sexta-feira, abril 29, 2022

Só para te fazer pensar mais (89/90)

      “Medita estas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos.
  I Timóteo 4.15

      Não tenho dúvida que se um grupo de cristãos ler este estudo, “Quem você será na eternidade?”, verá nele heresia. Infelizmente ainda tem muita gente tentando acreditar num cristianismo antigo, que ainda que não fosse verdade antigamente, era mais digerível para massas com níveis intelectual e moral antigos. Mas tem algo pior, sobre um outro grupo de cristãos, maior até que o primeiro grupo. Esse grupo lerá o estudo e não entenderá muita coisa, e mesmo se entender não dará muita importância para as críticas feitas, para os cristãos desse grupo tanto faz, basta-lhes crer. 
      Será que hoje é diferente de há quinhentos, mil ou mil e quinhentos anos atrás? Não, as pessoas sempre transferiram para outros o direito de pensarem mais profundamente sobre tudo, principalmente sobre assuntos mais complicados, como era a ciência antes da educação ser para todos, e como sempre foi espiritualidade e teologia. Lembremos que a Bíblia e mesmo as missas eram em latim, só entendia os padres, nem entoar louvores os leigos podiam na liturgia católica, era função de corais profissionais, assim, muitos se acostumaram a aceitar e crerem. 
      Ocorre é que nos últimos cem, cem e cinquenta anos, a humanidade evoluiu cientificamente, e isso influenciou o cristianismo. O estudo teológico, a relevância de procura por textos bíblicos mais antigos, mas próximos possíveis aos registros originais, principalmente dos autores do novo testamento, deu a muitos cristãos a falsa ideia que conhecem melhor a palavra de Deus, a mais verdadeira que reflete a vontade de Deus e não de homens. Mas isso é um equívoco, o problema não está em ter em mãos o texto original, mas em como os homens usam esse texto. 
      Mesmo os primeiros líderes cristãos, Pedro, João, Tiago, Paulo, não eram homens perfeitos, tinham uma experiência real e profunda com Deus, mas ainda assim eram homens de seus tempos. Creia, no primeiro século havia divisão de igrejas, conflitos teológicos, interesses humanos para se estabelecer liderança, divergências de pontos de vista sobre o ensino original de Jesus, talvez tanto quanto existem hoje, respeitando o tamanho do mundo e da cristandade da época, e ainda que estivessem próximos dos anos em que viveu o Cristo homem. O ser sempre foi humano. 
      Aprendemos a ser científicos em muitas coisas, dependemos da ciência para viver no mundo moderno, sem ela não levantamos da cama de manhã, veja por exemplo a dependência que temos da energia elétrica, tudo depende dela, sem falar obviamente da internet e dos celulares. Mas ainda assim somos inocentes e românticos, aguardamos salvadores da pátria, cremos piamente em religiões, só porque líderes e sacerdotes usam pompa, liturgia, palavras bonitas dentro de tempos luxuosos e catedrais antigas, para dizerem coisas que se pensássemos melhor não fariam sentido.  
      Meus queridos, o objetivo deste texto é exatamente esse, fazer pensar, levar a parar de aceitar muita coisa só porque foi dita pelo papa, por algum padre ou pastor famoso, por bispo ou “apóstolo”, termo usado erroneamente atualmente, que temos que pôr entre aspas, visto que apóstolo de verdade foi só um dos doze originais de Jesus do primeiro século, e talvez Paulo. As coisas não são assim porque Deus quer, quem disse que Deus quer assim? Só homens. Cada um de nós precisa ter uma experiência realmente pessoal com Deus, e que permaneça em nós dando frutos. 
      Tantas pessoas permanecendo em igrejas, por anos a fio, mas Deus já não está nelas há muito tempo, a paixão acabou, mas a vida social, o consolo ainda tênue da religiosidade que virou vício, as seguram sentadas nos bancos, domingo após domingo. Com isso só cresceram os preconceitos, o materialismo, as doenças emocionais, enquanto casamentos acabaram e recomeçaram, pastores foram excluídos por escândalos, dentro de religiões, mas fora do Espírito Santo. Por quê? Porque se acostumou a aceitar as coisas como são, isso não é de Deus, para ninguém. 
      Se você ler postagens significativas feitas nos dez anos do “Como o ar que respiro” verá mudanças nas ênfases. No início a ênfase era a Bíblia, depois passou a ser o Espírito Santo, numa terceira fase foquei em reavaliar o cristianismo tradicional. Nos últimos tempos, contudo, Deus tem me levado a conhecer a ele e ao mundo espiritual com mais intimidade e verdade, retirando véus. Houve mudança de opinião? Sim, mas cada foco é cumulativo, base para o próximo, não existe contradição, só aprofundamento, isso tem feito um menino amadurecer, isso é o que desejo a você. 

Esta é a 89ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

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