sábado, fevereiro 29, 2020

Fé e frutos

      “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Lucas 3.8

      Nossas crenças religiosas deveriam ser fundamentadas em dois únicos princípios: fé e frutos. Se esses dois princípios fossem experimentados em verdade de forma honesta, poderíamos chegar ao melhor e mais profundo conhecimento de Deus, do mundo espiritual e do espírito humano, assim como, como “bônus track”, adquirirmos uma vida harmoniosa e equilibrada com o mundo, com a natureza, com a sociedade, com nossos corpos e almas, enfim, com o plano físico em geral. Contudo, muitos focam demasiadamente no primeiro princípio, esquecendo-se de averiguar o segundo, ou cobram friamente o segundo princípio, sem dar ao primeiro a importância devida.
      Fé, porque ainda não se pode acreditar por se conhecer cientificamente em Deus (e talvez a humanidade nunca chegue a esse ponto), assim é preciso uma fé, a princípio, cega, e eu disse a princípio. Penso que o primeiro passo em relação a Deus é feito com uma fé fisicamente cega, que não vê mas também não sente e nem entende intelectualmente. Através de fé pode-se crer em qualquer coisa, pessoa, morta ou viva, ou entidade espiritual, isso é acima de tudo um direito de todo ser humano que ninguém deve proibir nem desrespeitar. Mas o segundo princípio é frutos, assim a fé ainda que inicialmente cega, deve ser aferida para sabermos onde ela nos levou, se dá frutos, e se são, ou deveriam ser, bons frutos. 
      Só os primeiros passos de uma experiência religiosa são por fé “cega”, porque a partir desses se frutos não forem constatados há de se fazer uma correção na fé, em quem ou no que se acredita ou em como se está crendo, o problema pode estar tanto no objeto da fé quanto no crente. Não coloque a culpa no Deus verdadeiro quando você pediu algo errado ou do jeito errado, também não se considere menos bom por estar, ainda assim, crendo numa mentira. Por outro lado não basta fé sincera e forte no Deus verdadeiro, se o que se espera com essa experiência é algo ilegítimo diante de Deus. Enfim, fé e frutos, um princípio medindo o outro, se tivermos essa honestidade acharemos o melhor no Deus verdadeiro.
      Infelizmente muitos não fazem as medidas desses princípios, o ser humano sempre acha mais confortável acomodar-se numa posição. Em termos de fé, se ela é uma tradição familiar, muitos preferem não desagradar pais, assim insistem em continuar crendo em algo que não os está levando a nada. Essa situação pode ser uma armadilha terrível do mal, pois as pessoas acreditam que ir contra o que os pais acreditam é desobedecer o “deus” de seus pais, assim preferem a hipocrisia e a incoerência que assumirem uma fé diferente daquela da tradição paterna. Mas o que muitos na verdade não entendem é que fé que leva a Deus não é simples convicção mental e emocional, não é força humana.
      A fé que conduz a Deus é graça divina, que deve ser pedida a Deus, e que só depois de recebida pode de fato nos colocar em comunhão, não com tradição religiosa, mas com o Deus verdadeiro. Essa fé dará frutos bons e que permanecem, diferentes de qualquer espécie de fruto que se provou usando energia humana para se acreditar em qualquer outro deus, entidade, homem, coisa ou seja lá o que for. Contudo, esse processo de fé e frutos não para na conversão e nas primeiras coisas que se recebe de Deus. O cristão deve continuar medindo fé e frutos, para prosseguir em sua caminhada, senão a qualquer momento pode ser presa de uma heresia que o congelará num degrau impedindo-o de continuar subindo.
      O texto inicial, dito por João Batista, deixa bem claro que tradição não salva, não basta dizermos que temos esse ou aquele direito porque somos filhos de Abraão, como diziam os judeus, ou porque somos protestantes ou católicos, ou filhos de protestantes ou de católicos, a fé deve ser aprovada por frutos. Ninguém tem posição especial diante de Deus simplesmente por manter uma tradição, é preciso ter uma experiência pessoal com Deus e essa experiência qualquer um pode ter. Essa experiência nos faz provar a verdadeira fé, aquela que é dom de Deus como ensina Paulo (Efésios 2.8), essa nos liga a Deus através de Jesus e permite que produzamos frutos de arrependimento.

sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Deus ou placebo? A natureza responde

      “Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Mateus 7.20-21

      Religião, é Deus ou é placebo? Será que isso importa? Mas aí teríamos que admitir que os fins justificam os meios, talvez o que o homem necessite seja só um lugar para colocar sua fé. Você, cristão protestante ou evangélico, se acha melhor? Acha que diferentemente de católicos e outros religiosos você coloca tua fé em algo superior, na verdade, em Deus? Pois nem é preciso um microscópio para aferir tuas crenças, a olho nu podemos verificar que muitos protestantes e evangélicos só seguem seitas, e não o autêntico evangelho de Jesus. Você discorda? Muitos creem porque não conhecem, não conhecem porque não gostam, não gostam porque não conhecem, e não conhecem porque acham que basta crer (não fui redundante, algumas pessoas é que são).
      Não confundamos as coisas, quem é incognoscível é Deus, não as religiões e seus líderes, quem se torna cada vez maior e mais profundo é Deus, não os homens, assim alegar que é preciso crer nas tradições, nas doutrinas, nos pastores e padres, sem fazer crítica, é um grande equívoco. Contudo, à medida que evoluímos no conhecimento de Deus, tudo o mais se torna menor, e aí, sim, podemos até fazer parte de religiões, de denominações e de igrejas, mas para abençoar as pessoas, não esperando que tudo isso tenha algo de fato excelente para nos guiar. Quem vive e adquire humildade compara teoria com prática e não se afasta de Deus, mas passa a não dar tanta importância a homens, aprende a diferenciar placebo psicológico de Deus, enquanto se fortalece ainda mais no altíssimo e se maravilha com sua verdade. Após essa palavra introdutória, vamos agora à reflexão.

