quarta-feira, abril 20, 2022

Saia para o Sol (80/90)

      Para melhor entendimento desta reflexão, leia a reflexão anterior.

      “E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre.” 
Apocalipse 22.5

      Por que as pessoas ficam com conhecimentos limitados e com liberdades cerceadas? Porque temem um passado real e um falso futuro. Na parábola das lâmpadas, apresentada antes, o passado é o quarto mantido escuro por problemas não resolvidos, que na sala iluminada lhes é ensinado como sendo o inferno. Quem sempre esteve no inferno não sabe que está nele, mas a maioria das pessoas, de alguma maneira, um dia teve alguma iluminação. 
      No quarto escuro não se entende que inferno no mundo é só o distanciamento da luz do Altíssimo, negação do amor de Deus. Quem está num inferno ainda no mundo, tem a ilusão de estar num paraíso, senão não permaneceria nele desfrutando prazeres físicos e a falsa segurança que materialismo e irresponsabilidade oferecem. Mas no inferno vivem também os que o escolheram há mais tempo, e esses fazem companhia aos novos inquilinos. 
      Religiões são necessárias como são as salas iluminadas, lugares temporários para crianças espirituais, que ainda não têm maturidade para viverem sem tutores, e que por isso são protegidas e restringidas. Há salas iluminadas diferentes em casas diferentes, algumas até possuem lâmpadas com iluminação bem semelhante à luz do Sol, mas em outras, as luzes podem ser tão fracas que dificultam a visão, só permitem que se veja os contornos. 
      As casas são construções aprovadas pelo criador, Deus permite que religiões se ergam e se mantenham, são administradas por homens que um dia saíram de suas outras casas e, por terem algum conhecimento do Sol, receberam autorização para administrarem casas. Mas essa posição de administrador também deveria ser temporária, mas que pela covardia dos inquilinos que não saem ao Sol, acaba durando mais que deveria. 
      Permanecendo tempo demais onde não deveriam, as pessoas acabam achando que as lâmpadas são o Sol, e que confusão farão quando saírem de suas casas. A princípio entrarão em discussões com pessoas de outras casas, defendendo as lâmpadas de suas casas como mais legítimas que as outras, como mais próximas à iluminação do Sol. Mas isso dura pouco, quem sai para o Sol é iluminado por ele e compreende a verdade.
      Na Terra debaixo do Sol, fora de paredes, teto e portas da casa, está aberto o céu espiritual, essa é uma posição espiritual que permite às pessoas conhecerem a verdade, fora do antolhos das instituições religiosas e de seus líderes. Sob o Sol os seres humanos experimentam um prazer singular, o prazer espiritual de estarem mais perto de Deus, e após o momento inicial de adaptação vivem uma satisfação que nunca provaram. 
      A luz de Deus está por toda a parte na Terra e fora das casas, nada a prende ou submete-a, ela está por fora e por dentro dos seres livres, cabe ao indivíduo, e só a ele, administrá-la. Nessa liberdade o ser se relaciona diretamente com Deus, sem intermediários, sem vigários ou sacerdotes, ele é seu próprio pastor e só tem um professor, o Sol, que é forte e ilumina, mas não queima nem fere, ele é Deus e seu conhecimento é santidade e amor.
      As casas não têm janelas, quem está dentro só sabe do Sol o que lhe é passado pelos que administram as casas. São maus administradores que criam falsos futuros que devem ser temidos, mas esses terão juízo mais severo, quando as luzes das casas apagarem. Quando isso ocorrer, todos, administradores, inquilinos e os livres pela Terra, terão entendimentos iguais sob o Sol, ainda que uns para salvação e outros para danação. 
      No juízo o que mudará não será o ambiente que está fora, a luz de Deus impera por todos os universos e seu amor atrai a todos, indiscriminadamente. Todos estarão sob a luz de Deus e o amor continuará disponível a todos. O que vai definir os destinos está no interior dos seres humanos. Muitos ainda terão dentro de si as trevas, escolheram continuar assim, amaram mais as trevas que a luz, fizeram alianças com os seres das trevas.
      Os que mantiveram um inferno dentro de si não foram humildes para se deixarem conhecer, e assim serem conhecidos e conhecerem a si mesmos, aos outros, a Deus e a tudo o mais. O que pode iluminar um homem com o coração entrevado? Nem se estivesse na superfície de um sol em chamas teria a luz, pois ele não olha para fora e para o alto, mas só para dentro de si mesmo, para sua culpa, e para outros seres de trevas como ele. 
      Quem são os seres das trevas que fazem alianças com os homens que ficam nos quartos escuros? Quando as lâmpadas se apagam um ciclo se encerra e um novo se inicia, os que tiverem a luz dentro deles serão levados para uma nova Terra, onde o mesmo Sol brilha. Contudo, os que tiverem as trevas em seus interiores permanecerão na Terra antiga, presos nos quartos escuros, isso não é feito como castigo, mas por misericórdia. 
      Para o que só acha sentido nas trevas, as trevas lhes serão dadas, mas num novo ciclo terão novamente oportunidade para saírem do quarto escuro, virem para a sala iluminada, se acostumarem com a iluminação, aprenderem a gostar dela, para então escolherem sair da casa e enfrentarem a luz maior do Sol que está lá fora. O que é o inferno? Perda de tempo, ilusão, solidão, ignorância, que se não for desconsiderado poderá ser duradouro. 

Esta é a 80ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

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