quarta-feira, agosto 14, 2019

Trabalhe e fique em paz

      “Em todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza.” Provérbios 14.23

      Todo homem que teme a Deus e o obedece é útil, assim não diga o ocioso que confia em Deus, nem entristeça-se o esforçado como se o Senhor não visse sua luta. Mas não se engane, o trabalho que é ferramenta de benção, que cumpri a vontade de Deus, fundamenta-se na obediência ao Senhor, muitos fazendo muito não fazem nada, e outros com o pouco que podem fazer fazem mais que o que deveriam. Trabalhemos tendo o Senhor como patrão, não os homens, os homens são injustos, são cruéis, são falsos, Deus não, ele é misericordioso, generoso, fiel. Assim, irmãos e irmãs em Cristo, façamos a nossa parte, com todo o coração, e depois estejamos tranquilos, durmamos o sono dos justificados em Cristo. O Senhor é o que nos fortalece para que nossos sonhos não fiquem só em palavras, mas se tornem realidade através do nosso trabalho nele. Glória a Deus que nos sustenta! 

terça-feira, agosto 13, 2019

Diante de Deus todos caem

      “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 
      Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.”

Isaías 6.1-7


      Demônios, diabos, religiosos e homens, todos caem diante de Deus. 
      Deus é maior que os antigos e grandes anjos caídos, assim por mais conhecimento que eles aleguem ter e por melhores que eles digam que são suas intenções com a humanidade, tenha cuidado, fique com a verdade simples da Bíblia. Deus em sua onipotência deixou nas escrituras sagradas, ainda que reunidas pelas mãos das tradições judaica e cristã, o suficiente para que tenhamos acesso ao altíssimo que está acima de todo príncipe das trevas. 
      Deus é maior que as potestades demoníacas, enorme em quantidade mas compostas de pequenos seres espirituais das trevas que fogem a menor manifestação de luz daqueles que têm acesso a maior luz do universo, Jesus. Esses ratos espirituais se escondem nas pequenas brechas, mas temem a santidade adquirida pelo sangue do cordeiro nos filhos de Deus. 
      Deus é maior que as religiões e seus sacerdotes, procure bons pastores para se colocar debaixo de seus cajados santos, mas não tema ninguém por estar atrás de púlpito, por ter carisma físico ou por ser liderança de grandes ministérios. Antes, honre os pastores humildes e fiéis de Deus, eles sempre terão tempo pra você, uma palavra de consolo e te tratarão com amor. Tenhamos cuidado com os falsos pastores, que simulam unção, que exigem dos outros o que eles mesmos não vivem, que só querem dominar e serem aplaudidos, esses não são servos legítimos de Deus, a esses resistamos com autoridade e sem receio. 
      Todavia, Deus é maior que nosso ego, e o ego humano é o único que tem livre arbítrio para aceitar ou negar a Deus. Assim, quebrante teu homem interior diante do Senhor, busque-o, ache-o, reconheça-o e tema-o. Isaías teve um encontro com a maior das intimidades do Senhor porque o buscou. Esse encontro fez morrer o velho Isaías e nascer um novo, profeta que anunciaria dentre outras coisas a vinda do reino messiânico que só ocorreria muito tempo depois de sua profecia. Entenda, porém, um verdadeiro encontro com Deus não deixa um ego exaltado com as revelações que conheceu, mas um espírito quebrantado com o poder da santidade do altíssimo.
      Diante de Deus, em um encontro real com o Senhor, ninguém fica de pé, mas sejamos nós como Isaías, os que são quebrados no espírito para se levantarem vitoriosos como servos amados de Deus, não como os falsos pastores, os demônios e os diabos, que cairão para serem julgados e condenados.

segunda-feira, agosto 12, 2019

Deus conhece o sincero bom

      “Julga-me, Senhor, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado também no Senhor; não vacilarei. Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha os meus rins e o meu coração. Porque a tua benignidade está diante dos meus olhos; e tenho andado na tua verdade. Não me tenho assentado com homens vãos, nem converso com os homens dissimulados. Tenho odiado a congregação de malfeitores; nem me ajunto com os ímpios. Lavo as minhas mãos na inocência; e assim andarei, Senhor, ao redor do teu altar. Para publicar com voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas.” Salmos 26.1-7

