15/10/24

O Senhor está comigo!

      “O Senhor está comigo; não temerei. O que é que alguém pode me fazer?” “Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar nos seres humanos.” “Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor as destruí.Salmos 118.6,8,10

      Mania de perseguição, quem não a experimentou? Legitimamente ou só como fruto de imaginação, todos nos sentimos perseguidos e oprimidos pelo menos às vezes. O salmista podia sentir isso de forma física, num tempo em que guerras eram modo de vida, e bastante, na vida do salmista mais famoso, Davi, que enfrentou perseguição para se apossar do reinado e guerras para mantê-lo. Mas hoje em dia, pelo menos os que fazem parte de sociedade mais civilizada, experimentam guerras e perseguição emocionais, ainda que o aumento da criminalidade ponha nossas vidas em risco real o tempo todo. Física ou psicológica, real ou imaginária, o texto bíblico inicial nos orienta como vencer o sentimento terrível de se sentir perseguido. 
      A orientação bíblica parece fácil, confie num Deus que é maior que qualquer inimigo, mas pôr isso em prática, sentir paz com isso, pode ser bem difícil. Se queremos viver com Deus, não sozinhos, o primeiro passo é o de sempre, fé, fé que supera sentimento contrário, que supera mesmo o que olhos veem e ouvidos ouvem, mas que se posiciona racionalmente crendo em Deus. Verbalizar as qualidades absolutas e altas do Senhor é o início, depois entregarmos o medo e a ansiedade nas mãos de Deus e deixar lá, como se não fizesse mais parte de nós, e na verdade não deve fazer mesmo. É depois que o milagre dentro de nós ocorre, inundando-nos de paz, para que então ocorra o milagre fora de nós, Deus anulando toda obra contra nós.

14/10/24

Poder da oração

      “E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pós. E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.” Êxodo 17.10-13

      Não fazemos ideia do poder que uma intercessão pode ter. Quem tem olhos espirituais abertos pode ver, quando ora, uma emanação de luz descendo diretamente do Altíssimo sobre a pessoa ou sobre outro assunto pelo qual se clama a Deus, e isso não é metafórico. Oração de poder em primeiro lugar é autorizada por Deus, assim o Espírito Santo sopra em nossos ouvidos espirituais o que Deus quer fazer. Mas não basta usar boca física para repetir o que foi revelado, temos que usar boca espiritual, essa trabalha quando em nome de Jesus oramos com convicção mental e foco emocional. Oração de poder requer amplo comprometimento nosso, vemos pela mente e sentimos com o coração o que queremos que realize-se.
      Verificamos na intercessão que Moisés fez que posicionamentos mental e emocional são importantes, tanto que quando ele não tinha forças físicas para mantê-los a oração perdia o efeito, pensamento e sentimento eram potencializados pelo levantar de suas mãos físicas. Fico maravilhado em ver como muitos mistérios espirituais estão claros na Bíblia, somos nós que não nos atentamos a eles. Oração de poder é essencialmente espiritual, mas ganha força pela mente e pelo sentimento que são instrumentalizados pelo corpo, por isso temos que vencer barreiras do desânimo e da preguiça para orar. Orar certo dá trabalho, mas o retorno é surpreendente, além de cumprir seu objetivo em terceiros, fortalece e consola quem faz.

13/10/24

É preciso ser melhor no difícil (3/3)

      “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nomeFilipenses 2.5-9

      Entendendo que nossa maior missão na vida é superar a dificuldade, não celebrar a facilidade, qual teria sido a grande prova de Cristo neste mundo? Eu e você sabemos aquilo que é difícil para nós, amar algumas pessoas, quando não muitas, ter paciência e ser menos ansioso, ser santo na vida sexual, ser humilde com aquele que nos confronta injustamente, ser honesto e justo ainda que com dano próprio, enfim, somos seres humanos comuns e imperfeitos, temos muitas dificuldades para vencer para atingirmos os níveis morais elevados de Deus. Mas e Jesus, ele parecia perfeito, será que só veio morrer e nos salvar, será que sua passagem por este mundo também não o levou a passar por alguma prova pessoal de aperfeiçoamento?
      Muitos dizem, “ele foi Deus ainda que encarnado, estava capacitado para vencer as provas”. Discordo, se ele não tivesse feito nenhum esforço, seu sacrifício não teria o valor que teve. Ele foi aprovado em todas as provas, mas antes foi submetido a elas, e foram provas bem mais difíceis que as nossas. A maior prova de Jesus foi resistir à consciência que tinha que já nasceu no mundo em posição espiritual elevada, e ainda assim não deveria exigir privilégios por isso. Perguntamos por que ele não se livrou da morte com o poder que tinha, mas ele também não deu respostas humilhantes a homens tolos que o afrontavam com a sabedoria que tinha. A tentação mais difícil é a de exigirmos respeito por direito adquirido legitimamente. 

12/10/24

Não basta ser bom no que é fácil (2/3)

      “Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.Marcos 10.43-45

      Muitos aparentam uma vida vitoriosa, fizeram boas faculdades, pós-graduaram-se, entraram em boas empresas, têm bons salários, até se casaram aparentemente bem, com pares, que afirmam as escolhas que fazem. Mas por baixo da aparência, será que venceram seu pior ou só reforçaram seu melhor? Outros, contudo, dizem, “não sou feliz, nunca vivi para mim, faço o que preciso fazer para agradar os outros”. Não estou apoiando relação de masoquista com sádico, onde um sem amor próprio se sacrifica para agradar outro, um egoísta. Mas há muitos que são vitoriosos e não sabem, mudaram, fizeram o que a princípio não queriam, venceram seu pior lado e serviram os outros, só não entenderam que isso é a melhor vitória. 
      Casamento sofre com quem só gosta do que lhe dá prazer, já que é uma aliança para dois administrarem assuntos juntos. Melhor seria mimados e imaturos ficarem solteiros, ou não administrarem filhos, terem uma relação de namoro, onde só se troca sexo e outros prazeres ocasionais. Mas se filhos entram na história, responsabilidade se faz necessária, uma das partes não pode seguir como se fosse solteira, sem participação na criação de filhos, tirando férias sozinha, usando seu salário só para usufrutos pessoais. É difícil julgar, há casamento de todo tipo atualmente, alguns fazem acertos antes e aceitam certas coisas, mas vida que quer se congelar num momento da vida nega a vida de fato, vida amadurece, senão morre.

