais de homens, ainda que haja sinceridade e diligência humanas, foi assim, é e sempre será. Repetindo o que dissemos aqui por todo o ano de 2019: o único embaixador oficial que Jesus deixou no mundo é o Espírito Santo.
      Não é a Igreja Católica, as igrejas protestantes, nem as evangélicas ou outras, embaixadores oficiais de Cristo, e quem argumenta que isso é algo muito subjetivo, que pode dar direito a qualquer um de dizer que fala pelo Espírito Santo por isso tem que ser ouvido como voz legítima de Deus, que diz isso duvida do próprio Cristo. Pelos frutos somos reconhecidos e quem tem o Espírito Santo dá realmente frutos agradáveis a Deus, que haja então critério de avaliação pela verificação da origem verbalizada, sim, mas casada com a qualidade dos frutos, coerência de palavras e prática. 

25/12/19

Jesus, nos envia em paz

      “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.João 20.19-23

      A passagem inicial talvez seja o relato de um dos momentos mais doces da Bíblia, quando, enfim, pode ter caído a ficha de muitos dos discípulos. Como pode ter sido assim, viverem dia a dia junto de Jesus, conhecê-lo intimamente e a sua missão, e ainda assim duvidarem no final, mas não é isso que acontece conosco hoje em dia também? Temos o Espírito Santo, Jesus está em nós para sempre, provamos de seu amor e de sua luz dia a dia, e ainda assim nós o negamos vez ou outra, ainda assim duvidamos, ainda assim nos apressamos para fazer as coisas do nosso jeito, ainda assim trocamos paz de espírito por qualquer coisa infimamente menor. Somos seres ingratos e injustos, o tempo todo, ninguém se engane quanto a isso.
      Comecemos pelo final do texto, por algo que chama a atenção, “àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos”, Jesus entregou uma autoridade muito grande aos seus seguidores, baseada nisso a Igreja Católica excomunga pessoas, coloca-se no direito de desligar pessoas de uma eternidade com Deus quando elas pecam em um certo nível. Me faço uma pergunta: eu tenho vida com Deus suficiente para poder exercer essa autoridade? A história da Igreja Católica ensina claramente que ela não tem, mas quem tem? Será que os protestantes e evangélicos atuais têm? Meu desejo é passar paz às pessoas, não culpa, é perdoar, não acusar.
      Jesus envia-nos numa missão que nem sempre será entendida, nem sempre faremos amigos obedecendo a Deus, isso é difícil, já que a tendência natural da maioria de nós é viver e deixar viver, não se indispor com ninguém, contudo, nem sempre isso é possível. Mas o texto não é um ensino sobre relacionamento pessoal, sobre a dificuldade que todos temos de conviver com todos, de, ainda que amando e desejando o melhor, gostar de todas as pessoas e estarmos próximos a elas. O texto fala sobre a obra, sobre fazer a vontade de Deus, não nossa, enfim, o texto acaba tocando pontos opostos, paz com Deus e possibilidade de guerra com os homens, que o Espírito Santo nos ajude a entendê-lo e a praticá-lo. 
      Voltemos ao início do texto inicial, trancados, reunidos mas amedrontados, Jesus pôs-se no meio dos discípulos, podemos entender que Jesus apareceu no meio deles, de maneira sobrenatural, a primeira coisa que disse foi, “paz seja convosco”. Jesus é maravilhoso, Deus é bom demais, quando ele de fato nos visita a primeira coisa que sentimos é sua paz, uma paz que nos faz desejar sermos santos, sermos melhores que somos, simplesmente para nos sentir merecedores da paz única de Deus. Na paz de Deus não existe mágoa, vingança, vaidade, só adoração ao Senhor. Mas Jesus teve que mostrar as mãos, que ainda que fossem de um novo corpo espiritual traziam as marcas da crucificação, depois repetiu, “paz seja convosco”.
      Após o reconhecimento inicial, contudo, Jesus revelou aos discípulos qual seriam suas missões agora, depois da paz vem a responsabilidade, a responsabilidade de compartilhar essa paz com outros. Mas além do dever eles receberam direitos, em primeiro lugar de terem o Espírito Santo, que nessa ocasião foi soprado sobre eles, mas que só desceria oficialmente sobre a Terra depois, quando Pedro inauguraria a igreja pregando em Jerusalém. A paz e o Espírito Santo é tudo o que precisamos para obedecer a Deus, paz vem pelo perdão que santifica, unção vem pela santidade. Os que querem ter unção sem santidade experimentam paixão humana, mas não o genuíno mover do Espírito Santo, esse só enche vasos limpos. 

24/12/19

Jesus, sua morte nos deu vida

      “Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num híssope, lha chegaram à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.João 19.28-30

     Diante do texto inicial, faço uma pergunta: o que achou o diabo nesse momento, que tinha anulado a missão de Cristo? Que tinha vencido a Deus? Como refletimos nas postagens anteriores deste mês, principalmente naquelas sobre os textos de Isaías, a missão de Jesus tinha que ser como foi, e isso já estava revelado em textos antigos do velho testamento. Se já estava revelado que a vitória viria pela morte, pela perda, pela humilhação, e um corpo frágil de um homem comum, por que então o diabo achou que convencendo Judas Iscariotes a entregar Jesus para os líderes judeus e romanos para que ele fosse conduzido à morte poderia de alguma maneira atingir a obra de Deus? O diabo não conhece a Bíblia, se ser humilde e injustiçado cumpriria o plano de Deus, sera mais eficiente para o diabo tentar a vaidade de Jesus e levá-lo a querer as coisas maiores neste mundo, tentando ser um rei um líder político para os judeus no mundo. 
      Mas o diabo fez essa tentação, no deserto, logo no início do ministério de Cristo, então por que parece que ele se esqueceu disso no final? Bem, quanto comecei essa reflexão achei que o diabo, como é comum aos orgulhos prepotentes, teria se perdido, e de fato perdido ele está, em trevas. Mas penso que o inimigo não se esquece do plano de Deus, e ele o conhecia muito bem, o diabo não é burro. Contudo, à medida que aumentou o sofrimento de Jesus, que o deixou sozinho para enfrentar tudo o que Cristo sabia que iria enfrentar no final, Jesus foi mais do que nunca tentado. Pelo quê? Não pelos prazeres materiais, não pela vaidade ainda que legítima de ser um rei político para um Israel oprimido pela invasão romana, mas pela necessidade que todos nós temos de fugirmos da morte, de resistirmos ao sofrimento. 
      Se Jesus tivesse sucumbido no final, revelando-se como Deus e fugido de seu terrível fim, pronto, o plano de Deus para salvar o mundo teria sucumbido e o diabo teria obtido sua vitória. O diabo sabia qua não podia vencer a Jesus, assim ele tentou Jesus para que vencesse Deus, e isso ocorreria se Cristo tivesse se negado a cumprir o plano de Deus até o fim, no final, a última tentação de Cristo não foi a vaidade ou os prazeres mundanos, mas o medo de uma morte muito dolorosa. Não pensem que o diabo fez isso só com Jesus, ele faz isso com todos nós, à medida que nos oferece opções para que não queiramos perder, mas ganhar, não queiramos morrer, mas viver, não queiramos ser humildes, mas célebres, ainda que por motivos legítimos. 
      Cuidado, nunca, nunca subestime o diabo, ele não é burro. Hoje à noite, dia 24 de dezembro, será noite de festa, à meia noite muitos se abraçarão comemorando o natal, que ainda que não seja a data real histórica, é a data folclórica, definida pela igreja católica como o nascimento de Jesus. O clima é de alegria, mas ainda assim o Espírito Santo me levou a compartilhar essa reflexão, falando sobre a morte de Cristo e as artimanhas do inimigo. Penso que nos tempos atuais em que vivemos, isso é propício, o momento de festa já passou, meso no natal, próximos eventos finais do mundo, e o inimigo está pondo em prática seu maior e melhor (para ele, pior para os incautos) plano, sua estratégia mais enganosa que se possível ludibriaria até os escolhidos, como já está ludibriando a muitos, mesmo cristãos. 
      Neste natal, comemore com alegria o nascimento do salvador Jesus, com família e amigos, mas estejamos alertas, os dias são mãos, no mundo e no Brail, os evangélicos estão tendo a chance que muitos tanto queriam de terem alguém a seu favor no governo federal. Mas isso não é para o bem, profetizo aqui, nunca foi, e os que queriam e querem evangélicos em cargos políticos se enganam, nunca poderá haver comunhão entre luz e trevas, o mundo já no maligno, aos crentes basta a presença de Espírito Santo, a proteção do Senhor para uma vida digna aqui e o perdão dos pecados para uma eternidade com o pai, não tentemos ter nesse plano poder e influência que não nos foram dados por Deus neste tempo. 