      Ainda que erremos muito na vida, que batamos a cabeça, mesmo que façamos mal a alguns, se há uma sinceridade benigna em nós Deus nos chama, nos salva, nos perdoa e nos abençoa. Vamos refletir nessa afirmação. Em primeiro lugar é preciso entender e aceitar que todo mundo erra, todo mundo perde tempo em escolhas ruins e todos machucam os outros. Ninguém se ache a pior pessoa do mundo, a única que fez bobagens, nem se considere perfeito ou sempre vítima, inventando desculpas para os pecados cometidos e não assumindo-os com responsabilidade pessoal por eles. 
      Em segundo lugar Deus acha o sincero, mas o sincero benigno, sim, não basta ter sinceridade, ela precisa ser boa. Existe diferença entre sinceridades? Ser sincero é fazer algo, falar ou sentir alguma coisa, com verdade, sem falsidade, mas isso não basta. Muita gente é sinceramente má, sinceramente cruel, sinceramente diabólica, isso não é falso nelas, elas não enganam ninguém sobre suas intenções, mas essas intenções não são boas. Muitos dizem, “ah, eu sou sincero, se me incomodou eu falo mesmo, doa a quem doer”, isso é sincero, mas não é bom, não é benigno. Outro ditado diz, “de boas intenções o inferno está cheio”. 
      O que é então boa sinceridade? O benignamente sincero pode até errar, mas ele quer acertar, e o principal, ele acerta um dia, a tempo de ter uma vida de justificado por Deus (eu disse justificado, não justo, mas o justificado em Cristo se torna justo aos olhos de Deus). Não basta errar e dizer, “poxa, eu não sabia, não tinha experiência, eu queria acertar mas não consegui”, e depois tornar a cometer o mesmo erro outra e outra vez. O sincero do bem acha o caminho melhor, ainda que a custo de sofrimento, acha e fica nele, até o fim. Deus conhece o sincero bom e cuida dele.
      Nós, seres lineares que somos, não entendemos a não linearidade de Deus. Deus não nos julga pelo presente, mas pelo futuro, ele sabe onde chegaremos e se a nossa sinceridade é ou não benigna. Na verdade Deus não tem tempo, contempla todas as existências e todos os tempos ao mesmo tempo e de uma só vez. Você está orando hoje aos prantos, confessando sinceramente um pecado e assumindo de todo o coração que não vai cometer mais esse pecado que tanta dor causou a você e aos outros? Deus sabe se você daqui a um tempo se esquecerá desse encontro com ele e cometerá de novo o mesmo pecado, mas ainda assim ele te perdoa e cuida de você. 
      Na verdade, o verdadeiro filho de Deus sempre tem um final feliz, ainda que esse final seja bem lá no fim, por um curto período de tempo. Isso não importa, importa que ele alcançará o centro da vontade do Senhor para sua vida e ficará nele, até a morte. Deus sabe disso, antes, e por isso cuida e protege o sincero, ainda que no presente esteja fazendo más escolhas e pagando um preço alto por isso. Assim, é sábio não julgar, a ninguém, muito menos condenar alguém por erros passados, só o Senhor sabe quem sinceramente se arrependeu, mudou de vida e segue agora obedecendo a agradando a ele, o Deus justo, santo, eterno e bom para com o benignamente sincero. 

domingo, agosto 11, 2019

O mal mudou de estratégia

      A reflexão de hoje é sobre um tema que de tempos em tempos escrevo aqui, o final dos tempos e uma igreja decadente. Se você procura uma palavra de consolo pessoal, sobre um salmo ou uma exortação paulina, bem, não é o caso. Insisto nesse tema porque sinto que é uma das relevâncias do blog, parte da visão profética desse espaço, sobre a qual aquele que vos escreve está pronto para dar satisfação ao Pai. Não, não é jogar pedras na noiva do cordeiro, mas levantar-se sem medo contra falsos pastores e igrejas-empresas, e sim, uma chamada de atenção para que a noiva acorde e se vista com vestes brancas de festa pois o tempo urge.
José Osório de Souza, 7 de agosto de 2019

      Até um tempo atrás o diabo vendia poder a troco de conhecimentos ocultos ou de maldade, assim, associávamos ao mal magos de ordens secretas ou gente socialmente má mesmo, criminosos. Por outro lado, os cristãos eram vistos como perseguidos, vítimas, incompreendidos, inocentes ainda que alienados. Nos últimos anos temos visto uma mudança de estratégia do mal, que tem invertido valores, transformando o antigo bem em mal e o velho mal em bem. Isso tem sido feito com astúcia, com inteligência e usando vários organismos da vida contemporânea do mundo atual. Os violentos, intolerantes, prepotentes, agora, são os cristãos, e os organismos mundiais, responsáveis pela agenda anti-Cristo, deixam Igreja Católica fora disso, cristãos para eles são os protestantes evangélicos. 
      Ainda que a Igreja Católica seja contra o aborto e a favor de escolas sem viés político, por exemplo, e ainda que a pedofilia seja grande entre seus sacerdotes, assim, ainda que tenha lados positivos que vão contra a agenda e lados negativos convenientes para os inimigos do cristianismo enfatizarem, as mídias, ONGs, organizações mundiais etc, sempre protegem a Igreja Católica. Ateus e materialistas se levantam contra evangélicos e protestantes, mas não contra a Igreja Católica. Os católicos continuam como inocentes, enquanto que protestantes e evangélicos são os malvados. O mal virou vítima, e o bem se transformou em quem violenta essa vítima. 
      Na verdade, a grande religião que o mal propaga no final dos tempos é a vitimização, que empodera o indivíduo e demoniza as igrejas, a família, os valores morais da tradição judaica cristã. Todos podem tudo e é proibido proibir, esse caos fantasiado de liberdade destroe lideranças e autoridades e prepara o ser humano para aceitar o líder final, o anti-Cristo. Infelizmente, muitas igrejas cristãs evangélicas e protestantes (e não generalizando ainda que outras igrejas ajam assim por falta de conhecimento) têm contribuído para a propagação dessa ultima estratégia do mal. Em primeiro lugar também ensinando a vitimização nos púlpitos, vítimas são sempre mais fáceis de manipular. Em segundo lugar sendo essas igrejas preconceituosas, intolerantes, assumindo o personagem que o mal quer aliar a elas e sendo elas próprias agressoras de minorias que já são vítimas reais, mas que não precisariam ter as igrejas como seus agressores e suas inimigas. 
      Sim, o diabo mudou de estratégia, o ser humano não precisa ser mal e adorador de espíritos malignos para ser contra o cristianismo, basta que ele seja vítima de todos que querem tirar dele o direito de ser quem ele quer ser, isso sem Deus, obviamente. Essa estratégia é mais eficiente à medida que contra o agressor todos se colocam, mas sempre se quer proteger e defender vítimas. A única coisa que as igrejas evangélicas e protestantes precisam e podem fazer contra isso, é retornarem ao cristianismo primitivo de Cristo, deixarem esse misto de restos católicos com liberalismo (econômico) moderno que só fizeram crescer as heresias e deixou muitas igrejas materialistas e tão hipócritas quanto os religiosos judeus do primeiro século que crucificaram a Jesus. 
      A vocação da religião, de todas elas, é afastar o homem de Deus. Parece antagônico já que a raiz da palavra religião significa justamente o oposto, religar o homem a Deus. Mas a instituição e a tradição humana dentro da religião, sempre tenderão a modificar ensinamentos puros, muitos de fato originalmente de Deus, para que se tornem ferramentas de controle e manipulação sobre os homens, com a finalidade de manter nas mãos de alguns homens o poder, seja financeiro, político ou social. Sempre foi assim e sempre será e o cristianismo não escapou disso à medida que criou o catolicismo e seus protestantes. Assim, o apelo que o Espírito Santo faz é: nos libertemos das religiões e voltemos para o evangelho de Jesus, só ele nos salvará da derradeira estratégia do diabo para esse mundo. 