11/10/24

O desafio do que não é prazeroso (1/3)

      “E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.Lucas 6.32-35

      “Não converso com essa pessoa porque não tenho paciência”, “não faço isso porque não gosto”, “não vou lá porque não estou com vontade”, eis respostas que muitos dão, reação comum principalmente em muitas pessoas das últimas gerações, que acham que têm direito a tudo, inclusive de serem mal educadas porque não querem mudar sua maneira de ser. Depois que nos expomos à vida e amadurecemos certo, de fato entendemos que certas coisas em nós não precisam ser mudadas, e mais, que alguns não merecem que mudemos por eles. Mas quando jovens, temos a obrigação de mudar, se fizermos só o que nos dá aquele prazer primário e infantil, não amadureceremos, seremos crianças mimadas e limitadas sempre. 
      Mudar nossas essências carnais não é fácil. Nossa índole inicial, ainda que educada e aparentemente afável, pode ser dura e teimosa. Contudo, a vitória maior nesta vida não é afirmarmos o lado bom que temos facilidade para ser, mas mudarmos o lado mau, nos surpreendermos, e aos outros, para melhor. Se não for isso, para que vale viver neste mundo? Entrar e sair dele do mesmo jeito é perda de tempo, com certeza não seremos felizes e nem faremos os outros felizes assim, ainda que desfrutemos de prazeres egoístas em abundância. Sabe aquilo que você tem mais dificuldade para ser? Pois bem, Deus te pôs neste mundo justamente para ser isso, o resto tem peso menor na avaliação que você receberá na eternidade. 

10/10/24

O caminho (Isaías 35.8-10)

      “E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão. Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; porém só os remidos andarão por ele. E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.” Isaías 35.8-10

      Nesta quarta reflexão sobre Isaías 35 vemos com clareza uma menção a Jesus, um caminho santo, como citado em João 14.6. A versão NVI diz “os impuros não passarão por ele, servirá apenas aos que são do Caminho, os insensatos não o tomarão”, Atos 19.9 refere-se ao evangelho como religião no primeiro século como o Caminho. O que há de importante e distinto nessa denominação? Ela mostra vida com Deus não como uma posição fixa, mas como um processo, uma jornada. Na velha aliança de Israel a posição era fixa, circuncidado e obediente à Lei de Moisés o homem tinha uma posição especial diante de Deus e para sempre. No evangelho qualquer ser, israelita ou outro, homem ou mulher, pode caminhar com Deus. 
      Esse caminho não será reconhecido pelos insensatos, só pelos remidos. Eis outro entendimento que precisamos reavaliar conforme o novo testamento, não de acordo com a visão de um profeta que esperava que sua nação voltasse do cativeiro para Canaã terrena. A diferença principal é que em Cristo proximidade com Deus é opção pessoal para qualquer um, não direito de nascença de um povo, e nessa relação a aproximação é gradativa. Temos que tomar cuidado para não confundirmos simbologia temporária com a verdade maior. A Sião física era para Israel do antigo testamento, a Sião celestial é espiritual, muito mais gloriosa, contudo, não baseada em referências materiais, mas em espirituais e muitas ainda misteriosas. 

09/10/24

A cura (Isaías 35.5-7)

      “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. E a terra seca se tornará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.” Isaías 35.5-7 

      No texto bíblico inicial a metáfora na profecia antiga se aprofunda. O profeta fala em deficiências físicas, cegueira, surdez, mudez, ausência de membros, enfim, tudo que limita o ser humano para interagir com plenitude com o planeta e a sociedade, com o mundo material. Mas a metáfora se refere a valores espirituais, hoje já podemos entender que o que mais nos afasta de Deus não é surdez e cegueira físicas, mas morais e espirituais. Não podemos deixar de notar que Jesus, o cumprimento da profecia de Isaías, realizou curas físicas, mudos falaram, cegos viram, surdos ouviram, aleijados andaram, mas a cura do Cristo limita-se a isso? Jesus fez milagres físicos mais por causa da incredulidade, para mostrar aos homens quem era. 
      Deus ama o ser humano, e numa época com ciência pouca evoluída, Jesus fez curas, no corpo e na mente, que muitos até hoje chamam de milagres, isso por amor. Mas sua obra vai muito além de nos habilitar para vivermos mais adequadamente neste mundo. Deus não quer só consertar o carro, nosso corpo, mas o motorista, nosso espírito, é esse que será avaliado na eternidade puramente espiritual. Sentidos espirituais curados podem se relacionar diretamente com Deus pelo seu Espírito, algo que a velha aliança não permitia fazer, e que infelizmente muitos ainda hoje em religiões fundamentadas sobre o evangelho não fazem. Mananciais de água em terra seca são a obra do Espírito Santo em espíritos perdoados por Jesus.

08/10/24

A volta (Isaías 35.3-4)

      “Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará.” Isaías 35.3-4 

      A segunda lição que Isaías 35 nos ensina é que Deus disciplina o errado, para que seja humilde, ouça a voz do Senhor e viva corretamente, mas que essa disciplina tem tempo para acabar, não é eterna. Existe alguma pena eterna? O cristão tradicional protestante crê que sim, o inferno. Mas que vantagem tem Deus para punir eternamente seus filhos? Será que o pecado humano pode ser assim tão extremo que nunca mereça perdão? A resposta fica por conta da tua fé. Na história de Israel físico não vemos isso, houve cativeiro, e mais de um, mas houve promessa dele se findar, e essa abrange muito mais que devolver a uma nação física posição de honra no mundo material. Isaías profetizou algo muito maior, ciente ou não. 
      Os versículos três e quatro são um refrigério para nossas almas fracas e temerosas, uma exortação a sermos fortes e firmes, porque a honra de Deus não tarda. Se a humilhação foi grande, glória a Deus por isso, nós a merecemos e tivemos necessidade dela, ela nos fez crescer e valorizar coisas e valores melhores. Deus virá com vingança? Para o Isaías de seu tempo viria, principalmente contra outros seres humanos no mundo físico, que tinham levado Israel cativo. Mas quem de fato nos escraviza, senão nós mesmos? A “vingança” de Deus é contra nossos demônios interiores, nossos principais inimigos, e quem mostrará para esses que eles não têm mais poder sobre nós, somos nós, vivendo de forma agradável a Deus.

