domingo, maio 12, 2019

A igreja e os doentes psiquiátricos

      “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.” Mateus 16.27

      Algumas coisas não devem ser testemunhadas, mesmo que sejam grandiosas bênçãos para nós, é melhor que fiquem em segredo, entre nós e Deus, e talvez compartilhadas com mais algumas pouquíssimas pessoas. Isso por vários motivos, um deles é que certos pecados, mesmo deixados e perdoados, podem jogar estigmas sobre que os experimentou, muitos não têm maturidade para saber sobre eles, poderão julgar mal as pessoas quem os viveu, assim não é conveniente. 
      Contudo, preciso deixar aqui uma orientação, tenhamos cuidado com o julgamento que fazemos de quem comete alguns pecados na igreja, mesmo depois de convertidos, e que chegam até a escandalizar muitos com isso. Eu não penso que uma pessoa com boa saúde mental e convertida de verdade chegue a pecar de um jeito que escandalize a igreja, se nos dermos ao trabalho em misericórdia de nos aproximarmos de quem erra, para ajudar não para condenar, saberemos a verdade.
      Os que caem, caem por dois motivos, ou porque nunca foram salvos, mesmo que encenem personagens religiosos bem convincentes, chegando mesmo a terem cargos e posições em ministérios, ou porque talvez tenham problemas mentais sérios. Se existe uma doença psiquiátrica, a pessoa pode ser salva, e se tiver alguma maturidade emocional terá responsabilidades sobre seus erros, mas ainda poderá ter dificuldades com vida social e civilizada por causa da enfermidade. 
      Podemos culpar um deficiente físico por não poder correr? Não. Da mesma maneira temos que ter mais cuidado em culpar, como se fosse uma pessoa sadia, alguém por exemplo com transtornos psicológicos como bipolaridade, esquizofrenia, depressão profunda etc. Ignorância científica existiu  e ainda existe, principalmente com relação a doenças mentais, mas falta de amor não deve haver num lugar que se diz corpo de Cristo, grupo de pessoas sobre o qual Espírito Santo de Deus tem  autoridade.
      Estejamos mais atentos, na família, principalmente na igreja, às pessoas, existe muita gente com problemas psiquiátricos que nós não damos o devido respeito, antes entregamos cargos e exigimos atitudes de pessoas com saúde. Se alguma delas peca, não consegue ser fiel num casamento ou cai num vício qualquer, simplesmente a julgamos como adúltero e viciado, quando na verdade nem sabia que era doente. Não estou dizendo que uma coisa justifica a outra, mas que devemos ter mais cuidado. 
       Doenças mentais não são facilmente averiguadas, principalmente pelos doentes, não é um rim que dói, um pulmão que não funciona bem, quando o mal é na mente as referências de normalidade são desajustadas justamente no local usado para verificar a normalidade. Um esquizofrênico não sabe que é esquizofrênico no início de sua doença e muitos vivem por anos doentes, errando, sentindo-se culpados, sem que ninguém de fora os ajude. Alguns não suportam tanta dor e se matam, mesmo em igrejas. 
      Somos “nós”, que nos achamos “normais”, que devemos perceber essas deficiências e proteger as pessoas, em primeiro lugar delas mesmas. Sim, existem pessoas que persistem no erro, que têm condições de serem normais mas escolhem o erro vez após vez, e se há alguma consciência de maturidade, pecado será cobrado como tal, com todas as implicações sociais e espirituais dele. Mas doenças emocionais e psiquiátricas são dura realidade, que infelizmente muitas igrejas cristãs insistem em menosprezar. 

      “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Romanos 8.1

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