23/12/19

Jesus, voltará para julgar

      “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.” Mateus 25.31-33

      Já foi dito que se Jesus tivesse nascido, vivido, morrido e ressuscitado sem pecado, e não tivesse feito mais nada, sua obra principal já teria sido feita, a humanidade já teria sido salva por ele. Não precisaríamos ter nenhum texto sobre seu relacionamento com as pessoas, seu testemunho de vida como homem, sua sabedoria superior, e muito menos registros sobre os milagres sobrenaturais que ele fez. Muitos podem argumentar, “mas os milagres foram necessários para que ele mostrasse que era Deus encarnado”, sim, foram necessários, para que os incrédulos cressem que ele era Deus, quem crê de fato não precisa ver, como bem aprendeu Tomé. Bastaria a Jesus um único milagre, sua ressurreição dos mortos após o terceiro dia, e lembremos que Jesus disse isso em Mateus 12.39-42, usando o profeta Jonas como figura de seu fim. 
      Mas os evangelhos registraram muito mais que o principal, Jesus fez muito mais que o principal, para o nosso bem. Todavia, o mais importante desses registros deveria ser para nós o ensino de como devemos viver entre os homens e não como podemos fazer milagres e maravilhas. Milagres e maravilhas, repito, ao meu ver, não são para os mais espirituais, ainda que tantos pensem assim, preguem assim e gostem de ouvir que é assim, talvez porque não queiram enfrentar suas realidades com humildade e misericórdia e desejem que seus problemas sejam resolvidos de forma sobrenatural. Sim, pelo menos aos nossos olhos, alguns problemas só parecem ter solução com milagres, e podemos sim, ainda nos tempos atuais, quando a ciência é o maior milagre que pode resolver muitos problemas humanos, experimentar milagres. 
      Contudo, muitos só creem num Deus grande quando veem grandes coisas materiais e sem explicação natural sendo realizadas, querem o Cristo que levanta mortos e não o que perdoa pecados como também nos ensina Mateus 9.4-9. O cristão maduro, entretanto, entenderá que a maior obra que ele pode fazer no mundo é andar com simplicidade e sabedoria, a exemplo de Jesus homem, sendo paciente, perdoador, pacífico, generoso e sempre rápido para amar e ajudar. Mas o que tem a ver a reflexão que fizemos até agora com o texto bíblico inicial? Essa reflexão, até aqui, definiu o que Jesus veio fazer em sua primeira vinda, o texto inicial diz o que Jesus fará em sua segunda vinda, nessa ele não virá mais como homem salvador, mas como Deus. Vários eventos ocorrerão no final, mas o texto inicial fala sobre um julgamento, não para os salvos, mas para os ímpios de todas nações.

      “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.João 3.16-18

      O texto de João 3 ensina que Jesus não julgará os salvos, os salvos não passarão por julgamento. Mas quem são os salvos, quando e como podem ser salvos? Sem fazer um estudo escatológico mais detalhado, também sob certos pontos de vista já que a interpretação dos textos bíblicos sobre o fim dos tempos não é consenso para os teólogos, podemos resumir os eventos assim, em ordem cronológica: arrebatamento, império do anti-cristo, última grande guerra mundial, segunda vinda de Cristo com os arrebatados e mortos em Cristo antes e após o arrebatamento, prisão de Satanás, milênio, soltura de Satanás, outro conflito mundial e trono branco. Após o arrebatamento e no milênio também haverá oportunidade de salvação, infelizmente esses salvos, por não terem colocado suas vidas em ordem no melhor tempo, terão que pagar altos preços para terem lugar na eternidade com Deus.
      A importância de conhecermos, depois da salvação, o que tem de mais importante na primeira vinda de Jesus, é nos prepararmos melhor, praticando as prioridades corretas do evangelho para que possamos usufruir o melhor do plano de Deus, para que possamos amadurecer espiritualmente e estarmos preparados para uma morte física, que não sabemos quando pode acontecer, e para o arrebatamento, que no momento atual também pode ser iminente. O texto inicial se refere a uma vinda de Cristo após o arrebatamento, o arrebatamento não é a segunda vinda de Cristo, nela os preparados serão levados para o céu, mas Jesus não pisará a Terra, isso ocorrerá num outro momento, o texto se refere ao juízo final ou o trono branco, nele serão julgados os que já estão condenados porque não aceitaram a relevância de Jesus como exclusivo e completo salvador. 
      Não sejamos dos que estão condenados, mas também não sejamos os que ainda que frequentem igrejas cristãs, que conheçam a Bíblia e que experimentem milagres, não andam de fato no estreito caminho do evangelho e não estão salvos e preparados para um o melhor de Deus no final. Sempre imagino a cara de muita gente num juízo final, daqueles que zombaram do cristianismo, que arrogantemente se acharam melhores por defenderem causas mundiais como ecologia, conservação das riquezas naturais, tolerância religiosa que na verdade só é tolerância com o diabo. Mas também imagino a cara de muitos falsos cristãos, que fizeram milagres mas não viveram de forma humilde e temente a Deus, que lideraram grandes ministérios, mas só quiseram promoção pessoal e riquezas desse mundo. Que Deus tenha misericórdia de mim, que eu não seja um desses equivocados. 
      

22/12/19

Jesus, a videira verdadeira

      “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.João 15.5

      A palavra chave do ensino do texto inicial é “ligados”, novamente com videira, seus galhos e seus frutos, outra simbologia perfeita do mestre das parábolas e metáforas, Jesus Cristo, que além de tudo tinha uma didática única e eficiente para ensinar aos homens de todos os tempos e lugares a vontade de Deus. Isso é uma das muitas coisas que fazem os textos bíblicos especiais, melhor que qualquer outros textos sagrados, a Bíblia é simples e profunda, ninguém precisa ser mestre ocultista ou teólogo erudito para entender o conhecimento mais profundo sobre o mundo espiritual necessário ao homem para ter comunhão com o altíssimo. 
      Vide é um braço da videira, essa é a árvores que produz uvas, uva é um fruto bastante citado na Bíblia, seus significados podem ser alegria, prosperidade, ligados mais ao vinho no antigo testamento, mas no novo testamento está ligado a Jesus e a seu sangue, que perdoa, que limpa, que cura. A frase “sem mim nada podeis fazer” deixa claro a necessidade que temos de estar ligados a Jesus para que possamos viver o evangelho, isso é enfatizado por dois motivos. Em primeiro lugar porque compromisso com Deus é algo que se firma e se renova todos os dias, em segundo lugar porque temos a tendência de fazer as coisas do nosso jeito e a esquecermos que dependemos de Deus. 
      Quem acompanha o “Como o ar...” sabe que frequentemente digo que o ser humano é limitado para reter a presença de Deus, ainda que ela seja eterna nos novos nascidos, nos salvos, sua interação com nossos sentimentos e pensamentos, e a consequente exteriorização disso por palavras e atitudes, é limitada. Assim, nossa experiência é bem parecida com a do maná que os israelitas receberam durante a travessia do deserto, Deus dava o misterioso alimento todos os dias mas ele não podia ser armazenado, se guardado de um dia para o outro estragava. O Espírito Santo não “estraga”, mas nós podemos estragar com o tempo os sentimentos e pensamentos que ele deixa em nós.
      Tentar acumular experiências antigas pode nos levar à idolatrias e construção de ritos, que depois podem ser usados como tradições mágicas sobre as quais aliamos poder não por ser uma nova experiência com o Deus vivo, mas só por ser uma lembrança, uma encenação de uma experiência velha. Precisamos buscar o Senhor todos os dias para termos novas experiências que nos alimentarão por mais um tempo, assim temos que andar sempre ligados a Jesus, renovando isso todos os dias. Ainda assim temos que resistir à tentação de querer fazer as coisas do nosso jeito, principalmente quando já temos alguma experiência com Deus e algum tempo em igrejas. 
      Os que estão mais em cima são os que são mais tentados e os que caírem de lá despencarão de alturas maiores causando prejuízos maiores, não só para si mesmos, mas também para os outros. Jesus é a videira verdadeira, só ligados a ele permanecemos vivos e damos frutos, doces e que permanecem. Os galhos secos, contudo, ainda que aparentemente ligados à videira, são cortados e queimados, para que novas mudas possam crescer. Eu entendo disso que cristãos de fato salvos não perdem a salvação, mas se estiverem infrutíferos podem ser disciplinados e perderem tempo, terão uma segunda chance mas terão que voltar ao início para que possam frutificar. 