07/10/24

A verdade (Isaías 35.1-2)

      “O deserto e o lugar solitário se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá, e também jubilará de alegria e cantará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.Isaías 35.1-2

      Capítulo trinta e cinco, um texto, como outros do livro de Isaías, com mais que profecias para a nação física de Israel, mas com predições de salvação para toda a humanidade através do Messias. Um exemplo bem claro de como o homem antigo via as coisas, de maneira física neste mundo, um motivo para que hoje, quase dois mil anos após Cristo homem ter pisado a Terra e tendo nós um conhecimento científico e social mais evoluído, entendamos a Bíblia sob a ótica do Espírito Santo, não ao pé da letra. Um israelita do tempo de Isaías entendia seu problema como de um cidadão de uma nação levada em cativeiro, cuja terra de origem estava deserta, assim via a solução numa terra cuidada com a natureza em seu esplendor.
      Metáforas do caminho do ser rumo ao céu, eis o que é a história de Israel, seu passado, sua glória, seu cativeiro, sua esperança de um messias e a restauração de sua terra. Não, os judeus não terão neste mundo novamente a glória como nação que tiveram com Davi e Salomão, ainda que profetas pensassem que teriam quando registraram profecias legítimas de Deus. A nós hoje, com sabedoria, cabe interpretar as profecias do antigo testamento sob o ponto de vista espiritual. Deserto e ermo são nossos espíritos quando estão longe de Deus, jardins floridos e terras plantadas e frutíferas são quando ungidos pelo Espírito Santo, que nos foi autorizado pela obra redentora do Cristo, eis a verdade espiritual por trás do Israel deste mundo.

06/10/24

Paciência

      “Sede vós também pacientes; fortalecei os vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima.Tiago 5:8 

      Para os destinatários da carta, Tiago exortou paciência pois a vinda do Senhor estava próxima. Mas será que estava? Não estava, não no primeiro século. Tiago se enganou? Depende, sob um ponto de vista histórico, sim, mas sob a perspectiva emocional dos que amam a Jesus e aguardavam ardentemente revê-lo, não. Para os que querem se encontrar com Deus, o tempo fica curto, os que esperam o Senhor o fazem vigiando, preparando-se em santidade e amor. Mas por outro lado, na expectativa há ansiedade, e ansiedade enfraquece, contudo, quem espera por Deus não tem dúvidas, e a confiança nessa certeza fortalece, pois sabe que o sofrimento logo acabará, indiferente se a vinda será física e neste mundo ou espiritual no outro.
      Todos os seres humanos se encontrarão com Jesus, após a morte do corpo físico, no além, e a lição mais importante no texto de Tiago tem a ver com esse encontro. Ele ocorrerá no momento perfeito de Deus para nossas vidas, se nós conseguirmos sincronizar nosso melhor momento com o de Deus, então a “vinda” de Cristo será de glória, seremos chamados em plena vigilância. Por isso suportemos as injustiças do mundo, a falsidade do homem e as nossas fraquezas com paciência, quando nos encontrarmos com o Senhor, se tivermos feito nossa parte, tudo terá valido a pena, tudo fará sentido, receberemos a recompensa e todas as explicações que precisamos. Esperar em Deus não enfraquece por ansiedade, mas fortalece na paciência.

05/10/24

Nós somos inconstantes (5/5)

      “Se, porém, algum de vocês necessita de sabedoria, peça a Deus, que a todos dá com generosidade e sem reprovações, e ela lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando, pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Que uma pessoa dessas não pense que alcançará do Senhor alguma coisa, sendo indecisa e inconstante em todos os seus caminhos.Tiago 1.5-8

      A vida é simples, o diabo é complicado, Deus é santo e reto, e nós, seres humanos, somos inconstantes. Transitamos entre a simplicidade e a complicação, entre a promiscuidade e a santidade, entre os caminhos tortos e os retos, existir é tentar manter uma constância no lado bom. Muitos tentam um pouco, se frustram, desapontam-se com os que desistiram e também desistem. A verdade é que não podemos mudar e permanecer mudados nesta existência, assim o melhor que podemos fazer é administrar a inconstância, retornando e retornando ao lado bom enquanto estivermos neste mundo. Isso cansa? Sim, se tentarmos fazer isso sozinhos, com orgulho, mas no Espírito Santo temos consolo e paz para seguirmos lutando. 
      Nós somos inconstantes, aceite isso, dizer a si mesmo que é forte e que pode tudo só vai deixá-lo mais iludido e fraco. Talvez a maior prova que temos que enfrentar no mundo, não seja aquelas batalhas nas quais até temos algum sucesso, terminando uma faculdade, arrumando um emprego, achando uma pessoa para ter uma relação afetiva duradoura, tendo e criando filhos, comprando uma casa. A maior prova é aceitarmos que por mais que nos esforcemos, nunca seremos totalmente vitoriosos na santidade e na retidão, assim temos que depender de quem está além de nós e sabe mais que nós. É nossa inconstância que nos leva a crer num Deus constantemente bom, é nossa perseverança nisso que constrói o céu em nós.