      “Ouvi a palavra do Senhor, vós filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus. Só permanecem o perjurar, o mentir, o matar, o furtar e o adulterar; fazem violência, um ato sanguinário segue imediatamente a outro. Por isso a terra se lamentará, e qualquer que morar nela desfalecerá, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar serão tirados.” “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” Oseias 4.1-3,6

      A um país como o Brasil, onde existe uma quantia enorme de religiosos protestantes e evangélicos (se não for a maioria, ainda que a mídia e pesquisas oficiais digam que não), cristãos que acham que elegeram (enfim) um presidente que lhes é “simpático”, onde templos se enchem com música, onde ser crente virou moda e ninguém mais tem vergonha de se admitir como tal, a esse país fazemos uma pergunta: de fato temos na prática vidas de reais filhos de Deus? (E digo filhos no sentido doutrinário protestante-evangélico, onde se torna filho só o realmente convertido a Cristo). 
      A violência e a criminalidade aumentam dia a dia, os sistemas públicos de saúde, ensino, segurança e infra-estrutura básica de água, esgoto e energia, estão em estado lastimável. Zilhões de reais foram e são roubados sendo que poucos respondem judicialmente por isso, e em todas as esferas, não só na federal, mas nas estaduais e principalmente nas municipais. Não, a realidade do Brasil não mostra um país de maioria cristã (e é maior se juntarmos aos protestantes-evangélicos os católicos), mas revela um povo que está sofrendo o pesar da mão de Deu, pesar que se evidencia na natureza.
      Não, Deus não vai descer do céu e mostrar sua vontade (não ao menos por enquanto?), mas as chuvas fortes corroem as encostas montanhosos, destroem encanamentos e invadem as cidades, as matas são queimadas, o ar é poluído, e o homem, que por egoísmo e ganância usou suas riquezas para prazer e ostentação pessoal, colhe a “vingança” das forças naturais da Terra que nunca esquece o mal que lhe é feito. Se o apocalipse ocorrerá será por meio da natureza, ela sim pode fazer desse mundo um inferno, até que depois de milhares de anos se recupere e faça de novo da Terra um paraíso.
      O que as pessoas querem, Deus ou só um placebo no qual elas creem e acham satisfação? Bem, placebos podem até consolar a alma, e até curar o corpo, pois colocam em ação leis universais e poderosas, mas eles não são o Pai dos Espíritos. Como tais, não oferecem o que só Jesus dá, um contato direto com o Deus santíssimo e altíssimo que permite conhecimento e experiência diferenciados, superiores, que de fato conduzem o ser humano não só a uma vida satisfatória no plano físico, em harmonia com a natureza e com a sociedade, mas a uma eternidade em paz com o melhor de Deus. 

quinta-feira, fevereiro 27, 2020

“Não li e não gostei”??

     “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.Mateus 7.1-2

      O evangelho que liberta o espírito e abre a alma não tem feito esse efeito em muitos cristãos, que acham que por crerem numa verdade maior têm o direito de julgar muitas coisas sem que se darem ao trabalho de conhecerem essas coisas. Esse é só mais um dos maus efeitos de uma interpretação legalista da Bíblia. Esse julgamento se faz principalmente com as outras religiões, muitos evangélicos, e principalmente pastores e pregadores, dizem sobre textos espiritualistas que não são bíblicos, “são coisas do diabo, nem devem ser consideradas”. Principalmente os líderes, deveriam dar-se ao trabalho de conhecer um pouco mais sobre textos budistas, muçulmanos, ocultistas, e mesmo sobre livros considerados apócrifos pelos protestantes. 
      Muitos, se forem honestos e se esforçarem um pouco, surpreenderiam-se com a sabedoria que textos como o Baghavad Gita ou os livros de H. P. Blavastky possuem, e eu não estou dizendo aqui que isso é de Deus e que aquilo é do diabo, mas só que deveríamos ser maia livres e abertos, virtudes que o evangelho pode dar àqueles que realmente o vivem. Muitos evangélicos afirmam, “mas eu posso julgar religiões e textos porque possuo a verdade, enquanto que os outros possuem mentiras” (que arrogância sem noção e muito comum). Bem, do que é melhor se exige mais, e não menos, do que experimenta a verdade de Deus se exige amor, paciência, sabedoria e respeito, e não ao contrário, se é que de fato vivem tudo isso. 
      Se nós evangélicos julgamos os outros sem conhecer mais profundamente, demonizando e maldizendo, que direito temos nós de reclamar quando os outros dizem que somos tapados, extremistas, ignorantes, quando nos julgam injustamente? O igual não pode julgar o igual, é preciso ter uma referência mais alta para ter uma visão melhor e poder analizar com justiça, só Deus tem essa visão de tudo e todos, mais ninguém. Mas o que julga mal se coloca no máximo no mesmo nível de quem julga, assim “evangélicos” que demonizam sem conhecer se colocam no nível de demônios acusadores. A verdade é que ninguém deveria fazer qualquer julgamento, com relação à religião diferente da sua, e muito menos os cristãos.
      O que está num nível espiritual mais elevado não tem o direito de excluir, mas o dever de agregar, não tem o direito de julgar mal, mas o dever de respeitar, não tem o direito de falar, mas o dever de ouvir. Agregar, respeitar e ouvir é melhor que excluir, julgar mal e falar. Não estou dizendo que devemos sair lendo textos sagrados de outras religiões, isso não é para todos, a Bíblia deve ter prioridade para a maioria, conhecê-la e vivê-la, e muitos não têm tempo nem para isso. Mas aqueles que têm tempo e são chamados (por Deus e não por mera curiosidade) conheçam mais outras religiões e ensinem isso aos outros. Isso fará a eternidade melhor (menos surpreendente), assim como poderemos viver mais dela ainda aqui.
      A verdade revela, mas a mentira pode revelar ainda mais, pois ela revela, nas entrelinhas, aquilo que se quer esconder, e o que se quer esconder é verdade mais profunda sobre as coisas. Uma frase ficou famosa na mídia, “não li e não gostei”, como alguém pode dizer que não gosta de algo que não conheça? Tratando-se de espiritualidade esse assunto vai bem além do que aquilo que muitos cristãos entendem, lendo de maneira superficial a Bíblia. Mas esses na verdade não estão prontos para muitas verdades, é melhor que permaneçam na ignorância, Deus, em sua graça, os ama e cuida deles mesmo assim. O mundo, todavia, seria muito melhor se fizéssemos mais que o mínimo para receber o favor do altíssimo. 
      Jesus, ele é o mais importante, ele é imprescindível, ele é único, e não só como um exemplo de prática e mestre da melhor forma de se viver em comunhão com Deus, com nós mesmos e com as pessoas, mas como o salvador singular e suficiente. Se há necessidade de um salvador é porque existem pessoas que precisam ser salvas, e essa é a mensagem da Bíblia, na velha e temporária aliança mosáica, mas principalmente na nova e eterna aliança do evangelho. Essa é a relevância que muitas religiões, ainda que respeitem e compartilhem os ensinos de Cristo, não mostram, Jesus salva e com ele temos acesso direto ao altíssimo, santo, verdadeiro e único Deus. Nenhum outro texto sagrado, além da Bíblia, revela isso!

quarta-feira, fevereiro 26, 2020

Problemas que vêm e que não se vão, por quê?

