quinta-feira, abril 28, 2022

Um “Deus” que nunca existiu? (88/90)

      “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.
  Isaías 55.8-9

      Muitos têm falado, principalmente nos dias atuais de pandemia, “Deus não pode existir, com tanto sofrimento que há no mundo”, mas a verdade é que o “Deus” que muitos consideram existir e do qual duvidam diante dos sofrimentos, nunca existiu. Esse “Deus” que o cristianismo tradicional de homens prega, em grande parte é falso, ainda que o Deus verdadeiro abençoe todos os cristãos. O Deus verdadeiro não leva em consideração o conhecimento que os homens tenham dele, nem suas arrogâncias em acharem que têm conhecimento que não têm. 
      Protestantes e evangélicos, respondam, vocês são atendidos e consolados porque não acreditam em ídolos e nem em demônios, mas no Deus verdadeiro? Não. Católicos, me digam, vocês são protegidos e ouvidos porque guardam o cristianismo original e oficial do Deus verdadeiro? Não. Protestantes, evangélicos, católicos, espíritas, budistas, islamitas e todos os outros, vocês são ouvidos pelo Deus verdadeiro porque esse Deus ouve a todos e a todos ama, indiferentemente do que creem, mas de acordo com a boa intenção mais profunda de seus corações.  
      Agora, se o Deus verdadeiro fosse o que é definido pelos dogmas católicos e pela doutrina protestante, esse seria um Deus limitado, injusto e incoerente como Deus absoluto e perfeito em todas as virtudes. Teria um amor, que ainda que muitos digam ser irrestrito e eterno, que não harmoniza com a justiça, que também dizem que ele tem. Essa justiça que dizem que ele tem, faz as mesmas exigências de pessoas que vêm ao mundo com capacidades diferentes, tendo oportunidades diferentes, mas que terão a mesma condenação eterna caso não obedeçam às exigências.
      A justiça do cristianismo tradicional é semelhante a uma escola que aplica provas de curso superior, tanto para estudantes do curso superior quanto para estudantes primários, sem considerar o nível dos alunos. Nessa escola injusta, desaprovados de níveis diferentes recebem as mesmas penas. Mas a aprovação nessa escola é dada por fé, não pelo conhecimento adquirido por estudo, assim, ainda que alguém não tenha se esforçado para aprender e nada saiba, é aprovado se crer. Há injustiça para todos, uns são condenados sem saberem e outros mesmo que saibam.
      A justiça cobrada pelo cristianismo tradicional, é tanto injusta quanto irresponsável. O álibi que os homens que a construíram usam para que ela seja assim, é dizerem que ela é a vontade do Deus verdadeiro, colocando em Jesus uma função que ele não tem e nem precisa ter. Jesus salva, mas aqueles que procurarem praticar as obras que ele praticou, não só por crerem nele como um pai rico que paga as dívidas de filhos mimados e ociosos. Transferir a velha aliança judaica para Jesus, mesmo com um formidável upgrade, só mantém uma religião ultrapassada. 
      A culpa de tantos se afastarem do cristianismo, de não apreenderem todas as singulares e maravilhosas relevâncias que somente o evangelho de Jesus tem, por isso sendo o meio mais seguro para que todos os seres humanos sejam salvos de seus infernos pessoais, neste mundo e no próximo, a responsabilidade por isso é de uma tradição humana. Essa tradição, receba o nome de Igreja Católica, de protestantismo ou de qualquer outra seita, se sustenta a custo de vender sua alma aos governantes, para ter poder material controlando adeptos pelo medo e pela ignorância. 
      Em nome de um falso cristianismo, que ainda assim abençoa os homens por pregar o verdadeiro Cristo, ao menos em algumas coisas, a ciência foi reprimida, direitos sociais foram desprezados, a humanidade foi amarrada a superstições e à medida que evoluiu intelectualmente não achou uma fé inteligente e aberta que respeitasse-a. Se o cristianismo ainda insiste em quantidade neste mundo, é por conta de seitas que o usam para fins materialistas, para prosperidade neste plano, não para aperfeiçoarem seres espirituais que serão avaliados por Deus no outro mundo. 
      Se entendêssemos quão alto é Deus, quão espiritual é, sem qualquer vínculo com matéria, com egoísmo, vaidades e ganância do homem, se víssemos quão longo e maravilhoso é o caminho que conduz ao Altíssimo, seríamos melhores pois o Deus verdadeiro é melhor que o “Deus” ensinado por tantas religiões. Deus te ama, se quiser seguir teu caminho como criança espiritual, ainda que seja estranho adulto portar-se como criança, Deus cuidará de você, mas ele anseia que você assuma o adulto que pode ser e conheça a verdade maior, você escolhe. 

Esta é a 88ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

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