04/10/24

Deus é reto (4/5)

      “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.Salmos 51.10-11

      Alto e reto, eis duas características maravilhosas e exclusivas de Deus. Quem consegue ser reto? Alguns confundem sinceridade mal educada com retidão, dizem, “eu não escondo minha opinião, não sou falso, o que sinto, eu falo e mostro na cara”. Não, isso não é virtude, é uma grandíssima falta dela. Jesus homem sabia tudo e foi o ser humano que mais se calou diante da maldade e do equívoco humano. Não é porque sabemos que devemos falar, ao contrário, quem mais sabe, mais cala, porque sabe que poucos estão preparados para verdades, sejam intelectuais, morais ou espirituais. Deus é reto, sempre se comunica conosco de forma direta, simples, amorosa, mas reta, quem se acalma e ouve seu Santo Espírito sabe disso. 
      Somos seres tortos, verificamos isso em nossos julgamentos injustos, em nossa malícia vaidosa, em nossa inveja não assumida, mas também na predileção que temos para buscar o mundo espiritual, ainda que querendo o Deus Altíssimo por meios intermediários, dê-se a eles os nomes que forem, que não seja o Cristo. Como sempre digo aqui, Deus ouve a todos e atende, mas se agrada e recompensa de forma especial os retos que o buscam com retidão, não por caminhos enviesados. Nos colocamos num nível espiritual diferenciado quando aprendemos a estabelecer com Deus um “papo reto”, onde se fala e se entende a resposta de forma imediata, e creia, Deus quer ter esse diálogo com todos, isso é andar e viver no Espírito. 

03/10/24

Deus é santo (3/5)

      “O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens.Salmos 11.4

      Alto e reto, eis duas características maravilhosas e exclusivas de Deus. A altura de Deus não está relacionada a uma extensão física, onde se é mais alto então é mais forte, mas relaciona-se diretamente à santidade. Ele é santíssimo, só Jesus espírito aproxima-se dele, e como tal é a luz mais clara, assim altura e iluminação estão relacionadas à limpeza moral. Deus é santíssimo porque é todo-poderoso ou é todo-poderoso porque é santíssimo? As coisas estão relacionadas, mas o que mantém o poder de Deus é sua santidade, vemos isso no mundo físico, mesmo o ser humano mais poderoso perde-se na imoralidade, impérios caíram por causa de degradação moral, mas aí há o antagonismo que o ser humano enfrenta aqui.
      No mundo o homem não pode ser santo e poderoso, por isso pobreza é tão enfatizada no evangelho, não porque Deus não queira que sejamos materialmente prósperos, mas porque somos inviáveis para termos posição alta no mundo e mantermos um padrão moral alto. Isso será sempre assim na humanidade? Creio que não, o ser humano chegará num momento onde poderá ser materialmente bem sucedido e espiritual, não porque conseguirá conciliar as duas coisas, mas porque quem é espiritual não se importa com as coisas materiais, ainda que as tenha em abundância. Lembremo-nos disso, se chegamos num ponto de vitória em Deus na vida, foi porque guardamos a santidade, assim, sigamos lutando por ela, não por outras coisas. 

02/10/24

O diabo é complicado (2/5)

      “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.II Coríntios 11.3

      O “diabo” está na artificialidade, naquilo que tenta subverter a simplicidade da vida para achar prazer e sentido na existência. Se vida verdadeira e melhor é simples, é porque Deus é simples, sabemos disso verificando o estilo, o objetivo e a qualidade de vida do Cristo homem. A simplicidade da existência baseia-se primeiramente em priorizar valores espirituais que encaminham para o Altíssimo, assim não basta ser espiritual, é preciso focar em Deus. “Diabo” pode ser espiritual e ainda assim não conduzir à vida, todos que se colocam no papel de diabo são os que se rebelam contra Deus e tentam existir desligados do Senhor. Isso mantém um vazio de alma insuportável, que os seres tentam suportar com a artificialidade diabólica. 
      Se a vida é simples, o “diabo” não é, se o bem é simples, o mal não é, “diabo” e mal sempre complicam as coisas. Meios que não resolvem problemas, mas são fugas com prazeres artificiais, tornam-se vícios, vícios complicam-se mais para poder ser mantidos. É assim com relação sexual errada, da simples e fiel entre dois seres humanos, criam-se fetiches, ferramentas, “poli relações”, trocas e subversões, é o “diabo”complicando a simplicidade. Quem acha a verdade mais elevada de Deus, acha acima de tudo simplicidade, pode ser feliz e ter paz com menos. Quem entende isso se prepara para a melhor eternidade, onde sem corpos físicos, somente com espíritos, só restará um jeito de ser feliz, conectar-se à luz mais alta de Deus. 

01/10/24

A vida é simples (1/5)

      “Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.Lucas 5.32

      Quando vejo pessoas indo para o trabalho, sentadas em transportes coletivos, assistindo partidas de futebol em estádios ou participando de cultos, entendo melhor a existência neste mundo. A vida não é espetacular, palco para sermos famosos e aplaudidos, pelo menos não para a maioria, a vida é simples, comum, e é desse jeito que os seres humanos se preparam para a eternidade. Se no mundo material é assim, por que seria diferente no plano espiritual? Ainda que lá colhamos os frutos das sementes que plantamos aqui, ainda que para muitos haverá recompensas e glórias, ainda assim, a existência lá será semelhante a que temos aqui, simples. Aceitar isso pode ser a maior prova de humildade que podemos dar.
      Creio na Bíblia, mas não na interpretação que muitas dão a ela, principalmente porque foi escrita por seres humanos antigos, muito mais místicos e supersticiosos que nós hoje. Vemos em informações bíblicas sobre céu e inferno cenários espetaculares, será que a grande maioria dos seres humanos está preparada para essa ótica? Infelizmente aparece mais quem grita mais alto, que às vezes é uma minoria, não quem é maioria discreta. Grande parte dos seres humanos que estará na eternidade é a mesma que vive no mundo de maneira comum, com conhecimento espiritual superficial, porque o tempo que teve no mundo foi para sobreviver, não para estudar. A vida é muito mais simples que achamos e assim será no além. 

