“Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” II Pedro 3.10-13
Para melhor entendimento desta reflexão leia a parábola “O rio da união” postada em 26/08/2025.
A última prova será a mais difícil, e muitos se preparam de maneira errada para ela. A última parte da parábola “O rio da união” (compartilhada no dia 26/08/2025) mostra que o trabalho moral do ser humano, assim espiritual, é longo. Num momento quando tudo pareceu estar bem, as pessoas caíram numa tentação, que ainda que parecesse uma graduação espiritual, não era uma iluminação, era um retrocesso. Alguns se acharam mais espirituais que os outros e tentaram adicionar algo à pureza da vida. Deus não precisa de advogados, mas usa testemunhas. Ao que se dá nome limita-se. Na espiritualidade muita coisa definida como dogma é só uma limitação material e humana a algo espiritual e divino.
O ser humano tem um desejo difícil de ser superado, ser dono exclusivo de algo, e eis outra contradição humana. O homem quer ser exclusivo, mas para ter algo que outros valorizam, só se valoriza algo que se experimentou como algo bom, portanto algo que não é exclusivo. Atualmente muitos querem postar fotos em redes sociais para exibirem-se como quem aproveita a vida fazendo ou sendo algo diferente, mas quando mais de um quer se postar assim, para ser valorizado por pares, não se faz ou é mais algo exclusivo, mas igual. Só tem um jeito de realmente sermos exclusivos, do jeito espiritual, sendo o que Deus nos criou para ser, mas para isso temos que nos libertar da carência de aprovação de seres humanos.
Na parábola quando todos estavam felizes tendo mais ou menos a mesma coisa e sendo mantidos por um único bem maior, o rio, alguns ficaram insatisfeitos. Foram tentados pela vaidade de serem diferentes, achando que nisso teriam uma atenção maior de homens que os outros. Quando olhamos demais para baixo é porque deixamos de olhar para cima, quando exigimos demais de homens é porque não estamos pedindo a Deus e nos satisfazendo com o que ele dá. Em Deus não há insatisfação, mas há num falso deus ou na ociosidade. Ser espiritual é estar espiritual, uma diferenciação que a língua portuguesa nos permite, assim ser espiritual é estar em movimento para o alto, em constante trabalho para melhorar.
Voltemos agora à afirmação feita no início desta reflexão: a última prova será a mais difícil. Muitos cristãos se preparam para os últimos tempos achando que grandes provas de fé serão como foram as provas do cristianismo primitivo, com ameaça física de tortura e morte. O ser humano já passou desse ponto, as provas hoje são mais ideológicas, são mentais e psicológicas, sociais e morais, não direta e explicitamente materiais. Hoje ações e palavras são coibidas, não com espada e cárcere, mas com leis e cancelamentos em redes sociais, a perseguição é virtual. Muitos cristãos se dizem prontos para morrer pelo evangelho, mas não resistem diante de dislikes e perda de inscritos em páginas e canais da internet, as coisas mudaram.
O rio da parábola era só algo para conduzir as pessoas para provarem algo melhor em suas existências, algo que as faria melhores como sociedade: viverem unidas com igualdade. Contudo, quando esse propósito fosse alcançado as pessoas não ficariam sem objetivo. O muito além do rio estava no alto, mas não no alto físico, nos satélites, planetas, estrelas, sistemas solares, galáxias, estava no alto espiritual. Como humanidade, quando chegaremos nesse ponto, quando o problema não será mais água, comida, saúde, educação, arte, cuidado com o planeta Terra, enfim com o rio, mas com a vida eterna? Todavia, antes disso, a humanidade passará por uma grande prova, para a qual muitos cristãos não estão prontos.
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