       “Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva seródia que rega a terra.” Oseias 6.3
 
     Todos nós já vimos pessoas que possuem problemas que nunca se resolvem, talvez eu e você sejamos uma delas. Por que isso ocorre? Podemos listar três motivos. O primeiro é que ainda que a pessoa esteja sofrendo, ou exagerando o sofrimento, pensando que vive um dilema insolúvel, o problema na verdade é passageiro, logo será resolvido, ela louvará a Deus e será feliz. O segundo motivo pode ser porque a pessoa definidamente não está dando ouvidos à voz de Deus, que está mostrando a solução mas a pessoa não quer obedecer. O terceiro motivo pode ser porque só com um problema sem solução a pessoa consegue andar no caminho estreito da vontade de Deus para ela, se determinado problema for resolvido de forma definitiva a pessoa simplesmente se perderá e se afastará do melhor caminho para sua vida.
      Reflitamos mais no terceiro motivo, bem, nele o problema não é um problema, mas o tal “espinho na carne”, descrito por Paulo em II Coríntios 12 e tantas vezes já citado aqui neste espaço. Sim, Deus não resolve certos problemas não porque não possa, mas porque nós não podemos conviver com eles solucionados, assim, ou aprendemos a viver com certos limites ou alcancemos um nível de humildade mais alto que nos possibilite certas liberdades sem que nos percamos na vida. Sim, libertações, soluções de problemas nos deixam mais livres, mas será que podemos conviver com a liberdade, somos espirituais o suficiente para isso? A maioria de nós não é, eu não sou, eu admito, por isso tenho problemas insolúveis, suas existência me fazem depender mais de Deus. Nesse ponto da reflexão é importante que nos façamos uma pergunta: qual é nosso maior objetivo de vida? Ter problemas resolvidos ou conhecer a Deus?
      Muitos só buscam religiões, igrejas, vida “espiritual”, “Deus”, para terem problemas resolvidos, e na maior parte das vezes, problemas materiais. Muitos querem emprego, casamento, dinheiro no bolso, mas não conhecimento íntimo do altíssimo. Isso está certo, está errado, é o melhor, o pior? Nem farei juízo de valor, cada um que faça suas escolhas, só saiba que essa vida é curta, a eternidade no espírito (que é eterna), cobrará de nós as melhores escolhas. O verdadeiramente espiritual, contudo, não se preocupa com recompensas, com soluções, antes age corretamente, se esforça e faz seu melhor, mas só para adorar a Deus. Para ele problemas de verdade não existem, apenas oportunidades de conhecer mais a Deus para depois poder louva-lo pela sua maravilhosa providência. 
      O ponto é que o sim de Deus nos permite um crescimento na fé, mas um não nos permite um crescimento maior ainda, muitos, infelizmente, acham que só alcançam o máximo quando recebem um sim, e que se receberem um não é prova de que precisam, não aceitar uma realidade em humildade, mas de mais fé. Todavia, quando Deus diz não, nem a maior fé do mundo pode mudar isso, isso não é razão pra desistir, mas motivo para alcançar um novo nível de intimidade com o Senhor. Sim, alguns problemas não se resolvem porque não são para serem resolvidos, mas para que cresçamos, deixemos de ser filhos infantis e mimados e então confiemos mais em Deus, em humildade e fidelidade. Se eu ou você ainda não entendemos isso, é melhor entendermos e aceitarmos o quanto antes, senão nossas vidas ficarão empacadas numa infelicidade que na insistência pode nos levar mesmo a negar o evangelho. 

terça-feira, fevereiro 25, 2020

Não tenha medo de recomeçar

      “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.Isaías 59.1-2

      A vida se vive vivendo, nessa experiência muitas vezes erramos, fazemos escolhas ruins, contudo, ter a humildade de pedir perdão, a Deus, às pessoas e a nós mesmos, e então seguir em frente, é condição importante de quem quer aprender com seus erros e acertar. Em alguns casos, todavia, cometemos erros grandes, que nos levam a quebrar alianças com grupos sociais, com família, com igrejas, erros que poderão nos estigmatizar para sempre diante de muitas pessoas. Erros assim, maiores que deveriam ser, têm consequências, algumas bem duras, com as quis teremos que conviver para sempre, e algumas pessoas, mesmo dentro de igrejas cristãs, não nos perdoarão, sim, por incrível que pareça, aqueles que mais pregam perdão são os que mais podem nega-lo a nós. 
      Mas ainda assim não culpemos as pessoas, algumas simplesmente têm limites, antes reconheçamos que se isso aconteceu foi porque nós pisamos muito na bola, não podemos mudar as pessoas, nem precisamos, não daremos satisfação a Deus por elas, mas podemos mudar a nós mesmos e isso basta. Assim, se esse for teu caso, se cometeu um erro muito significativo, assuma o erro, em primeiro lugar diante de si mesmo e depois diante de Deus, perdoe-se e tome posse do perdão do Senhor, mas esteja consciente das consequências e não fuja delas. Contudo, em algumas circunstâncias, quando o copo de leite já foi derramado de maneira irremediável, o melhor a se fazer é nos afastarmos do grupo social em que vivemos, mesmo da igreja, e algumas vezes até da cidade em que moramos.
      Precisamos nos dar ao direito de recomeçar, de construir uma nova vida em outro lugar, não guardemos mágoa dos que não nos perdoaram, mas nos afastemos deles. Para isso muitas vezes teremos que abrir mãos de direitos que tínhamos, de posições sociais que tínhamos, de importâncias que gozávamos e que algumas vezes nunca mais teremos de volta. Alguns, não querendo abrir mão de honra, preferem mentir para a sociedade, para a igreja, ou então, ainda que assumam o pecado, teimam em permanecer perto de algumas pessoas, isso pode só dificultar um restabelecimento, a retomada de uma nova vida. Contudo, afastar-se pode ser a melhor solução, assim se você está passando por uma situação ou se conhece alguém que está, tome essa decisão ou aconselhe alguém a decidir assim. 
      Interessante como muitas vezes somos cheios de coragem para errar, mas medrosos para acertar. Em tantos anos seguindo a Jesus já vi muita hipocrisia dentro de igrejas, principalmente com aqueles que cometem o erro taxado de adultério, vi irmãos e pastores, antes, próximos, se afastarem, condenando o caído para sempre no pecado e nada fazendo para recupera-lo. Muitas vezes reconciliação com os excônjuge é inviável, sim, a vontade ideal da doutrina baseada na Bíblia é um casamento e para sempre, mas a realidade é bem mais complicada. Assim, precisamos aprender a andar com as pessoas em amor, parar de acreditar em mágicas, ainda que chamemos de milagres, e entender que crescer como cristão é processo que leva tempo, toda uma vida, ninguém condene ninguém a um inferno eterno.
      Contudo, vai um conselho, tome cuidado com julgamento precipitado, com preconceito, o tempo é senhor, a experiência amarga que alguém teve hoje amanhã pode ser a tua, “aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia“ (I Coríntios 10.12). Mas a verdade é que a vida é longa, não condenemos  alguém ou a nós mesmos, nem antes do tempo e nem depois, sempre há tempo para recomeçar. Se o erro foi no casamento, você fez tudo o que podia para restabelecê-lo e não conseguiu, recomece, usando a experiência ruim como aprendizado. Se o erro foi na área profissional, às vezes é até o caso de fazer uma nova faculdade, de mudar de área, e seja qual for o erro, pode ser o caso de mudar de ares, de cidade, de estado, às vezes até de país, isso pode nos dar a chance, não de fugir de nós mesmos, mas de nos encontrarmos com o nosso melhor.

