terça-feira, abril 09, 2024

O melhor aqui, é o melhor lá? (2/7)

      “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.Isaías 55.8-9

      Não tem jeito, nossas referências de felicidade e de sofrimento são deste mundo, assim não podemos deixar de imaginar céu e inferno como entendemos ser situações de felicidades e sofrimentos máximos que experimentamos aqui. Ainda que isso não seja totalmente adequado, serve para começarmos a entender as coisas. Para muitos a felicidade maior é dinheiro no banco, mesa farta e cercada de amigos, para outros é um culto abençoado, com uma palavra de desafio da fé, com louvor bem tocado e bem cantado, numa igreja cheia e confortável. Para outros ainda, felicidade é viajar para longe, mesmo sozinhos, com tempo para pensar só em si, sem qualquer interferência ou distração de outras pessoas. 
      Assim céu pode ser uma situação eterna com experiências semelhantes às boas experiências que muitos experimentam no mundo, e o inferno, eternização de situações opostas a essas, portanto de desconfortos. Esse raciocínio não é novo, o ser humano faz uso dele há milhares de anos, por isso todas as ideias de paraíso e danação da existência no além criadas e mantidas pelas religiões. Entendamos e aceitemos uma coisa, Deus não desceu do céu e explicou detalhadamente como será o além, mesmo porque seres humanos antigos não teriam condições morais e intelectuais para entenderem isso. Assim Deus passa conhecimento por “impressões” espirituais que cada ser humano interpreta como consegue. 
      João o evangelista viu, interpretou e registrou como pôde, não leia Apocalipse, e outras passagens sobre eternidade e juízo, como textos rigorosamente técnicos. Comunicação espiritual se faz com a mente, e ainda que o Espírito de Deus seja um e verdadeiro sempre, nossas mentes foram, ainda são e serão por muito tempo inviáveis para compreenderem coisas espirituais como realmente são. Muitos poderão se surpreender se descobrirem que a eternidade não se parece com festas em finais de semana, em lares, bares, clubes ou templos, mas com os outros cinco dias da semana, de trabalho em empresas, com líderes, metas e muito esforço, só que isso com o espírito livre e fortalecido pela luz do Altíssimo. 

“Conjecturas sobre o além”,
reflexão em sete partes
José Osório de Souza, 24/06/2022

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