terça-feira, agosto 09, 2011

Que valor temos para ti assim?

É maravilhoso como as passagens bíblicas podem descrever com tanta clareza o estado emocional e espiritual que a gente se encontra. O salmo 39 falou muito comigo neste dia, quero compartilhá-lo com você.
       
         “Eu disse: Vigiarei a minha conduta e não pecarei em palavras; porei mordaça em minha boca enquanto os ímpios estiverem na minha presença. Enquanto me calei resignado, e me contive inutilmente, minha angústia aumentou. Meu coração ardia-me no peito e, enquanto eu meditava, o fogo aumentava; então comecei a dizer:

      Quantas vezes nos sentimos assim como o salmista. Emudecemos, perdemos a vontade de tomar qualquer iniciativa na vida. Perdemos a alegria, o desejo de se sociabilizar. Nos tornamos reclusos, sem vontade de viver, sem nenhum controle sobre os nossos pés, mãos e boca.

      “Mostra-me, Senhor, o fim da minha vida e o número dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou. Deste aos meus dias o comprimento de um palmo; a duração da minha vida é nada diante de ti. De fato, o homem não passa de um sopro. Sim, cada um vai e volta como a sombra. Em vão se agita, amontoando riqueza sem saber quem ficará com ela.”

      Do que adianta essa morte em vida? A vida é tão curta, faz-nos entender a nossa fragilidade e as vaidades do mundo.

      “Mas agora, Senhor, que hei de esperar? Minha esperança está em ti. Livra-me de todas as minhas transgressões; não faças de mim um motivo de zombaria dos tolos. Estou calado! Não posso abrir a boca, pois tu mesmo fizeste isso. Afasta de mim o teu açoite; fui vencido pelo golpe da tua mão. Tu repreendes e disciplinas o homem por causa do seu pecado; como traça destróis o que ele mais valoriza; de fato, o homem não passa de um sopro.”

      Quem é que nos cala senão o Senhor mesmo? Quando estamos fortes, achamos até que não precisamos de Deus, os dias começam a se passar e nós nem oramos mais, perdemos o temor. Achamos que a nossa força será para sempre e que nada e nem ninguém irá nos amordaçar. Falamos muito e com todo mundo, agitamos, saímos, rimos. Mas basta Deus levantar um dedo e a nossa força se vai. Aquilo que mais gostamos se torna tédio e fadiga. Por que Deus faz isso? Por causa do nosso pecado, e o pecado maior é se esquecer de Deus. Não, Deus não é uma autoridade obsessiva e controladora, que pune o homem para que esse continue sempre dependente dele. É a nossa índole que é fraca. As flores, árvores e pássaros, dependem de Deus para continuar vivos em todas as suas plenitudes. Contudo, nós nos esquecemos que precisamos muito de Deus e de toda a sua criação, das estações, da natureza, dos astros. Se tudo isso não funcionasse devidamente, a vida humana seria destruída, como uma formiga debaixo do pé de um homenzarrão. Deus apenas nos lembra isso, quando nos disciplina, traz à nossa lembrança a nossa fraqueza, a nossa finitude.

      “Ouve a minha oração, Senhor; escuta o meu grito de socorro; não sejas indiferente ao meu lamento. Pois sou para ti um estrangeiro, como foram todos os meus antepassados. Desvia de mim os teus olhos, para que eu volte a ter alegria, antes que eu me vá e deixe de existir.”

      Que valor temos para Deus se morrermos? O salmista recorre ao coração amoroso de Deus, lembra-lhe que desfalecido sua vida não terá sentido. Qual é o maior valor do homem se não adorar a Deus e compartilhar com os outros homens tudo o que Deus é e faz? Portanto, não pese mais sua mão sobre nós, Senhor, não porque não precisamos de correção, nós conhecemos a nossa natureza e sabemos que ela é teimosa e rebelde. Mas que valor teríamos mortos? Cesse tua disciplina e nos levante para te adorar.

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