segunda-feira, dezembro 18, 2023

Passado, o que fazer com ele?

      “Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.Salmos 32.3-6

      Podemos passar anos fugindo de erros que cometemos no passado. Nessa fuga procuramos paliativos para conviver com a dor que a culpa traz, e se eles não surtirem efeito, simplesmente negaremos o passado. Diremos a nós mesmos que os erros não foram tão grandes assim, diremos aos outros que eles também possuem passados ruins, por fim, poderemos insanamente apagá-los de nossas consciências, e muitos conseguem, chegam a se esquecer de algo muito grave que fizeram e do sofrimento que isso causou nos outros. Contudo, somos muitos mais complicados que isso, se a consciência engana-se existe algo mais profundo dentro de nós, que a ciência chama de sub-consciente, e que a fé pode chamar de espírito. 
      O sub-consciente manifesta-se de maneiras sutis, mas perniciosas, fazendo o corpo adoecer por causa de assuntos não resolvidos e aparentemente escondidos, causando pesadelos e noites mal dormidas, gerando medos terríveis que não sabemos porque existem e de quem são. Mas chega um momento que o passado ruim nos alcança, e aí não tem mais jeito, não tem disfarce nem fuga. Torna-se consciente, presente, interfere em nossa relação com as pessoas, em nossa capacidade produtiva profissional, nos impede de ter uma comunhão profunda com Deus. Todavia é o próprio Deus que permite isso, ele não tem interesse que continuemos vivendo uma mentira, com algo tão sério não resolvido da maneira correta. 
      Se teu passado errado te alcançar, receba-o, com humildade, se perdoe, então sepulte-o, dentro de você. Os outros não precisam saber, a única coisa que você precisa guardar dele são palavras numa lápide, não grades de uma gaiola. Passado ruim deve morrer e ser enterrado, não guardado como pássaro de estimação. A lápide, com um texto bem claro, deve ser lembrada de vez em quando, para que não se cometa os mesmos erros de novo. Fugir do passado ainda vivo, deixando-o do lado de fora, é impossível, não para sempre, mantê-lo secretamente vivo dentro de nós pode ser até mais perigoso, adoecer-nos, mas acolhê-lo, por completo, e então sepultá-lo, é a melhor solução, certo que ele não representa mais o que somos hoje. 

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