domingo, julho 07, 2019

O tempo dirá

      “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apocalipse 22.12

      Vivemos um tempo difícil, diferente de tudo o que a humanidade viveu até agora, um tempo onde o mal quer dominar o planeta inteiro. Em outros tempos vários homens tentaram dominar o mundo, Nabucodonosor, Alexandre o Grande, Júlio Cesar, Gingiskan, Napoleão Bonaparte, Hitler, só para citar alguns. Mas esses conquistaram parte de um planeta com muito menos gente que o mundo atual. Apesar das guerras sem fim, conflitos entre árabes e judeus, Coréias, Rússia e E.U.A. etc, envolvendo nações, a guerra principal e mais eficiente e lutada não com armas que machucam e matam o corpo, mas com ferramentas que parecem deixar a vida melhor, mais prazerosa, livre de culpa e de preconceitos. 
      Hitler já tinha entendido e usado muito bem o poder manipulador da propaganda, mas a mídia atual, em sua maioria, de jornais, revistas, televisão, mas principalmente pela internet, está engajada numa batalha final. Ela se considera a última e maior das religiões, pregando direitos e se colocando contra todo tipo de violência, ensinando um amor universal que empodera o indivíduo, tudo isso, e ainda que dizendo o contrário, desprezando Deus. Sim, ainda que diga o contrário, que grite que todos têm direito às suas religiões, que ninguém deve agredir ninguém por ter uma religião diferente, a verdade é que as religiões são defendidas, mas não o genuíno cristianismo. Isso porque esse é o objetivo da mídia, parecer mais justa e mais sábia que o evangelho, substitui-lo. 
      Não, foi o tempo que um telejornal queria, ainda que deturpando a notícia, só informar, sim, já existia mentira, já havia manipulação, mas só para vender a situação política ou os produtos de uma empresa, hoje a coisa é muito pior, mais séria e com objetivo muito maior. Existe um poder único por trás de Rede Globo, TV Cultura, TV Bandeirantes, assim como por trás da CNN norte-americana, e de redes de comunicação britânicas, francesas, italianas, argentinas etc, esse poder dita as regras, e toda a mídia mais organizações como ONU, e ONGs como o Green Peace, obedecem, aliás muitas ONGs estão debaixo desse poder. 
      E não se iludam com o atual presidente do Brasil (e com o atual presidente dos EUA e outros denominados de direita), achando que esses representam uma ação do poder do bem contra o oculto poder do mal, não é assim que a coisa funciona, não de acordo com os textos bíblicos sobre o final dos tempos. Tenho visto muito crente equivocado achando que nosso atual governante federal representa uma resposta de Deus para salvar a nação, isso é um engano, ainda que o próprio presidente seja crente e esteja convicto que dará um jeito no Brasil. 
      Dar um jeito no mundo não é plano de Deus, mas plano do diabo, o diabo quer melhorar este planeta, o plano físico, pois acha que assim escapará do final implacável que Deus tem para ele, um inferno eterno, a Bíblia não diz que as coisas melhorariam, mas piorariam, essa é a realidade. Assim, muitos evangélicos, pensando estar lutando contra o mal, estão dando mais força ainda ao mal, em primeiro lugar vivendo em evangelho raso, preconceituoso, ignorante, legalista, o que fortalece ainda mais a mídia como uma voz mais benevolente, tolerante e sábia. Em segundo lugar achando que evangélicos na política podem mudar o país, o mundo, esse mundo jaz no maligno, e assim é porque Deus permite que seja assim neste tempo. 
      Devemos orar pelos indivíduos, salvar os indivíduos, nos preocupar e amar os indivíduos, e é justamente isso que o diabo pelo poder oculto do mal que manda na mídia tem feito, empoderando o indivíduo. Por isso muito crente equivocado faz o jogo do mal achando que está fazendo a vontade de Deus, enquanto ora por uma nação, despreza o ser humano do lado, rendido ao tráfico de drogas, manipulado pela mídia e pela internet. Jesus quando encarnado não se ocupou de nações, não libertou Israel do poder romano, mas fez discípulos, ensinou o evangelho aos indivíduos que estavam ao seu redor, perto dele. 
      Agora, para aqueles que acham que o certo é errado e o errado é certo, para os que acham que pessoas devem ter o direito de professar religiões que cultuam entidades espirituais do mal e que ninguém pode dizer a elas que isso é errado, e não estou aqui defendo qualquer espécie de violência contra qualquer tipo de livre arbítrio, principalmente aquele na área religiosa, para os que acham que o indivíduo pode fazer o que desejar com seu corpo, mesmo matar um outro corpo que está sendo gerado dentro dele, para aqueles que pensam que a Bíblia, o evangelho e o cristianismo são coisas de gente ignorante e tapada, bem, eu não tenho nenhuma intenção de convencê-los ao contrário, respeito suas escolhas. Mas a esses digo, o tempo revelará a verdade, o tempo que é servo de Deus, pai do único salvador Jesus Cristo, quem tem ouvidos ouça o que diz o Espírito Santo.

sábado, julho 06, 2019

Religião ou Deus? (estudo na íntegra)

      Religião ou Deus? O que de fato buscamos quando fazemos parte de grupos religiosos? Este estudo é dividido em três partes postadas entre os dias 3 e 5 de julho, postado no dia 6 de julho o material na íntegra. Esteja à vontade para comentar, opinar e discordar, para um diálogo honesto e educado sempre estou disponível. 

1. Novo convertido e religioso
2. Imaturos e maduros
3. Liberdade em Deus 

1. Novo Convertido e Religioso

      Religião ou Deus, o que de fato queremos, o que de fato buscamos nas igrejas? Por favor, entenda certo esta reflexão, não estou generalizando nem julgando, apenas fazendo constatações sobre uma parte bem significativa da igreja cristã atual:

- dois tipos de pessoas conseguem permanecer em igrejas por algum tempo, o novo convertido e o religioso;
- dois tipos de pessoas não permanecem em igrejas por muito tempo, o imaturo e o que quer amadurecer.
      
      Pense comigo sobre essas duas constatações, veja se isso pode ajudá-lo de alguma maneira, mas só opine depois de ler todo o texto e entendê-lo. 

      “Dois tipos de pessoas conseguem permanecer em igrejas por muito tempo, o novo convertido e o religioso”, pensemos nos novos convertidos, e eis um motivo de porque muitos pastores hereges e gananciosos ainda têm igrejas para administrar, esses pequeninos de Deus, carentes de salvação, de libertação, de paz, e que, por um motivo ou outro, não têm outro jeito de conhecer o evangelho a não ser por igrejas, igrejas de homens. O amor de Deus é grande e voluntário, vai atrás da ovelha perdida, e acha um jeito de falar com a ovelha de forma que ela entenda, se renda e seja ajudada. Muitos que arrogam ser donos de ministérios, que se consideram intocáveis, poderosos e melhores, não sabem que Deus só permite que permaneçam em suas posições por causa dos pequeninos, novos convertidos que ainda carecem de que serem alimentados com leite espirituail. Infelizmente a maioria das igrejas cristãs atuais só podem fazer isso mesmo, dar o leite, são incapazaes de suprir cristãos crescidos com alimento mais forte.
      Assim podemos entender o segundo tipo de pessoa que pode permanecer por anos em igrejas, o religioso. Por favor, novamente peço, entenda bem, não estou generalizando, mas atualmente na maior parte das igrejas só permanecem nas igrejas, suportando o pecado no altar, a ganância de líderes e a heresia de falsos profetas, os religiosos. Religiosos são, usando mal um termo, os “anões” na fé, envelhecem mas não crescem, têm as almas idosas, mas espiritualmente ainda são crianças, e peço desculpas aos anões, usei o termo errado, anões são seres humanos, mesmo com suas características físicas peculiares, lindos e perfeitos, já os tais religiosos não são anões, mas monstros, pequenos e velhos, infantis mas arrogando sabedoria. 
      Entenda que usei o termo religioso vendo o pior dele, não como simples praticantes de religiões, mas como cristãos que ouvem a verdade do evangelho, já aprenderam sobre andar com novidade de vida, e ainda assim se acomodam com assistir cultos, respeitar autoridades eclesiásticas, praticar rituais, mas tudo de maneira mecânica e superficial, sem conhecer, experimentar e avaliar se todas essas religiosidades realmente mudam suas vidas para melhor. A triste verdade é que os maus religiosos, melhorando um pouco minha afirmação, fazem uma espécie de sociedade com mais líderes, como não querem crescer, continuam cativos a vários pecados, bem, maus líderes o são também porque querem permanecer presos a pecados para terem algum tipo de vantagem pessoal com a religião. Assim os maus religiosos sabem que seus líderes estão errados, mas eles pensam, “quem são eles para apontar o pecado dos outros se eles mesmos também andam em pecado?”, veja que é uma interpretação diabólica de um texto bíblico:

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mateus 7.3-5


      O texto não nos orienta a manter o nosso pecado já que os outros, mesmo líderes, mantém os seus, o texto ensina a nos limparmos, mesmo que os outros não se limpem. Limpos podemos sim buscar líderes, igrejas e religiões igualmente limpas, limitados, sim, mas não com pecado escondido o tempo todo, no altar, na liderança, como se isso fosse o normal para uma igreja cristã. Só maus religiosos se acomodam com pecado no altar, com líderes gananciosos e com falsos profetas, porque desse modo eles mesmos não são confrontados, e pior que isso, podem ter cargos e honras nesses falsos ministérios, por anos, permanecendo dessa forma por anos em igrejas como muitas atuais, “paradas na fé”, “desviadas”, ajuntamentos sociais religiosos, mas não igrejas cristãs de fato. 

Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.Atos 5.29

      Mesmo o novo nascido, que se converte pelo poder da palavra de Deus que tem poder em si mesma, que inicia sua caminhada numa igreja errada, se seguir em comunhão com Deus perceberá que o lugar que está não é o melhor para continuar crescendo, natural e espiritualmente buscará um lugar melhor. Mas um conselho, busque sempre em primeiro lugar o caminho do diálogo, tente conversar com seus líderes se achar que algo está estranho, que não bate com a Bíblia. Contudo, não tema homens e confie em Deus, sem medo de sair de uma igreja e procurar outra em que sinta paz. Sei que isso pode ser complicado, principalmente para o novo na fé, mas é preciso ter coragem e ouvir a voz do Espírito Santo, antes que de homens. Nós sabemos que estamos obedecendo a Deus quando vemos em nossas vidas frutos de arrependimento, de libertação, de justiça, em paz. Lucas 3.8, exortação de Deus pela boca de um dos homens mais espirituais da Bíblia, João Batista, vai de encontro ao engano de muitos líderes religiosos: religião não salva, tradição pouco significa, o que nos diferencia são frutos dignos de arrependimento.

Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Lucas 3.8

2. Imaturos e Maduros

Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.” II Coríntios 2.11-16

      “Dois tipos de pessoas não permanecem em igrejas por muito tempo, o imaturo e o que quer amadurecer”, essa afirmação parece contraditória já que fala de um mesmo tipo de pessoa, o imaturo, contudo, o que faz a diferença não é a imaturidade, mas o motivo que leva o imaturo a querer sair de uma igreja, na verdade a diferença não está no indivíduo, mas na igreja e na percepção que o indivíduo tem da igreja. Imaturo todos somos, assumir isso é o primeiro passo para deixar de ser imaturo, contudo, com algum tempo de caminhada com Jesus precisamos ter o mínimo de percepção para saber se estamos ou não recebendo o alimento certo, limpo e adequado para o nosso crescimento. 
      Se queremos sair de uma igreja porque estamos magoados com alguém, porque temos um problema pessoal, que não conseguimos resolver, ou se por causa de uma avaliação equivocada que fazemos de nós mesmos achamos que não estamos recebendo a oportunidade que achamos merecer, então estamos sendo imaturos no sentido de nós acharmos mais do que somos e de colocar a culpa de um problema que é nosso nos outros. Contudo, se queremos sair porque temos ciência em Deus que Deus quer mais para nós do que a igreja, seja por seus limites ou por pecado, pode nos dar, estão estamos querendo crescer, na verdade isso já é uma amostra de maturidade.
      Infelizmente, raramente os líderes apoiam membros que desejam ir para outras igrejas, principalmente se são membros trabalhadores, úteis para o ministério (ou, infelizmente, bons “dizimistas”). Tristemente a saída é quase sempre dolorosa, primeiro porque as pessoas não ouvem a voz de Deus e insistem até o último momento que não precisam mudar de igreja, momento que quase sempre acaba em conflitos. Tentemos resolver, naquilo que está em nossas mãos, que nos é possível, as coisas em paz, se não for possível, se a coisa parece algo esquisito, sem pé nem cabeça, numa situação de confusão, entenda que pode ser só demônios atuando, tentando amarrar o filho de Deus. Em situações assim fica difícil uma solução sensata e racional, o melhor é cair fora e não olhar para trás.
      Não, não vamos achar no cânone bíblico um texto que objetivamente nos oriente sobre mudar de igreja, buscar um lugar melhor para aprender sobre a vontade de Deus, ou mesmo que nos autorize a confrontar pastores em pecado. O momento histórico de Paulo, Pedro, João evangelista, Tiago e outros, era outro, era um tempo de formar as primeiras igrejas locais, de construir a doutrina do cristianismo, de estabelecer o reino de Deus na Terra. Hoje, quase dois mil anos depois da festa do pentecostes em Jerusalém, após pregação de Pedro que inaugura a Igreja no mundo com a descida do Espírito Santo, muita coisa aconteceu, como sempre falamos no blog. Contudo, Jesus nos evangelhos e Paulo nas cartas sempre confrontam os lobos em pele de ovelha, os falsos pastores e os hereges.
      Falamos bastante sobre maturidade, ser imaturo ou não, mas o que é de fato maturidade espiritual conforme o cristianismo? O texto de II Coríntios 2.11-16 fala sobre o espírito humano e sobre o Espírito Santo de Deus, entendê-lo é entender a essência do novo nascimento, vivê-lo é amadurecer em Deus. Nosso mestre é Jesus, o nosso pastor maior, ele está no céu intercedendo por nós, permitindo que recebamos perdão e toda espécie de riqueza espiritual material de Deus pai. Na terra, quem nos habita é o Espírito Santo, é ele quem nos ensina, tudo o que precisamos saber, mas como os cristãos se beneficiam pouco dessa presença, mesmo os pentecostais, que se acham tão espirituais, só conhecem a superfície do que nos pode ser revelado pelo Espírito de Deus. Por isso dependem tanto de igreja, de púlpito, de pastor, de espiritualidade alheia, de rituais, de aparência religiosa. Ser maduro não é ser perfeito ou santo em todo o tempo, mas é ter noção de quem seguimos e segui-lo sempre, de um jeito ou de outro.

Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.João 8.12

3. Liberdade em Deus!

Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8.31-32, 36

Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” Gálatas 5.1

      A pergunta que podemos nos fazer diante de todas essas situações, que talvez devamos nos fazer se formos cristãos maduros ou almejando  amadurecimento é: o que queremos de fato, religião ou Deus? Liberdade é poder servir só a Deus, a mais ninguém, o grande paradoxo espiritual é, só é livre quem é cativo de Deus, e isso nada, mas nada mesmo, tem a ver com religião, com costumes religiosos, com homens. Esse princípio só os realmente espirituais entendem. O mundo, dos homens menos comprometidos com um pensar profundo sobre a vida, que só querem comer, beber e dormir, até os filósofos mais engajados e eruditos, até muitos cristãos, selados com Espírito Santo, não podem entender de nenhum modo esse princípio. Ao contrário, o senso comum diz que religião prende, que Deus encarcera, que igrejas proíbem e limitam, a ciência, a filosofia ou o simples desfrutar da existência encarnada e seus prazeres. 
      As pessoas têm dificuldades para entender a vontade de Deus porque as religiões, sem o Espírito Santo ou sem dar a ele a liberdade devida, convenceram o mundo que liberdade e Deus são conceitos inversamente proporcionais, onde há um, não há o outro. Na verdade o pensamento está certo quando relacionamos liberdade e religião, nesse caso, sim, onde há um não há o outro, pelo simples fato de que o melhor que o homem pode produzir em termos de religião é Lei, um conjunto de normas que diz o que se deve e o que não se deve fazer. Se há leis, não há liberdade, não liberdade completa. O evangelho, a nova aliança, veio justamente para encerrar a dispensação da lei mosaica (a 5ª dispensação, conforme o sistema teológico de Dispensações Bíblicas), a mais perfeita das leis pois foi a única revelada por Deus, assim substituir leis do antigo testamento por leis evangélicas não é o verdadeiro evangelho, é só a criação de uma nova religião, mesmo que baseada na moral cristã.
      Mas por que refletirmos sobre liberdade para respondermos a questão, religião ou Deus? Porque Deus é a única liberdade possível e viável para o homem, enquanto religião não é. Contudo, se liberdade tem seu preço, a inefável liberdade em Deus tem preços ainda mais altos. Preços para quem ou para o quê? Preços para abrir mão da vaidade e da insegurança humana, o grande custo para ser livre em Deus é não dar à religião, seja ela qual for, tanta importância. Não, você não precisa negar a religião, muito menos parar de frequentar igrejas cristãs, não é isso, Deus usa as igrejas cristãs, cada uma à sua maneira, existem muitos pastores bons, tementes a Deus, fiéis àquilo que entendem da Bíblia, coerentes, e amigos do Senhor. O ponto, contudo, é, Deus é maior, está acima, nele e só nele devemos confiar e só dele depender. 
      Isso parece fácil de dizer, muitos oram e cantam assim o tempo todo, mas é só serem confrontamos com uma situação onde sua reputação se coloca em jogo em relação àquilo que homens pensam deles, que a verdade vem à tona: religião é mais importante que Deus e o que o pastor pensa de mim, assim como a posição que tenho numa igreja, mais importantes que obedecer realmente ao Espírito Santo. Sacrificamos qualquer coisa para não perdermos a aprovação dos outros, se Jesus tivesse agido assim não teria sequer iniciado sua obra de redenção da humanidade. Ele não se importou com homens, com a religião oficial de sua nação, com os políticos e militares, e tenha certeza, teve que ir até contra a vontade de sua família, irmãos, pai e mãe, essa última, como ocorre em toda família, capaz de qualquer coisa para proteger por amor a seus rebentos. 
      Jesus encarnado foi manso, discreto, equilibrado e amoroso, mas também foi rebelde, revolucionário, pária, marginal, pelo menos na opinião de quem ditava as normas morais e religiosas de seu tempo. Mas foi tudo isso em Deus, e por isso foi livre, ninguém viveu com mais liberdade que Jesus, ninguém deu menos atenção à religião que ele, ainda que não desobedecesse leis e inspirasse os homens a fundarem a maior religião de todas, a Igreja Católica. Religião ou Deus? Uma pergunta parecida seria, liberdade ou escravidão? Ou mais, verdadeira espiritualidade ou só agradar a homens? A escolha é de cada um.

sexta-feira, julho 05, 2019

Liberdade em Deus! (Religião ou Deus? 3/3)

      Segue nesta reflexão a 3ª parte e conclusão do estudo “Religião ou Deus?”, iniciado no dia 3 de julho, se possível leia as outras duas partes para melhor entendimento.
     
Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8.31-32, 36

Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” Gálatas 5.1

      A pergunta que podemos nos fazer diante de todas essas situações, que talvez devamos nos fazer se formos cristãos maduros ou almejando  amadurecimento é: o que queremos de fato, religião ou Deus? Liberdade é poder servir só a Deus, a mais ninguém, o grande paradoxo espiritual é, só é livre quem é cativo de Deus, e isso nada, mas nada mesmo, tem a ver com religião, com costumes religiosos, com homens. Esse princípio só os realmente espirituais entendem. O mundo, dos homens menos comprometidos com um pensar profundo sobre a vida, que só querem comer, beber e dormir, até os filósofos mais engajados e eruditos, até muitos cristãos, selados com Espírito Santo, não podem entender de nenhum modo esse princípio. Ao contrário, o senso comum diz que religião prende, que Deus encarcera, que igrejas proíbem e limitam, a ciência, a filosofia ou o simples desfrutar da existência encarnada e seus prazeres. 
      As pessoas têm dificuldades para entender a vontade de Deus porque as religiões, sem o Espírito Santo ou sem dar a ele a liberdade devida, convenceram o mundo que liberdade e Deus são conceitos inversamente proporcionais, onde há um, não há o outro. Na verdade o pensamento está certo quando relacionamos liberdade e religião, nesse caso, sim, onde há um não há o outro, pelo simples fato de que o melhor que o homem pode produzir em termos de religião é Lei, um conjunto de normas que diz o que se deve e o que não se deve fazer. Se há leis, não há liberdade, não liberdade completa. O evangelho, a nova aliança, veio justamente para encerrar a dispensação da lei mosaica (a 5ª dispensação, conforme o sistema teológico de Dispensações Bíblicas), a mais perfeita das leis pois foi a única revelada por Deus, assim substituir leis do antigo testamento por leis evangélicas não é o verdadeiro evangelho, é só a criação de uma nova religião, mesmo que baseada na moral cristã.
      Mas por que refletirmos sobre liberdade para respondermos a questão, religião ou Deus? Porque Deus é a única liberdade possível e viável para o homem, enquanto religião não é. Contudo, se liberdade tem seu preço, a inefável liberdade em Deus tem preços ainda mais altos. Preços para quem ou para o quê? Preços para abrir mão da vaidade e da insegurança humana, o grande custo para ser livre em Deus é não dar à religião, seja ela qual for, tanta importância. Não, você não precisa negar a religião, muito menos parar de frequentar igrejas cristãs, não é isso, Deus usa as igrejas cristãs, cada uma à sua maneira, existem muitos pastores bons, tementes a Deus, fiéis àquilo que entendem da Bíblia, coerentes, e amigos do Senhor. O ponto, contudo, é, Deus é maior, está acima, nele e só nele devemos confiar e só dele depender. 
      Isso parece fácil de dizer, muitos oram e cantam assim o tempo todo, mas é só serem confrontamos com uma situação onde sua reputação se coloca em jogo em relação àquilo que homens pensam deles, que a verdade vem à tona: religião é mais importante que Deus e o que o pastor pensa de mim, assim como a posição que tenho numa igreja, mais importantes que obedecer realmente ao Espírito Santo. Sacrificamos qualquer coisa para não perdermos a aprovação dos outros, se Jesus tivesse agido assim não teria sequer iniciado sua obra de redenção da humanidade. Ele não se importou com homens, com a religião oficial de sua nação, com os políticos e militares, e tenha certeza, teve que ir até contra a vontade de sua família, irmãos, pai e mãe, essa última, como ocorre em toda família, capaz de qualquer coisa para proteger por amor a seus rebentos. 
      Jesus encarnado foi manso, discreto, equilibrado e amoroso, mas também foi rebelde, revolucionário, pária, marginal, pelo menos na opinião de quem ditava as normas morais e religiosas de seu tempo. Mas foi tudo isso em Deus, e por isso foi livre, ninguém viveu com mais liberdade que Jesus, ninguém deu menos atenção à religião que ele, ainda que não desobedecesse leis e inspirasse os homens a fundarem a maior religião de todas, a Igreja Católica. Religião ou Deus? Uma pergunta parecida seria, liberdade ou escravidão? Ou mais, verdadeira espiritualidade ou só agradar a homens? A escolha é de cada um.