      Talvez depois disso voltemos a nos reunir nos lares com o singelo propósito de adorar e orar, com simplicidade, humildade e verdadeira santidade, aquela, imprescindível à genuína noiva do cordeiro. “Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recámara, e a noiva do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus? Então o Senhor se mostrou zeloso da sua terra, e compadeceu-se do seu povo.” Joel 2.15-18

sábado, agosto 10, 2019

Qual o tamanho do teu inimigo?

      “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.Tiago 1.12-15

      Nosso inimigo tem o tamanho inverso do tamanho de nossa fraqueza, grandes fraquezas atraem pequenos inimigos, mas em grande quantidade, enquanto que pequenas fraquezas atraem grandes inimigos, ainda que em menor quantidade. Contudo, é preciso mais astúcia para se entrar em pequenas brechas, poucos podem conseguir, enquanto que nas grandes brechas, não é necessária muita esperteza e muitos passam por ela. Pequenos demônios são fracos e agem em grupos ainda que desorganizados, assim como os homens maus, os grandes diabos, contudo, são poderosos, mais inteligentes e focados, assim como os homens maus mais poderosos, se lançam sozinhos contra os mais fortes pois sabem que só esses podem comprometer seus poderes. Os grandes não se preocupam com os pequenos e os pequenos não têm cacife para enfrentar os grandes. Está complicado de entender? Mas você já vai entender, acompanhe a reflexão até o fim. 

      Alguns crentes, que não conhecem a si mesmos (nem aos espíritos das trevas), acham estarem sendo atacados pelo diabo, enquanto no máximo são tentados por demônios do terceiro escalão. Na maioria das vezes são tentados por eles mesmos, por seus corações inconstantes e egoistas. Tudo bem que mesmo a Bíblia usa o termo “diabo” em muitas passagens de forma genérica, sem se preocupar com tecnicidades, se refereindo a espíritos do mal de qualquer tamanho, isso basta para que no nome de Jesus todos sejam protegidos, seja qual for o nível de conhecimento espiritual que tiverem. A Bíblia não foi direcionada pelo Espírito Santo para técnicos, teólogos e doutores, mas para todos, principalmente para os simples.
      Mas na conhecida passagem de Mateus 17.14-21 Jesus deixa claro que existe diferença entre esses seres espirituais, bem o objetivo nesta reflexão não é nos aprofundarmos no tema (o tema foi assunto da reflexão “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” onde nos aprofundamos bastante sobre demônios e diabos, se puder confira). Contudo, é preciso entender que não se pode sair orando de qualquer jeito por endemoniados ou por libertação de territórios geográficos. O ponto dessa reflexão contudo é um questionamento: qual o tamanho do nosso inimigo? Isso determinará o tamanho de nossa fraqueza e revelará a qualidade de nossa vida espiritual. 
      Jesus, no início de seu ministério, foi tentado por um príncipe das trevas, Satanás em pessoa (Mateus 4.1-11), esse não aparece assim para qualquer um, mesmo para aqueles que buscam relação com o reino das trevas. A maioria só conhecem demônios, outros, poucos, conseguem invocar chefes de potestades, e raríssimos magos do ocultismo conseguem se comunicar diretamente com os príncipes malignos. Esses magos, contudo, não tem o mal como inimigo, mas tentam dominá-lo para obter dele algum benefício, ainda que o preço seja suas almas. Mas o interesse das trevas nos filhos de Deus com certeza aumenta à medida que esses se dispõem a conhecer e obedecer mais ao Senhor, assim estejamos atentos. Quanto mais forte nos tornamos mais fortes são nossos inimigos.

      Contudo, para aqueles que se descontrolam por qualquer coisa, que são seduzidos por qualquer pedaço de corpo, olhar ou site na internet, que não conseguem controlar ira, inveja, apetites, saibam que o diabo não tem interesse em lutar com vocês, vocês já estão vencidos, e o são com muita facilidade. Seus inimigos são pequenos, porque suas fraquezas são grandes, assim sua consagração também é pequena. Pequenas fraquezas, todavia, chamam a atenção de uma quantidade maior de inimigos, ainda que de qualidade medíocre (existem centenas de demônios para dezenas de chefes de potestades para poucos príncipes diabos). 
      Mas isso não se refere só aos espíritos malignos, os que têm fraquezas pequenas serão tentados por seres humanos em maior quantidade e de menor qualidade moral. O irado arruma encrenca com qualquer um, o invejoso inveja até aquele que tem menos que ele, por pura insegurança, o adúltero trairá uma mulher bonita e virtuosa por uma feia e vulgar, o viciado trocará um lar feliz por um beco ou boteco infestado de outros viciados, o mal nunca dá lucro reais, ele sempre faz perder, rouba e mata. Não reclame, pois, dos inimigos que tem, temos os inimigos que merecemos, e em se tratando de homens geralmente nossos maiores inimigos, ou aqueles que achamos que são, são as pessoas mais parecidas conosco. 

