“E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” Apocalipse 21.5-7
Para melhor entendimento desta reflexão leia a parábola “O rio da união” postada em 26/08/2025.
Podemos passar tanto tempo fazendo algo do jeito que nos ensinaram, que acabamos achando que esse é o único jeito de se fazer algo. Não nego que precisamos começar de algum jeito, por isso os ensinamentos em amor que recebemos de pais são importantes. Mas eles devem formar base para novos conhecimentos e experiências, que recebendo nossos questionamentos pessoais podem se constituir em piso para uma construção mais completa e duradoura. As bases legítimas nunca são destruídas ou desprezadas, porque elas resistem ao tempo, isso se aprendemos com seus princípios, com sua essência, mais que com suas formas. É preciso coragem para ver além da cobertura, muitas vezes lindíssima, do bolo.
O cristianismo tem o Cristo como base, não o judaísmo, o catolicismo ou o protestantismo, sobre ele devemos construir nossa experiência pessoal, nos aprofundando mais em Deus pelo seu Santo Espírito. A ideia parece simples, mas não é para crianças sociais, intelectuais, morais e espirituais, e é útil que seja assim. O mundo espiritual é diverso, oferece o Cristo e seu altíssimo Espírito, mas também miríades e miríades de outros seres espirituais, nem todos eles bem intencionados e ferramentas do bem, ainda que administrados pelo bem. Por isso tantas orientações extremistas na tradição judaico-cristã sobre espíritos, mediunidade, vida após a morte e mesmo sobre o próprio criador do universo.
Na parábola “O rio da união” (compartilhada no dia 26/08/2025), um quarto homem, depois de ver o sistema de encanamento ser destruído pelo tempo, resolver acreditar e se empenhar numa jornada pessoal e solitária, descobrir onde estava o rio, origem da água que saciou a sede de tantos com abundância. Contudo, já preparado pelo tempo e pronto para administrar o conhecimento de forma mais iluminada, ele não só descobriu o local do rio, como propôs a melhor maneira de acessar a água, estando próximo dela o tempo todo. Jesus fez isso pelo ser humano há quase dois mil anos, ainda que a Igreja Romana alegue ser dona exclusiva de um sistema que conduz o ser humano à pura água espiritual.
A luz se protege, não precisa de homens para protegê-la, o Espírito Santo se guarda, não precisa que ninguém legisle a seu favor. O que está preparado acha o conhecimento mais alto de Deus, consequentemente é alimentado por uma palavra pura que entrega paz e é força para vencer o mal que cada ser humano carrega dentro de si, vencendo o interior o mal exterior perde sua força. Na parábola do rio da união todos poderiam residir nas margens do rio, mas com um espírito diferente, sem injustiça, e não é que os que não quisessem isso fossem proibidos de alguma forma, mas suas escolhas teriam consequências, implicaria em não ter mais acesso à água do rio, pelo menos enquanto quisessem.
Entendemos porque o evangelho diz que ricos têm mais dificuldade em entrar no reino de Deus. Não entendemos ricos só como prósperos materialmente e neste mundo, mas como donos de algum bem ou capacidade que os levam a acharem-se melhores por si sós, assim a se afastarem de Deus e dos homens. Muitos são ricos em dinheiro, mas outros em ciência, e outros ainda em religiosidade, todos esses podem num determinado momento afastarem-se do amor de Deus e da humildade para com os homens. O homem se perde quando acha que já tem todas as respostas, ainda que sejam respostas baseadas em princípios religiosos, ainda que sejam respostas que um dia tiveram base na Bíblia.
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