segunda-feira, fevereiro 24, 2020

Em Babilônia, orai por sua paz

      “E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz.” Jeremias 29.7

      O texto inicial não fala historicamente da melhor situação para o povo de Israel, relata a orientação que Deus deu a seu povo no antigo testamento para uma experiência de cativeiro, cativeiro que não teria como o povo sair antes que setenta anos tivessem passado (leia todo o capítulo para maior entendimento). A Bíblia, contudo, sob a ótica do Espírito Santo e com algum entendimento de texto e histórico mais lúcido, pode nos ensinar várias coisas e sob diversas camadas de interpretações. 
      Aplicando o texto para nossas vidas, não vendo Babilônia como volta a uma vida de pecado (a metáfora “volta ao Egito” e mais adequada para isso, Babilônia pode se aplicar melhor a um período de disciplina), mas entendendo que ainda que sejamos filhos de Deus, neste mundo nunca teremos uma vida perfeita, mesmo não estando em períodos de disciplina, a vida ideal só existirá na eternidade, podemos aprender com a passagem que certas coisas aqui não vão mudar, coisas, por exemplo, como a política. Assim, o melhor que temos a fazer é aceitar certas situações e pessoas e orar, não por mudanças radicais, mas para que dentro do sistema mundano as coisas não prejudiquem tanto o povo de Deus. 

      “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.II Pedro 3.13-14

      O povo de Deus precisa entender a tênue linha que separa uma vida de fé e de confiança num Deus que pode tudo e que a todos governa, com a vontade de Deus de usar esse mundo, diabos e demônios, para dar às pessoas oportunidades de escolherem viver com Deus, ainda que por “70 anos” (é isso não é um período cronológico real mas uma metáfora, um mistério) Babilônia e seu rei dominem, de alguma maneira, sobre o povo de Deus. Muitos achando-se espirituais são na verdade imaturos e rebeldes, que querem mudar “em nome de Deus” algo que Deus não vai mudar por enquanto, não pelo menos em “70 anos de cativeiro”. 
      A verdade, que até se reforça na história real de Israel e que entrega uma metáfora muita mais realista e reveladora, já que até o fim da história relatada na Bíblia, Israel (ou a tribo restante de Judá) nunca teve novamente o tempo de glória que teve no tempo de Davi e Salomão, é que o povo de Deus debaixo da nova aliança de Cristo neste mundo nunca deixará de viver numa Babilônia, nossa Canaã real é na eternidade, é espiritual. Quem ora, por exemplo, para que o Brasil se torne uma Canaã perde tempo. O que podemos fazer é seguir a orientação dada no livro de Jeremias, isso enquanto aguardamos novos céus e nova terra prometidos na segunda carta de Pedro.

domingo, fevereiro 23, 2020

Sistemas de alarme, não os ignoremos

      “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.I Pedro 5.8-9

      A dor é um sistema de alarme, se não existisse não seríamos avisados que algo de errado ocorre com o nosso corpo para então tomarmos uma atitude de busca de ajuda, de cura e de medicação. Como ocorre com nosso corpo físico também ocorre com nossa mente, depressão e outros desconfortos mentais nos indicam que nosso psicológico precisa de ajuda, mostram que algo de errado ocorre com nossas faculdades mentais e que precisamos urgentemente arrumar algo que não está certo. Se problemas físicos podem ser mais fáceis de serem diagnosticados e tratados, os mentais não são, tanto são de cura mais complicada como podemos ser mais morosos para resolvê-los.
      Contudo, somos dotados também de sensibilidade espiritual que quando nos infringe algum desconforto indica que algo errado ocorre com nosso espírito, com os espaços espirituais em que vivemos ou com as vidas espirituais das pessoas com as quais nos relacionamos. Nesse plano, medo pode não constituir uma fraqueza, mas pode ser um sistema de proteção que foi ativado, veja que nesse caso nosso corpo e nossa mente podem não estar necessariamente sendo prejudicados, não imediatamente, mas mesmo eles poderão ser, caso não tomemos a atitude, que espiritualmente estamos sendo avisados para tomar, através do medo. Contudo, se com relação à mente há de se ter cuidado, com o espírito mais ainda.
      Nem todo medo é espiritual, nem todo medo é legítimo, nem todo arrepio é reação a demônios, isso pode ser só algum equívoco criado pelas complexidades emocionais de nossas almas, psicose é doença, não é habilidade, assim não generalizemos. Medo, contudo, pode ser, sim, o Espírito Santo em nosso espírito nos mostrando que algo está errado e que nós precisamos tomar algum tipo de atitude. A atitude pode ser orar especificamente sobre um assunto, pode ser fazer algum tipo de repreensão espiritual sobre nossas vidas, sobre lugares ou sobre vidas de outras pessoas, assim como pode ser evitar algum tipo de situação, sair de algum lugar, não ir a um, ou mesmo não se encontrar ou se encontrar com alguém.
      A verdade é que se estamos com as vidas certas com Deus e se certo medo é insistente e claro, aparecendo em certos lugares ou com certas pessoas, não devemos desprezar sua sensação, a presença de atuações demoníacas causa medo, mesmo terror, o cristão maduro saberá discerni-la. Assim, se for o caso, o medo não é para que nos sintamos enfraquecidos, nem para que saiamos fugindo ou que enfrentemos algo de qualquer maneira, mas ele pode estar nos avisando de que algo está ocorrendo no plano espiritual e que devemos e podemos agir. O mais importante é usar o sentimento como sistema de alarme, não nos prendermos a ele, ainda que ele seja muito intenso, o justo viverá pela fé e fé no nome de Jesus.
      Mas cuidado, nem todo medo espiritual deve ser enfrentado sozinho, assim como certas dores físicas e emocionais podem não ser vencidas com remédios comprados sem receita ou com simples descanso, antes precisam de ajuda de profissionais da área médica adequados, alguns problemas espirituais podem requerer ajuda de pastores e de outros irmãos em Cristo para serem resolvidos. Dessa forma, na dúvida, não enfrente a opressão espiritual sozinho, procure ajuda de cristãos sérios e de confiança, mas não ignore certos medos terríveis que muitas vezes sentimos, ainda que pareçam sem explicação racional. O Espírito Santo que habita os filhos de Deus os ajuda, os orienta, os ensina e os livra, sejamos então obedientes a ele. 
      Alguns, irmãos sinceros e sérios, mas que tentam viver um bom cristianismo de maneira mais intelectual, materialista (ainda que não carnal), podem não acreditar tanto no mundo espiritual como na sensibilidade que o Espírito Santo nos dá sobre ele, mas vejam o que diz o texto inicial. Se a presença espiritual do diabo ao nosso redor é tão forte assim, como o Espírito Santo não nos daria auxílio contra ele, sensibilidade de sua presença a tempo de tomarmos uma decisão de retaliação? Uma sensação de medo pode ser, sim, Deus nos avisando, mesmo arrepios muito fortes, não zombem disso, também, repito, não generalizem, mas creiam, o diabo pode ser sentido para ser então repreendido no poder do nome de Cristo!