21/12/19

Jesus, o caminho, a verdade e a vida

      “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.João 14.6

      O texto inicial é um dos textos mais emblemáticos da Bíblia, estabelece referências tão absolutas para Jesus que muitos acabam usando-as como álibis para agirem de forma equivocada. Ele é fácil de entender, e vai contra muita coisa que se diz sobre religiões, quando se coloca todas num mesmo patamar. Quando o senso comum diz “todos os caminhos levam a Deus”, Jesus diz, “eu sou o caminho”, não um caminho, não outro caminho, mas o único caminho. Quando o mundo diz, “cada tem tem a sua verdade”, Jesus diz, “e sou a verdade”, assim como com relação a caminho, não, uma verdade, não outra verdade, mas a única verdade. Finalmente Jesus diz, “eu sou a vida”, assim em tudo o mais só existe morte, simples assim. 
      Mas verdades absolutas sempre são mal entendidas, tanto pelos que as querem usar a seu favor, quanto pelos que não gostam delas, não vou falar da casa dos outros, mas da minha casa, e refletir sobre os enganos que muitos cristãos protestantes e evangélicos cometem a respeito. Um grande problema no mundo atual é definir o que é direito e o que é dever de cada um, a tendência do homem moderno é querer todos os direitos e nenhum dever, muitos cristãos também cometem esse erro, ainda mais quando leem na Bíblia, coleção de livros que eles idolatram, textos como o inicial. 
      Muitos pensam assim, “se eu tenho como Senhor aquele que diz ser o caminho, a verdade e a vida, então tenho direito de discordar de quem pensa o contrário e de confrontá-lo em qualquer situação”, contudo, referências assim tão absolutas e poderosas trazem junto dos direitos, deveres, e deveres muito sérios. Talvez uma explicação de porque muitos crentes serem tão estúpidos e, ainda que não verbalizem isso, sejam nos corações prepotentes e intolerantes, seja o fato deles se acharem donos do evangelho, e não serem servos de Jesus, deles usarem a Deus, ainda que achem que estejam sendo usados por Deus. Muitos crentes agem como muitos políticos, sentem-se donos do poder, e não inquilinos dele para servirem a outros, não a si mesmos. 
      Repito o que já disse antes aqui neste espaço, se membros de todas as religiões têm o dever de serem tolerantes, muito, mas muitíssimo mais os cristãos, e aqui nem estou fazendo juízo de valor, mas simplesmente defesa à coerência. Se nós cristãos nos achamos crentes no Senhor do caminho, da verdade e da vida, mais do que ninguém devemos pensar, falar e agir de modo que mostremos que estamos no mais excelente caminho, com a mais alta verdade e no melhor estilo de vida. Essas referências elevadíssimas só nos encarregam de uma mais elevada responsabilidade, isso é dever, não direitos. Que direitos têm de fato os verdadeiros seguidores de Cristo? 
      Em se tratando do viés cristão, da mensagem central de Jesus, do exemplo de vida que Cristo encarnado deu, temos muito mais o dever de perder do que o direito de ganhar, de dar a outra face que responder à injustiça, de andar mais uma milha que de se rebelar contra o cruel, de dar a túnica e mais outras vestes que exigirmos para nós o melhor desse mundo, de morrer para nós mesmos todos os dias para ganharmos a vida eterna. Isso tudo ao invés de invertermos os valores cristãos e nos acharmos melhores para falar, cantar, gritar e argumentar por termos uma fé mais excelente. Jesus é o caminho, a verdade e a vida, deveríamos dizer isso com muito temor, não com arrogância, e se não estivermos de fato preparados para isso, melhor ficarmos calados.

20/12/19

Jesus, o pão da vida

      “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.João 6.51

      Jesus dá a água da vida eterna mas também é o pão da vida. Novamente o evangelho usa de uma metáfora perfeita, comparando plano físico com espiritual, para explicar a eficiência de Cristo em alimentar a alma humana. Esse alimento espiritual, contudo, teve um preço caríssimo, não para nós, mas para Deus pai e Deus filho, Jesus disse que o pão da vida é sua própria carne que seria oferecida na cruz pela vida de toda a humanidade. Isso diferencia o verdadeiro evangelho da visão puramente moral e social que muitos querem dar ao cristianismo, Jesus não foi só um exemplo de amor e tolerância, ainda que tenha vivido um amor e ensinado uma tolerância diferente e maior que qualquer um jamais tenha vivido ou ensinado. Não se prova Jesus só intelectualmente ou mesmo emocionalmente, temos que “comê-lo“.
      Para provar o que de mais poderoso e verdadeiro Jesus tem para oferecer é preciso uma comunhão profunda com Deus, uma fé diferente, numa experiência que só o Espírito Santo pode dar. Para se conhecer o Deus altíssimo temos que “comer da carne” de Jesus, essa simbologia parece estranha, séria? Mas é para ser mesmo, contudo, não é canibalismo, é só um jeito de explicar uma comunhão extrema com Deus, envolvendo todo o nosso ser, como quando comemos algo. Ao se comer um pedaço de pão ele é destrinchado em pequenos elementos, de modo que os melhores elementos desse alimento permanecem em nós, nosso organismo os aproveita para se manter em funcionamento, ainda que alguns outros elementos sejam jogados fora. O pão espiritual da vida que é Jesus, se for de fato o genuíno pão da vida, é aproveitado por inteiro, na íntegra, ele é totalmente excelente e exclusivo. 
      Isso nos ensina também que o cristianismo não é para ser olhado, mesmo admirado ou elogiado, e também nunca pela metade ou superficialmente, ele precisa ser digerido pelo nosso ser, sentido pelas nossas emoções, pensado pelo nosso intelecto, assimilado pelo nosso espírito, só assim fará o efeito proposto por Deus, só assim nos alimentará espiritualmente. Alimentados não temos mais fome, quando comemos do pão da vida que é Cristo não temos mais necessidade de outros alimentos, de outras crenças, de outras práticas, religiosas ou espirituais. O cristão de verdade tem no evangelho puro tudo o que precisa, por isso, ainda que possa conhecer muitas coisas, não precisará de nenhum outro alimento para estar espiritualmente vivo. Bendito seja Deus que nos deu o pão da vida que é o Cristo, Jesus, nosso salvador. 

19/12/19

Jesus, a água da vida

      “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.João 4.14

      Nesta quarta parte do estudo sobre Jesus, oito reflexões sobre seu ministério, os vários títulos que ele recebeu nos evangelhos. Comecemos por Jesus sendo o que dá uma água diferente, a água da vida, mas mais que isso, ele mesmo é a própria água da vida. Água natural é fundamental para que o ser humano e outros seres sobrevivam, contudo, esse líquido precioso, superior a qualquer outro, ainda que possa ser misturado e usado para vários fins, para desempenhar sua melhor função deve ter certas características. 
      A coisa mais fantástica e reveladora sobre as melhores características da água é que ela é melhor quando é mais transparente, mais sem gosto, mais sem cheiro, resumindo, sua pureza reside em sua limpa discrição, em sua natureza sem aditivos artificiais, nada além daquilo que o melhor da natureza pôde produzir. Sim, sucos são deliciosos, adoçar e misturar à água outros sabores produz bebidas gostosas, contudo, quando estamos com sede, o que mais nos satisfaz é a água, límpida e fresca.
      O diabo, as religiões, os homens, oferecem muitas bebidas para saciarem a sede espiritual do ser humano, algumas mais simples, outras mais sofisticadas, algumas novas, outras envelhecidas, algumas baratas, outras caras, como os vinhos, os destilados, os refrigerantes etc. Só Jesus, contudo, pode dar a pura água espiritual, ninguém mais, e essa bebida nada mais é que a própria presença de Deus vivendo nos seres humanos através do Espírito Santo. Jesus é a água limpa e na temperatura certa, nem congelada, nem fervendo. 
      Essa bênção exclusiva não pode ser comprada, trocada, barganhada de nenhuma maneira e por bem algum, seja material ou espiritual, ela é dada gratuitamente por Deus quando aceitamos Jesus como único e suficiente salvador e Senhor, e então recebemos a moradia eterna do Espírito do altíssimo em nós. Essa água é poderosa, ainda que sejamos limitados para rete-la, visto que temos que tomá-la todos os dias na vida encarnada, ela nos dá o gosto da eternidade e muda nossas vidas para sempre. 
      Depois que provamos da água de Jesus pela primeira vez voltamos a ter sede? Sim, voltamos, enquanto no plano físico sempre teremos uma sede insaciável em nossas almas. Mas o texto inicial diz que não teremos mais sede? Não temos sede enquanto seu efeito está sobre nós, e sentimos uma satisfação única, que nada no universo físico e espiritual pode nos dar. Contudo, o efeito é temporário, para que andemos dependentes do Senhor sempre, é assim porque é providência divina, e é assim a partir do momento que provamos da árvore do conhecimento do bem e do mal.
      Todavia, e esse é o grande diferencial da água da vida de Cristo, depois que provamos dela pela primeira vez nunca mais acharemos satisfação em outro líquido, seja ele qual for. Depois que o gosto da vida eterna entra em nossos espíritos eles desejarão dessa água para sempre, nunca mais acharão prazer maior, sentido de vida, em outra bebida espiritual ou material. A água de Jesus não só mata a sede, mas transforma o espírito, que adquire nova vontade, a vontade de ser igual a Jesus. 
      Isso é a razão de porque os realmente novos nascidos, convertidos, selados com o Espírito Santo, podem passar por muitas coisas nesta vida, errarem muito, mas nunca de fato se desviarão, ou pararão na fé, como dizem outros, ainda que não façam parte de igrejas e denominações sempre acharão na comunhão do Senhor o melhor lugar para se estar. A verdadeira água da vida de Cristo jorra para a eternidade, dá frutos de justiça que durarão para sempre, e que levarão o homem sempre para mais perto de Deus. 

