quinta-feira, setembro 15, 2022

Paz pelo perdão (46/92)

     “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.Romanos 5.1-2

      Este espaço virtual não é lugar de respostas fechadas, mas de abertas perguntas, este que vos escreve não o faz porque sabe, mas porque não sabe. O que me leva a começar a escrever muitas vezes são questionamentos pessoais, que Deus, ao mesmo tempo que digito o texto, me responde. Compartilho muitas reflexões de consolos diários, mas outras como esta, são dúvidas doutrinárias que tenho e que existem porque o cristianismo tradicional não me respondeu, assim as levo a Deus. O tema desta vez é “salvação pela fé”, será que realmente sabemos o que é isso?
      Necessitamos do perdão de Deus, isso é água para nossa sede espiritual, entendendo ou não o que ele representa, Deus o dá a nós e nós sentimos paz. Contudo, ser perdoado é mais que ser limpo para voltarmos a uma posição passiva, que merece o céu para sempre só por estar nessa posição, antes é nos colocarmos de novo em movimento, para que por nossas obras continuemos rumo ao Altíssimo e único Deus verdadeiro. Deus nunca faz o trabalho que é nosso, até para crermos precisamos antes merecer por um certo trabalho, para então recebermos fé e seguirmos trabalhando. 
      Jesus tem duas importâncias exclusivas, a primeira é como homem encarnado que foi, mostrando-nos o ideal de vida moral e espiritual que Deus deseja de nós nesse mundo e que é possível termos. A segunda é como espírito eterno numa posição celestial acima de todo principado e potestade, demônios, diabos, anjos e outros seres espirituais, posição em que ele se encontra hoje. Quando oramos pelo nome de Jesus alcançamos pelo Espírito Santo a posição espiritual mais alta, que nos põe em contato direto com o Deus Altíssimo, transpassando todos os seres e reinos celestes. 
      Jesus, contudo, não é só uma porta, o que já seria muito bom, ele é um amigo que nos conhece, que nos ama e que intercede junto ao pai para que esse nos aceite, nos perdoe e nos capacite para seguirmos trabalhando. Não se enganem, Deus ouve a todos e a todos atende, mas por Jesus temos um acesso mais rápido e direto, felizes os que experimentam o perdão de Deus por Jesus. O Espírito Santo é uma experiência especial que temos pelo nome de Jesus, ele nos chama para crer, nos dá a paz do perdão e nos fortalece para seguirmos, o Espírito é consolador, mestre e meio.
      Ninguém despreze a necessidade do perdão de Deus, mesmo o esforço do homem de se levantar do erro e prosseguir para acertar não substitui esse perdão. Ninguém queira reformar uma casa sem antes pedir autorização do proprietário para isso, assumindo que ele é o dono do lugar e que quem faz a reforma é só um empregado. Pedir perdão a Deus faz isso, assume Deus como criador e mantenedor do universo e de nossas vidas, por isso temos uma paz singular depois, nada é melhor que estarmos agradando a Deus, isso nos dá a paz que nos fortalece para trabalharmos na reforma.
      A principal doutrina do cristianismo é Jesus Cristo como o salvador que perdoa toda a humanidade diante de Deus. Outras religiões dizem que Jesus foi um espírito superior, mas que é mais relevante como exemplo de vida, não como meio que aperfeiçoa de forma imediata os que nele creem. Enquanto outras religiões erram ao menosprezarem o papel salvador e perdoador de Jesus, o cristianismo tradicional se acomoda a um aperfeiçoamento meio “mágico” feito pela fé, menosprezando a importância de obras humanas nesse crescimento. Como sempre, a verdade está no equilíbrio. 
      Extremos sempre conduzem a equívocos, enfatizar as obras pode impedir as pessoas de provarem a maravilhosa redenção que há em Cristo, não só como alvo, mas como perdoador no caminho. Mas enfatizar a fé pode acomodar as pessoas, jogar toda a responsabilidade em Deus e tornar o homem ocioso, isso ainda coloca as pessoas em comunhão com Deus, mas pode impedi-las de crescer. Por causa desse equívoco que se faz com a fé é que mesmo após quase dois mil anos que Jesus subiu, a maioria dos cristãos ainda segue espiritualmente infantil e superficial, sendo aquém do que pode ser.
      Às vezes acho que precisamos mais de perdão que de salvação, visto que muitos têm certeza que são salvos, mas não vivem como perdoados, não têm paz. Salvação eterna? Isso é com Deus, eu confio nele, não em mim e muito menos em minha fé. Contudo, algo eu sei, sempre que busco ao Senhor com humildade, seja no momento que for, ainda que tenha errado muito e que não mereça nem sua atenção, sempre que preciso Deus me perdoa, e que paz sinto então. Essa paz é a força que necessito para seguir no presente, e proteção, contra a culpa do passado e o medo do futuro. 

Leia na postagem de amanhã
a 2ª parte desta reflexão

Nenhum comentário:

Postar um comentário