sábado, fevereiro 22, 2020

Quão frágeis somos nós neste mundo...

      “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito.” Provérbios 16.1-2

      Como fazemos planos, sonhamos, adquirimos certezas, andamos no caminho certos de onde queremos chegar, seja para o bem, seja para mal. Com o tempo, quando nos envolvemos por completo na roda viva da vida, nos sistemas do mundo, seja em nossa profissão, ou mesmo nas igrejas e nos lares, nos acostumamos a olhar horizontalmente, ainda que oremos e acreditemos em Deus, e nessa ótica um planeta de homens passa a ser nossa ocupação, num plano basicamente físico. Nossos inimigos são os seres humanos, assim como nossos amigos, nossos obstáculos estão fora de nós, e ainda que usamos o diabo e seus demônios como adversários, adquirindo uma visão mais espiritualizada da existência, não pensamos na morte. 
      Isso não está errado, faz parte de nosso instinto, é o que nos leva a seguir em frente e vencermos obstáculos, contudo, o indicador do nosso equilíbrio entre corpo e espírito, está no quanto somos surpreendidos pelas verdades eternas, aquelas, que seja qual for nossa posição social, financeira, cultural ou religiosa, afetam a todos indiscriminadamente. Isso nos faz pensar numa frase que os mais antigos costumavam usar, “se Deus quiser”, concordando que algo só se realizaria se Deus quisesse, frase dita quando um compromisso era combinado, “amanhã então eu estarei aí, se Deus quiser”. Atualmente  muitos perderam esse temor, essa sabedoria, por isso tantos se veem surpreendidos pela vida, caem em tanto desespero e recorrem a tantos meios de consolo que não é a confiança de que Deus sabe o que faz, por maior que seja a dor e a surpresa.

      Em 26 de janeiro de 2020, em Calabasas na Califórnia/EUA, por volta das dez horas da manhã, horário local (dezesseis horas de Brasília), num desastre de helicóptero, morre Kobe Bryant, jogador de basquete norte-americano, aos anos 41 anos, junto dele morrem mais oito pessoas  entre as quais sua filha, Gianna Bryant de 13 anos. Testemunha disse que a aeronave pareceu perder o controle e quase que imediatamente explodiu no ar numa bola de fogo, sem chances de escape ou sobrevivência. 
      O pai de Kobe, Joe Bryant, também tinha sido jogador de basquete, mas Kobe era considerado um dos melhores de todos os tempos com cinco títulos de campeão na NBA, dois olímpicos e com dois números de camisas “aposentadas” num time, a 8 e a 24 no Lakers de Los Angeles (no basquete dos EUA, quando um jogador é muito bom, o número de camisa que ele usava não é usado mais como forma de homenagem). Além disso, sua filha também falecida, era jogadora de basquete, considerada prodígio, promessa de ser grande. 

      Acontecimento muito triste, para o homem e para o profissional, para sua família e para os fãs de basquete em todo o mundo, ele nos faz refletir profundamente na vida (e na morte). O homem vislumbra a história, contempla seus louros, toma posse de suas virtudes, olha para trás e para frente, mede o tempo, e se acha livre, sim, com as melhores das intenções e de forma legítima, baseado em muito trabalho honesto. Contudo, vem a morte e cessa tudo, põe um final nos planos, retira do mundo dos vivos alguém que em seu auge parecia um semi-deus, eterno e glorioso, leva-nos a encarar nossa fragilidade e a inexorável vontade de um ser espiritual maior, eterno, alto, que muitos chamam de Deus. 
      Por mais triste e frustrante que seja um acontecimento assim precisamos aprender com ele algo bom, algo que faça com que sigamos vivendo aqui mais preparados para a vida lá, na eternidade. A vida é uma ilusão? Para nós, sim, alguns dizem que a existência material é só um sonho de Deus, e como sonho não é eterno nem de fato real, um dia se acorda dele e tem-se que enfrentar a realidade, lembrando que o sonho nunca é nosso, mas do divino superior. Assim, vivamos não como donos, mas como quem só tomou coisas emprestadas por um tempo, e quem emprestou não cobra nada por isso a não ser a noção de sabermos que alguém muito maior que nós nos fez esse empréstimo para que aprendêssemos algumas coisas. 
      Se é melhor não darmos à vida encarnada tanta importância, também não é sábio desprezarmos todas as manifestações materiais, a melhor das espiritualidades se prova no equilíbrio. O equilibrado não baseia-se no mundo, não constrói aqui, ainda que o melhor e do melhor jeito, esperando recompensa aqui. Por outro lado o equilibrado também não se liberta dos desejos carnais e vive uma vida humilde e de ajuda ao próximo esperando recompensa na outra vida. O equilibrado vive na matéria, de forma satisfatória e com muito trabalho buscando prosperidade, assim como ama as virtudes espirituais e pratica a caridade, mas sempre sem esperar recompensa, seja no mundo ou na eternidade.
      O equilibrado cumpre seu dever sem esperar recompensa alguma, mas apenas para adorar a Deus, esse é o mistério espiritual mais alto e mais difícil de se entender e muitos passam a vida como religiosos fiéis e ainda assim não entendem isso. Ser livre é estar liberto de tudo, mas isso não significa fazer ou deixar de fazer alguma coisa, mas só não esperar ser honrado, seja pelos homens ou por Deus, seja nessa vida ou na outra, por ter feito algo. Só esse desprendimento conduz à mais eterna paz e à adoração mais pura ao Altíssimo Senhor. Esse aprendizado fará toda a diferença na consciência que levaremos para a eternidade, ele é adquirido por Jesus e no Santo Espírito, com uma vida de fato em comunhão com Deus. 