30/09/24

Louvor conecta-nos à vida

      “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura. Eis que as primeiras coisas já se cumpriram, e as novas eu vos anuncio, e, antes que venham à luz, vo-las faço ouvir.Isaías 42.8-9

      A glória é sempre de Deus! Mas quem de fato entende isso? Já disse isso aqui, mas preciso repetir, adorar a Deus não é simples reação de ser humano grato por ter pedido algo ao Senhor e recebido. Isso é útil, mostra gratidão, humildade, reconhecimento de que existe alguém maior que tudo e todos, que administra todas as coisas, lugares, pessoas e tempo, e que autoriza as bênçãos para que cheguem a nós. Mas se fosse só isso, manteria Deus, ainda que num lugar mental especial dentro de nós, espiritualmente longe. Deus está em todos os lugares, mas uma relação de amizade com ele permite-nos conhecer sua intimidade, assim não só receber um reflexo de sua luz, mas sua presença viva na pessoa do Santo Espírito. 
      Na imaturidade espiritual que persiste atualmente, ainda que a ciência já tenha permitido maturidade intelectual, grande parte da humanidade ainda está inviável para entender Deus e o mundo espiritual em toda a verdade, assim precisa de misticismos. Isso pede o uso de protocolos ritualísticos e imagens materiais para focar a fé que chega até Deus. Em seu amor, o Senhor aceita isso, ninguém julgue ninguém, por isso o louvor a Deus é mistificado e formatado em termos e cantos, ao invés de ser simples e direta conexão espiritual com um Deus espiritual. Deus quer se conectar conosco para nos conduzir, a maneira mais fácil disso ser feito é adorando-o. Vida eterna está em Deus, é ela que acessamos na conexão estabelecida pelo louvor. 

29/09/24

Desembaraça com perfeição

      “Deus é a minha fortaleza e a minha força, e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho.II Samuel 22.33

      Às vezes olhamos intuitivamente nosso caminho à frente e sentimos que está confuso, isso nos deixa agoniados. Em momentos assim devemos vencer cansaço e desânimo e orar com fé, não precisa ser uma oração longa, basta que seja sincera e convicta. Nossa mente é limitada para compreender a vida, para entender a nós mesmos, para discernir a melhor vontade de Deus, e muitas vezes estamos nela e ainda assim estamos aflitos. Deus não só desembaraça nosso caminho, ou nossa percepção emocional dele, mas faz isso com perfeição, confie nisso, já provei várias vezes essa atuação do Espírito Santo e ainda provarei mais, eu creio. Felizes os que não andam sozinhos confiando só em si, mas que têm sua força em Deus.
      A incerteza, que nos rouba a paz, prevalece em nossos corações quando nos esquecemos de Deus, e assim nos desligamos dele. Isso não significa que incrédulos não empreendam neste mundo e sejam prósperos, mas o preço que pagam é caro, em trevas um dia se tropeça sem ao menos saber onde se cai. Mas os que sabem que são fortes só por estarem conectados a Deus, têm a vitória que permanece e que não traz desapontamento. Às vezes nossa cabeça está cheia de religião e de Bíblia, mas nosso coração está vazio do Espírito Santo, não nos esqueçamos nunca, o vaso é de barro e é pequeno, só retém poder de Deus por curto tempo, assim devemos orar todos os dias e nos fortalecermos no Senhor que é nossa fortaleza. 

28/09/24

Ser cristão, ser empático

      “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram.Romanos 12.15

      Muitas vezes sabemos do problema de alguém, problema que na verdade não tem nada a ver conosco, ou muito pouco, nos achamos no direito até de dizer algumas palavras educadas, mas sem nenhum comprometimento emocional. Como diz o ditado, “ema ema, cada um com seu problema”. Mas será que isso é atitude de cristão? Ou vivemos o cristianismo só quando nos convêm, quando o problema é nosso? Tive essa experiência recentemente, mas após receber um whatsapp da pessoa me falando de uma tristeza dela, ainda que estivesse frio a respeito, pedi orientação do Espírito Santo e esse me deu o versículo inicial. Parei um momento, digeri a informação, a senti como se fosse comigo, então mandei um áudio para a pessoa, pela distância que estava era o que podia fazer. 
      A oração que funciona, que sobe até Deus e o toca para que responda, é aquela que é sentida, com a seriedade e profundidade que a oração merece. Ainda que você esteja em paz, feliz, satisfeito, se alguém sofre, sofra junto, esse é o amor que Deus nos convida a exercer. Nisso uma oração é feita, alguém com um problema é consolado, mas nós, crescemos e construímos uma justiça que poderá voltar para nós no futuro, quando estivermos carentes de alguém que chore conosco. Da mesma forma a alegria, ainda que você não esteja cem por cento bem, se alguém compartilha com você uma vitória, pela fé alegre-se com a pessoa, felicite-a pela conquista, com sentimento. Empatia, o cristianismo vivido em sua essência e verdade. 

27/09/24

O ponto de vista do outro

      “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.Romanos 15.1-3

      Outra definição para amar: amar é ver a vida sob o ponto de vista do outro. Não estou dizendo que temos que achar justificação para violência e maldade do outro na visão doentia do outro, quando não vê certas coisas como violência e maldade. Digo que precisamos entender, que ainda que o outro tenha certas atitudes e posicionamentos que discordamos, mesmo que nos causem algum desconforto, ele pode estar agindo assim porque é o melhor que pode fazer para ser útil e produtivo nesta vida. Isso nos leva a não julgarmos mal principalmente quem invejamos ou que nos julga mal e injustamente, isso é amar os que nos persegue, vendo que sob o ponto de vista desse, pode ser ele que se sente julgado e injustiçado por nós. 
      Quando nos afastamos de Deus nos afastamos da luz, em trevas temos óticas distorcidas da vida, dos outros, de nós mesmos, de Deus. Por isso temos tanta dificuldade para amar, a princípio só amamos quem gostamos, quem julgamos bem, ainda que em todo julgamento humano, seja bom ou mau, haja equívoco. Nesse equívoco nós sempre somos vítimas e os outros opressores, quando à luz de Deus todos são, de alguma maneira, vítimas e opressores. Dos outros? Não, de si mesmos. Amar de verdade não é e nunca será fácil, é preciso esforço em Deus, porque sozinhos somos inviáveis para amar. Mas esse é o trabalho mais nobre, que mais proporciona bons frutos. Tente ver a vida sob o ponto de vista do outro, assim amará.