18/12/19

Jesus, o cordeiro de Deus

      “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1.29

      Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, toda a vontade de Deus para os homens está resumida nessa frase. Entendê-la é entender o evangelho, entender o evangelho é entender a Deus, e não só mais uma religião ou conceitos morais de tolerância, justiça e amor cristãos. Se a relevância da palavra cordeiro não for entendida, não haverá salvação, assim não haverá consciência de pecado e muito menos o direito de se ter a presença do Espírito Santo. Sem o Espírito Santo não há luz, não há verdade, não há espiritualidade, ainda que haja moralidade, experiências com seres espirituais e conhecimento profundo de doutrinas, de teologia, de textos sagrados etc. 
      Fico imaginando João Batista, exercendo seu ministério, pregando, batizando, com coragem, em alto e bom som, ver Jesus se aproximar e dizer a frase acima, sem perder seu tom, sem se sentir menor, mas ainda assim declarando a importância e excelência do messias. Ele sabia exatamente o que a frase significava: os homens não precisarão mais sacrificar animais cordeiros, de tempos em tempos, para receberem purificação de seus pecados, bastará a eles que aceitem a Jesus como o cordeiro de Deus, que tirou os pecados de todo o mundo uma única vez com sua morte na cruz. Mas mais que isso, sua ressurreição e partida autorizará a vinda do Espírito Santo que morará para sempre nos corações dos salvos. 
      Quem não sente dor pelos próprios pecados, não quer deixá-los, mas quem quer deixá-los entenderá que só através de Jesus isso é possível, e quem aceita Jesus como o cordeiro de Deus que tira o pecado, recebe o Espírito Santo e passa a ver tudo de maneira diferente. Não, isso não é feito por doutrinação em igrejas através de homens, os homens ajudam, são usados, mas quem faz a obra transformadora e real é o Espírito Santo, quem entende o mistério de Cristo, o cordeiro de Deus, prova isso. Jesus, na simbologia do cordeiro animal da antiga aliança, foi o cordeiro puro oferecido sem mácula para morte, só ele, mais ninguém, teve essa experiência, tem esse poder, e pode salvar o mundo. 

17/12/19

Jesus, filho amado em quem Deus se compraz

      “Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Mateus 3.13-17 

      Até Jesus foi batizado por João Batista, novamente, até Jesus passou por rituais humanos, sociais ou religiosos. Contudo, Jesus reconheceu, na experiência do batismo nas águas, a palavra de um revolucionário, que pregava algo diferente da religião judaica tradicional, ainda que os textos dessa religião já haviam profetizado sobre João e sobre Jesus. Jesus sempre soube o momento de dizer não aos homens para dizer sim a Deus. Em termos técnicos, não existe ministério de João Batista e ministério de Jesus, ambos eram um, com uma introdução, um processo e um fim, João Batista era a introdução do maravilhoso ministério da nova aliança que nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo estabeleceria. 
      Deus pai, contudo, em sua maravilhosa sabedoria, em sua harmoniosa forma de trabalhar a revelação de sua vontade aos homens, permitiu que o Espírito Santo, de forma material visível, como uma pomba, descesse sobre Jesus durante o batismo nas águas. A metáfora encontra o real simbolizado, o material acha o espiritual, João Batista batiza Jesus, o Espírito do pai paira sobre Jesus (Jesus já era cheio do Espírito desde seu nascimento), o altíssimo aprovando tudo diz: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo.“. Que palavra maravilhosa, felizes os que a testemunharam pessoalmente, mas mais bem-aventurados nós hoje, que não vimos, mas cremos e recebemos o Espírito Santo. 
      Ah se os judeus oficialmente tivessem entendido o recado, se tivessem crido que Jesus era o messias predito em seus textos religiosos, se ao invés de invejarem a autoridade legítima do filho, tivessem glorificado o pai e recebido a salvação que só Jesus pode dar. Mas tudo estava predito, mesmo a perseguição, a injustiça, que fariseus e outros líderes deram a Cristo. O pior não é o justo ser perseguido pelo mundo, ou mesmo por seguidores, muitas vezes de conhecimento raso de suas doutrinas, o pior é o justo ser perseguido pelos líderes, que se dizem conhecedores profundos de sua religião, os que mais deveriam honrar aquele que só está fazendo a vontade do pai, o Deus que tais líderes dizem seguir. 

16/12/19

Jesus, batiza com o Espírito Santo

      “E João andava vestido de pêlos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.Marcos 1.6-8

      Para que uma palavra tão espiritual fosse entregue foi preciso que um homem absolutamente desprendido dos valores materiais a entregasse. O texto inicial estabelece um antagonismo muito forte, descreve um homem rude, um ermitão excêntrico, como dissemos nas outras reflexões, “vestido de pêlos de camelo e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre”, que revelava que os homens seriam batizados com o Espírito Santo de Deus, a essência do divino espiritual, Espírito que permaneceria no homem salvo para sempre. Um homem mau vestido e alimentado de forma natural no deserto, anunciava uma comunhão eterna entre o pai espiritual com a humanidade, é realista, é espiritual, é poético, é exclusivo do ministério de João Batista, mas revela o centro do melhor da vontade de Deus para os homens. 
      Mas se João Batista precede Jesus, isso não seria uma lição nos ensinando que só achamos Jesus de fato depois de nos colocarmos primeiramente como João Batista? Que só provamos o melhor do Espírito depois de negarmos a carne em todas as suas facetas? Contudo, muitos querem Jesus sem João Batista, isso é impossível. O resultado só pode ser um falso cristão, um herege, qua ainda acha que a prosperidade dos reis e príncipes do antigo testamento da velha aliança é o plano de Deus para os homens debaixo da nova aliança, seguindo mentiras como a teologia da prosperidade e outros triunfalismos materiais, não o genuíno evangelho espiritual de Jesus. O batismo em água (ou com água) de João, constituía uma metáfora do batismo no Espírito Santo (ou com o Espírito Santo) que Deus nos daria através de Jesus. 

15/12/19

Jesus, salvação de Deus

      “Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; Segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Todo o vale se encherá, E se abaixará todo o monte e outeiro; E o que é tortuoso se endireitará, E os caminhos escabrosos se aplanarão; E toda a carne verá a salvação de Deus.Lucas 3.2-6

      Nesta terceira parte do estudo sobre Jesus, quatro reflexões sobre o ministério de João Batista relatado nos evangelhos. No início eu ia colocar essas reflexões na parte das reflexões sobre o ministério de Jesus, sobre o início do ministério, contudo, João Batista é especial demais para não merecer uma parte mais específica nesse estudo. Quem testemunha de quão especial foi João Batista é o próprio Cristo:

      “E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento? Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes delicadas? Eis que os que andam com preciosas vestiduras, e em delícias, estão nos paços reais. Mas que saístes a ver? um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu anjo diante da tua face, O qual preparará diante de ti o teu caminho. E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele.Lucas 7.24-28

      Mais que mais um falastrão (e como existem pregadores falastrões hoje em dia), mais que um falso profeta, ou mesmo que um profeta comum, mais que um excêntrico ermitão, mas conforme as palavras de Jesus, um anjo que o antecederia para preparar seu caminho, o maior dos profetas, e isso inclui todos os grandes do velho testamento, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e tantos outros. Contudo, para deixar bem claro o poder e a diferença que haveria no reino de Deus que seria estabelecido pela sua obra, pelo evangelho, Jesus disse que ainda assim o menor desse novo reino seria maior que João, isso não diminui o valor de João Batista, não é para isso, mas é para aumentar o valor do salvo pela nova aliança de Cristo, a salvação de Deus. 
      João Batista sabia disso, desde o início de seu ministério, sabia que seria menor que Jesus, e nunca fez nenhuma questão de melhorar esteticamente sua proposta profética, sua forma pessoal, o que importava era o conteúdo único da palavra que o Espírito Santo lhe dava, “Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Todo o vale se encherá, E se abaixará todo o monte e outeiro; E o que é tortuoso se endireitará, E os caminhos escabrosos se aplanarão; E toda a carne verá a salvação de Deus”. Novamente a providência divina manifesta paciência, por que João Batista teve que vir, não bastava vir Jesus é já dar o recado final? Deus sempre nos avisa antes, com jeito, principalmente quando algo importante está para ocorrer. 
      O ministério de João Batista, apesar de ter sido manifestado com palavra duras, foi uma ação do amor de Deus pai para preparar os homens para o que viria, para ninguém dizer que não tinha sido avisado antes, e como já foi dito aqui outras vezes, Deus sempre avisa para que ninguém se ache inocente por desinformação. A palavra de João, contudo, antecede uma palavra de milagres, que transformaria as pessoas, que faria do torto, reto, e do reto, justiçado, mas que acima de tudo, seria uma palavra que todos teriam a chance de ouvir.  Hoje, dois mil anos depois, em pleno século XXI, o evangelho já foi bastante divulgado, por isso o fim está mais próximo, quase todos já sabem o que precisam saber: Jesus, salvação de Deus!   