      O nosso mal nos deixa desconfortável quando o vemos nos outros, esses são nossos inimigos? São pares, que sob outras circunstâncias seriam nossos melhores amigos. Nossos maiores inimigos podem ser nossos maiores amigos, e vice-versa, isso porque são as pessoas que mais coisas têm em comum conosco. Dessa forma, como sempre orienta o evangelho, olhemos para nós mesmos, não para os outros. Quando nos consertamos, quando vencemos nossos males, os inimigos são anulados, simplesmente porque não acharão mais em nós fraquezas para tentar, inimigos são meros espelhos que refletem o mal que há em nós. 
      Olhemos para nós mesmos e não coloquemos a culpa de nossas fraquezas no diabo ou em quem quer que seja, Lúcifer não criou o mal que há no ser humano, ele apenas o apresentou à mulher e ao homem que depois fizeram opção por ele. Mas muitos podem usar (e usam) a passagem de Efésios 6.12 como argumento que o Diabo é nosso grande inimigo, sim, ele é, mas depois que tivermos vencidos nossas fraquezas menores. Vou dizer algo que pode soar estranho, para ter o Diabo como inimigo é preciso merecer. 

      Jesus foi tentado diretamente por um diabo (Satanás) porque tinha calibre para isso, o apóstolo Paulo foi impedido por Satanás de visitar os tessalonicenses (I Tessalonicenses 2.18), e isso nos ensina muito, sobre o diabo é sobre a verdadeira espiritualidade. E nós, e você, e eu? Passaremos a vida brigando com o vizinho? Com o motorista do carro da frente por não ter dado sinal? Com o cunhado que acredita sinceramente que é melhor que nós? Com o colega de trabalho que pouco trabalha, mas muito bajula o chefe e por isso ganha mais que nós? 
      Enquanto lutamos com inimigos criados por nossa própria concupiscência, deixamos de fazer a obra de Deus e lutar pela salvação dos outros. Lutas sempre teremos, ninguém ache que um dia, nesta vida, neste mundo, teremos descanso, descansamos em Deus, sim, mas enquanto seguimos lutando, e assim será até o fim de nossas jornadas no plano físico. Mas se é assim, qua nossas lutas tenham uma finalidade mais nobre em Cristo, que sejamos soldados não para conquistas pessoais e materiais, mas para o reino de Deus, para a redenção de tantos que precisam da cura e do consolo que só o Espírito Santo pode dar. Qual o tamanho do teu inimigo? Que ele seja grande, mas seja qual for o tamanho dele já está vencido, no nome de Jesus Cristo!

sexta-feira, agosto 09, 2019

Deus nos livra de cairmos em tentação

      “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.I Coríntios 10.12-13

      Qual é a tentação que pode nos vencer? Não são os prazeres da carne, os vícios, o sexo, o ódio ou a inveja, tudo isso é consequência de quem cai numa primeira tentação, a da fé. A primeira coisa que o diabo nos tenta é a nossa fé em Cristo, nossa confiança em Deus, nossa aliança com o Espírito Santo, ele sabe que se cairmos nessa prova seremos presas fáceis das tentações de nossa própria carne, nessas ele nem precisa colocar muito a mão. O segredo é andarmos com a fé aprumada, focada, firme, e nessa convicção mantermos o coração feliz e a mente em paz. Contra isso sempre acharemos escape para suportar a realiadade do dia a dia. Uma alma triste, contudo, é uma alma fraca. 
      Cuidado, a astúcia do diabo está em minar aos poucos nossa fé, em colocar pequenas desconfianças que nos fazem achar que Deus nos abandonou ou não é tudo o que sua palavra diz que ele é. Quando o diabo mina a santidade absoluta de Deus em nossos pensamentos ele tenta diminuir nosso padrão de qualidade de santidade em nossos corações. Mas a tentação mais eficiente pode estar numa simples ideia, que pode corroer toda uma doutrina construída por anos em nós. Refletir sobre as coisas com mais profundidade, não aceitar as coisas só porque é costume, pode nos conduzir a um conhecimento mais profundo do altíssimo. Contudo, se não estivermos preparados, vigilantes, no espírito mais até que no intelecto, podemos abrir portas para fora da vontade do Senhor, e não para dentro do centro da vontade de Deus. 
      “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gálatas 1.8), cada um tem a tentação que merece, e o inimigo é expert em descobrí-la e usá-la. Se um pode colocar tudo a perder por um “rabo de saia” ou uma dose de cachaça, o outro pode se perder em interpretações e explicações sobre o mundo espiritual, com as razões filosóficas e ocultas da existência. Assim, ninguém se considere melhor, para cada armadura de virtudes há uma seta maligna que pode penetrar num ponto desprotegido, não importando se a armadura é de papel, pano, plástico ou metal. O que, todavia, está ligado a Deus, em temor e com humildade, não será pego de surpresa e terá de Deus a mão forte que o sustente quando o vendaval maligno tentar derruba-lo. 