26/09/24

Estamos limpos? (2/2)

      “Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.João 13.10

      “Mas não todos”, assim encerram os muitos ensinos que a passagem de João 13.5-10 nos dá, e esse último é um alerta. Se Pedro equivocou-se mas estava bem intencionado, por isso no tempo certo entendeu a maior revelação do evangelho e foi útil a Deus, Judas Iscariotes teve um final trágico. Não podemos afirmar com certeza que Deus condenou Judas desde o início, que Jesus o tratava diferente porque sabia de suas dúvidas, Deus não age com ninguém assim, de todos Deus espera arrependimento até o último instante. Eu disse que Judas tinha dúvidas, porque o mal é assim, não nos vence na primeira tentativa, mas tenta-nos com insistência, e se não nos postarmos de forma clara contra ele, mina nossas forças até prevalecer. 
      A diferença principal entre os que estão “lavados” por Jesus e os que não estão, não é exterior, mesmo religiosa, muitos são assíduos em cultos e trabalhadores em igreja e não estão limpos. Por quê? Porque não andam neste mundo de fato conectados com Deus, portanto tendo acesso à porta mais elevada que é Jesus e ungidos pelo Santo Espírito. O que identifica ligação com Deus é santidade e amor, mais nada, o resto é consequência, e o primeiro efeito dessa conexão é humildade real. Estar limpo não é nunca pecar, isso é impossível neste mundo, mas é lutar contra o pecado, não ter paz nele, e um dia, ainda que demore, conseguir ter vida mais santa, enfim, de fato evoluir na jornada no plano material em que Deus nos põe. 

25/09/24

Fé sabe sem saber (1/2)

      “O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.João 13.7b

      “Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.” João 13.5-10

      Jesus lavava os pés dos discípulos quando Pedro reclamou, disse que eram eles quem deveriam lavar os pés do Cristo. A intenção de Pedro foi boa, reconhecia a importância de Jesus, mas imatura, não entendeu a profundidade da verdadeira espiritualidade. Se Jesus era melhor também era mais humilde e o humilde serve, não é servido. Há uma outra lição nisso, só somos purificados e temos conexão com Deus quando somos santificados pelo santíssimo, assim a salvação, como chamam os cristãos a conexão íntima com Deus, nasce de humildade que deixa-se ser servido pelo humilde. Há ainda uma última lição, quem anda no Espírito Santo anda limpo, só precisa lavar o pés, a parte que tem contato direto com o mundo no dia a dia. 
      Pedro ainda não entendia as coisas com profundidade porque as julgava só pela aparência, mas a frase que chama a atenção é a do versículo sete, nos ensina que não sabemos tudo, por isso precisamos crer e obedecer. Sou sempre a favor de diálogo honesto com Deus, direito que Deus nos dá e que não devemos abrir mão, ainda que líderes religiosos não gostem disso, assim podemos reavaliar a religião tradicional e só aceitarmos de fato aquilo que Deus confirma diretamente em nossos espíritos. Se Deus diz, “isso não é para você saber, mas só para você crer”, então, obedeça. Que bênção maravilhosa e consoladora há em ouvir e acatar essas palavras, nos liberta de ansiedades e nos dá a paz completa em Deus para seguirmos fortes. 

24/09/24

Menos corpo, mais espírito

      “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.João 8.36

      Frequentemente assistimos na TV, reportagens sobre pessoas que fizeram algum tipo de procedimento para modificar a estética de seus corpos, e tiveram problemas de saúde. É cirurgia plástica mal feita ou que não entrega o resultado desejado, são órgãos feridos, no final a pessoa acaba pior que no início, antes do procedimento, isso quando a consequência não é fatal. Ah se as pessoas tivessem a mesma preocupação em mudar seus espíritos, em aperfeiçoar suas estéticas morais, e buscassem para isso o médico dos médicos, Jesus. A mídia, sustentada por empresas que são sustentadas por consumidores, não tem interesse no espírito, só nos corpos, e para isso usa argumentos sedutores para manter gente comprando coisa.
      O mundo está lutando por igualdade, liberdade e respeito, isso é legítimo, mas junto disso também está usando muitos para enriquecer alguns, assim muitos valores são enfatizados, não porque alguns poderes, como mídia e políticos, amam o ser humano com um amor puro, mas porque querem usar o ser humano, para isso até ciência é utilizada, ninguém se iluda. Uma geração está sendo mal criada achando que está sendo criada corretamente, uma geração está sendo encarcerada achando que está sendo libertada, por um simples motivo, deseja-se ser livre no corpo, não no espírito. Bom seria as duas coisas, mas é melhor ser livre e curado por dentro e não dar tanta relevância à aparência que não se levará deste mundo para o eterno.

23/09/24

Viver para quê?

      “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações, como na provocação.Hebreus 3.12-15

      Muitos agem como crianças mimadas, se não pode ser do seu jeito, não será de jeito algum. Muitos caem em depressão e desistem de viver, e nem é por motivos legítimos, ninguém se deprime por não conseguir ser santo, por não conseguir perdoar, amar e servir, esses seriam motivos realmente legítimos. A maioria das pessoas se deprime porque não tem grana, porque não é reconhecida profissionalmente, mesmo por não ser lembrada em ministérios de igrejas, fica deprimida porque não tem amor correspondido por outra pessoa, e não me refiro a amor espiritual, mas ao afetivo e sexual. Assim, por não terem prazer físico num mundo material querem até morrer. O desejo de morte revela algo importante, o motivo de vida.  
      Cuidado, Deus pode te confrontar com uma pergunta, “e agora, o que você quer, viver ou morrer?”. A resposta mais sábia, na grande maioria das vezes é, “quero viver e quero do jeito certo”. Não disse em todas as vezes porque não me atrevo a julgar quem pode estar no sofrimento extremo de uma doença incurável, só trazendo tristeza para quem mais ama, mas ainda assim é preciso confiar num Deus que sabe o momento melhor de partida de cada um. Viver neste mundo não é fácil, mas a maioria só entenderá a importância que teve cada instante aqui e o quanto isso interfere na eternidade quando já estiver no plano espiritual. O jeito certo de viver é persistir em santidade, amor e humildade, vigiemos nisso e não provoquemos o destino. 