14/12/19

Jesus, compromisso com o pai

      “Ora, todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa; E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?Lucas 2.41-49

      Doze anos é a idade em que o judeu se torna “filho da lei” e que começa a seguir as exigências das festas e jejuns da religião judaica, mesmo Jesus, filho de Deus, salvador do mundo e estabelecedor de uma nova aliança que superaria a velha, obedeceu os ritos de sua religião, com humildade e sinceridade. Jesus, ainda que tivesse legitimidade para isso, não escandalizava ninguém, nunca, só aos falsos e arrogantes, que sempre se escandalizam com a simplicidade e verdade do realmente espiritual. Mas Jesus homem era especial desde pequeno, apesar de não ter nascido num palácio real ou em casa rica, ele tinha características físicas e intelectuais diferenciadas, além é claro das morais e espirituais (tenho pra mim que Jesus homem não era feio, era um simples filho de carpinteiro, mas devia ser com certeza simpático e carismático, ainda que um judeu comum, equilibrado em tudo). 
      Dessa forma Jesus teve um conhecimento profundo com uma leitura lúcida dos ensinos judeus desde pequeno, à ponto de ensinar mesmo os mais antigos estudiosos dos textos religiosos israelitas. O que dá clareza é a simplicidade de espírito e a humildade de coração, os que andam assim querem aprender, aprendem mais depressa e continuam aprendendo sempre, já que sempre se consideram alunos, não mestres. Os que acham que já sabem tudo, e de fato sabem muito, acabam presos a um nível de conhecimento e às próprias vaidades, o que no aprendizado espiritual do Deus verdadeiro são delimitadores iminentes, com Deus nunca sabemos tudo. Jesus tinha facilidade para aprender sobre as coisas intelectuais, porque tinha um espírito livre em Deus, espiritualidade não delimita a ciência, ao contrário, pelo menos não quando ela é verdadeira. 
      O texto inicial, todavia, nos ensina outra coisa sobre seguir a Deus, ao mesmo tempo que Jesus era fiel à religião de seus pais, ele também sabia o momento certo de desobedecer, digamos assim, a ordem social. Jesus, mesmo um pré-adolescente, deixou seus pais e ficou no templo, ele soube preferir o lugar onde seu ministério mais deveria ter sido valorizado, o centro religioso de seu povo. “Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”, não foi rebeldia não, nem desobediência, Jesus também não desonrou seus pais físicos com isso. Tantos obedecendo à religião dos pais, concordando com tudo que seus pais dizem, são na verdade meros covardes, que não descobriram ainda que é preciso saber o momento de dizer não, mesmo a uma tradição paterna, mesmo à religião de parentes, para poder seguir de fato o Deus verdadeiro, o pai maior. 

13/12/19

Jesus, luz para iluminar as nações

      “Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel.Lucas 2.25-32

      Simeão era um velho fazendo seu trabalho no templo, aquele que ele devia fazer há tanto tempo, ele nem devia se sentir mais vaidoso por isso, fazia porque era o que precisava fazer, cansado mas ainda fiel. O tempo escurece nosso corpo, nos tornamos mais lentos, pensamos devagar, vemos menos, contudo, aprendemos com ele a sermos mais focados, a nos preocuparmos com o que realmente vale a pena. Nessa simplicidade sábia da velhice, Simeão viu, enfim, a resposta de uma oração que ele fez por muito tempo, talvez por toda a vida, ele queria ver com os próprios olhos o Cristo do Senhor. 
      Oração respondida é oração que não é inventada, ainda que com fé, pelo espírito humano, mas é aquela que é revelada pelo Espírito Santo, se pedimos o que Deus quer que peçamos nossa oração será respondida, ainda que demore muito. Dessa forma, um velho viu a maior das luzes, Jesus, que iluminaria as nações, e por isso adorou a Deus. Simeão viu um homem feito? Não, viu ainda uma criança, então, como pode ver naquele pequeno o Cristo do Senhor, a luz de Deus? Viu pela fé revelada pelo Espírito Santo, o velho e já abatido fisicamente Simeão, tinha o corpo espiritual renovado e forte, esse não tinha se rendido ao tempo. 
      Que possamos ser todos assim, ainda que o corpo se enfraqueça, ainda que os olhos físicos percam a clareza, que nossos olhos espirituais se tornem cada vez mais precisos, mais atentos à luz das virtudes. Que saibamos reconhecer a verdade de Deus e o adoremos por isso, assim como que tenhamos discernimento para perceber, mesmo um resquício, da mentira do diabo e dos homens maus, e nos afastemos deles com sabedoria. Ser amigo dos bons homens e nos distanciarmos dos maus é segredo de vida iluminada, amar os bons ambientes, as boas conversas, aquilo que faz bem ao copo, à alma e ao espírito, amar a luz. 
      Infelizmente muitos fazem o contrário, e quem vê maldade no bom, com certeza inverterá os valores e verá bondade no mau, nas trevas não se tem referências. Quem é injusto com o fiel de Deus também será facilmente enganado pelas astúcias do inimigo e pelas palavras sedutoras dos egoístas e vaidosos, não tem jeito de não ser assim. Por outro lado, muitos das últimas gerações do mundo atual, tão espertos para verem tudo e depressa na internet, em imagem HD, nos celulares, nas redes sociais, estão acesos para tantas novidades e modas, mas não veem a salvação exclusiva e necessária de Cristo, a luz que ilumina as nações. 

12/12/19

Jesus, rei dos judeus

      “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.Mateus 2.1-2

      A passagem inicial é uma das mais misteriosas (e talvez polêmicas...) da Bíblia, cuja verdade mais profunda, se fosse revelada, poderia assustar a muitos cristãos, infelizmente, a maioria se acostuma com tradições e lê mas não lê, não para pra pensar, apenas coloca no automático e aceita o que os outros dizem a respeito, deixam que os outros pensem por eles. Os magos não eram reis, mas os equivalentes a esotéricos atuais, estudantes de astrologia e magia, as cortes reais tinham esses estudiosos, os quais os reis consultavam para deliberarem ordens e tomarem decisões. Lembremos que nessa época, ciência e superstição se misturavam, assim muitos estudavam fenômenos físicos por métodos em parte até científicos, mas também explicavam e se “comunicavam” com o mundo espiritual por práticas de magia, subjetivas para muitos outros. Dessa forma, matemática, filosofia e mediunidade sem fundiam, assim como mitologia com história, plano físico e espiritual. 
      Seja como for, como que homens de uma prática, que os cristãos e suas leituras da Bíblia, tanto recriminam, abominam, proíbem, puderam adquirir conhecimento tão relevante quanto preciso? Existiria alguma verdade na magia, na astrologia? Ou Deus simplesmente, por misericórdia, permitiu que mesmo pessoas em trevas soubessem da vinda de seu filho como salvador e rei para que fosse testemunhada a importância desse fato por todos? Acredite você naquilo que tua fé te permitir, seja fiel a isso, Deus respeita isso, e muito (eis aqui um mistério). Podemos, contudo, ir um pouco além do senso comum nessa história dos “reis” magos que seguiram uma estrela e vieram do oriente até Jerusalém para adorar a Jesus, reconhecido por eles como o rei dos judeus, provavelmente porque conheciam as previsões das profecias do antigo testamento a respeito. Magos de verdade nunca são desinformados, para os ocultistas nada é oculto, para os preconceituosos até o sol se esconde ao meio-dia. 
      Algo que a maioria dos evangélicos não entende e não sabe, é o que os verdadeiros esotéricos, os bruxos de alta magia, que estudam de maneira profunda e séria conhecimentos ditos ocultos, principalmente os cabalistas, é que eles, necessariamente, não temem e odeiam Jesus, ao contrário, eles o respeitam e reconhecem sua posição superior a tudo, potestades e legiões, sejam de seres espirituais que forem. A diferença é que eles perdem tempo com o corpo da serpente, fixam-se às potestades e chegam no máximo a “kether, a coroa” (veja mais sobre a árvore da vida cabalista para entender, ou não...), e nunca ao altíssimo. Isso acontece porque não reconhecem Jesus como o único e completo intercessor entre Deus e os homens, assim como esse conhecimento e experiência suficientes para satisfazer todas as necessidades humanas e responder aos mistérios espirituais. 
      A conclusão mais triste, todavia, do texto inicial, é que até os magos reconheceram que Jesus era o verdadeiro rei dos judeus, mas os judeus, principalmente suas lideranças políticas e religiosos, não reconhecerão, e pior, por inveja conspiraram contra ele até que o mataram de forma cruel. Mas estava tudo previsto, e os magos sabiam disso, se isso não te faz pensar um pouco em algumas coisas, a mim faz, e muito. Mas o que importa é que eu nasci de novo, tive minha vida transformada, tive minhas feridas tratadas, minhas doenças emocionais e físicas curadas, porque aceitei Jesus como meu único salvador, como meu rei, e disso não abro mão. Que nos rendamos a tempo para a verdade de que Jesus é o rei, que para ele devemos nos quebrantar, que diante dele devemos nos render e adorar, só isso nos colocará no centro do plano de Deus para a humanidade, só isso nos salvará de fato e nos dará uma eternidade em paz com o altíssimo, acima da árvore da vida cabalista, com o rei eterno dos judeus e de todos. 

11/12/19

Jesus, o Cristo

      “Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Lucas 2.8-14

     Os pastores, o que tinha de especial essa classe de trabalhadores para que o anjo do Senhor viesse sobre eles na madrugada e lhes desse uma notícia tão importante em primeira mão? A princípio, quando tentei interpretar o texto, pensei que os pastores tinham sido escolhidos para que pudessem espalhar a notícia com mais eficiência, mas um estudo mais profundo sobre eles em seu tempo e espaço, revela que suas palavras não eram muito consideradas, assim entendi outra coisa. 