quinta-feira, agosto 08, 2019

Deus cuidará de nós para sempre

      “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Salmos 23.6

      Quem chega a uma certa idade, vê os filhos crescendo, e olha o mundo atual, o Brasil, se preocupa, quem tem alguma lucidez sente algum receio. Ainda mais com a situação econômica que estamos vivendo em nosso país, reforma da Previdência, aposentadoria mais complicada, enfim, ficamos com o coração pesado pensando em como será nossa velhice, e a vida profissional de nossos filhos. 
      Confesso que há um tempo atrás, quando escutava as pessoas dizerem que o que importa é ter saúde eu não entendia bem isso, nem dava muita importância. Quando somos jovens pode nos faltar tudo, mas via de regra estamos sempre saudáveis, temos disposição para fazer as coisas, podemos até dormir pouco que acordaremos a tempo no outro dia para trabalhar, estudar, enfim, cumprir nossas obrigações. 
      Mas quando chegamos a uma idade as dores vêm e ficam, nossa pele muda, a cor de nossos cabelos se altera, nossas forças físicas diminuem e nossa vitalidade emocional se esfria. Somos seres materialistas, dificilmente conseguimos priorizar de fato os valores espirituais, mas tem que ser assim, precisamos sustentar nossos corpos, dar a eles a devida manutenção, principalmente na velhice. 
      Mas o ponto desta reflexão é: se Deus cuidou de nós até aqui, principalmente em nossas juventudes, quando fazíamos tantos coisas sem pensar direito, bem, esse mesmo Deus cuidará de nós também na velhice. Se nós mudamos, envelhecemos, Deus não muda, na verdade a figura física de um ancião de cabelos brancos e longas barbas que imaginamos para Deus, se pensarmos com mais profundidade a respeito, usando o evangelho de Jesus como base, veremos que não reflete de fato quem é Deus antropomorfizando-o (pondo-o em forma humana). 
       A figura humana mais próxima é a de Jesus encarnado quando iniciou seu ministério, e não deveria ser diferente, um homem comum, mas forte e maduro, aos trinta e poucos anos, essa talvez seja a melhor idade, aquela em que muitos poderiam escolher, se fosse possível, parar o tempo e permanecerem assim para sempre. Aliás, eu acredito que nossos corpos espirituais na eternidade serão algo parecido, indiferentemente se morremos crianças ou velhos, teremos a nossa melhor aparência física, a de homens e mulheres maduros de trinta e poucos anos.
      Especulações à parte, Deus não envelhece, nem muda, se cuidou de nós até aqui, o fará até o final, e como pai de amor que é, muito mais à medida que nos tornarmos mais frágeis, seja qual for a situação econômica do mundo, que infelizmente, só tende a piorar. O Senhor cuidará também de nossos filhos, desde que façamos todo o nosso possível para viver hoje e administrar família do jeito mais sábio. 
      Contudo, ainda que erremos, na assunção do erro e posse do perdão que há em Cristo, sempre há para nós disponível o cuidado suficiente de Deus para que tenhamos existências dignas. Tenhamos pois a segurança do salmista no Salmo 23, “certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida”. Glórias a Deus por isso, nosso maravilhoso pai de misericórdia! 

quarta-feira, agosto 07, 2019

Faça porque é difícil

      “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” Romanos 7.5-6

      Algumas coisas na vida eu faço não porque é fácil, mas porque é difícil. Não, não generalize, algumas coisas são difíceis porque não são para fazermos, não são para nós, e insistir em fazê-las pode ser sofrimento desnecessário para agradar homens ou nossas inseguranças. Contudo, algumas são difíceis para nos desafiar a melhorarmos, a subirmos para um outro nível de virtude, de vida espiritual, de vitória que no final nos deixarão, não mais escravos, mas mais libertos. Algumas dificuldades se apresentam diante de nós para alcançarmos mais liberdade e paz, e acredite, o próprio Deus nos leva por caminhos onde encontros ruins são inevitáveis. 
      Se certos encontros te deixam desconfortáveis, enfrente-os, com humildade, mas com coragem, no Espírito Santo, não na carne. Você será escravo se fugir, mas se fizer o mais difícil, estar no mesmo lugar onde certas pessoas se encontram, ser educado com elas, a recompensa será grande. Veremos que o que no início parecia difícil, depois se torna mais fácil, o bicho não era tão feio quanto achávamos, isso é dar mais um passo para a liberdade para a qual Cristo nos chamou. Usemos da liberdade de Cristo para construir pontes, não muralhas, para nos livrarmos do medo, não evitá-lo, assim, certas coisas devemos fazer não porque são fáceis, mas difíceis. 

      “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.Gálatas 5.1

terça-feira, agosto 06, 2019

Confessa, deixa e siga

      “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia. Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal.Provérbios 28.13-14

      Errou? Confessa, aproprie-se do perdão, deixa o desejo de comete-lo de novo e siga buscando não mais errar. Se pecou uma vez, que não peque uma segunda vez, o que não podemos é pensar que já se cometeu demais o mesmo pecado e não teremos mais como mudar. Aceitar um erro e não lutar mais contra ele é matar o espírito, negar o Espírito Santo, é render-se ao senhorio do tempo e negar Deus, o senhor do tempo. O que nos envelhece não é o colapso em que nosso corpo entra como efeito inexorável do passar do tempo, mas a falta de confissão do erro e de deixar o pecado. Perdão é fonte de juventude eterna, de juventude espiritual.
      Se a solução está só no perdão, e ele é sempre fundamento para qualquer construção de caracter, ele bastará para que tenhamos forças para seguir em paz, quando isso acontece nosso coração fica tranquilo imediatamente após nosso acerto com Deus, de forma milagrosamente simples. Embora, às vezes, mesmo depois que confessamos, nosso coração ainda esteja aflito com algo, nesse caso é preciso buscar mais a Deus e pedir orientação. Em alguns casos é preciso entender melhor a razão de algo ter nos roubado a paz, isso fará com que nos conheçamos melhor e entendamos de fato todas as implicações de nossas escolhas. 
      O maior poder que Deus confere aos homens, todavia, é o perdão no nome de Jesus, isso muda vidas, anula o poder do acusador e alcança misericórdia do Altíssimo que sempre protege e honra pecadores arrependidos. Não desistamos, não sejamos vencidos pela própria frustração de ter pecado de novo, que muitas vezes nos desanima não por desapontarmos a Deus, mas por vermos nosso orgulho ferido quando nos mostramos como menos espirituais diante de homens. Quando confiamos no perdão de Jesus, o problema não é mais nosso, agora Deus passa a lutar por nós, nos defender e nos justificar, diante dos poderes deste mundo, das hostes do mal e dos homens. 