22/09/24

Cristo e nosso sofrimento (4/4)

      “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão.I Pedro 3.18-19

      Engana-se quem pensa que em Cristo somos livrados do sofrimento, não, somos apenas libertados para sofrer do jeito certo. Mas como assim, há uma jeito certo de sofrer? Sofrer não é sempre errado, desnecessário, algo que temos que evitar o máximo possível? Não, Deus nos põe no mundo para sofrer, eis a verdade, ele tem propósito positivo nisso, é por negar isso que muitos se afastam de Deus e de serem seres humanos melhores. Mas se Deus nos ama por que nos permite sofrer? A resposta é, justamente porque nos ama ele nos permite sofrer, para que aprendamos quais são as prioridades certas na existência e amadureçamos para viver eternamente. Eis um antagonismo do evangelho: só quem sofre certo não sofre.
      Quem abre mão do ego, de achar que tudo pode e sempre, de reconhecimento humano, de dar a última palavra, de prazer egoísta, de vencer sempre, de viver a qualquer custo, de não levar desaforo para casa, esse sofrerá, mas sofrerá para ser humilde e superar o orgulho. O humilde, o Deus todo-poderoso protege do mal, e quem causa o pior sofrimento não é a humildade, mas o mal. O sofrimento que a humildade traz só dura o tempo que vivemos neste mundo, quando “acordarmos” na eternidade a humildade não dependerá mais de luta perseverante, mas será anexada aos nossos homens interiores como parte fixa deles. Esse é o exemplo do sofrimento maior e melhor, o de Jesus, que devemos usar como exemplo e objetivo de vida. 

21/09/24

Qualidade do sofrimento (3/4)

      “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.Mateus 5.10-11

      Em sofrermos porque erramos e não assumimos, não há benefício, em sofrermos a consequência de um erro que cometemos e assumimos, há benefício para nosso próprio crescimento, mas ao sofrermos pelo erro do outro há benefício para o outro, isso é o mais puro amor. Jesus chama sofrimento de qualidade de sofrimento de justiça, nisso há mistérios que muitos cristãos não sabem. Achamos que suportar fraqueza do outro é amenizar erro do outro, já que não reagimos na mesma altura, mas pagamos mal com bem, contudo, ninguém sofre injustiça de graça. Se alguém nos faz mal é porque merecemos, ainda que não tenhamos noção disso. Só Jesus de fato recebeu mal que não merecia, por isso seu sofrimento teve tanta qualidade. 
      Mas foi dito no início que beneficiamos o outro sofrendo injustamente, por quê? Porque quebramos o loop do nosso mal, bem feito hoje anula mal feito antes, assim sofrermos pela justiça paga dívida e passa a responsabilidade para o que recebeu a justiça. Esse por sua vez poderá sofrer injustiça para pagar a injustiça que fez, assim caminha a humanidade, causas e efeitos constantes. Qual o papel da grande injustiça que Cristo sofreu por todos? Nos dar paz com Deus para sofrermos injustiças com justiça, o sacrifício de Jesus não exime-nos de sofrer, mas permite-nos sofrer para crescermos, não apenas como sacos de pancadas do destino, senão sofreríamos para sempre sem nunca achar paz, já que não teríamos forças para sofrer certo.

20/09/24

Todos sofremos (2/4)

      “Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte.I Pedro 4.15-16

      Há poder no sofrimento, repito, o poder de confrontar o ser humano com provas específicas, que nelas sendo aprovado conquista um crescimento moral, portanto, espiritual, diferenciado. O que pouca cobrança recebe, pouco precisa fazer, pouco sofre, com efeito pouco cresce. Mas será que existe alguém que vem a este mundo “a passeio”, que não é provado de alguma forma? Não, ainda que sob nossos míopes olhos possamos achar que alguns se esforçam menos que nós, podem até se esforçar menos, mas não para fazer o que nós temos que fazer. Provas são diferentes para pessoas diferentes, por isso que não devemos julgar pela aparência, só Deus conhece o coração, a prova, o sofrimento e o esforço de cada um. 
      Mas muitos sofrem justamente por não quererem sofrer, assim, ao invés de aceitarem com humildade os limites que o “universo” lhes impõe e que têm um propósito divino, sofrem por orgulho, assim, ao invés de serem vitoriosos e crescerem, permanecem derrotados e acrescentam à sua luta original e útil uma segunda e inútil luta. Só temos vitória nas batalhas que Deus nos coloca, nas que inventamos ou que nos colocamos por teimosia ou vaidade sempre somos derrotados, vitória nessa batalhas podem até nos fazer importantes diante de homens, mas nada acrescenta a nossos homens interiores, portanto não levaremos como virtudes que definirão nossa posição na eternidade espiritual. Qual a qualidade do nosso sofrimento? 

19/09/24

Há poder no sofrimento (1/4)

      “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.II Coríntios 1.3-5

      Há poder no sofrimento! Como costumo fazer, quando toco em alguns temas, sofrimento “masoquista”, de quem se submete à qualquer espécie de violência, que podendo reagir, não reage, não é o tipo de dor a que me refiro nesta reflexão. Isso pode ser só efeito de mente doente, de quem não se respeita e é carente por qualquer atenção, mesmo que seja atenção estúpida, mas principalmente, sofrimento sem comunhão e paz com Deus. Há limites e quem estabelece a referência é nossa conexão verdadeira com o Deus verdadeiro. Contudo, precisamos olhar diferente quem traz em si alguma limitação impossível de ser superada, com a qual terá que conviver por toda a vida, na área física, mental e mesmo social.
      A cadeirantes e portadores de transtornos mentais devemos tratar com cuidado, a dificuldade que para os que se acham “normais” parece menor, para esses pode ser maior, assim chama-los de ociosos ou covardes é injusto. Limites físicos são fáceis de serem verificados, já os psicológicos, não, e não estamos generalizando, mas muitos não constroem enfermidades psiquiátricas por fazerem escolhas morais erradas, mas podem ter dificuldade para escolher certo por serem enfermos. Creio num Deus justo, que “dá o frio conforme o cobertor”, se há alguma lucidez com humildade, a pessoa tem condições de ser feliz e de fazer os outros felizes, seja qual for sua capacidade, e isso também não nos exime de auxiliar os fracos. 

