domingo, outubro 07, 2018

Quer ver igrejas e pastores realmente consagrados?

      Antes de responder à questão formulada no título desta postagem, alguns pontos:

      “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.” Malaquias 3.10-11

      O texto acima é do antigo testamento, orientação da velha aliança, onde onze tribos da nação de Israel, que tinham serviços seculares e militares, sustentavam uma tribo, cujo trabalho exclusivo era servir a Deus e administrar sacrifícios para perdão de pecados e louvor ao Senhor, dentre outras tarefas também somente de cunho religioso. O trabalho da tribo de Levi era feito num templo físico, que também precisava de manutenção, para esse fim, para sustentar os levitas e para simples louvor, é que os dízimos, dez por cento dos bens, mas principalmente de criação de animais e da colheita, eram dados.

      “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.” Atos 2.44-45

      O texto acima e do novo testamento, no espírito que reinava no início da Igreja de Cristo na Terra, onde o sacrifício de Jesus substituiu e para sempre qualquer necessidade de sacrifício de animais, assim não existe mais uma tribo ou uma classe de pessoas responsáveis pelos sacrifícios, assim como não existe mais um templo, único e exclusivo, onde os serviços religiosos são feitos. O templo de Deus agora é o coração de cada ser humano salvo onde mora o Espírito Santo.

      “E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva; Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha.” Lucas 21.1-4

      “Então não precisamos mais dar 10% de nossos salários na igreja?” Não, porque não existe mais tribo de Levi, sacrifícios ou templo sagrado. (O mais correto seria chamar os locais onde as igrejas se reunem, igrejas que são grupos menores de pessoas que fazem parte da grande Igreja, de teatros consagrados, mas sem dar a esses lugares qualquer relevância a mais, para não se tornar idolatria). Voltando ao ponto, o espírito da nova aliança pede muito mais que 10%, pede 100%, como fez a pobre viúva. O que importa agora não é aparência religiosa, obediência a leis religiosas, mas a verdade do coração, na obediência que agrada a Deus, não aos homens. 

      “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.” Mateus 6.3-4
      
      “Então não posso dar dinheiro na igreja?” Pode sim, para ajudar a manutenção do templo e para ajudar os realmente necessitados, além disso somos livres para louvar a Deus ou presentear quem quer que seja com uma oferta, mas isso sem qualquer intenção de troca, ou para obter qualquer retorno que não seja o amor.

      “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” Hebreus 24-28

      Tentar dar a Deus qualquer coisa, de qualquer valor, e mesmo com sinceridade, mas como espécie de crédito para ter direito à bênção, é heresia, é negar a eficácia do sacrifício de Jesus, é desnecessário. Os que se sentem temerosos de serem de alguma maneira prejudicados, caso não dizimem, não conhecem o evangelho, são enganados por homens, mas acima de tudo, não provam o poder que há no nome de Cristo em nos dar salvação e vida material digna, somente por crermos nesse nome.

      Agora a resposta à pergunta “quer ver igrejas e pastores realmente consagrados?”: pare de dizimar! Sim, isso mesmo, pare de entregar dinheiro nas mãos de pastores donos de igrejas-empresas e veja o que acontece. É claro que para fazermos isso, temos que confiar em Deus, mais que em homens, pois seremos atacados de púlpito por aqueles cujo interesse real em ter ovelhas, não é encaminha-las na verdade do evangelho, mas somente tirar delas o próprio sustento. Essa é a melhor maneira de abençoarmos tais líderes, pois com isso eles terão oportunidade, enfim, de aproximarem-se de fato de Deus e dependerem dele, não dos negócios que fazem nos templos. Fazem negócios materiais, que nada têm a ver com Deus, são vendedores de ilusões, trocando dízimos por clímax emocional criado por música e oratória, mais promessas de posse do impossível pela fé. Que os pastores arrumem empregos e se sustentem e não dependam mais de ofertas e dízimos de membros de igreja. 
      Seremos expulsos de muitas igrejas? Sim, se a maioria ainda preferir ficar na heresia, alimentados pelo carisma humano de falsos profetas que falam o que os fracos querem ouvir, e não a palavra de Deus. Mas se isso acontecer, montemos grupos de estudo bíblico e oração nas casas, se tivermos um templo, administremos as coisas diferentemente. Façamos reuniões, vejamos quanto é gasto com manutenção do trabalho, água, luz, faxina, IPTU, aluguel, se for o caso, etc, somemos tudo e rateemos entre os membros mais comprometidos. Vejamos também as necessidades dos membros, pobres, viúvas, desempregados, averiguemos quanto precisam para sobreviverem com alguma honra, e procedamos da mesma maneira, rateemos o valor entre os membros mais comprometidos. Se toda necessidade material das igrejas for resolvida de maneira santa e transparente, não haverá, via de regra, necessidade de se falar em dízimo durante os cultos, e muito menos de praticar a “dizimolatria”, aquelas pregações longas e emocionais, geralmente após a leitura de Malaquias 3, chantagiando e manipulando o povo para dar até o que não tem para que o “devorador” seja repreendido (muitos não entendem que o tal “devorador não é o diabo, mas o pastor herege e ganancioso).
      Em que ponto chegamos, onde dinheiro para desfrutar vaidades mundanas é tudo o que move o coração de tantos que se autodenominam pastores, mas parar de dar dinheiro em igrejas é a única maneira de trazer a verdade à tona, de não incentiver esse crescimento desenfreado de templos chamados evangélicos, que só fazem dar mau testemunho do cristianismo no mundo, e que contribuem muito mais para fabricar seres humanos fragilizados e manipuláveis, não só por falsos pastores como também por maus políticos e lideres populistas. Não, a culpa das trevas estarem prevalecendo não é das trevas, elas existirão até o fim, a culpa é da luz estar se tornando suja, ganhando tons estranhos, sedutores, que parecem espirituais, mas são muito mais ambientes de Lúcifer e seus pares que de Deus. Como já foi dito antes, os diabos não querem mais tirar o homem da igreja, mas querem apodrecer as almas dos líderes, que então conduzirão as ovelhas para o caminho largo.
      Eu não seria justo se terminasse esta reflexão sem falar de algo que existe, e infelizmente nestes últimos anos, é uma exceção à quase regra de falsos pastores donos de igreja. Existem, sim, principalmente no meio chamado protestante tradicional, pastores que ganham salários de igrejas, mas que desempenham um trabalho agradável a Deus. São pastores, que diferentes de muitos principalmente da linha pentecostal, estudaram e seriamente para terem seus títulos, mas mais que isso, trabalham muito, alimentando ovelhas e sendo úteis em várias áreas da sociedade, como verdadeiros servos de Deus, eu tive o prazer de conhecer muitos deles. Esses ainda evangelizam e ensinam as congregações a evangelizar, e a não convertidos, não só a reciclar convertidos que vivem mudando de igreja, procurando sempre um espetáculo mais atraente, como acontece em muitas igrejas também pentecostais. Sim, no meio tradicional também existe desvio, principalmente quando focam, arrogantemente, o conhecimento intelectual e matam o Espírito Santo, assim como existem pentecostais que creem nos dons espirituais para os dias de hoje, mas que são servos leais a Deus e que não se renderam a Mamon* nem à heresia. 

* “Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mamon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também o anticristo, devorador de almas, e um dos sete príncipes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de pássaro negro (semelhante ao abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.” (Fonte: Wikipedia)

José Osório de Souza - 5/10/18

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