segunda-feira, agosto 05, 2019

Deixa a semente morrer!

      “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” João 12.24

      Hoje quero dar glórias a Deus, pois mais uma vez ele me surpreendeu com sua bondade. Sempre que penso que algo está acabando, que é o fim e que nada mais de bom haverá, vem o Senhor e me mostra que é apenas o final de uma fase, que outra vai começar e será melhor. Contudo, o melhor só se inicia quando o que havia antes, que depois entendemos que não era tão bom assim, mas que lutamos para não deixar ir porque achamos que é tudo que temos, termina. 
      Assim, ainda que teus olhos não vejam, que tua mente nem sequer imagine, que teu coração não sinta, creia, só haverá fruto quando a semente for plantada e aparentemente parecer morrer. Deixa a semente morrer! Deixa a semente morrer! Sim, o tempo de espera pode ser difícil, pois não vemos nem a semente, nem os frutos, mas esse é o tempo de crer no Senhor e glorifica-lo, pela fé. Bem-aventurados os que não viram e creram, nada supera a recompensa do que crê e espera.

      “Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.João 20.27-29

domingo, agosto 04, 2019

Só Deus sabe de mim

      “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.” Mateus 16.27

      Me espanta, e com muita tristeza, como muitos púlpitos, representados por pastores, pregadores e outros que se colocam como lideranças de igrejas, ainda medem espiritualidade por estereótipos, avaliam consagração por clichês, entendem como cristãos de qualidade aqueles que se encaixam nos velhos moldes das tradições, tradições que até tiveram origem em verdades, mas que com o tempo foram consideradas só superficialmente enquanto que a essência foi esquecida. 
      Os de linha pentecostal se equivocam mais em aquilatar ungidos preparados para não negar o evangelho mesmo numa perseguição ao cristianismo, aqueles que louvam ou cantam mais alto, que batem mais palma, que olha para o irmão do lado e diz “seja abençoado”,  ou que demonstram com palavras de ordem e manifestação pública de dons seu suposto grau de intimidade com o céu. Faltam a esses juízes profundidade de vida, respeito ao próximo, e mesmo na ausência disso por limitações intelectual e emocional, amor, que vê o outro com os olhos generosos de Jesus. 
      Quem sabe da intimidade das pessoas? Quem vê o que se passa nas madrugadas de vidas solitárias e angustiadas chorando aos pés do Senhor? Quem sabe da extensão de dor e de tristeza, construídas em uma vida de violência sofrida, que instalou nas almas dificuldade terrível mesmo para se ter o mínimo convívio social? Não julguemos a cara feia, o semblante fechado, o olhar inseguro e distante, nem usemos de desculpas como a que diz que o convertido deve ser transformado e que se a pessoa é fechada é porque ainda não se converteu. Não julguemos coração por cara. 
      Muitos não entendem, muitos pastores não sabem, e muitos nem se dão de fato ao trabalho de saber, lhes é mais conveniente gritarem protegidos pelos púlpitos seus equívocos, mas muitos não têm ideia do quanto é custoso dar um passo em direção a Deus. Sim, Deus é maravilhoso, contempla esse único passo e retribui com cem na direção do que sofre solitário, o Senhor seja louvado por isso. Mas os que julgam o fazem por não conhecerem de fato o coração de Deus, ainda que se achem espirituais e capazes de julgarem quem o é.
      Quando muitos desses pastores conhecerem de fato o amor de Deus pararão de generalizar, de achar que o fogo do Espírito deve ser provado de maneira igual por todos, ou conforme seus clichês, deixarão de achar que expressão emocional por si só é espiritualidade. Nesse dia pastores respeitarão quem muitas vezes reuniu todas as forças que tinha para ir até um templo, se sentar e prestar atenção à palavra, e que sofreu muito quando o púlpito deu ordem para que todos fizessem isso ou aquilo sem notar que alguém só queria ficar quieto e ter comunhão com Deus. 
      Muitos se surpreenderão no final, quando a pior e derradeira perseguição vier sobre os cristãos, ficarão surpresos ao verem que muitos que cantavam e falavam em línguas estranhas em público não estão mais se reunindo publicamente por temerem por suas vidas, não estão assumindo a fé que tanto diziam que tinham. Muitos dos primeiros serão os últimos (Mateus 19.27-30).
      Por outro lado, muitos sobre os quais se pensava serem frios, se mostrarão fortes e corajosos, sem medo de seja lá o que for que lhes possa impedir de assumirem diante do mundo que amam a Deus, isso porque sempre o amaram e andaram com ele. Muitos que não fizeram questão de mostrar para religiosos que seguiam a Cristo serão parte dos poucos que não terão receio de revelar a um mundo perseguidor que sempre seguiram a Jesus. Muitos dos últimos serão os primeiros, glória a Deus por isso. 

sábado, agosto 03, 2019

Não esteja dividido, integre-se em Deus

      “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” 
Lucas 16.13

Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro".