18/09/24

Apaixone-se por Deus hoje (4/4)

      “Não apaguem o Espírito.I Tessalonicenses 5.19

      Um cilindro fino e comprido de parafina, com um pavio no meio, que é queimado para produzir uma chama, mas sob um vento que teima em apagar o fogo o tempo todo, eis o desafio maior de se viver neste mundo. No mundo estamos limitados a isso para iluminar, só na eternidade seremos livres para clarear infinitamente, isso se perseveramos em manter, ainda que com muita dificuldade, a vela acesa o máximo possível no plano material. O que acende nosso espírito é o Espírito de Deus, estando a vela limpa pela fé no perdão que há em Cristo, mas são as obras que o mantêm aceso. A oração é só início do processo, não se acende uma vela para escondê-la, é preciso dar utilidade à luz que ela produz.
      Utilizar a luz da vela, entretanto, a expõe ao mal do mundo e aos limites do nosso corpo. Unção, um tipo especial de paixão, paixão por Deus, não por religião nem por igreja, é chama de uma pequena vela, facilmente se apaga, assim precisa ser acesa o tempo todo, vigiando com cuidado para que os ventos do mundo não a apaguem. Não pense que um culto abençoado de domingo à noite, com um louvor “quente” e envolvente, te dará unção para muito tempo, às vezes na segunda-feira à tarde a unção do domingo à noite já se apagou. Temos que nos apaixonar por Deus todos os dias, não dormirmos sem acendermos a chama, para acordarmos com ela, buscando mantê-la acesa o máximo que pudermos. 

17/09/24

Uma paixão eterna (3/4)

      “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.” I João 4.19

      A existência temporária na matéria é uma grande metáfora da vida espiritual eterna, assim nossos corpos, nossos sentimentos, nossas relações sociais e afetivas, nossa interação com o planeta, animais, natureza e tantos elementos da Terra e dos outros corpos celestes, são meios que aprouve a Deus usar para que evoluamos no espírito. Se antes vivemos neste mundo para depois experimentarmos “céus” e “infernos” no outro mundo é por dois motivos: o primeiro é que não somos “criados” já prontos para a vida espiritual, o segundo é que antes de experimentarmos posições mais “duradouras” passamos por uma preparação ou por um teste em existências mais limitadas. Se é assim com tudo, também é com a paixão. 
      Provamos paixões temporárias para aprendermos a escolher a duradoura, essa não é potencializada pelas emoções humanas da alma e do corpo, mas pelo espírito pessoal eterno conectado ao Altíssimo Santo Espírito de Deus. Se paixões passam, a que experimentamos por Deus, ainda que queimando numa vela pequena e frágil, que facilmente se apaga, pode ser acesa e acesa neste mundo, todos os dias, até ser acesa para sempre no outro mundo. Amar a Deus não cansa, nunca decepciona, sempre nos alimenta, para isso basta que escolhamos amá-lo, a princípio pela fé, de forma racional, para depois provarmos uma emoção especial, que chamamos de unção, uma paixão que nasce e permanece no espírito imortal, não na carne. 

16/09/24

Vivemos sem paixão? (2/4)

      “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.Tiago 5.17

      Versões bíblicas usam termo paixão mais como algo negativo, como sendo as iniciativas irresponsáveis e fúteis da carne, mas o termo pode se aplicar de forma genérica a uma “energia” emocional, gerada por algo que nos toca de forma especial e mesmo desconhecida. Se passamos grande parte de nossas vidas sendo impulsionados pela paixão, como viver sem ela principalmente depois que amadurecemos? É possível? Se paixão não é má em si, mas é uma ilusão, uma experiência no mínimo imatura, como nos aproximarmos mais de Deus sem ela? Como muitas coisas que fazemos potencializados pela paixão, também exercemos fé em crenças espirituais muito mais por paixão, que por uma convicção realmente pura e sem ilusões. 
      Nunca deixamos de nos apaixonar, a diferença é que ao envelhecermos paixão pode ser opção racional, não obsessão, podemos escolher nos apaixonar. Isso não deixa a paixão sempre boa, ainda velhos podemos nos apaixonar pelas coisas erradas, que não gerarão bons frutos que permanecem. Contudo, há uma diferença entre envelhecer e amadurecer, quem amadurece, ainda que o corpo envelheça se mantém vivo e lúcido. Já o imaturo não aceita a sensatez nem o próprio envelhecimento do corpo, tentará permanecer jovem fisicamente, não para estar vivo e lúcido, mas enganosamente apaixonado. Paixão como causa, vira fim em si mesmo e vício, mas como efeito de amadurecimento, torna-se escolha que liberta e aprimora. 

15/09/24

Paixão sempre acaba (1/4)

      “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.II Timóteo 2.22

      Até uma idade, a maioria das pessoas experimentam paixão com mais constância. Como sentimento poderoso, efeito de nosso confronto inicial com uma experiência, pode nos potencializar para fazer coisas que normalmente não podemos fazer. Paixão pode tanto nos fazer amar como odiar, mas é sempre uma força inicial, que é gerada após a surpresa, depois, com o tempo, atenua-se. Nos apaixonamos por pessoas, pela profissão, por um hobby, pela religião, por um ministério cristão, mesmo por Deus, essas são as boas paixões. Mas pessoas e situações também podem provocar em nós revoltas, ódios, um desejo de destruição, que também são paixões, mas ruins. Paixão é intrinsecamente ligada à emoção, assim não é racional. 
      Nas asas da paixão empreendemos com coragem, uma relação afetiva, um projeto financeiro, uma ação humanitária, uma ideologia. Paixão em si não é errada, se nasce com bases legítimas e se produz frutos que permanecem. Contudo, num determinado momento de nossas vidas, ficamos menos susceptíveis a ela, não a geramos mais com facilidade, ficamos mais frios. Isso é bom, nos tornamos mais racionais, mas pode ser ruim, ficamos menos produtivos. Nossa conexão com Deus, que nos fortalece para sermos santos e amorosos, pede de nós um posicionamento diferente se não tivermos mais paixão para exercê-la, pede fé racional, é nesse momento que amaduremos espiritualmente e que começamos a entender a eternidade.