Para melhor entendimento desta reflexão leia a parábola “O rio da união” postada em 26/08/2025.
“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.” “Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.” Mateus 25.14-15, 29
Acostumados dentro de igrejas cristãs, católicas, protestantes tradicionais ou evangélicas pentecostais, podemos achar que nossa experiência com Deus é a única que é eficiente, para obter o favor de Deus em nossas vidas neste mundo e o conhecimento da verdade espiritual maior. Penso que isso era mais percebido assim há um tempo atrás, eu, que me converti numa igreja Batista tradicional, nos anos 1970, sentia igrejas como ilhas cercadas por muros. De vinte, trinta anos para cá, a realidade secular da vida levou crentes a interagirem melhor com não crentes, não condenarem tanto, principalmente por causa da área afetiva, nas questões familiares e sexuais, que têm misturado todos.
Ainda que se ouça nos púlpitos, por exemplo, que homossexualidade e divórcio são pecados, na prática mais cristãos têm experiências próximas com isso, assim julgam menos os que também as vivem no mundo, fora de igrejas. O tempo tem tornado muitos cristãos mais humildes e mesmo mais sábios, mas ainda existem muitos legalistas, que por tentarem viver uma crença que não é de Deus, ainda que achem que seja, não conseguem e se tornam falsos moralistas e hipócritas. Isso explica tantos protestantes apoiarem politicamente a extrema direita, que fala em defender valores da tradição judaico-cristã para a família, mas que tem prática de vida diferente, e às vezes oposta.
Uma coisa é certa, como evangélicos achamos que nossa experiência de conhecimento de Deus pela Bíblia e pelo Cristo, é melhor que as outras. Bem, ainda que eu saiba e experimente que Jesus é diferente de qualquer outro fundador de religião ou líder espiritualista, sei que as igrejas cristãs em sua grande parte não são embaixadoras fidedignas dessa exclusividade, que, como tanto digo aqui, são construções humanas e corruptas, ainda que sobre o nome poderoso de Jesus. Contudo, muitos cristãos não aceitam que Deus, por exemplo, ouça e cuide de muitos que o buscam em religiões orientais ou dentro de centos espíritas, para muitos cristãos isso é simplesmente coisa do diabo.
Na parábola “O rio da união” (compartilhada no dia 26/08/2025), três homens beberam da água de um mesmo rio, mas de formas distintas. Um usou as mãos, esse foi o mais simples, utilizou uma forma direta, mas cansativa, mais solitária, mas também a mais pura. Um segundo homem usou uma caneca luxuosa, esse mostrou uma veneração à água, mas também confeccionou uma maneira de transportar a água, mas será que a água precisa ser venerada ou levada, não é melhor que cada um tenha uma experiência pessoal com ela? O terceiro homem criou um sistema, que ao mesmo tempo que beneficiou mais pessoas, afastou as pessoas da fonte original da água, o rio, e deu lucro a alguns.
Durante séculos, principalmente a civilização ocidental, acostumou-se ao “sistema de encanamento” católico, protestante e pentecostal. Os tais “sistemas” levaram as pessoas a receberem a vontade de Deus por tanto tempo por doutrinas, dogmas, rituais e textos sagrados religiosos, que elas desaprenderam a se relacionar com Deus diretamente pelo Espírito Santo, aliás, para muitos o jeito mais eficiente de receber dádivas de Deus é dentro de catedrais e igrejas, participando de missas e cultos. Não nego a importância de religiões, mas para iniciar as pessoas na verdade, não para afastá-las dela, a verdade é que igrejas se tornaram meios de controle e enriquecimento de homens.
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