      O texto inicial se refere a estar dividido entre servir a Deus e às riquezas, ele fica no capítulo 16 do evangelho de Lucas entre as parábolas do administrador infiel e a do rico e o mendigo. As parábolas (e alguns dizem que a parábola do rico e o mendigo não é uma parábola, uma simbologia, uma fantasia, mas a descrição de um fato real), apesar de se referirem a um assunto em comum, riquezas materiais, mostram pontos de vista distintos. 
      Na primeira somos ensinados a sermos esforçados no trabalho material mas ainda assim sermos misericordiosos com as pessoas. O mordomo que antes tinha sido criticado pelo seu senhor por estar sendo descuidado na administração dos bens do senhor, foi elogiado no final. Mas vejam que a atitude do mordomo foi sábia, obteve a aprovação de seu senhor sem ter que ser duro demais com os devedores, assim fez amigos nos dois lados, “louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz” (Lucas 16.8). 
      Já na passagem sobre o mendigo Lázaro e o rico, a lição é outra, quem foca só nas riquezas poderá ter honras no mundo, mas sofrimento na eternidade, por outro lado, o que sofre injustiças neste mundo poderá ter na eternidade o consolo de Deus, disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado” (Lucas 16.25). Sem usar esse texto como legalização ao pé da letra, condenando ao inferno alguém só por ser rico, ou elegendo ao céu outro só por ser pobre, a passagem ensina sobre prioridades e exorta os poderosos deste mundo que o poder que eles têm aqui pouca diferença fará no plano físico espiritual eterno. 

      Mas o ponto desta reflexão é estar dividido, e não necessariamente entre Deus e as riquezas. Podemos experimentar esse dilema em relação a muitas coisas, é importante que entendamos que não podemos fazer duas escolhas. Sobre alguns assuntos, escolher um e relevar o outro, é aceitar tanto as recompensas de uma escolha quanto os prejuízos de não se ter feito a outra escolha. Assim, confrontos são inevitáveis, só não os terá quem ficar em cima do muro e for morno, não optando nem pelo frio, nem pelo quente (Apocalipse 3.15-16).
      Alguns talvez tenham mais facilidade para decidirem-se sobre algo e dizerem “danem-se” (me desculpe o termo) o resto, eu não consigo, assim está reflexão vai especialmente para aqueles, que como eu, têm dificuldades para conviver com os que se colocam como opositores (inimigos). Confesso que é muita presunção minha achar que posso agradar a todos, isso me coloca como melhor que Jesus, que definitivamente não agradou a todos mesmo fazendo tudo muitíssimo mais certo do que eu. 

      Escolher algo pode nos indispor com algumas pessoas, assim façamo-nos algumas perguntas, as primeiras delas são: no que de fato acredito, quero ser isso e lutarei para isso, e serei fiel até o fim pagando o preço que for necessário para isso? Quem não acredita em nada, quer nada, pensa que tudo tanto faz, ou que esta sempre mudando de ideia, esse não fará inimigos, mas também não terá amigos com os quais compartilhe objetivos claros e definidos. Sim, mudar de ideia é preciso, mas isso ao final de processos de testes, que mostrarão a realidade da prática e nos farão escolher caminhos mais eficientes para cumprir nossos objetivos. 
      Mas em primeiro lugar precisamos estabelecer objetivos e focar neles, quando nos convertemos a Cristo o Senhor nos dá objetivos e nós começamos a conhecê-los e pô-los em prática tendo vidas pessoais de comunhão com Deus e tendo comunhão com outros cristãos dentro de igrejas. Esse é o início de um processo que nos confrontará com Deus e com o que outras pessoas entendem ser Deus e o cristianismo. Quem busca equilíbrio, que não deseja ser hipócrita e tem coragem, admite que nessas duas relações, com Deus e com cristãos, aparecem discrepâncias e somos confrontados a fazer escolhas.
      Muitos escolhem o jeito mais fácil, fazer o que todo mundo faz para não arrumar encrenca, para terem apoio de um grupo, para não terem que pensar muito. Assim, ao invés de buscarem grupos de cristãos que mais batem com o que eles são (algo que não é fácil), se conformam, não com o mundo mas com o cristianismo tradicional da maioria das igrejas. Outros, contudo, entendem que igrejas e denominações cristãs não são embaixadas oficiais de Deus na Terra, são apenas pontos de vista humanos do que é Deus e o evangelho, os quais Deus usa por não existir algo melhor para ele usar. 

      Não tem jeito, escolher Deus, o nosso Deus, o Deus de nossa intimidade, aquele que se colocou como nosso amigo por tantos anos, que nunca nos enganou, que sempre se mostrou santo e pediu de nós também santidade, o Deus que nos deu respostas de paz e esperança nas situações mais difíceis que enfrentamos muitas vezes sozinhos, sem que igrejas ou pastores se quer soubessem ou quisessem saber, o Deus que nos ensinou a andar com ele num caminho onde os milagres acontecem naturalmente, escolher ser fiel a esse Deus nos colocará contra homens, mesmo homens dentro de igrejas. 
      A segunda pergunta que você deve se fazer é, a quem quero continuar servindo? Se tua escolha for de fato servir a Deus, não tema os homens, nenhum deles, sejam os ocultos em cerimônias secretas buscando os maiorais entre os seres espirituais do mal, sejam os que se colocam à luz do dia nos púlpitos usando a Bíblia de maneira legalista, clichesada e superficial, achando-se sinceramente mais espirituais que você, não os temas, mas também não os confronte, cale-se, controle-se, ore mais, adore mais a Deus e deixe que Deus aja, como quer e quando quiser. 