      “Os animais para serem usados para o sacrifício, no templo, eram guardados a céu aberto, mesmo no inverno. A presença de pastores ao ar livre não prova que Jesus tenha nascido num período quente do ano. Os pastores eram uma classe desprezada porque seu trabalho os impedia de observar a lei cerimonial e, como eles se movimentavam por todo o país, era comum serem considerados como ladrões. Não eram considerados dignos de confiança e não eram aceitos como testemunhas nos tribunais.” (Bíblia de Estudo de Genebra, sobre Lucas 2.8 na pagina 1184)

      Jesus em nenhum momento apareceu para ser famoso e respeitado, seu ministério sempre foi perseguido e só o entenderiam os que cressem, apesar de tudo o mais dizer o contrário. Assim, o conhecimento maior do evangelho e a experiência de seu poder redencionista tem o humilde, o muitas vezes desprezado, que não é entendido nem honrado pela sociedade, a despeito de estar desempenhando um trabalho honesto e importante. Deus dá o “furo de reportagem” aos pastores para honrá-los, mostrando desde o início como seria o ministério de Cristo, seu público alvo, digamos assim, os pobres e marginalizados, e que honra tiveram os pastores. Deus não só revelou detalhes sobre o menino na manjedoura, como proporcionou aos pastores um espetáculo sem igual no céu, uma multidão dos exércitos celestiais louvando o Cristo que nasce. 
      Seja como for, é importante que aceitemos que Deus sempre avisa, ele nunca faz nada sem informar, assim ninguém poderá dizer no final que fez algo ou deixou de fazer algo porque não sabia, porque não foi avisado. Contudo, temos que entender que Deus faz isso do seu jeito, e o seu jeito é sempre o melhor jeito. Deus pode usar quem menos esperamos, e sempre nos enganamos quando deixamos que a arrogância e a vaidade dominem nossas almas, assim, equivocados, podemos ficar cegos, desprezando alguém que Deus esteja querendo usar para nos falar algo muito importante. Talvez, um tempo depois, alguns tenham dito, “mas o Cristo nasceu e nós nem ficamos sabendo”, ficaram sim, pela boca dos pastores, mas talvez esses que alegaram falta de informação tenham desconsiderado a informação porque estava sendo dada por reles pastores, uma classe tão menor na sociedade. 

10/12/19

Jesus, fruto bendito

      “E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.Lucas 1.39-45

      Maria, mãe de Jesus, era parente de Isabel, mãe de João Batista, elas se viram, antes dos nascimentos de seus filhos, o texto inicial registra essa passagem. O Espírito Santo tocou de maneira poderosa o coração de Isabel quando encontrou Maria, de sua boca saíram as palavras “bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. Isabel se sentiu muito feliz por receber a visita de quem ela sabia, pelo Espírito Santo, que era “a mãe de meu Senhor”, duas coisas essa passagem nos ensina, duas coisas sobre Isabel, mãe de João Batista. 
      Em primeiro lugar que quando Deus em algo muito importante para nós, quando nos dá uma palavra profética de algo especial que ocorrerá em nossas vidas, ele confirma, de uma maneira simples e próxima. Por que personagens tão importantes no plano de Deus para a humanidade, tinham que ser, no plano físico, parentes? Jesus e João Batista era parentes próximos. Eu penso que foi para consolar duas pessoas em especial, Maria e Isabel, que se sentiram acompanhadas na experiência de gerarem homens que desempenhariam papéis de suma importância no mundo, homens que sofreriam muito. 
      Deus faz isso também conosco, nunca nos deixa sós em nossas lutas, o consolo sempre está perto, um consolo que nos ajuda a aceitar as coisas em paz, ainda que seja difícil para nós entendermos, mas a passagem nos ensina também outra coisa. Assim como Maria, Isabel era humilde, admitiu logo de início que o filho de Maria seria superior aos seu. Bem, quem é pai ou mãe sabe que sempre tendemos a defender nossos filhos e ver neles qualidades superiores aos filhos dos outros, nossos filhos sempre são mais bonitos, mais inteligentes, especiais, Isabel nos parece nos ter essa vaidade. 
      Isabel, contudo, foi escolhida para ser mãe de João Batista pelos mesmos motivos que Maria foi, ainda que com características distintas. Isabel era diferente de outras mulheres, poderia criar João Batista da maneira que Deus queria para produzir um homem forte e humilde, desprendido de vaidades, mas corajoso, que prepararia o mundo para a vinda do salvador maior Jesus. Deus sempre sabe com quem trabalha, o que pode exigir, o que pode dar e o que pode tirar, para que sua vontade seja cumprida.
      O fruto bendito foi gerado em Maria porque Deus sabia que ela poderia fazer crescer esse fruto de maneira que se formasse a videira verdadeira, assim como foi gerado em Isabel um homem aparentemente mais rude, mas resistente e absolutamente humilde. Deus é esteticamente perfeito, espiritualmente harmonioso, e se revela aos homens de forma eficiente e completa, ainda que use pessoas distintas para missões diferentes. O segredo de felicidade é se conhecer em Deus, aceitar sua vontade e seguir em obediência até o final. 
      Só o tempo mostrou para Isabel e para Maria o motivo de tudo o que elas tiveram que passar, desde que ficaram grávidas, até o plano de Deus ser revelado em seus filhos totalmente. Mas quando gerado por Deus, todo fruto é bendito, ainda que no início seja só um feto escondido dos olhos dos homens. Os que confiam no Senhor e temem a Deus acompanharão com paciência e fé o crescimento desse fruto, até que a vontade do pai seja feita e o fruto seja visto por todos como bênção de Deus. 

09/12/19

Jesus, seu reino não terá fim

      “Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.Lucas 1.30-33
 
      Nesta segunda parte do estudo sobre Jesus, seis reflexões sobre o nascimento e infância de Jesus relatados nos evangelhos, comecemos pela anunciação que o anjo fez a Maria. Sim, Maria era uma mulher especial, muito especial, se Deus a escolheu foi porque achou nela qualidades que outras não tinham. Que qualidades? Fé, com certeza, fé e confiança em Deus, ela aceitou a palavra do anjo e não se rebelou, ainda que sabia que ficaria grávida sem ainda ter se casado oficialmente, sem que o pai fosse um homem conhecido, isso com certeza criaria para ela algumas inconveniências sociais. Maria venceu esses temores porque cria e confiava em Deus acima de tudo. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Marcos 6.3), mas no decorrer de sua vida, mesmo depois de ter estabelecido família com José e de ter tido outros filhos com ele, conforme o textos bíblicos, na maneira natural, Maria era sábia, discreta e sempre mãe. Mãe de quem? Dos outros filhos e de Jesus homem, e isso é importante frisar, Maria não adquiriu qualquer poder espiritual pelo fato de ter gerado pelo Espírito Santo a Jesus, ela foi só uma mulher até sua morte, e depois, na eternidade, só mais uma mulher dentre todas as da humanidade, de todos os tempos e nações. Maria não pode interceder pelos homens diante de Deus, Maria não tem qualquer poder diferente diante do pai espiritual, e muito menos alguma proeminência sobre Jesus filho e espiritual que se tornou depois que ressuscitou e subiu aos céus. Jesus é único, e Maria sempre soube disso, por isso foi escolhida, tanto qua nunca se intrometeu no ministério do filho enquanto ser humano encarnado. 
      Maria era discreta, e os registros de suas aparições depois que Jesus iniciou seu ministério, até sua morte, são poucos e esclarecedores. “Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração“ (Lucas 2.19), essa passagem é logo do início, da infância de Jesus, amo esse versículo, me parece revelar a Maria discreta, consciente de seu papel e nunca querendo aparecer demais, esperando sempre em Deus o cumprimento de sua palavra. “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.“ (João 19.25-27), ainda em extrema dor, Jesus honra sua mãe, não a desampara e entrega-a ao amado discípulo João para que esse cuide dela. Maria nos parece nesse versículo ser só mais uma, mais uma Maria, já que três são citadas no texto, mas isso não menospreza Maria, só a define ainda mais como só um ser humano que apesar de ter sido escolhido por Deus pelas virtudes, não exige nada por isso, interage com a realidade, mesmo a mais dolorida, com humildade, com simplicidade. Que exemplo para todos nós, Maria foi única. 
      Encerrando essa pequena reflexão sobre Maria, o texto inicial faz com que nossos olhos se voltem para o poder exclusivo de Jesus, que não pode ser dividido com ninguém, nem com Maria. Dividir, ou pior que isso, colocar o poder de Jesus abaixo de Maria, é a maior das heresias, é afrontar a Deus, é tirar de Jesus a eficiência e plenitude como salvador único da humanidade. Conhecer a Jesus como filho do altíssimo, não como filho de Maria, já que Maria foi só um precioso instrumento usado para que o filho de Deus encarnasse, é entender que ninguém mais tem o poder que ele tem, e que aliar algum poder a outro que não seja Deus pai, filho e Espírito, é afastar-se da verdade divina, é seguir o diabo que sempre tem interesse em diminuir o poder do único que pode destrui-lo, Jesus. Cada vez que um ser humano recebe o status de “santo” pelo Vaticano, o diabo se alegra, e o poder de Jesus, diante do mundo, é diminuído, eu disse diante do mundo, não diante de Deus, diante de um mundo que gosta da mentira, da ilusão, do diabo, de ídolos, e não de Jesus, de Deus, do Santíssimo Espírito. Não tenho medo de falar isso aqui neste espaço, ainda que ame os católicos, que conheça muitos católicos sinceros e virtuosos, ainda que eu não vá sair por aí quebrando altares e imagens, essa violência não é de Deus, de Deus é a verdade e ela prevalecerá, no tempo certo. O reino sem fim de Jesus será o reino da verdade maior sobre tudo, glórias a Jesus por isso! 
      

