sexta-feira, março 10, 2023

O cristianismo que me representa! (2/2)

      “E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.João 1.36

      “E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais” (João 8.10-11). O cristianismo que me representa é o de Jesus não humilhando a mulher adúltera diante de tantos, mas perdoando-a e dando-lhe uma segunda chance. Quanta calma para reagir diante da fraqueza do outro, o oposto da nossa reação, que muitas vezes quer esconder nossos erros atrás dos erros alheios. Só com muita paz de espírito para portar-se assim, que inveja “boa” eu tenho desse Cristo, que nada tem a ver com o cristianismo de muitos que se chamam de cristãos.
      “Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.” (Mateus 11.18-19). O cristianismo que me representa é o de Jesus ensinando pecadores de forma muito próxima, não se colocando como melhor que eles, mas como irmão deles. Que segurança para ser visto com gente menos apegada a valores morais, sem ter a vaidade de temer ser confundido com um deles, principalmente sabendo que líderes religiosos judeus estavam de olho nele, sempre procurando uma razão para matá-lo, esses sim, para aplacar inveja e vaidade enrustidas.  
      “E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta. Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.” “Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos). Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” (João 4.6-7, 9-10). O cristianismo que me representa é o de Jesus, que ainda cansado tinha afeto para dar, muitas vezes vencendo preconceitos que até poderiam justificar ele não ter que ajudar alguém.
      “E foram ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam aproximar-se dele, por causa da multidão. E foi-lhe dito: Estão lá fora tua mãe e teus irmãos, que querem ver-te. Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam.” (Lucas 8.19-21). O cristianismo que me representa é o de Jesus, que teve a coragem de dar as costas até para familiares próximos, abriu mão de ser entendido e aprovado por esses, porque escolheu saber e fazer a vontade de seu pai espiritual. Quantos acham que ser espiritual é seguir cegamente a religião da família, que sabem que não funciona, mas que não têm coragem de deixá-la, pois querem honra da sociedade, não de Deus.
      “E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia; e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.” (João 2.23-25). O cristianismo que me representa é o de Jesus que fazia milagres físicos por amor, ainda que soubesse que isso não mudaria o coração de homens imaturos. Esses só o buscavam por motivos materiais, não para serem seres humanos moralmente melhores, muitos dos quais depois engrossariam o coro dos que escolheram Barrabás para ser poupado, não ele, que não estariam com ele no final, quando ele mais precisasse. 
      “E, levantando-se o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.” (Mateus 26.62-63). O cristianismo que me representa é o de Jesus calando-se diante dos ataques injustos e violentos dos homens, que se postavam como líderes religiosos exemplares, mas que não conheciam o amor de Deus. Por isso não temo me posicionar contra papa, padres, pastores, pregadores, religiões e cristianismos deste mundo, que ainda que numa condição de excessão Deus use para iluminar o ser humano, estão longe de serem o cristianismo do Cristo genuíno. 
      Conivente com o pecado, glutão, bêbado, herege, mau filho, passivo diante da injustiça, podemos acrescentar endemoniado, louco, além de insurgente político, não, o Cristo real não era bem visto, hoje seria “cancelado” nas redes sociais, poderia não ser crucificado, mas seria processado por líderes religiosos. Sim, a Bíblia precisa ser entendida com mais cuidado, com mais oração, com mais Espírito Santo, e algumas coisas poderiam ser até desconsideradas, mas Jesus, seus exemplos práticos de vida na sociedade, esses precisam ser praticados sempre. Eu amo Jesus, ele me representa, se ele não não fosse quem é, religiões não estariam de pé até hoje, por usarem, ainda que imperfeitamente, seu maravilhoso nome. 

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão

Nenhum comentário:

Postar um comentário