sexta-feira, fevereiro 21, 2020

Bíblia, o início, não o fim

      “Os propósitos do coração do homem são águas profundas, mas quem tem discernimento os traz à tona.” Provérbios 20.5

         Hoje uma reflexão sobre a chamada do espaço “Como o ar que respiro”, que como já dissemos não é principalmente para estudos bíblicos ou palavras de triunfalismo espiritual, mas de filosofia. Quem acompanha o blog já entendeu isso e é alimentado por essa chamada, quem lê uma postagem aqui e a acha estranha, bem, procure outro espaço, que diga aquilo que você deseja ouvir. Quanto a mim, o Espírito Santo fala e me leva a pensar sobre coisas dos homens, da vida e de Deus, coisas que muitas vezes não começam especificamente num texto bíblico, nas histórias de personagens da Bíblia, e coisas que muitas vezes tenho dificuldade para achar uma passagem bíblica que complete o pensamento (às vezes não é fácil, mas Deus sempre me dá um texto apropriado, ainda que eu não faça um estudo profundo nele, principalmente do contexto histórico).
      Muitos podem criticar isso e usar um ditado “evangeliquês” que diz que alguns leem o texto, até o explicam mas não o aplicam de forma correta, bem, eu acredito que a Bíblia não é o fim, mas o início. Não devemos lê-la e nos limitar às suas aplicações tradicionais muitas vezes ligadas a um contexto social e cultural que não diz respeito à nossa realidade. Nesse aspecto a letra é morta, mas o Espírito Santo é vivo, e é ele quem a própria Bíblia se refere como sendo a palavra de Deus. Não devemos confundir o termo “palavra de Deus” com aquele usado principalmente no Antigo Testamento, esse se refere às leis mosáicas, ao Torá, ao Pentateuco, que constituíam as únicas orientações que a nação de Israel tinha na velha aliança para obedecer a Deus, visto que o Espírito Santo só haveria de permanecer para sempre nos corações dos homens após a obra redentora de Jesus. 
      Assim sou levado, pelo Espírito Santo, a palavra viva de Deus em nós, e como cristão verdadeiro e que ama a Bíblia, a chegar a conclusões como as de várias reflexões deste blog, ainda que não a partir diretamente da Bíblia, pelo menos não superficialmente. Muitos assuntos atuais, e sobre os quais Deus nos quer orientar, não acham textos bíblicos diretos que nos orientem a respeito, não estão na Bíblia, mas ainda assim nos podem ser orientados por Deus através do Espírito Santo. Repito, a letra é morta, porque pode iniciar-se e findar-se num contexto, mas o Espírito Santo é vivo, e esse não se limita ao contexto histórico da Bíblia, esse pode ensinar a todos os homens de todos os tempos, contextualizando Deus e ainda assim não desviando o homem, não de religiões, de tradições ou de outros homens, mas do Deus verdadeiro.
      Quem não tem interesse em que o Espírito Santo, e não a Bíblia em si, seja entendido como a palavra de Deus, são os maus líderes cristãos, começando pelo clero católico, desde sempre, e continuando pelos pastores, protestantes e evangélicos. A Bíblia é uma palavra escrita, algo físico, material, nada pode ser adicionado ou subtraído dela, assim o que as pessoas devem saber através dela pode ser controlado pelos líderes. Contudo, o Espírito Santo não está preso a um livro, a um objeto, mas ele é livre para atuar em todos os corações que o buscam, isso os maus padres e pastores não podem controlar. Quem não pode ser controlado pode pensar “fora da caixinha”, assim pode verificar a verdade da vida dos homens com referências realmente de Deus, isso não interessa a quem quer controlar para manipular, prender, limitar, explorar e usar.
      O texto inicial de Provérbios 20.5 é um dos meus textos favoritos da Bíblia, e ele fala justamente sobre isso, pensar mais profundamente nas coisas para chegar às melhores conclusões. Ele nos mostra que nem tudo é aparente, dito explicitamente, mas muita coisa é escondida, mesmo envolta em mistérios para ser guardada dos tolos, há de se ter sabedoria para conhecer os mistérios, da Terra e dos céus, dos homens e de Deus. Contudo, é sabedoria espiritual no Espírito Santo, não sabedoria humana, seja meramente intelectual ou pura malícia, que é a sabedoria às avessas. Águas profundas ensinam que há de se ter um trabalho para transpor as camadas, mas essas mesmas camadas não são de pedras, mas aquosas, só impedem o olhar físico, não o espiritual. Quando entendemos que a Bíblia deve ser o fundamento, o início de nosso conhecimento espiritual, não o fim, aprendemos a ver abaixo e acima das águas. 

quinta-feira, fevereiro 20, 2020

Mesquinhez humana

      “Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos. Regozijai-vos sempre.” I Tessalonicenses 5.14-16

      É triste como a maioria de nós perde boa parte do tempo brigando por bobagens, principalmente nas famílias, entre cônjuges, como arrumamos encrenca por coisas pequenas, eu estou enganado com relação a isso? Sou só eu que erro assim? Acho que não. Mas a verdade é que muitas vezes nos achamos fortes, inteligentes, espirituais, mas ainda assim nos ocupamos mais com mesquinharias que com coisas realmente importantes, ainda que sejam problemas, problemas de fato grandes cuja solução pode fazer bem a muita gente e por mais tempo. 
      Ocorre é que a maioria de nós se desestabiliza facilmente, ainda que se veja diferente, importante, por pouca coisa perde a paz. Se alguém, que consideramos menor, que se ocupa com coisas que para nós são coisas pequenas, se esse alguém nos incomoda com facilidade, com seu modo de ser, de falar, de reagir e agir, então nós não somos tão grandes assim, somos tão pequenos quando aqueles que nos desestabilizam. Se um “inimigo” nos vence é porque tem pelo menos a mesma força que nós, a mesma inteligência, as mesmas habilidades. 
      Essa disposição constante de animosidade pode se tornar um vício, tão frequente que acabamos nos acostumando com ele, nem o percebemos mais. No ceio familiar quem sofre com isso são os filhos, que convivendo com tanta neurose acabam ficando neuróticos também. Essa crítica alheia obsessiva tem várias caras, exigência demasiada de perfeição, baixa auto-confiança, pessimismo exacerbado, enfim, exigir-se demais de nós que acaba fazendo com que exijamos demais dos outros um grau de qualidade tão irreal quanto desnecessário, perfeito só Deus. 
      Seja mental ou espiritual essa disposição cria um clima opressivo, onde se perde o prazer das pequenas alegrias, se esquece da vida simples e suficiente, tudo sempre parece um grande tribunal com um juiz prepotente e frio que vê as pessoas como máquinas frias que devem funcionar sempre perfeitamente, não como seres humanos limitados e falíveis. Como tem gente nessa prisão, que foi criada assim e que por não conseguir se libertar disso cria seus filhos também assim, numa bola de neve ladeira abaixo, crescendo e machucando todos os que acha pelo caminho. 
      Vícios não são fáceis de serem largados, mas isso pode ser feito, com vontade. O primeiro passo é assumir que o problema existe, pedir perdão e tomar diante de nós mesmos, de Deus e das pessoas, uma decisão de mudança. A decisão deve ser em primeiro lugar mental, uma convicção firme de mudança, se ela for verdadeira tocará o nosso coração, os nossos sentimentos e entenderemos que a vida é melhor sem o vício, que ocupar o tempo todo com mesquinhez, brigar por qualquer coisa não é bom, não leva à nada. Se vigiarmos nessa decisão teremos vitória.

quarta-feira, fevereiro 19, 2020

Carentes ou indiferentes?