08/12/19

Jesus, o Senhor, Justiça nossa!

      “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O Senhor, Justiça nossa.Jeremias 23.5-6         

      Justiça, o que mais queremos, o que o mundo mais precisa, e o que só Jesus pode oferecer. Contudo, o mundo, se afasta de Deus, se afasta do único intercessor entre Deus e o homem, Jesus, e tenta, por tantas organizações e religiões, ser justo, pregar a justiça, e ainda criticar o cristianismo como sendo uma velha ordem derrotada em oferecer à humanidade amor e tolerância. Ainda que o mundo louve a ensine os ensinamentos morais e sociais de amor e tolerância do evangelho, eles são impossíveis de serem praticados, se não forem por corações nascidos de novo pelo nome de Cristo. O diabo sempre fala só o que lhe convém, e os inimigos do cristianismo, os poderes desse mundo, a mídia e tantos outros poderes, obedecem cegamente, ainda que se achem amorosos e tolerantes, mais que os cristãos. Justo, só Jesus, e justificados, só os cristãos selados com o Espírito Santo. 
      Lembremos que o texto inicial profetiza um reinado de justiça para toda a terra, mas especialmente para os judeus. Os judeus, oficialmente, ainda que valorizem Jesus, não o consideram o salvador da humanidade, predito no antigo testamento, muitos judeus ainda aguardam um Jesus com poderes também nos sistemas do plano físico, e acredite, isso de alguma fora ainda ocorrerá, seja no período que a escatologia chama de milênio, seja em outro momento. Ainda que oficialmente os judeus tenham negado a Jesus em sua vinda encarnada, Deus é fiel com todos, se é com os gentios, não seria também com os israelitas, povo escolhido por Deus para compartilhei a primeira aliança com o mundo? Eu creio que Jesus também voltará para os judeus na maneira como eles aguardam, contudo, o reinado final de Cristo será para todos, igualmente, sem diferenças, em justiça e poder. 

      

07/12/19

Jesus, tomou nossas enfermidades

      “Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.Isaías 53.2-5

      Outra revelação minuciosa da vida de Cristo pelo profeta messiânico Isaías, aqui o nascimento humilde, a perseguição em vida de um caminhar entre párias, entre os marginais, a crueldade da crucificação e o desprezo na morte física final, são descritos em detalhes surpreendentes. O grande mistério da existência encarnada do filho de Deus é revelado, alguém tinha que sofrer e muito, e de uma maneira absolutamente injusta, alguém puro e verdadeiramente sincero, para que nós, pecadores e injustos reais, fôssemos salvos. É clara demais a passagem de Isaías 53, não deixa dúvidas que o Espírito Santo mostrou ao profeta o caráter e a relevância da missão de Jesus que só ocorreria muito tempo depois da vida de Isaías. 
      Nós, que tantas vezes pecamos e pecamos, que podemos correr o seríssimo risco de nos tornarmos insensíveis, não sentindo culpa mais pelos nossos erros, podemos simplesmente perder a referência da santidade e do quanto isso agrada a Deus e é necessário para que nos aproximemos dele. Ler os evangelhos, entender principalmente os textos que relatam a via sacra (ou “via crúcis”, trajeto que foi percorrido por Jesus carregando a cruz desde o Pretório até o Calvário), sentir na pele a dor, física e emocional, que Jesus sofreu, é de suma importância para retermos as referências do preço do pecado e do castigo que isso implica. 
     Contudo, é mais importante ainda para sabermos o quanto devemos louvar a Deus por ter mandado seu filho para sofrer em nosso lugar, assim como para compreendermos o poder que tem a obra que Cristo realizou através de dor e morte. Esse poder nos cura, o corpo, a alma e espírito, porque só ele pode nos limpar de todo o pecado, nos dar a presença do Espírito Santo e o acesso ao Deus pai altíssimo. Sentir a dor de Jesus na cruz em nosso lugar, liberta, redime, transforma nossas vidas, e isso deve ser feito todos os dias, que em cada oração que fazemos à noite em nossos lares nos lembremos do preço caro que o pecado tem e de como, por amor, Jesus pagou por todos nós. 

06/12/19

Jesus, um menino nos nasceu

      “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.Isaías 9.6-7

      O texto inicial não precisa de explicações, é uma das palavras mais reveladoras sobre o caráter de Cristo e sua obra, ao mesmo tempo que é uma adoração perfeita. Os adjetivos Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, merecem um estudo à parte, como já foi feito tantas vezes, eles definem muito mais que um rei humano, muito mais que vimos em Jesus quando viveu como homem encarnado. Ele mostra Deus que a todos, de todos os tempos e nações, governará e para os quais trará a paz. Maravilhoso, esse é o adjetivo que salta de nossas bocas quando somos confrontados com uma nova surpresa de Deus, fazendo o impossível, e que ficando sem palavras simplesmente dizemos, Deus é maravilhoso! Conselheiro, só pelo Espírito Santo temos o conselho mais sábio, mais equilibrado, mais justo, fora dele só há trevas, trevas intelectuais, trevas emocionais, trevas espirituais. 
      Mas o texto diz mais, Deus forte, Jesus é Deus e forte, ainda que como homem tenha sofrido por manter-se fraco (na matéria e não nos valores morais), e não tenha manifestado sua força para escapar da maldade humana. Pai da eternidade, Jesus é eterno e é o pai, ele e o Deus pai, que os judeus conheciam (e conhecem), que chamou Abraão, que escolheu Jacó, que fortaleceu Israel no Egito e o tirou de lá por Moisés, que levantou Davi como rei, esse Deus e o Cristo que os homens desprezaram são um. Príncipe da paz, no final, quanto o mundo estará no maior dos conflitos, Jesus trará a paz, a mesma que os convertidos e filhos de Deus pelo evangelho já provam em seus corações a partir do momento que nascem de novo em Cristo.
      “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu”, muitos personagens importantes são celebrados na Bíblia, mas poucos, como Isaque, Moisés e Samuel, têm seus nascimentos detalhados, contudo, no caso de Jesus, a anunciação de seu nascimento como homem comum, não como rei, líder político ou como profeta oficial de um povo, tem uma importância especial. Por que a Bíblia registra em detalhes o nascimento de Jesus, mais que de qualquer outro personagem? Porque seu nascimento como ser humano, como filho da mulher e gerado pelo Espírito Santo, mostram a sua pureza, de suma importância para que seu sacrifício fosse de um cordeiro sem mácula que tira o pecado de todo o mundo. 
      O texto inicial desse profeta, Isaías, que é considerado o profeta mais messiânico de todos, contudo, revela mais ainda, “do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi... para sempre”, Jesus viria de linhagem humana real, descendente de Davi, José era descendente da tribo de Judá, mas muito mais que isso, de linhagem real divina, gerado pelo Espírito de Deus. Incrível como Isaías detalha acontecimentos que só ocorreriam muito tempo depois de sua vida, só o Espírito Santo para permitir tal conhecimento tão preciso. 

05/12/19

Jesus, a pedra angular

      “Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e renderei graças ao Senhor. Esta é a porta do Senhor; por ela entrarão os justos. Render-te-ei graças porque me acudiste e foste a minha salvação. A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos.Salmos 118.19-23

      Outro texto messiânico num salmo, o salmista reconhece que quem abre a porta para que ele seja justo não são suas obras ou sua fidelidade religiosa, mas o próprio Deus, e entrando por ela pode dar a Deus o melhor louvor. Mas o texto fala mais, define o Senhor como a pedra angular, pedra angular é aquela que fica no ângulo de uma construção, entre duas paredes, sobre a qual tudo é construído e sem a qual nada fica de pé. A grande revelação sobre Jesus e sua obra é a frase “a pedra que os construtores rejeitaram”, isso mostra o caráter da vida, morte e ressurreição de Cristo, perseguido não pelos homens comuns, mas pelos construtores, que são esses construtores? Os líderes religiosos judeus, que deveriam ser quem mais tinha que entender e respeitar a relevância da obra de Jesus, mas que foram justamente quem o perseguiram e o mataram. Não, o salmista não fala só de Deus, mas do filho de Deus, do verbo, do salvador, do Senhor Jesus Cristo, por isso ele se encanta com a palavra, se maravilha com ela, glória a Deus! Revelações espirituais poderosas não vêm de homens ou demônios, mas só do Espírito Santo, quem as experimenta sempre se maravilha. 