3ª parte do estudo “Religião ou Deus?”, postado entre os dias 3 e 5 de julho, veja no dia 6 de julho na íntegra.

quinta-feira, julho 04, 2019

Imaturos e Maduros (Religião ou Deus? 2/3)

      Religião ou Deus, o que de fato queremos, o que de fato buscamos nas igrejas? Por favor, entenda certo esta reflexão, não estou generalizando nem julgando, apenas fazendo constatações sobre uma parte bem significativa da igreja cristã atual:

- dois tipos de pessoas conseguem permanecer em igrejas por algum tempo, o novo convertido e o religioso;
- dois tipos de pessoas não permanecem em igrejas por muito tempo, o imaturo e o que quer amadurecer.
      
      Na reflexão de ontem falamos sobre a primeira constatação, o novo convertido e o religioso, hoje reflitiremos sobre o imaturo e o que quer amadurecer.

Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. II Coríntios 2.11-16

      “Dois tipos de pessoas não permanecem em igrejas por muito tempo, o imaturo e o que quer amadurecer”, essa afirmação parece contraditória já que fala de um mesmo tipo de pessoa, o imaturo, contudo, o que faz a diferença não é a imaturidade, mas o motivo que leva o imaturo a querer sair de uma igreja, na verdade a diferença não está no indivíduo, mas na igreja e na percepção que o indivíduo tem da igreja. Imaturo todos somos, assumir isso é o primeiro passo para deixar de ser imaturo, contudo, com algum tempo de caminhada com Jesus precisamos ter o mínimo de percepção para saber se estamos ou não recebendo o alimento certo, limpo e adequado para o nosso crescimento. 
      Se queremos sair de uma igreja porque estamos magoados com alguém, porque temos um problema pessoal, que não conseguimos resolver, ou se por causa de uma avaliação equivocada que fazemos de nós mesmos achamos que não estamos recebendo a oportunidade que achamos merecer, então estamos sendo imaturos no sentido de nós acharmos mais do que somos e de colocar a culpa de um problema que é nosso nos outros. Contudo, se queremos sair porque temos ciência em Deus que Deus quer mais para nós do que a igreja, seja por seus limites ou por pecado, pode nos dar, estão estamos querendo crescer, na verdade isso já é uma amostra de maturidade.
      Infelizmente, raramente os líderes apoiam membros que desejam ir para outras igrejas, principalmente se são membros trabalhadores, úteis para o ministério (ou, infelizmente, bons “dizimistas”). Tristemente a saída é quase sempre dolorosa, primeiro porque as pessoas não ouvem a voz de Deus e insistem até o último momento que não precisam mudar de igreja, momento que quase sempre acaba em conflitos. Tentemos resolver, naquilo que está em nossas mãos, que nos é possível, as coisas em paz, se não for possível, se a coisa parece algo esquisito, sem pé nem cabeça, numa situação de confusão, entenda que pode ser só demônios atuando, tentando amarrar o filho de Deus. Em situações assim fica difícil uma solução sensata e racional, o melhor é cair fora e não olhar para trás.
      Não, não vamos achar no cânone bíblico um texto que objetivamente nos oriente sobre mudar de igreja, buscar um lugar melhor para aprender sobre a vontade de Deus, ou mesmo que nos autorize a confrontar pastores em pecado. O momento histórico de Paulo, Pedro, João evangelista, Tiago e outros, era outro, era um tempo de formar as primeiras igrejas locais, de construir a doutrina do cristianismo, de estabelecer o reino de Deus na Terra. Hoje, quase dois mil anos depois da festa do pentecostes em Jerusalém, após pregação de Pedro que inaugura a Igreja no mundo com a descida do Espírito Santo, muita coisa aconteceu, como sempre falamos no blog. Contudo, Jesus nos evangelhos e Paulo nas cartas sempre confrontam os lobos em pele de ovelha, os falsos pastores e os hereges.
      Falamos bastante sobre maturidade, ser imaturo ou não, mas o que é de fato maturidade espiritual conforme o cristianismo? O texto de II Coríntios 2.11-16 fala sobre o espírito humano e sobre o Espírito Santo de Deus, entendê-lo é entender a essência do novo nascimento, vivê-lo é amadurecer em Deus. Nosso mestre é Jesus, o nosso pastor maior, ele está no céu intercedendo por nós, permitindo que recebamos perdão e toda espécie de riqueza espiritual material de Deus pai. Na terra, quem nos habita é o Espírito Santo, é ele quem nos ensina, tudo o que precisamos saber, mas como os cristãos se beneficiam pouco dessa presença, mesmo os pentecostais, que se acham tão espirituais, só conhecem a superfície do que nos pode ser revelado pelo Espírito de Deus. Por isso dependem tanto de igreja, de púlpito, de pastor, de espiritualidade alheia, de rituais, de aparência religiosa. Ser maduro não é ser perfeito ou santo em todo o tempo, mas é ter noção de quem seguimos e segui-lo sempre, de um jeito ou de outro.

Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 8.12

2ª parte do estudo “Religião ou Deus?”, postado entre os dias 3 e 5 de julho, veja no dia 6 de julho na íntegra.

quarta-feira, julho 03, 2019

Novo Convertido e Religioso (Religião ou Deus? 1/3)

      Religião ou Deus, o que de fato queremos, o que de fato buscamos nas igrejas? Por favor, entenda certo esta reflexão, não estou generalizando nem julgando, apenas fazendo constatações sobre uma parte bem significativa da igreja cristã atual:

- dois tipos de pessoas conseguem permanecer em igrejas por algum tempo, o novo convertido e o religioso;
- dois tipos de pessoas não permanecem em igrejas por muito tempo, o imaturo e o que quer amadurecer.
      
      Pense comigo sobre essas duas constatações, veja se isso pode ajudá-lo de alguma maneira, mas só opine depois de ler todo o texto e entendê-lo. 

      “Dois tipos de pessoas conseguem permanecer em igrejas por muito tempo, o novo convertido e o religioso”, pensemos nos novos convertidos, e eis um motivo de porque muitos pastores hereges e gananciosos ainda têm igrejas para administrar, esses pequeninos de Deus, carentes de salvação, de libertação, de paz, e que, por um motivo ou outro, não têm outro jeito de conhecer o evangelho a não ser por igrejas, igrejas de homens. O amor de Deus é grande e voluntário, vai atrás da ovelha perdida, e acha um jeito de falar com a ovelha de forma que ela entenda, se renda e seja ajudada. Muitos que arrogam ser donos de ministérios, que se consideram intocáveis, poderosos e melhores, não sabem que Deus só permite que permaneçam em suas posições por causa dos pequeninos, novos convertidos que ainda carecem de que serem alimentados com leite espirituail. Infelizmente a maioria das igrejas cristãs atuais só podem fazer isso mesmo, dar o leite, são incapazaes de suprir cristãos crescidos com alimento mais forte.
      Assim podemos entender o segundo tipo de pessoa que pode permanecer por anos em igrejas, o religioso. Por favor, novamente peço, entenda bem, não estou generalizando, mas atualmente na maior parte das igrejas só permanecem nas igrejas, suportando o pecado no altar, a ganância de líderes e a heresia de falsos profetas, os religiosos. Religiosos são, usando mal um termo, os “anões” na fé, envelhecem mas não crescem, têm as almas idosas, mas espiritualmente ainda são crianças, e peço desculpas aos anões, usei o termo errado, anões são seres humanos, mesmo com suas características físicas peculiares, lindos e perfeitos, já os tais religiosos não são anões, mas monstros, pequenos e velhos, infantis mas arrogando sabedoria. 
      Entenda que usei o termo religioso vendo o pior dele, não como simples praticantes de religiões, mas como cristãos que ouvem a verdade do evangelho, já aprenderam sobre andar com novidade de vida, e ainda assim se acomodam com assistir cultos, respeitar autoridades eclesiásticas, praticar rituais, mas tudo de maneira mecânica e superficial, sem conhecer, experimentar e avaliar se todas essas religiosidades realmente mudam suas vidas para melhor. A triste verdade é que os maus religiosos, melhorando um pouco minha afirmação, fazem uma espécie de sociedade com mais líderes, como não querem crescer, continuam cativos a vários pecados, bem, maus líderes o são também porque querem permanecer presos a pecados para terem algum tipo de vantagem pessoal com a religião. Assim os maus religiosos sabem que seus líderes estão errados, mas eles pensam, “quem são eles para apontar o pecado dos outros se eles mesmos também andam em pecado?”, veja que é uma interpretação diabólica de um texto bíblico:

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.” Mateus 7.3-5

      O texto não nos orienta a manter o nosso pecado já que os outros, mesmo líderes, mantém os seus, o texto ensina a nos limparmos, mesmo que os outros não se limpem. Limpos podemos sim buscar líderes, igrejas e religiões igualmente limpas, limitados, sim, mas não com pecado escondido o tempo todo, no altar, na liderança, como se isso fosse o normal para uma igreja cristã. Só maus religiosos se acomodam com pecado no altar, com líderes gananciosos e com falsos profetas, porque desse modo eles mesmos não são confrontados, e pior que isso, podem ter cargos e honras nesses falsos ministérios, por anos, permanecendo dessa forma por anos em igrejas como muitas atuais, “paradas na fé”, “desviadas”, ajuntamentos sociais religiosos, mas não igrejas cristãs de fato. 

Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” Atos 5.29

      Mesmo o novo nascido, que se converte pelo poder da palavra de Deus que tem poder em si mesma, que inicia sua caminhada numa igreja errada, se seguir em comunhão com Deus perceberá que o lugar que está não é o melhor para continuar crescendo, natural e espiritualmente buscará um lugar melhor. Mas um conselho, busque sempre em primeiro lugar o caminho do diálogo, tente conversar com seus líderes se achar que algo está estranho, que não bate com a Bíblia. Contudo, não tema homens e confie em Deus, sem medo de sair de uma igreja e procurar outra em que sinta paz. Sei que isso pode ser complicado, principalmente para o novo na fé, mas é preciso ter coragem e ouvir a voz do Espírito Santo, antes que de homens. Nós sabemos que estamos obedecendo a Deus quando vemos em nossas vidas frutos de arrependimento, de libertação, de justiça, em paz. Lucas 3.8, exortação de Deus pela boca de um dos homens mais espirituais da Bíblia, João Batista, vai de encontro ao engano de muitos líderes religiosos: religião não salva, tradição pouco significa, o que nos diferencia são frutos dignos de arrependimento.

Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão.” Lucas 3.8

1ª parte do estudo “Religião ou Deus?”, postado entre os dias 3 e 5 de julho, veja no dia 6 de julho na íntegra.

terça-feira, julho 02, 2019

Worship - adoração instrumental contemporânea

      “Worship” (adoração em inglês) é um termo usado para um estilo de música e de sonoridades de instrumentos musicais usados em momentos de adoração e contemplação em cultos de igrejas protestantes e evangélicas atuais. Seja iniciado por esse ou aquele movimento, ministério, cantor, pregador ou banda, nacional ou estrangeiro, é fato que é uma forma de expressão muito utilizada nos últimos anos. Em termos de sonoridade, os timbres usados são de teclados eletrônicos, pianos acústicos sampleados mais “pads”. “Pads” nesse contexto se tratam de “synth strings” ou “ambiências” que possibilitam a criação de um clima tranquilo e sem mudanças de ritmo ou dinâmica muito extrema. 
      O “worship” perfeito feito pelo tecladista é aquele que não chama a atenção para a música ou para o músico, mas para a adoração, deixando a congregação à vontade para ouvir a palavra e cantar. Os “pads” mais adequados não são necessariamente “strings”, mas layers (camadas) mais sintetizados, com “ataques” lentos, “releases” demorados, filtros mais fechados, bem ao estilo “new age”. Muito evangélico não sabe mas essa referência de música de fundo para meditação vem de mantras e linhas harmônicas de religiões orientais, e não me refiro à música hebraica, que tem uma legitimidade mais bíblica, mas hindu, árabe e extremo oriente.
      Em termos de harmonia, tecladistas gospel atuais gostam de carregar na nona maior, mas a sétima maior também é constante, lembro-me de quando usar intervalos de bossa nova em música litúrgica era quase pecado. Mas para o meu gosto pessoal, a música de fundo para ouvir a palavra e adorar livremente em oração mais interessante, é a mais simples, evitando encadeamentos harmônicos e usando até mesmo só as quintas. É claro que o tecladista terá que vencer suas vaidades para criar uma harmonia que é quase um cantochão medieval, mas que cria um clima isento de tensões, absolutamente espiritual, ou o tanto que é possível criar por seres humanos neste plano. Se você, tecladista, nunca fez isso, tente, tive experiências bem profundas com Deus ministrando assim. 
    O grupo australiano Hillsong Worship (anteriormente Hillsong Live), grupo de louvor & adoração formado em 1983 na igreja Hillsong em SydneyAustrália, dentre outros ministérios, teve e tem tido uma grande influência no estilo que muitos chamam “worship”. No Brasil, o ministério “Diante do trono” da igreja batista de Lagoinha/MG, também teve uma forte influência no estilo, principalmente no uso de “mantras” (frases simples e curtas repetidas muitas vezes), dando um caráter mais emocional à música evangélica, opondo-se aos hinos tradicionais protestantes mais racionais, e mesmo a estilos de grupos de louvor como “Vencedores por Cristo” dos anos 1980.
      Sim, na sinceridade e santidade há agrado a Deus, não importando a ferramenta que se use, mas não se iludam os mais jovens, “worship” é só mais uma moda da alma, um tipo de expressão artística, não de manifestação espiritual. Ainda que toque forte emocionalmente os adoradores atuais, passará e outras modas surgirão, só Deus é que permanece sempre o mesmo. Posso dizer isso porque acompanho de maneira atuante a música, em várias igrejas diferentes, desde os anos 1970, já vi ministérios, bandas e cantores surgirem como novidade empolgante e envelhecerem, para darem lugar a outros com uma novidade mais recente. Mas importa que seja assim, que a adoração musical seja sempre renovada, a alma humana precisa disso. 

Texto originalmente postado no blog “Músicos que usam iPad”, 
por José Osório de Souza, em 15 de maio de 2019

segunda-feira, julho 01, 2019

Íris sem véu

       “Se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos.” Provérbios 2.3-7a

      O texto a seguir não é um texto fácil de entender, usei muitas metáforas, na verdade haveria necessidade de outro texto com extensão semelhante para explica-lo. Mas o objetivo foi esse mesmo, esconder, não mostrar, os que precisarem e quiserem saber saberão. Se não for o teu caso, desconsidere-o, mesmo aqui no blog tem muitas reflexões que podem alimentar tua alma de um jeito menos complicado. O nome do texto, “Íris sem véu”,  é uma ironia com o nome de um conhecido livro ocultista de H. P. Blavatsky, “Ísis sem véu”, entendidos entenderão o paralelo.

      O véu do verdadeiro conhecimento só cai quando a ilusão é desconsiderada e a realidade é encarada sem filtros. 

