quarta-feira, setembro 28, 2022

O amor de Deus é eterno (59/92)

      “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.” I Coríntios 13.13

      O cristianismo no mundo não tem propriedade exclusiva sobre Cristo, mas como certas religiões professam o nome de Jesus de forma mais direta, há mais possibilidade dos homens conhecerem a Jesus nelas. Cristo, contudo, está muito além das religiões, seu amor é muito maior, nele não há penas eternas, mas misericórdias eternas, ainda que haja justiça e colheita de plantios ruins. A religião da eternidade é Cristo, não o cristianismo, é Jesus, não o catolicismo ou o protestantismo, é luz, não trevas, é vida eterna, não morte eterna. Podemos entender que há penas eternas por alguns textos bíblicos? Sim, mas por outros textos podemos entender outra coisa. A verdade está no Espírito Santo, busquemo-lo. 
      “Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” (Salmos 30.5). Quem pode afirmar que o inferno, apesar de terrível, não durará só uma noite? Que duração terá essa noite? Pode ser de alguns meses, como pode ser de anos. Será eterna? Será que Deus se ira para sempre? “Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.” (Mateus 5.22). Por outro lado será que passarei a eternidade no inferno por ter me irado? Jesus não teve a intenção de dizer isso. 
      O objetivo de ter sido tanto usado o termo “inferno eterno” no novo testamento foi enfatizar, principalmente para um ser humano do século um, a seriedade do pecado, principalmente o pecado interior que havia mesmo embaixo da aparência religiosa que líderes religiosos judeus pregavam. Foi conveniente à igreja católica manter textos com esse viés no cânone, por isso a Bíblia não pode ser interpretada ao pé da letra, precisa sempre do discernimento vivo do Espírito Santo. Muitos cristãos não aceitam que há ensinos antagônicos na Bíblia, ela não é coesa, assim os que dizem que só creem no que está na Bíblia precisam conhecer melhor a Bíblia, ou então assumir que só creem em um dos lados dela. 
      Existe nos textos bíblicos um “Deus” que se ira, que se vinga, que destrói e pune dura e eternamente? Sim, existe esse “Deus” na Bíblia. Mas também existe um Deus que ama e ama a todos, mesmo os que se colocam como inimigos dos cristãos, que não disciplina para sempre, e veja que usei o termo “disciplina”, não “pune”, que recebe o que reconhece seu pecado e pede perdão. O ponto é que o cristianismo tradicional não considera livre arbítrio na eternidade, mas só no mundo. Mas meus queridos, se em tão pouco tempo que vivemos aqui mudamos tanto, por que não mudaríamos tendo toda a eternidade, sem as distrações e limites da matéria, do espaço e do tempo? Se isso ocorrer, nosso inferno não seria convertido em céu? 
      Nada que estou supondo aqui, e estou apenas pensando contigo, supondo coisas, diminui o melhor do cristianismo que experimentamos no mundo. O poder exclusivo do nome de Jesus nas mais elevadas regiões espirituais, o exemplo de vida moral mais alta que ele nos ensinou, a sabedoria tão linda contida em tantos textos bíblicos, de Salmos ao evangelho de João, de Jó à primeira epístola de Paulo aos coríntios, da história da nação de Israel rumo à Canaã às viagens missionárias dos primeiros discípulos, dos mistérios de Gênesis aos de Apocalipse, tudo isso é verdade se interpretado com o Espírito Santo. Mas considere a possibilidade, só considere, de eterno ser o amor de Deus e o livre arbítrio humano, não a ira divina. 
      Não, caríssimos irmãos protestantes e evangélicos, isso não é passar a mão na cabeça de pecador ou diminuir a santidade de Deus, de forma alguma, isso também não é facilitar a espiritualidade dos seres humanos. Isso apenas leva-nos a entender a eternidade do espírito e a temporariedade da matéria, sendo matéria só oportunidade para aperfeiçoar o espírito. Nossa existência limitaria-se a uma? O que seriam os novos céus e a nova terra citados na Bíblia, só lugares de descanso eterno para não se fazer nada? Não, existir eternamente é trabalhar eternamente, a felicidade está em servir, não em permanecer inerte em estado de comtemplação. O que nos impulsiona nesse trabalho é o amor de Deus rumo à sua santidade.  

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