domingo, setembro 04, 2022

O poder da grana (35/92)

       “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jeremias 17.5-6

     Não se engane achando que a mídia, jornais, redes de televisão e páginas na internet, dão espaço para afrodescendentes porque reconhecem que a civilização tem uma dívida histórica com esses por causa da escravidão. Os poderosos não desprezam mudanças, as usam a seu favor, assim, ainda que haja noção que a mudança é implacável, não há pureza de intenções. Empresas de comunicações dão lugar de fala em programas, matérias e sites, para quem se torna uma maioria utilizável. 
      Isso significa que um direito é adquirido quando se é maioria? Sim, mas não maioria como ser humano, mas maioria como consumidor, como comprador de fast-food, cervejas, celulares, eletrodomésticos, roupas, carros, escolas, serviços bancários etc. A mídia não é nem de direita, nem de esquerda, nem de centro, ela é pela grana, por indústrias, bancos e outras corporações que vendem produtos e usam o marketing divulgado na mídia para promoverem seus produtos. 
      Quando a agenda afrodescendente era “vendida” (desculpe-me o termo) como minoria ainda que não fosse, a mídia pouco se manifestava a respeito. Acreditem, quando lutas por direitos de afrodescendentes deixarem de ser moda, quando a miscigenação estiver tão generalizada que não se identificará mais branco, negro, amarelo, europeu, africano ou asiático, a mídia mudará o foco, de olho não em direitos humanos iguais, mas em consumidores para os produtos dos que pagam a ela por publicidade.  
      A mídia apoiará os donos da grana e esses apoiarão políticos que lhes deem liberdade para ganharem mais grana, independente de serem políticos de direita, de esquerda ou de centro, ninguém também se engane sobre isso. Em nome disso políticos farão qualquer negócio, mesmo dizerem-se a favor dessa ou daquela ideologia. A mídia, orientada por quem a paga, sabe o que será lançado e dará lucro, assim preparará o consumidor, primeiro cria a necessidade para depois vender a solução. 
      Ingênuo quem se envolve com esse sistema só vendo a ponta do iceberg, mas irresponsável o cristão que se põe como militante de político. Também existem muitos administradores de O.N.G.s (eis nessa sigla um mundo tenebroso que não é bem o que parece ser) que são enganados, assim como existem outros administradores de O.N.G.s que se escondem atrás de bandeiras de direitos humanos para promoverem ou destruírem o que interessa aos donos da grana que os pagam. 
      Não há nenhuma novidade nisso, o mundo sempre funcionou assim, ainda que nos tempos antigos as pessoas ligassem poder a direitos recebidos legitimamente dos deuses. Mas será que o Deus verdadeiro tem interesse em grana e poder neste mundo? Não. Assim é lógico concluir que poder neste mundo, de um jeito ou outro, está ligando a “falsos deuses”, seres espirituais malignos. A prova disso é que poder e grana sempre foram para beneficiar alguns, não a maioria mais necessitada. 
      Quem detém a grana não está interessado em teus direitos, mas em teu dinheiro. Deus está interessado em teus direitos, entende isso quem para de olhar para os homens e olha para ele. “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor, porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde, e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto” (Jeremias 17.7-8). 
      Perdoem-me a visão pessimista, ela não significa que não haja evolução moral no planeta. Sim, há, como sempre houve e haverá, mas lentamente, sempre opondo matéria a espírito. As trevas persistirão até que a luz se manifeste totalmente, com o bem vencendo o mal, numa humanidade onde as pessoas não serão percebidas por aparência externa, origem geográfica, nível financeiro ou intelectual, sexualidade e mesmo por religião, mas pelo amor que serve a todos equitativamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário