terça-feira, dezembro 14, 2021

Se há urubus há carniça

      “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?João 11.25-26

      A natureza, ar, terra, rios, mares, flora e fauna, é simbologia para muitas coisas, que se prestássemos mais atenção e entendêssemos sua simplicidade, compreenderíamos muitas coisas de nossas vidas, não só físicas, mas também espirituais. Leões matam e comem a carne ainda viva, ou quase viva, eles são carnívoros, já nós, seres humanos, apesar de na maior parte das vezes cozinharmos e assarmos as carnes, comemos a carne de animais bem morta, como os urubus, assim não somos carnívoros, somos carniceiros, parece nojento mas é isso. 
      A lei da matéria é essa, morte, e precisa de mais morte para se manter viva, ainda que numa existência passageira neste mundo. A lei do espírito é oposta a essa, vida, e vive à medida que entra em sintonia com a vida eterna do Deus Altíssimo, mesmo preso a um corpo mortal o espírito precisa do Espírito de Deus para viver. Ocorre que muitos seres humanos estão com “urubus” circulando sobre suas cabeças, e ainda assim não assumem que estão espiritualmente mortos, e possivelmente com mortes físicas próximas que os pegarão de surpresa. 
      Os urubus, nessa simbologia, são avisos, mas no mundo material nem precisamos ver urubus ou outros carniceiros, para sabermos que o cadáver de um homem ou bicho está próximo, sentimos o fedor, e como é forte e desagradável o cheiro de corpo em decomposição. É para ser assim, para que identifiquemos um cadáver e o enterremos, a sete palmos de terra. No caso de morte espiritual há uma opção, a ressurreição do espírito, Jesus tem o poder de ressuscitar mortos espirituais, ninguém precisa ser enterrado ainda com o corpo físico vivo. 
      O fedor moral se nota na soberba, na impaciência, na malícia, no engano que faz o ser humano ser presa de mentirosos, egoístas, sensualistas, desejosos de satisfazerem apetites do corpo, ainda que usando os outros. Mortos morais podem estar bem banhados, vestidos com marcas luxuosas, aromatizados com perfumes caros, sentados às mesas dos restaurantes sofisticados, tomando vinhos raros, e ainda assim federem. Já os vivos no espírito, ainda que com vidas simples, exalarão cheiro agradável que sobe até o trono do Altíssimo. 
      “Pobre mais limpinho”, se diz por aí, quem já não percebeu isso, ainda que não conseguisse entender bem, estar diante de alguém bem aparentado, mas sentir algo desagradável, e estar com alguém pobre no exterior, mas perceber algo nobre? Vida espiritual não se compra, se ganha gratuitamente de Deus quando a ele se busca com humildade. Estejamos atentos aos sinais, “urubus” não voam sobre vivos, se eles estão presentes algo está morrendo ou morto, sejamos sábios e busquemos a única vida que é eterna, comunhão íntima com Deus. 

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