      Existe um véu, fino e delicado, que cobre algumas coisas, ele até nos permite ver as linhas superficiais do que acoberta, mas nos impede de enxergar os detalhes, ver só o esboço pode nos levar a enganos perigosos. Sob o véu, podemos saber se a estátua é de um homem ou de uma árvore, mas não sabemos se o homem é bom ou mau, ou se a árvore dá frutos doces ou amargos, sob o véu um anjo pode parecer um demônio, e um demônio, um anjo. A verdade não pode ser conhecida assim, facilmente e por qualquer um, isso não é alguma espécie de melindre divino, mas valorização daquilo que é precioso e através do qual pode o ser humano ser abençoado de maneira diferenciada. Assim, quem acha que sabe tudo sobre Deus porque já orou bastante, já jejuou muito, já recebeu vários dons espirituais, já estudou muito a Bíblia, foi assíduo em cultos por anos num mesmo ministério, enquanto outros desistiam ou mudavam de igreja local, cuidado, existe um véu. Ele não pode ser negociado, comprado, trocado, na verdade só o vê quem não se acha merecedor dele, quem não se considera digno dele, quem acha quebrada a alma e ainda assim não nega o Senhor, ainda que siga sozinho, humilhado e marginalizado. Aliás, o véu é direito do desconhecido porque ele cobre o incognoscível, o que já acha que sabe tudo e que já recebeu nas igrejas sua parte, nunca terá noção que existe um véu, continuará enganado, aprendendo apenas o que aprendem as crianças ainda que se ache mestre.
      O que é o verdadeiro conhecimento? Isso não será dito aqui, não agora, não de maneira direta, ainda que seja compartilhado dia após dia neste espaço. O verdadeiro conhecimento não são as pepitas de ouro existentes por trás de duras e profundas camadas de pedra, mas é a ferramenta usada para quebrar a parede e abrir espaço até as pepitas. O objetivo são as pepitas de ouro? Talvez, para alguns pode até ser, mas estes talvez descubram depois, que as pepitas não eram tão importantes assim, que mesmo elas, caras, raras, acabam, o que se pode adquirir através delas é finito, limitado, conhecível. O que é essa ferramenta, então, é a fé, são as obras, é a adoração? Não, isso são as camadas de pedras, obstáculos e trabalhos do universo manifesto, da matéria, da vida encarnada, deste mundo, podem até ser importantes aqui, mas na vida puramente espiritual serão desnecessárias, mesmo vaidades do passado. No outro plano não precisaremos nos esforçar para crer, praticar ou adorar, na vida espiritual pura e plena não desejaremos estar, nem teremos que provar que somos, só seremos um com o Grande Eu Sou através do Único Verbo de Deus, Jesus. O verdadeiro conhecimento não são respostas, mas uma pergunta, só uma, que nos será soprada ao pé do ouvido pela voz mansa de Deus, o incognoscível, quando se faz essa pergunta não se precisará mais esperar nenhuma resposta, estaremos em paz com tudo, com o universo, com nós mesmos e com o altíssimo. Nela está o grande e maior questionamento, mas também está a resposta, aquela que responde tudo. 

      A ilusão é vasta e sem forma como uma neblina translúcida sobre um vulcão em erupção, mas é estreita e funda como um poço de água amarga, morna e negra.

      A ilusão é a morte para os que têm medo da vida, a vida para os que têm medo da morte, é o mar para quem tem medo da terra, e a terra para quem tem medo do mar. A ilusão é o amor, para quem tem medo da solidão, e a solidão para quem tem medo de amar. A ilusão é a paixão, que transforma a cobra em pomba e a pomba em cobra, que faz do feio, bonito infinito, e do lindo, um passado feio. A paixão é o grande véu, que ilude mesmo os deuses, os fortes, os eruditos, tanto quanto os tolos, fracos e elementais. O véu da paixão limita fazendo acreditar que revela, fecha fazendo crer que abre, enche o ventre de líquido enquanto mata de sede, farta a boca, nunca saciando a fome. O véu é a paixão e a paixão, uma ilusão, que ludibria sacros e mundanos, cristãos e pagãos, místicos e magos, pois amarra o investigador ao espelho, que acaba buscando resposta para o mistério que está dentro de si mesmo, não para o maior, que está lá fora. Apaixonado anda em círculo, ainda que cheio de energia e prazer no início, sempre acaba se cansando, então para e olha de novo no espelho. Atordoado, de tanto ter andado viciadamente, não percebe que vê no espelho a mesma imagem, que o dirige sempre para o mesmo lugar, então torna a caminhar, enganado, preso ao véu do conhecimento maior e não ao verdadeiro conhecimento.
      Aquele que é de fato honesto consigo mesmo, que compara discurso com prática, fé com obras, que olha de fora, de longe, tempo e espaço, e avalia não a pepita de ouro, mas a ferramenta, começa encarar a realidade. Aquele que entende que as pepitas e outras pedras preciosas perecem, que as duras camadas de rochas não ficam mais finas, mais fáceis, esse coloca as mãos no espelho, o senti, e percebe que ele precisa ser quebrado, esse começa a vislumbrar a realidade. Aquele que para e olha para a ferramenta pesada que tem nas mãos, entende que muitas vezes ela parece servir porque é útel, mas só para fazer o trabalho errado, trabalho que o faz escravo dos outros e não senhor de si mesmo, esse começa ver a realidade. A realidade é o universo sem ilusão, sem paixão, sem mentira, sem espelho, sem ferramenta na mão, porque na verdade não existe trabalho, não como se sachava que existia até então quando se estava atrás do véu. Quando não se esperar mais dos vendedores de peixes que tenham peixes para vender, ou que entreguem de fato peixes, a custo de lhes entregarmos nossas posses e almas, quando não se esperar mais dos vendedores do mundo que tenham um mundo para nós entregar, com campos verdes, com rios limpos, com ar puro, depois de lhes entregarmos nossas mentes e corpos, quando isso acontecer estaremos de fato rasgando o véu da ilusão. O véu cairá quando toda nossa expectativa no homem se for, e ainda assim conseguirmos manter nossos corações transbordantes de esperança no divino. 

      Buscas conhecer mistérios, mas não existem mistérios, nada está escondido, o que buscas são mentiras, a verdade já está revelada, a conhecem os simples. 

      A realidade, a princípio, é muito dura, ou pelo menos assim parece aos que estão acorrentados em subterfúgios, acostumados com uma existência anestesiada com a paixão, enganados em gaiolas de ouro. Todavia, o conhecimento mais reto e alto só se encontra na realidade, reto porque não ziguezagueia por poderes do segundo ou terceiro escalão da árvore esotérica, alto porque olha diretamente para Deus, não para uma enganosa coroa. Mas é possível olhar diretamente para Deus? Por Jesus e no Espírito Santo é, e esse é o maior dos mistérios, que mesmo os “mestres” e vigilantes dos grandes arcanos não admitem, ou por ignorância ou por arrogância, ambas são vícios dos que tentam ser maiores que Deus. Mas quem quer a realidade, ou melhor, quem precisa dela? Ela é assim tão útil? Não, não é, pelo menos não para todos, por isso a maioria amadurecerá, envelhecerá e morrerá atrás do véu, e nunca achará necessidade de mudar esse estilo de vida. Essa é a mais dura realidade, a ilusão, o grande reino da paixão, que enche estádios, prostítulos, bares e templos. Contudo, neste início de século XXI, alguns sentem uma necessidade, que chega a doer, de rasgar o véu, e esses são tão culpados de quererem saber quanto são os outros culpados por não quererem. Quem pode ir contra o próprio coração, se o próprio Deus respeita essa escolha maior?
      Os que buscam a Deus de todo o coração, com todo o entendimento, no Espírito Santo, têm o véu rasgado não por suas forças ou sabedoria, mas por Jesus, “E Jesus, dando um grande brado, expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo.” (Marcos 15.37-38). Na sua morte ele rasgou o véu que nos separava de um conhecimento reto e alto de Deus e em sua ressurreição sujeitou a ele todo poder, “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja” (Efésios 1.20-22). Ninguém precisa ser escravo de ninguém, seja do homem, da paixão ou dos diabos, desde que haja coragem para querer, saber e viver tudo o que Deus tem para os que o buscam em sinceridade verdadeira e benigna. Nem toda sinceridade e legítima, mesmo que seja honesta, é preciso que ela seja provada pela luz do altíssimo, que seja andor de uma intenção de fato reta e alta, que tenha o objetivo de conhecer para depois obedecer a Deus. Na verdade o véu não esconde a verdade de Deus, mas impede os nossos íris espirituais de enxergarem, Deus nada tem a esconder de ninguém. Os que buscarem, contudo, além das ilusões, depois de homens e diabos, terão removidos o véu da íris espiritual. “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” (I Coríntios 13.12). 

José Osório de Souza - Abril/2019

domingo, junho 30, 2019

Não basta sermos crentes, temos que ser cristãos

      “Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou. Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus? Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.João 6.26-9

      O que as pessoas dizem sobre fé e milagres?

