24/08/25

Jornada de iluminações (6/7)

      “Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos.” Salmos 34.5 

      Se nada é dito ou é porque tudo foi dito, ou porque nada pode ser dito, pelo menos no nível atual do ouvinte. Conhecemos as coisas espirituais mais altas relacionando-nos com Deus, num diálogo onde se fala e se ouve. Mas o aprendizado desse diálogo não tem objetivo único de passar informações para satisfazer curiosidade intelectual, aliás, a tradição judaico-cristã nunca se prestou a isso. Seja pela obediência à lei mosaica, seja pela fé no Cristo, o objetivo é fazer o ser humano melhor moralmente, de modo a receber ajuda de Deus neste mundo e descanso no outro. Dialogar com Deus permite conhecimento de sua viva palavra pelo seu Espírito, é mais que informação, é força para se vencer o pecado e aproximar-se de Deus.
      A palavra de Deus é vida eterna! Quando o Senhor dialoga conosco ele compartilha sua essência com a nossa, o que nos atrai para o alto, às virtudes morais mais elevadas. É claro que enquanto no mundo físico, presos a corpos materiais, a vida recebida não fica conosco para sempre, como água que mata a sede acaba assim que é consumida. Por isso a necessidade de uma busca constante e perseverante, que só anexará a nossos espíritos um nível superior quando morrermos no mundo e formos avaliados no juízo. Lá seremos o que fomos por mais tempo aqui, se santos, humildes e amorosos, cidadãos de um céu, se sujos, orgulhosos e egoístas, prisioneiros do inferno. Enfim, estamos aqui para nos aproximarmos da luz divina. 
      Convertermo-nos ao evangelho, nascermos de novo no espírito, crermos em Jesus e recebermos pela fé o perdão de Deus, eis a iluminação inicial, que nos conecta a Deus pelo seu Espírito. Experimentarmos os dons do Espírito, liberando nossa mente e nosso emocional para discernirmos as coisas espirituais por ferramentas espirituais, eis uma segunda iluminação. Contudo, diferente do que muitos cristãos acham, isso não é o fim, mas só o princípio. Bem-aventurado aquele que entra na grande casa espiritual pela porta principal, o Espírito Santo enviado por Jesus, esse ficará, ceará e será satisfeito. A tentativa de entrar por outros meios, não será bem sucedida, quem entra pela janela é ladrão, não filho do proprietário da casa. 
      Caminhar para Deus é trabalho a dois, nos movemos à medida que somos atraídos, temos que avançar, mas só quando estivermos preparados, consequentemente quando estivermos capacitados para seguir. Saber quando ir e quando esperar, quando perguntar e quando ouvir, discernir se o silêncio é porque não nos preparamos ou porque já ouvimos o suficiente, tudo isso é conhecido numa íntima conexão com Deus. Nessa conexão podemos ouvir a voz de Deus nos púlpitos, pela Bíblia, exercendo atividades seculares, mas o jeito mais eficiente e direto é orando no Espírito Santo, exercendo dons espirituais para falar, ouvir, ver e sentir mistérios espirituais. Isso é iluminação, a obra principal que temos que realizar no mundo.
      Ensinando-me sobre a jornada de iluminações espirituais, o Espírito Santo me passou a ideia que essa jornada é um caminho que passa por múltiplas salas com múltiplas portas. Ninguém começa a andar com Deus e chega direto à última sala, as portas a princípio estão fechadas. Para abrir cada porta é preciso aperfeiçoamento moral, nisso seguir ensinos e a exemplo do Cristo aprova-nos para usar chaves. Ocultistas, bruxos e satanistas têm conhecimento semelhante, a diferença é que muitos deles não caminham com temor a Deus, obedecendo o melhor plano de Deus para suas vidas, e principalmente, para serem seres humanos parecidos com Jesus. Ainda que respeitem o plano espiritual, muitos querem manipula-lo com objetivos egoístas e materiais. 
      “Se estiver preparado uma força te atrairá”. Há uma organização espiritualista que usa frase semelhante, não fazendo juízo de valor dessa organização, sinto verdade nessa frase, aliás como há verdade em tantas frases usadas por igrejas evangélicas não tão bem intencionadas. Humildade para esperar e saber a vontade de Deus, fé e diligência para obedecer a vontade de Deus, santidade e amor para permanecer na vontade de Deus, assim somos conduzidos, porta a porta para entrar em sala após sala. Em cada porta é preciso fé para abrir, diante delas Deus nos deixará cientes da seriedade que há em receber uma nova iluminação. Mas à medida que progredirmos na jornada seremos melhores e anônimos, discretos com o conhecimento obtido. 

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