domingo, fevereiro 24, 2019

A que se compara o Senhor?

      “E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: Agora me virarei para là, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima. E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.” 
Êxodo 3.1-4


      “Vive o Senhor, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação” 

II Samuel 22.47


      “E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” 

Atos 2.2-4


     “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” 

João 7.37-39


      O fogo que não queima, a terra, endurecida na rocha, que não se move, o vento que não destrói e a água que não afoga, não são os quatro elementos materiais, mas metáforas espirituais, que tentam definir importantes experiências que homens tiveram e têm com Deus pai, filho e Espírito Santo. Não estou sendo panteísta aqui, vendo Deus nos elementos, ainda que como descrito no Salmo 18, o Senhor tem controle sobre eles e eles se manifestam como efeito de seu poder. 


      “Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele. Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do ventoFez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus. Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo. E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e houve saraiva e brasas de fogo. Mandou as suas setas, e as espalhou; multiplicou raios, e os desbaratou. Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, Senhor, ao sopro das tuas narinas. Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas.” 

Salmos 18.6-16


      Que texto maravilhoso esse Salmo, seja interpretado ao pé da letra, seja visto como metáforas das potestades espirituais, é poético, e mesmo um ser humano não dado à filosofia ou sem conhecimento profundo do mundo invisível pode entender e se sentir ouvido e protegido por um Deus alto e poderoso. Os quatro textos iniciais descrevem a subjetividade humana experimentando o Senhor, já que foram escritos por homens e para homens, ou podem ser a maneira como Deus se apresenta para que essa subjetividade possa entender melhor sua manifestação, contudo, esses textos contém mistérios que pouco compreendemos, do mundo invisível, da eternidade, que vão muito além de fogo, terra (rocha), ar (vento) e água. 

      Esta reflexão não contém nenhuma revelação, doutrinária ou filosófica, é apenas a expressão do meu encantamento com Deus, suas criações (de todos os universos), suas manifestações e como tudo isso simplesmente alimenta nosso ser, corpo, alma e espírito, de maneira completa. Triste o homem que acha fraqueza adorar a Deus, que considera ignorância confiar num Deus pessoal, invisível e todo-poderoso, não é só a Deus que tal homem nega, mas a si mesmo, sua essência. Nossa essência precisa do Senhor, o deseja com todo seu sentimento e pensamento, suspira por ele, tem sede dele, precisa dele como ar que mantém a vida, como água que sacia a sede, como rocha que dá firmeza e como fogo, que aquece e transforma os materiais para bem servir ao homem.


      “E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.

 I Reis 19.11-12


      Não posso encerrar está reflexão sem citar o texto acima, um dos textos mais poéticos da Bíblia. Um vento forte nos aterroriza quando olhamos pelas janelas e vemos tudo se abalar quando ele passa? Um terremoto lança em nossos rostos nossa fragilidade diante da força da natureza que faz tremer nosso chão? Um fogo terrível e consumidor devasta tudo o que tem pela frente? Pois saiba que Deus pode usar tudo isso e ser maravilhoso, contudo, seu maior poder, o único de fato que pode mudar o coração do homem, é o perdão pelo nome de Jesus. Esse perdão Deus revela com a voz mansa e delicada do Espírito Santo, que nos fala com amor e com graça, e que transforma nossas vidas de maneira extrema e para sempre. 

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