- “O que importa é ter fé, quem crê recebe o milagre”: nesse pensamento os evangélicos precisam entender que muitos católicos que vão à cidade de Aparecida do Norte creem e recebem milagres, outros tantos que vão a curandeiros espíritas para submeterem-se a cirurgias espiritualistas e outras práticas também creem e recebem milagres, assim como muitos que fazem ioga, praticam o budismo ou o islamismo, dessa forma ter fé basta par se receber milagres? Sim, mas a pergunta é: o milagre vem de Deus?

- “Mas eu frequento igreja evangélica, não sou idólatra, nem satanista, meu milagre vem de Deus”: sim e não, em primeiro lugar quem sabe se o milagre provado por católicos, espíritas e de outras religiões não vem de Deus? Deus ama e ouve a todos, ainda que só salve para a eternidade por Jesus, abençoa a todos neste mundo, indiferente de suas crenças. Em segundo lugar fazer parte de igreja evangélica não legitima uma ação como divina. Mas alguém pode argumentar, “o que isso importa? Importa é que as pessoas recebam o que buscam com fé”. 

- “Pensamento positivo cura”: sim, e isso até a ciência estuda, uma atitude emocional e mental positiva, benigna, não ansiosa, tranquila, pode desencadear mecanismos químicos em nossos organismos que propiciam cura física, às vezes de maneira surpreendente. Nessa disposição tanto cristãos como não cristãos, religiosos como ateus, podem receber milagres, ainda que não seja uma ação divina extraordinária. Mas como Deus age, o que de fato é milagre, o que é fé? Se a pessoa recebe algo de bom isso já não representa uma manifestação do pai de luz, de Deus?

      O que precisamos aceitar é que o ser humano é essencialmente espiritual e crente, os que se dizem ateus ou confiantes apenas na ciência, poucos deles de fato conseguem praticar o que dizem, se é que mesmo esses conseguem. A maioria só substitui o objeto da fé, o chama por outro nome, mas ainda assim crê no mundo espiritual e exercita uma crença. Assim, fé não é direito exclusivo de cristão, de protestante ou evangélico, e muitos se convertem de fato ao evangelho, recebem a salvação, mas continuam vendo fé e milagre sob um ponto de vista profano.
       É preciso entender que a fé que salva é diferente, é dom de Deus, talvez seja o único, primordial e genuíno milagre, ela nos permite enxergar a especificidade de Cristo, o poder exclusivo de Jesus, a verdade única do evangelho, evangelho aliás que é muito mais que amar o próximo e ter práticas sociais de justiça. Quando essa primeira fé é experimentada nossas vidas entram em sincronismo com a vontade de Deus, Jesus nos sintoniza com o altíssimo, nessa “frequência”, se nos mantivermos obedientes, vivenciamos uma vida de milagres não excepcionais, mas naturais e constantes.  
      O novo nascido em Cristo não busca milagres, mas anda neles, o tempo todo, por isso é tão importante adorar, agradecer, mais que pedir, em Jesus já recebemos tudo, na terra e no céu, para sempre. Jesus não faz milagres, é bem mais que isso, ele é o milagre, milagre que habita-nos para sempre pelo Espírito Santo, assim qualquer intenção de pagar preços para se receber algo de Deus, além de ser ineficaz é desnecessária, para o verdadeiro filho de Deus. O salvo tem direito a tudo de graça, os que querem pagar para receber, seja por promessas, sacrifícios, dízimos ou mesmo assiduidade em cultos, esses ou ainda não são salvos ou não entenderam o que é serem salvos. 
      Por que essa discussão é importante? Bem, é relevante para os que querem conhecer mais de fato a Deus, quem só quer uma religião, algo para crer, ou só receber algo que precisa de um jeito sobrenatural já que por algum motivo não o pode receber por maneiras naturais, pra esses tanto faz. Mas nós, que seguimos o verdadeiro cristianismo, a estrada de fato estreita do evangelho, a Jesus o caminho, a verdade e a vida, que queremos ser mais que novos nascidos, mas cristãos maduros, nós buscamos muito mais que milagres físicos. Nós desejamos mudança de caráter, de comportamento, buscamos exercitar misericórdia, perdão, sermos curados de mágoas e rancores, termos a paz que permanece.
      Por que eu insisto tanto nesse assunto aqui no “Como o ar que respiro”? Porque vender milagres físicos é fácil, e pastores inescrupulosos têm se aproveitado disso, mas o mesmo tipo de povo imaturo espiritualmente que quer ouvir isso hoje em dia, queria ouvir na época em que Jesus andou na terra como homem encarnado. Sim, Jesus fez muitos milagres, e precisava fazer para convencer um povo superficial, carnal, incrédulo, mas se isso tivesse bastado para convencer o povo sobre quem era Cristo, Jesus não teria sido crucificado sozinho, sem apoio popular, trocado por Barrabás. Os que de fato entenderam quem era Jesus o seguiram depois e pagaram com o sacrifício das próprias vidas por isso, nenhum milagre os livrou disso.
      As perguntas finais que faço são: eu quero seguir a Jesus? De verdade? Ou só o busco para receber milagres? Qual a qualidade da minha fé? Ela se satisfaz com a oração de emprego, de casamento, ouvida? Ou tenho fé que o Senhor me dá forças, me dá paz, ainda que eu faça tudo certo e mesmo assim só tenha o suficiente materialmente para viver, ainda que o homem seja injusto comigo, ainda que eu nunca seja valorizado, respeitado, como eu gostaria de ser? Eu de fato estou pronto para ver morrer meu ego e viver o propósito maior de Jesus em mim? Ou faço as coisas do meu jeito e ainda, mesmo que inconscientemente, exijo que Deus me dê vitória só porque creio? Fé pode até alcançar coisas, mas só a genuína fé de Deus, em Deu e para Deus, pode nos aproximar de Deus e nos fazer seres humanos melhores. Não basta sermos, crentes, temos que ser cristãos. 

sábado, junho 29, 2019

Conheça a Deus, não o difame

      Considero está reflexão muito séria, muitos não a entenderão, se você for um novo convertido eu aconselho que busque a ajuda de seu pastor sobre o assunto, mas leia o texto. Talvez não o entenda ou concorde com ele hoje, mas um dia, depois de viver um pouco com Jesus e de avaliar com honestidade a vida e o cristianismo ensinado em muitas igrejas poderá entender, quiçá concordar. Que fique claro, eu, com 43 anos de caminhada no evangelho e com 60 de vida, amo ao Senhor, provo sua realidade todos os dias e algumas vezes de maneira fantástica, andar com ele é o que dá sentido a tudo, glória ao Altíssimo Deus para sempre. 
José Osório de Souza, 6/03/2019

      “O que adquire entendimento ama a sua alma; o que cultiva a inteligência achará o bem.” Provérbios 19.8