      “E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. Marcos 12.29-31

      Algumas pessoas se apaixonam por nós rápida e demasiadamente, mas não se iluda com elas, rapidamente se apaixonarão demasiadamente também por outros. Outras pessoas nos desprezam sem nos darem a chance de sermos melhores conhecidos, mas não se iluda também com essas, elas desprezam quase que a todos. Nos relacionando com ambos os tipos de pessoas, o problema não está em nós, necessariamente, mas nelas, são elas que são volúveis ou frias, isso não significa que não possamos nos relacionar com elas, mas significa que não devemos levar tais pessoas tão a sério, temos que tomar cuidado e não nos iludirmos com elas. 
      É fácil, contudo, criticar os outros, mas e quanto a nós, somos extremistas assim, gostamos muito facilmente ou nos distanciamos sem critério? Todos temos tendências obsessivas, no extremo sempre há um abrigo mais rápido que no centro, nos faz procurar leis e obedecer sem ter que pensar muito, gostar sempre ou desprezar o tempo todo dá menos trabalho que achar um equilíbrio nos relacionamentos. Mas extremos são sempre falsos, ninguém gosta de todo mundo ou consegue manter isso sempre. Veja que não me refiro a amar, como cristãos devemos amar a todos, e em Deus isso é possível, ainda que não gostemos de todos. 
      Por outro lado, ninguém é assim tão diferente que não consiga achar em quem quer seja um ponto de empatia, algo em comum que permita uma afeição. Esse extremo também conduz à falsidade porque na verdade só é uma zona de conforto para aqueles que se sentem magoados demais e têm medo de gostar de novo de alguém e serem feridos. Carentes ou indiferentes, o que somos? No fundo as duas disposições podem ser experiências de uma mesma pessoa, uma é consequência da outra, quem amou sem equilíbrio acaba magoado e então despreza de forma extrema para não sofrer novamente, mas o problema não está nos outros, não o problema que pode ser resolvido, esse está em nós.
      Todavia, uma situação terrível pode acontecer, os extremos podem atraírem-se, assim quem ama sem razoabilidade acaba se apaixonando por quem despreza sem qualquer pudor, nisso cria-se uma relação sado-masoquista que pode durar muito tempo e fazer sofrer muita gente. Num lado está alguém que por amar qualquer um acaba amando quem não o ama, no outro lado está alguém que por desprezar a todos, acha no que ama sem critério uma relação fácil e que não exige esforço. Em Deus há cura tanto para os carentes, quanto para os indiferentes, em Deus há equilíbrio e libertação de obsessões, porque no conhecimento de Deus nós nos conhecemos melhor e nos conhecendo aprendemos a gostar do que de fato nos faz bem. 
      Escolhas erradas só refletem um auto desconhecimento, quem não se conhece escolherá para si coisas erradas, ou só ilusórias, que até dão momentos de prazer, mas que não resistem ao tempo e à vida. Mas falta de escolha em gente que diz falsamente, “estou bem sozinho e não preciso de ninguém”, também é sinal de ausência de auto conhecimento, já que ninguém (ou raramente) é auto suficiente, pelo menos não sempre. Todos precisamos de alguém e alguém sempre existe para fazer alguém feliz neste mundo, por mais que esse alguém seja “diferente”. O segredo é sempre o mesmo, humildade, para conhecer a Deus, a si mesmo e depois um outro ser humano, também humilde que nos fará de fato felizes. 

terça-feira, fevereiro 18, 2020

Todos precisamos de ajuda

      “Não repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio, e ele te amará.Provérbios 9.8 

      Todos nós precisamos de ajuda, mas nem todos nós podemos receber ajuda num determinado momento. Alguns não podem ser ajudados porque ainda não estão preparados para a ajuda, assim perdemos energia em ajudá-los assim como nos arriscamos a ganhar deles inimizades. Outros passaram do tempo de serem auxiliados, aconselhados, até já foram ajudamos, mas não ouviram os conselhos, assim se insistirmos só perderemos tempo.
      O homem paciente e humilde vigia, espera o melhor momento, e quando recebe de Deus ordem, obedece, prontamente, pois aquele que pode ajudar e não ajuda se faz tão rebelde quanto aquele que ouve o bom conselho e não o segue. Mas se agimos no tempo certo, no tempo de Deus, pois Deus mais que todos quer ajudar as pessoas, se fazemos isso receberemos do ajudado afeto e respeito duradouros, pois ele se faz sábio e seguirá o conselho. 
      Sendo a ajuda do cristão não uma palavra ou um bem dele, mas uma graça de Deus, que ele mesmo recebeu em experiência ou mesmo materialmente do Senhor, o que o filho de Deus pode dar não é dele, é de Deus, ele é apenas um mordomo das riquezas divinas. Assim, ajudar quem não pode ser ajudado, quem ainda precisa passar por disciplina de Deus para aprender certas coisas ou que já passou por essa disciplina e não aprendeu, é gastar desnecessariamente o que se recebeu de Deus, é dar “pérolas aos porcos”. 
      Deus não deve ser “vendido” (usando uma palavra ruim, admito) a qualquer preço, antes sua provisão é cara, ainda que quando oferecida seja gratuita, ela custou a vida de seu filho, Jesus. Assim tenhamos cuidado em às vezes querer ajudar só para nos exibirmos como espirituais, como sábios ou como bem financeiramente, repetindo, vaidade espiritual também é vaidade, e a pior delas pois usa o nome de Deus. 
      Por outro lado, se hoje podemos ajudar, amanhã poderá ser nós quem precisa de ajuda, assim plantemos para colher, mas sempre pedindo orientação de Deus sobre como ser bênção nas vidas das pessoas. Isso não é complicar a caridade, mas temer a Deus, visto que o ditado “fazer bem sem ver a quem” não é assim de todo sábio, o amor só é limitado pela justiça, e a justiça deve ser ungida com amor, para que ambos sejam perfeitos em Deus e úteis ao Senhor. 

segunda-feira, fevereiro 17, 2020

Amigos que sempre teremos...