      O que não podemos é estar divididos dentro de nós, isso nos colocará em fraqueza e nos fará cair mesmo diante do inimigo mais pequeno (Mateus 12.24-28). Se temos um foco, Deus, e queremos continuar com Deus, temos que aprender a conviver com indisposições humanos, contudo, e é aí que está a grandiosa bênção, se for a Deus de fato que estivermos seguindo, a quem queremos agradar, não aos  homens e muito menos a nós mesmos, o próprio Deus nos dará forças para suportar em plena paz interior as indisposições, os confrontos, os que se colocam, mesmo sem admitir ou ainda de maneira sútil, como nossos inimigos. 
      O sábio põe em prova não os outros, mas a si mesmo, clama ao Senhor, abre o coração diante de Deus, apresenta seu ponto de vista e pede que o Senhor mostre com paz se sua escolha é a melhor diante dele. Contudo, ele também entende a responsabilidade de fazer certas escolhas, que terá preços e que ele está preparado para pagá-los. O coração em paz é intocável pelas setas dos falsos e dos demônios, um coração íntegro se vê forte diante dos que se vendem e se acomodam, o coração que escolhe Deus acima de tudo será confrontado, mas será luz, forte e eterna.
      Se você está certo sobre o que quer e a quem quer servir, e se Deus confirmou tudo isso em teu coração com paz, não tema, não vacile, não dê lugar à insegurança nem à vaidade, não se coloque como arrogante, como superior, abrigue-se de joelhos espirituais no abraço do Senhor e siga em frente. Obedeça a Deus, fale pouco, não julgue nunca, tema sempre ao Senhor, ame pois o amor nos liberta do medo e nos faz mais fortes, seja um com Deus, integre-se em Deus, e veja a obra que o Senhor fará diante de teus olhos. 

sexta-feira, agosto 02, 2019

Deus nos fortalece

      “Por que dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus? Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.Isaías 40.27-29

      E quando estivermos sem forças Deus nos ajudará para que achemos forças para fortalecer quem está mais fraco que nós. O misericordioso acha forças para exercer misericórdia, ainda que fraco e triste tem uma palavra de esperança e consolo para o que precisa, por causa disso encontra em Deus a misericórdia que necessita para seguir em frente. Não desistamos, mas perseveremos, Deus que tudo vê nos recompensa no tempo certo, faz chover no deserto, ilumina o caminho ao longo do precipício, mantém em pé o que está abatido mas persiste em confiar nele. 

quinta-feira, agosto 01, 2019

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina”

      “Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” I Timóteo 4.13-16

      Às vezes nos perguntamos, “o que fazer? no que achar sentido?”, sim, a vida pode nos levar a um grande vazio, mesmo que estejamos no centro do plano do Senhor, ninguém estranhe isso, é só a realidade se desvendando diante de nossos olhos. No texto acima o apóstolo-teólogo dá conselhos ao jovem Timóteo, mas que são válidos para todos, em qualquer idade. São orientações para que mente e coração estejam cheios e ocupados da maneira correta, com as coisas certas. 
      Muitas vezes na vida, e mais à medida que envelhecemos, vencer o tédio do caminho e a tristeza de se estar só mesmo com uma boa família e amigos leais por perto, não é questão de sentir algo bom, de estar apaixonado por algo, e paixão sempre enche a alma, entrega prazer. Felicidade pode não ser troca de dor por paixão, a paixão, mesmo por coisas boas, acaba, então o que resta? 
      No final, paz será resultado de fazer as coisas certas, não haverá mais lugar para ilusões. A vida se despe com o tempo, as mentiras caem por terra, a verdade aparece crua e nua. Chega um momento em que Deus não nos mima mais, nem nos ensina com indiretas, as parábolas são reveladas e o Senhor mostra-nos tudo como realmente é. 
      Uma frase do texto inicial resume tudo, “tem cuidado de ti mesmo e da doutrina”, duas coisas que têm que importar e que precisam seguir em equilíbrio, uma não pode prevalecer sobre a outra. Quem se ocupa só consigo prioriza uma existência que é mera passagem, e despreza a eternidade que é o fim maior de todos. Quem se ocupa só consigo serve à morte e nunca conhece de fato a vida abundante. 
      Por outro lado quem cuida só da doutrina, só da letra, e com doutrina me refiro a orientações morais sobre certo e errado e explicações sobre o mundo espiritual, é um eterno apaixonado por teorias, pensa servir a Deus, mas acaba servindo a homens e ao diabo, que ama as religiões. Quem cuida só da doutrina enclausura-se nas salas de aulas e nos mosteiros e perde a prática da realidade. 
      Jesus encarnado era perseguido pelos líderes religiosos da época porque tinha equilíbrio, não se ocupava de uma guarda cega das letras, de leis, como se a doutrina fosse um fim em si mesma. Jesus vivia a realidade, vivia perto da pessoas, conhecia as pessoas, amava as pessoas, e assim se conhecia também e praticava a palavra de Deus com sabedoria. Jesus encarnado era um homem da realidade, não da teoria. 
      É preciso as duas coisas, ser feliz em Deus para fazer os outros felizes e ainda assim praticar o que lê, ensina e crê. Quem consegue isso conhece a si mesmo e a Deus e não enlouquece com os excessos dos extremos, mas mais que isso, sempre acha o que fazer para que a vida tenha sentido. Nos guardemos dos excessos, guardemos a nós mesmos e a genuína doutrina de Jesus ensinada a nós diretamente em nossos corações pelo Espírito Santo.