04/12/19

Jesus, levou cativo o cativeiro

      “Subiste às alturas, levaste cativo o cativeiro; recebeste homens por dádivas, até mesmo rebeldes, para que o Senhor Deus habite no meio deles. Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação.” Salmos 68.18-19

      Nas reflexões de hoje e amanhã, duas passagens de Salmos messiânicos, palavras que vão muito além das intenções iniciais dos salmistas. No Salmo acima, o escritor diz “subiste às alturas, levastes cativo o cativeiro... para que o Senhor Deus habite no meio deles”, isso revela claramente o final da obra de salvação que Jesus encarnado fez, quando após morrer para pagar o pecado da humanidade, ressuscita liberta o homem do cativeiro do pecado. Através disso, Jesus permite que o Espírito Santo seja enviado, more nos espíritos humanos que podem agora experimentar, não um Deus distante, mas próximo, habitando no meio deles. Diz mais, “dia a dia leva o nosso fardo”, mais uma vez o caráter vigário (aquele que substitui outro) de Cristo é profetizado, Jesus padeceu para que nós não precisássemos padecer, levou nossos pecados na cruz. Sim, o Espírito Santo já revelava Jesus e sua obra aos homens, bem antes do filho de Deus encarnar há dois mil anos atrás, por isso a Bíblia é coesa, coerente e focada, em quê? Em Jesus, seu centro. 

03/12/19

Jesus, o cetro não se arredará dele

      “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite.Gênesis 49.8-12

      O texto inicial é parte da bênção que Jacó deu para seus filhos próxima a sua morte, Judá teve uma bênção especial. O reinado de Davi foi profetizado? Sim, mas também o reinado espiritual de Jesus, “até que venha Siló” pode ser interpretado como um governador humano terá poder até que venha um governador maior, espiritual. A palavra profética usou várias metáforas, o uso do animal leão é a mais forte. Leão é dito ser o rei dos animais, ele reune várias qualidades, força, velocidade, mas também beleza. 
      Alguns animais são ferozes, mas são feios, outros são belos, mas não são tão fortes, outros ainda são rápidos, mas são fracos, o leão é tão belo quanto forte e rápido, um animal majestoso. A palavra de Jacó diz que Judá prevaleceria sobre seus irmãos, os lideraria, isso seria para sempre, “o cetro não se arredará de Judá”, além disso venceria seus inimigos honrando não só seu nome, sua tribo, mas toda a nação de Israel. A frase “ele amarrará o seu jumentinho à vide” nos lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mateus 21.7), e vide nos arremete à comunhão de Jesus com a igreja (João 15.5). 
      Mas a frase final, “os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite”, chama a atenção. Vinho é figura de alegria e prosperidade e dentes brancos pode ser de beleza e pureza, Jacó com certeza prevê o reinado de Davi, mas o Espírito Santo vai além, nos fala de Jesus em suas palavras. Lendo a Bíblia entendemos como toda a linha genealógica que começa em Abraão e chega a Jesus é guardada e cuidada de maneira especial, passando por Jacó, Judá, Calebe, Davi, Salomão e José, esposo de Maria.   

02/12/19

Jesus, feriu a cabeça da serpente

      “Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3.14-15

      “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.Apocalipse 20.2

      A salvação através de Jesus não foi um plano demorado, como que uma exceção de Deus para consertar o erro dos homens, na Bíblia a promessa de alguém que feriria a cabeça da serpente aparece logo no início. Sendo a serpente a figura do diabo, e o animal que foi possuído pelo mesmo para tentar o ser humano, a semente da mulher, predita em Gênesis, é Jesus. Por que semente da mulher e não do homem? Porque o pai de Jesus homem foi Deus, ele foi gerado no corpo de Maria mulher, humana, através de uma obra milagrosa e sobrenatural do Espírito Santo. 
      Foi assim para que Jesus fosse concebido sem pecado, puro, não recebendo de um pai homem, humano, qualquer herança de erro. Jesus tinha que ser um sacrifício puro para que tivesse a eficácia que teve, por isso nasceu, viveu e morreu e ressuscitou sem pecado. Mas a Bíblia citar Jesus como a semente da mulher e não do homem, tem mais significados, alguns misteriosos, mas eu penso que foi também uma maneira da mulher ser consolada, aquela pela qual na figura mítica de Eva entrou o pecado no mundo também seria o canal para que o pecado fosse anulado. 
      Todavia, assim como a mulher foi honrada, o diabo foi humilhado, ele seria destruído por um descendente da mesma humanidade que ele achou ter destruído. A mulher também pode representar a igreja, sob esse ponto de vista o diabo sempre estará em guerra com a mulher, a igreja, os filhos de Deus de todos os tempos e raças, salvos por Jesus e selados pelo Espírito Santo, e não uma igreja específica, seja católica, protestante ou evangélica. Outro detalhe da profecia de Gênesis sobre Jesus é que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. Por que foi citada essa parte específica do corpo do animal? 
      Em primeiro lugar é preciso entender porque Deus permitiu que o diabo possuísse uma cobra e não outro animal, bem, isso tem vários significados espirituais, significados que os esotéricos se aprofundam bastante. Uma cobra é um animal com um físico interessante, ela tem um longo corpo, que parece igual e desproporcional, não tem patas ou mãos. Alguns dizem que essa aparência atual da serpente é a que ela ganhou como castigo por ter sido possuída pelo diabo, e que antes ela poderia ser diferente, não repugnante como é hoje, mas mais bonita e sedutora, como o próprio diabo sempre se apresenta a princípio.
      Mas a cobra tem uma cabeça certeira, nela se concentra sua arma mortal, dentes venenosos que inutilizam uma presa só com uma mordida, depois que a mordida é dada e o veneno entra no organismo, a cobra abraça sua presa e começa a digeri-la, lentamente, por inteiro. Ela não tira pedaços como um grande felino, isso tudo nos oferece muitas metáforas da ação espiritual do diabo. O caduceu com as serpentes não é sem motivos um símbolo mágico tão importante. Vamos revelar esses mistérios.
      O longo corpo, sinuoso e hipnótico ao se mover, são as artimanhas do diabo, podemos correr o risco de nos iludir com ele e nos esquecer da cabeça, onde está o perigo. Por outro lado, mesmo para anular o diabo, não podemos tentar bater no corpo, mas cortar direto a cabeça. Com o diabo não se conversa, não se argumenta, não se tenta tirar informações dele, ele é puro engano, o diabo se anula, com o poder no nome de Jesus acertando diretamente sua cabeça. Jesus é a semente da mulher que pisa na cabeça da serpente. 
      Devemos, todavia, ter muito cuidado neste mundo, como uma serpente o diabo pode estar escondido entre as pedras, na sujeira desse mundo. Andemos com sabedoria, com temor a Deus, pois ainda que ele seja baixo, rasteiro, pequeno, pode ser mortal, mordendo uma parte nossa que descuidamos, acertando nosso ponto mais fraco, que é justamente nossos pés, que precisamos para nos mover na Terra, por entre os homens. Contudo, se formos cautelosos, matamos a serpente com os pés, sem que tenhamos que tocar o diabo sujo de alguma maneira. 

01/12/19

Jesus, verbo de Deus que tudo criou

      Começando hoje e indo até o último dia do mês de dezembro, compartilharei trinta e uma reflexões sobre Jesus, muitos títulos que a Bíblia lhe dá, tentando abraçar da melhor maneira possível a obra completa de Cristo no universo, no mundo, na humanidade, e em nossas vidas. O estudo é dividido em cinco partes. 

1ª oito reflexões sobre o que o antigo testamento profetiza sobre Jesus
2ª seis reflexões sobre o nascimento, a infância e o batismo de Jesus relatados nos evangelhos
3ª quatro reflexões sobre o ministério de João Batista relatado nos evangelhos
4ª oito reflexões sobre o ministério de Jesus também relatado nos evangelhos
5ª cinco reflexões nas cartas do novo testamento e no Apocalipse sobre Jesus

      “No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.” Gênesis 1.1-5

      “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” João 1.1-4

      Muitos, mesmo cristãos, acham que apesar de Jesus ser Deus, ele só apareceu efetivamente quando encarnou, viveu, morreu e ressuscitou na obra de redenção da humanidade, contudo, Jesus é muito mais que isso. A criação do universo material e espiritual foi feita através de uma palavra de poder de Deus, no mundo espiritual a palavra tem muito, mas muito valor, ela não é só a expressão de algum pensamento e sentimento, como nós humanos achamos, seres humanos acostumados a dizer tanta bobagem sem pensar. 
      Uma palavra autoriza algo a acontecer, e nenhuma palavra volta vazia, para um bem ou para um mal ela sempre gera algo. Se é assim entre os homens, entre as criaturas, muitíssimo mais com o criador, a diferença é que Deus nunca joga palavra fora, se ele quer que algo aconteça ele fala, e se ele fala acontece. Por isso que muitas vezes quando oramos pedindo uma orientação do Senhor sentimos um silêncio, mesmo o silêncio de Deus tem significado, significa que ele não fará nada, pelos menos não naquele momento, mas o Espírito Santo gracioso ainda assim nos consola. 
      Em vários textos bíblicos entendemos que Jesus é o verbo de Deus, quando Deus quis criar o universo a palavra que ele usou era a própria pessoa de Jesus, Jesus é o verbo de Deus, isso é, uma palavra viva e poderosa que cria algo. Deus cria através de Jesus, sempre foi e sempre será assim, mas além disso Deus também salvou a humanidade encarnando esse verbo, por isso Jesus é tão especial, muito mais que outros líderes religiosos, Jesus é o verbo de Deus, e o cristianismo a única maneira de salvação para o homem.