      “E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.I Samuel 18.3-4

      Muitas vezes, só depois dos anos passarem e das memórias se reanimarem, é que entendemos que tivemos bons momentos com amigos especiais e que não os aproveitamos suficientemente. O tempo tem um efeito colateral positivo nos corações dos homens de bem, ele apaga as coisas ruins e salienta as boas, as ruins que no presente parecem com tons tão fortes ficam transparentes, e as boas ganharão lindas e vivas cores nas paredes de nossas memórias no futuro. Mas isso também nos faz pensar que poucas pessoas são inteiramente más, e mesmo essas parecem más só para os nossos pontos de vista, a maioria tem lados legais e interessantes, essas só necessitam de um pouco mais do nosso trabalho, do nosso amor, amor que nem sempre queremos nos dar ao trabalho de exercer. 
      O conselho sobre isso é aquele, conhecido por todos, mas sempre impossível de vivermos: aproveite o bom momento da melhor maneira possível, ele não existirá de novo. Essa verdade aprendemos com o tempo, mas com o tempo as oportunidades da vida, por vários motivos, apesar de poderem ser escolhidas por nós com mais lucidez, escasseiam-se. Contudo, será que de fato o passado é sempre melhor depois? Nem sei, sei que o filtro dos seres humanos de bom coração permite achar sempre um lado bom nas coisas e pessoas depois que o tempo passa. Assim podemos analisar a vida, aprender e tentar não repetir mais o egoísmo, a injustiça, o mau julgamento, a impaciência, a crueldade, que não mora fora, nos outros ou nos demônios, mas dentro de nós, e que portanto podemos vencer se quisermos. 
      Por que compartilhei o texto inicial? Porque ele fala de uma grande amizade, entre Jônatas e Davi, não vou contar a história inteira, basta lembrar que Jônatas era filho de Saul, que se tornou o principal inimigo de Davi, o rei de Israel que Deus depôs por ter desobedecido ao Senhor e que Davi foi colocado por Deus em seu lugar. O principal que temos de saber dessa história é que a deposição de Saul de seu reinado e a posse de fato de Davi como rei não ocorreu de forma imediata, assim Saul sabia que não era mais rei mas insistia no reinado à medida que perseguia Davi. Esse por sua vez sabia que era o novo rei empossado por Deus, mas que teve que esperar humildemente e sem cometer qualquer atentado contra a vida de Saul, enquanto esse injustamente tentava matá-lo. Davi foi fiel a Deus e a seus princípios, mas Jônatas foi fiel ao amigo. 
      Em toda essa história, desde os momentos iniciais quando Davi era um líder dos exércitos do rei Saul, até a posse real de Davi, a amizade de Jônatas foi sempre constante, isso nos ensina que o verdadeiro e maior amigo o é em meio às guerras, mesmo enquanto os poderosos dizem o contrário, tentam matar aquele que se ama o amigo permanece fiel. Amigo não se é por segundas intenções, não porque é o mais correto politicamente, não porque é bom ser amigo dos famosos e honrados pelos outros, mas ainda que todos digam o contrário de alguém, permanecemos amigos dele, porque o amamos e vemos nele algo que talvez ninguém mais veja. Bem, me lembrei desse texto quando refletia inicialmente sobre os amigos especiais que tivemos e que agora talvez o tempo e a distância nos impeçam de usufruir mais de suas amizades. 

domingo, fevereiro 16, 2020

Liberdade para conhecer a verdade

      “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempoI Pedro 1.3-5

      O texto diz que fomos “feitos” de novo, assim algo antigo deixou de existir e algo novo veio à vida, isso mostra a excelência da obra que o Espírito Santo opera em nós pela nossa conversão a Cristo, isso mostra o poder da obra de redenção de Jesus que se encerra com sua ressurreição, nenhum outro fundador de religião fez isso, por isso o diferencial de Cristo como salvador da humanidade. Essa salvação, assim como as honras que advêm dela, são eternas e incorruptíveis, não podem ser alteradas, envelhecidas ou perdidas, o que Deus faz é para sempre. 
      O que foi achado em Cristo não precisa temer se perder, aquele que Deus chama, Deus guarda, ninguém o toma de suas mãos e nunca se perde, aquele que é de Deus tem em si o Espírito Santo, que o guia, que o ensina, que o ilumina, que o liberta, que o consola, que o mantém sob a proteção do altíssimo. Muitas vezes nós não temos ideia da qualidade da aliança que Deus faz conosco, ele é fiel, a nós, mas principalmente a si mesmo, à sua palavra, os abraçados por Deus em Jesus passam a fazer parte dele, assim ele não pode negar a si mesmo, se os chama não os lança fora.

      “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” Romanos 8.14-16 

      Deus é vivo e independente, não é uma criação subjetiva da mente e do coração humano, nisso ele nos guia, privilégio que os ainda não nascidos em Jesus não têm, ainda que também sejam amados por Deus e mesmo que recebam dele alguma orientação. Mas só o de fato convertido ao evangelho possui uma ligação íntima e imutável com Deus pelo seu Espírito e no nome de Jesus. O vivo Espírito Santo clama dentro de nós não por falsos deuses, não por entidades espirituais do mal, nem por anjos, mas pelo Deus único verdadeiro e altíssimo, que testifica com o nosso espírito que somos de fato filhos de Deus.
      Essa segurança nos dá liberdade, a mais verdadeira, profunda e abrangente liberdade, e isso é algo que muitos cristãos não entendem, se entendessem não se colocariam como presas de religião, manipulados por líderes humanos, prisioneiros de tradições. Quem não pode se perder está livre, para ir onde deseja, e quem tem o Espírito Santo é atraído por Deus para ir ao melhor lugar, ao conhecimento do santíssimo e altíssimo. Contudo, como sempre dizemos, liberdade e conhecimento têm seus preços, e Deus sabe que muitos não estão preparados para isso.
      Ah, se os cristãos soubessem, se católicos, protestantes e evangélicos soubessem, o que Deus quer ensinar a seus filhos, os mistérios que ele quer revelar, as verdades eternas sobre o universo, sobre o mundo e sobre o plano espiritual. Infelizmente muitos não querem Deus, ainda que gritem e cantem que o desejam, na verdade só buscam escapismos religiosos e emocionais que os livrem da culpa e do medo. A maioria dos cristãos só toca a superfície daquilo que podem ter no Espírito Santo, por Jesus e de Deus, mas ainda assim, Deus, em sua misericórdia, respeita o livre arbítrio, os limites da fé de cada um de nós.