sábado, setembro 17, 2022

Humildade para compartilhar (48/92)

      “Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmosRomanos 12.16

      É normal, todos nós quando recebemos algo bom queremos compartilhar com os outros. Pode ser um presente, a aquisição de um carro, de uma casa, de um celular, para nós músicos, a compra de um instrumento musical, mas também boas notícias como um aumento de salário, um compromisso de noivado ou casamento, o nascimento de um filho, uma viagem. Nos faz felizes, não queremos esconder, queremos que muitos saibam, como se diz, algumas coisas gostaríamos de sair na rua anunciando aos gritos. 
      Não pode ser diferente com uma experiência religiosa, com uma experiência com Deus, se nos faz bem queremos que os outros saibam, e mais, queremos que os outros também tenham a experiência. Muitos não entendem protestantes e evangélicos, o porquê deles tanto quererem falar de suas crenças. É simples, eles têm experiências reais e poderosas com Deus, que impressionam seus sentimentos e mudam suas vidas, não querem guardar isso só para eles, querem que os outros saibam e experimentem a mesma a coisa. 
      Uma coisa é um testemunho religioso pessoal, outra coisa é usar religião para promoção, não de Deus, mas da instituição, e consequentemente de homens que a lideram e que podem ter algum lucro com isso. Uma religião não cresce porque é falsa, não a princípio, populariza-se pois seres humanos sinceros experimentam Deus através dela, é o que vem depois que pode torná-la falsa. Homens gananciosos veem que podem ganhar algo com as pessoas que a religião atraiu, então, testemunho sincero banaliza-se. 
      Enquanto há compartilhamento honesto, há o que ser compartilhado, experiências vivas com Deus, mas quando passa a ser popularização forçada, para atrair mais homens e encher templos, as pessoas não vêm mais para terem experiências com Deus, vêm pelos falsos benefícios que homens usam para atraí-las. Sinceros ainda se aproximam e têm experiências reais? Sim, mas a maioria vem pelo modismo, não veio no início motivada por algo verdadeiro, mas vem agora seduzida por homens, não atraída por Deus. 
      Nisso algo que começou puro e poderoso torna-se falso e ralo. O que é falso não se mantém, novas falsidades devem ser inventadas e adicionadas para que a instituição se mantenha atraente, lotando templos e dando lucro aos líderes. Nesse momento a banalização está concluída. A pergunta que fazemos é: até que ponto a popularização de religiões é saudável? Ou mais, é vontade de Deus? O cristianismo se corrompeu quando deixou as reuniões secretas nas catacumbas e se mudou para os palácios dos imperadores? 
      O assunto se resume à humildade, mesmo que a experiência com Deus seja real e forte, não devemos nos sentir melhores por isso, o vaso não é superior ao óleo raro e perfumado que contém. Muitos, vendo o valor do óleo, querem manipula-lo ou mesmo simula-lo, para que haja mais dele para ser comercializado, também embelezam os vasos, a fim de valorizarem o falso óleo. Esquecem-se que óleo puro só Deus pode conceder ao humildes, cujos vasos podem ser os mais simples possíveis, Deus não abençoa pela aparência. 
      Assim também surgem as divisões, é difícil haver unanimidade na ganância e na vaidade, homens diferentes usam elementos e meios diferentes para aumentar o óleo original. Também criam designs distintos de vasos para tornarem mais sedutores os óleos falsificados e fazerem crescer seus lucros nos negócios. Deus une, não divide, porque ele trabalha pelo seu Santo Espírito e esse é indivisível. Deus pede vasos limpos e vazios para encher com seu óleo, mas é indiferente o vaso ser de barro ou de alabastro. 
      É tempo, não de construção, mas de desconstrução, para reconstruir algo no lugar? Não mais. Deus não precisa mais de construções físicas para chamar a atenção dos homens, eles já amadureceram o suficiente intelectual e emocionalmente. Podemos entender as coisas espirituais do jeito puramente espiritual, sem véus, podemos conhecer a Deus sem intermediários que não sejam Jesus e o Santo Espírito, um sendo a porta e o outro conduzindo-nos a ela. Os tempos são de mudança, que ela não nos pegue despreparados. 

Leia na postagem de amanhã
a 2ª parte da reflexão
“Humildade para compartilhar
obra de Deus, não de homens”
José Osório de Souza, 5/10/2021

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