quinta-feira, julho 04, 2019

Imaturos e Maduros (Religião ou Deus? 2/3)

      Religião ou Deus, o que de fato queremos, o que de fato buscamos nas igrejas? Por favor, entenda certo esta reflexão, não estou generalizando nem julgando, apenas fazendo constatações sobre uma parte bem significativa da igreja cristã atual:

- dois tipos de pessoas conseguem permanecer em igrejas por algum tempo, o novo convertido e o religioso;
- dois tipos de pessoas não permanecem em igrejas por muito tempo, o imaturo e o que quer amadurecer.
      
      Na reflexão de ontem falamos sobre a primeira constatação, o novo convertido e o religioso, hoje reflitiremos sobre o imaturo e o que quer amadurecer.

Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. II Coríntios 2.11-16

      “Dois tipos de pessoas não permanecem em igrejas por muito tempo, o imaturo e o que quer amadurecer”, essa afirmação parece contraditória já que fala de um mesmo tipo de pessoa, o imaturo, contudo, o que faz a diferença não é a imaturidade, mas o motivo que leva o imaturo a querer sair de uma igreja, na verdade a diferença não está no indivíduo, mas na igreja e na percepção que o indivíduo tem da igreja. Imaturo todos somos, assumir isso é o primeiro passo para deixar de ser imaturo, contudo, com algum tempo de caminhada com Jesus precisamos ter o mínimo de percepção para saber se estamos ou não recebendo o alimento certo, limpo e adequado para o nosso crescimento. 
      Se queremos sair de uma igreja porque estamos magoados com alguém, porque temos um problema pessoal, que não conseguimos resolver, ou se por causa de uma avaliação equivocada que fazemos de nós mesmos achamos que não estamos recebendo a oportunidade que achamos merecer, então estamos sendo imaturos no sentido de nós acharmos mais do que somos e de colocar a culpa de um problema que é nosso nos outros. Contudo, se queremos sair porque temos ciência em Deus que Deus quer mais para nós do que a igreja, seja por seus limites ou por pecado, pode nos dar, estão estamos querendo crescer, na verdade isso já é uma amostra de maturidade.
      Infelizmente, raramente os líderes apoiam membros que desejam ir para outras igrejas, principalmente se são membros trabalhadores, úteis para o ministério (ou, infelizmente, bons “dizimistas”). Tristemente a saída é quase sempre dolorosa, primeiro porque as pessoas não ouvem a voz de Deus e insistem até o último momento que não precisam mudar de igreja, momento que quase sempre acaba em conflitos. Tentemos resolver, naquilo que está em nossas mãos, que nos é possível, as coisas em paz, se não for possível, se a coisa parece algo esquisito, sem pé nem cabeça, numa situação de confusão, entenda que pode ser só demônios atuando, tentando amarrar o filho de Deus. Em situações assim fica difícil uma solução sensata e racional, o melhor é cair fora e não olhar para trás.
      Não, não vamos achar no cânone bíblico um texto que objetivamente nos oriente sobre mudar de igreja, buscar um lugar melhor para aprender sobre a vontade de Deus, ou mesmo que nos autorize a confrontar pastores em pecado. O momento histórico de Paulo, Pedro, João evangelista, Tiago e outros, era outro, era um tempo de formar as primeiras igrejas locais, de construir a doutrina do cristianismo, de estabelecer o reino de Deus na Terra. Hoje, quase dois mil anos depois da festa do pentecostes em Jerusalém, após pregação de Pedro que inaugura a Igreja no mundo com a descida do Espírito Santo, muita coisa aconteceu, como sempre falamos no blog. Contudo, Jesus nos evangelhos e Paulo nas cartas sempre confrontam os lobos em pele de ovelha, os falsos pastores e os hereges.
      Falamos bastante sobre maturidade, ser imaturo ou não, mas o que é de fato maturidade espiritual conforme o cristianismo? O texto de II Coríntios 2.11-16 fala sobre o espírito humano e sobre o Espírito Santo de Deus, entendê-lo é entender a essência do novo nascimento, vivê-lo é amadurecer em Deus. Nosso mestre é Jesus, o nosso pastor maior, ele está no céu intercedendo por nós, permitindo que recebamos perdão e toda espécie de riqueza espiritual material de Deus pai. Na terra, quem nos habita é o Espírito Santo, é ele quem nos ensina, tudo o que precisamos saber, mas como os cristãos se beneficiam pouco dessa presença, mesmo os pentecostais, que se acham tão espirituais, só conhecem a superfície do que nos pode ser revelado pelo Espírito de Deus. Por isso dependem tanto de igreja, de púlpito, de pastor, de espiritualidade alheia, de rituais, de aparência religiosa. Ser maduro não é ser perfeito ou santo em todo o tempo, mas é ter noção de quem seguimos e segui-lo sempre, de um jeito ou de outro.

Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 8.12

2ª parte do estudo “Religião ou Deus?”, postado entre os dias 3 e 5 de julho, veja no dia 6 de julho na íntegra.

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