segunda-feira, fevereiro 11, 2019

A morte - Oremos pelo Brasil

      “Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio.Salmos 16.1

      A morte teve uma presença muito forte nos últimos dias em nosso país. Primeiro foi a tragédia causada pelo descaso de quem deveria fiscalizar o funcionamento adequado e de quem deveria dar manutenção periódica à estrutura, a queda da barragem da Vale em Brumadinho/MG no dia vinte e oito de janeiro, mais de trezentas pessoas morreram. Depois, após um temporal na cidade de Rio de Janeiro/RJ, que já foi terrível e que matou alguns, ocorreu no dia oito de fevereiro um incêndio no alojamento dos jogadores da base do time de futebol do Clube de Regatas do Flamengo, essa tragédia, que também pode ter sido ocasionada por descaso de alguns, matou dez adolescentes que tinham o sonho de se tornarem atletas reconhecidos e importantes. 
      Contudo, ainda sentindo a dor desses fatos, ainda enterrando jogadores do Flamengo e ainda tentando achar mortos desaparecidos em Brumadinho, cai na via Anhanguera, hoje, dia onze de fevereiro, na região da grande São Paulo, um helicóptero com o jornalista Ricardo Boechat, ele e o piloto faleceram. O que me tocou profundamente nesta última tragédia, foi a morte de um profissional atuante e competente, que eu e minha família assistíamos no Jornal da Band de segunda à sexta-feira. Morreu uma voz da boa crítica, independente, inteligente, irônico, corajoso, que com certeza fará falta em nosso país, um jornalista com furor, amor e humor. Sim, a morte alcança todos, implacável e muitas vezes imprevisível.
      Não sei quanto a você, mas diante de tudo isso eu me sinto absolutamente frágil, desprotegido, inseguro, por mais que eu creia e escreva constantemente que colhemos o que plantamos, que nada ocorre sem causa justa, que Deus é Senhor e sabe o que faz, essas tragédias imprimem em minha alma um sentimento intenso, descontrolado e contrário à qualquer convicção. Não, sentir-se assim não é pecado ou negar a Deus, somos humanos e temos direito à humanidade, em toda a sua extensão e profundidade e nada revela mais a nossa humanidade que a morte, que atinge a todos, pobres e ricos, ignorantes e cultos, de todas as raças, religiões e ideologias.
      Vida, morte, luto e vida, o luto é importante, não tente anulá-lo, não tente passar da morte diretamente para a vida sem sentir em toda a sua intensidade o luto. Quando fazemos assim, dando liberdade a um sentimento tão forte, o luto é experimentado até que se esvai, mas tentar aprisiona-lo só faz explodir o coração que depois terá mais dificuldades para seguir vivo. Contudo, eu pergunto, até quando durará nosso luto, até quando o Brasil chorará a morte, principalmente as causadas por uma impunidade reincidente? Oremos pelo nosso país, que toda essa dor seja da disciplina paternal, e não crueldade enganosa do mal, que só vem para roubar, matar e destruir.

      “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.João 10.10-14

José Osório de Souza, 11 de fevereiro de 2019 - Reflexão necessária

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