      A maioria dos cristãos, para não generalizar, acredita numa mentira, vive uma grande incoerência, dia após dia, aprende e ensina ilusões e não exerce qualquer crítica sobre isso, não avalia e não chega a conclusões porque não pensa, e não pensa porque não quer a realidade, mas repito, quer a ilusão. Dessa forma, essa maioria torna o cristianismo uma ideologia como qualquer outra, um vício religioso para colocar no lugar de outros vícios, mais danosos às suas saúdes físicas e emocionais. Essa ideologia acha, por exemplo, que pelo mundo estar nas mãos de Deus, quem sofre sofre porque merece. Veja que muitos crentes podem não assumir isso conscientemente, mas na prática, de seus costumes, é o que vivem.
      Enquanto isso crianças inocentes passam fome, gente é injustiçada sem que tenha feito qualquer coisa para merecer tal injustiça. Ainda assim, mesmo sem ter resposta às suas preces, muitos cristãos, depois de orarem muito só por si mesmos, como que com algum remorso, lembram-se de orar por aqueles que não têm quem os ajude e que nem sabem orar, e continuam dizendo que Deus tem tudo em suas mãos e que só não são abençoados os que não querem, os que não buscam a Deus. Mas que culpa têm tantos injustiçados de receberem injustiças, repito, principalmente crianças, nas Américas, na África, na Ásia, que nunca fizeram mal à ninguém? 
      Deus é mal? Deus é seletivo? São os cristãos que não oram direito ou o suficiente? Ou são os cristãos que têm uma visão errada sobre o que é Deus? E mais, ou é a maior parte dos cristãos que não entende, e se entende não age, que é só o homem quem pode ajudar o homem, admitindo ou não esse homem que exerce essa ajuda pela graça de Deus? Se o que pensam a maioria dos cristãos sobre Deus fosse verdade, bastaria a oração de um justo para que inocentes de todo o mundo não sofrecem mais, mas não é assim que acontece. Quando nós cristãos vamos abrir a mente e entender que muita coisa que ouvimos e falamos nas igrejas é pura teoria, pregações e orações apaixonadas que nos dão alguma espécie de prazer dentro dos templos, mas que não refletem a realidade, não mudam absolutamente nada?
      Então eu devo deixar de ser cristão? Devo abandonar a fé? Não, o que nós precisamos é conhecer melhor o Deus verdadeiro, um Deus que mesmo que as pessoas não o entendam direito, que não o busquem do jeito e pelos motivos mais íntegros, as abençoa, a todos os que desejam estar em sintonia com ele, que querem sincronizar-se com seu Santo Espírito, e isso só através de Cristo Jesus. A verdade é que o planeta, a humanidade, a natureza foram dados ao ser humano para serem administrados, estando esse ser humano ou não ligados a Deus pela verdade redentora do evangelho, Jesus salva o espírito humano individual, mas só a humano pode salvar a Terra. 
      Se você pensa diferentemente, me desculpe, mas é porque você na verdade não pensa, não com clareza, se o Deus verdadeiro fosse esse pregado na maioria dos púlpitos, inocente não sofreria no mundo, não ocorreria tantas injustiças com tantos que nunca fizeram nada para merecer tanto sofrimento. Talvez a culpa de tantos cristãos terem sobre esse assunto um entendimento incorreto, seja, novamente, o “veo-testamento-centrismo” na teologia das igrejas, que classifica o mundo entre nações que temem a Deus e recebem dele proteção, e nações que não o temem e são punidas por isso. Mas essa visão não se aplica mais ao mundo, não depois que Jesus fez sua obra de redenção. 
      Nós também não podemos simplesmente dizer que os que são da Igreja espiritual, os cristãos novos nascidos e convertidos, são abençoados, sejam eles das nações que forem, e todo o resto sofre na perdição. Jesus não disse isso, mas nos orientou a sair pelo mundo pregando o evangelho, nesse ponto podemos fazer outro questionamento, que Tiago em sua carta chama tanto a atenção: o que é evangelizar, é compartilhar a boa nova espiritual do evangelho ou fazer obras materiais de caridade, dando comida, roupa, casa, saúde, ensino e direitos, a quem não tem? Os cristãos se tornaram teóricos demais, falam e não vivem, cantam, mas não adoram, oram e não praticam paz e misericórdia, enquanto o mundo padece.
      O mínimo que devemos ter é coerência, ganhamos isso pondo em prática tudo o que falamos ou falando menos, tendo mais cuidado com aquilo que dizemos que devemos fazer, mas principalmente tendo muito mais cuidado com o que dizemos que Deus é e faz. Senão estaremos promovendo no mundo difamações contra Deus, sim, é isso o que muitos fazem. Isso só serve de desculpa para muitos se afastarem mais ainda do cristianismo. Muitos cristãos pensando sinceramente que estão proclamando as virtudes do altíssimo, insanamente só difamam ao Senhor, pois jogam sobre ele a responsabilidade de fazer coisas que ele nunca disse que faria, pelo menos não nos dias atuais, pelo menos não do jeito que dizem que ele faz. 
      O que Deus faz? Ele nos perdoa, ele nos salva, ele nos cura emocionalmente num processo longo e que dura uma vida. Enquanto isso devemos ajudar a todos, em primeiro lugar os que recebem o evangelho, depois os próximos que se deixam ser ajudados, e então, os mais enfraquecidos e injustiçados do mundo, mesmo que não tenham recebido o evangelho e mesmo que estejam distantes. Não percamos tempo com soberbos e mentirosos de barrigas cheias, nem com vagabundos irresponsáveis, contudo, tenhamos consciência de que o mundo é responsabilidade nossa, que não devemos usar igrejas e religião como fuga do mundo, e que o templo de Deus que deve abençoar as pessoas são as nossas vidas.

sexta-feira, junho 28, 2019

Honra a quem honra merece

      “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver.” Hebreus 13.7

      Glória a quem glória merece, a Deus e só a Deus, mas honra a quem honra merece, e nesse quesito os verdadeiros pastores de Cristo merecem de mim e de todos os quem temem a Deus respeito, cuidado e honra. Num mundo atual, com a sombra do final dos tempos já se levantando no horizonte, a fé de muitos têm esfriado, o amor tem sido corrompido, as igrejas têm se desviado, e muitos falsos pastores, interessados só em poder e grana, têm usado heresias para manipular um povo que não quer ouvir o verdadeiro evangelho do Espírito Santo, mas mentiras que lhe deem uma sensação de religião com promessas de prosperidade material. 
      Mas esse não é ponto desta reflexão, sobre isso já falamos bastante aqui no blog, o ponto aqui dessa vez é um depoimento, o meu depoimento pessoal, dizendo que sim, ainda existem profetas que não se venderam a Mamom e à insanidade e que ainda pastoreiam as ovelhas que não são deles mas de Jesus com trabalho árduo e santo, muitas vezes debaixo de perseguição e de injustiças. Existem bons homens e mulheres de bem que pisam no lugar mais alto dos templos com temor e tremor, cuja unção é do altíssimo, não de Lúcifer, esses têm nos celeiros de seus corações alimento do céu para os filhos do Senhor. 
      Por isso eu exorto a todos os que buscam a genuína água viva da palavra de Deus para alimentar suas almas, não se acomodem com igrejas estranhas, com os pastores mal intencionados, ainda que as igrejas sejam grandes e confortáveis e mesmo que os líderes tenham uma palavra doce e convincente. Esses de modo algum estão preparando uma igreja para o arrebatamento. Mas busquem e acharão, ainda existem boas igrejas cristãs no mundo com pastores realmente servos de Deus, isso acontece por causa do amor do Senhor para com seus pequeninos, aqueles que de fato querem seguir a Jesus e não a homens. 

quinta-feira, junho 27, 2019

Dobremos os joelhos a tempo

      “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.Filipenses 2.9-11

      Isso vai acontecer, um dia, querendo o ser humano ou não, querendo demônios e diabos ou não, todos terão que dobrar os joelhos diante de Jesus, e todos confessarão que Cristo é o Senhor, seja para a vida com Deus no céu, ou longe dele no inferno. Mas para estar com Deus na eternidade, esse quebrantamento, Deus nos dá a oportunidade de vivenciar ainda neste mundo, se assim for teremos direito à paz eterna, contudo, felizes os que fazem isso a tempo. A tempo de não terem que passar os últimos dias de vida com o corpo e a alma em sofrimento para alcançarem a humildade de dobrar os joelhos diante de Jesus, a tempo de não terem que fazer “horas extras” num leito de hospital para confessarem, não com a boca, mas com o espírito, que Jesus é o Senhor. Se orgulho é porta para todos os males, humildade é chave para todas as bênçãos, assim, quem anda de joelhos espirituais nunca cai.

quarta-feira, junho 26, 2019

Medo de morrer?

      “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Salmos 23.6

      Talvez as pessoas se dividam em dois grupos, o grupo das quem têm medo de morrer e o grupo das que não têm medo. Também se diz que quem não tem medo da morte é porque tem medo da vida, o contrário também é válido? Eu nunca tive medo da morte, ao contrário, estar livre espiritualmente sempre me fascinou, libertado do corpo, das paixões, dos medos, das fraquezas. Mas é em Jesus que acho certeza para não temer a morte, o que vem depois que meu corpo parar de funcionar e meu espírito estiver solto. O problema, contudo, não é a morte, mas o que vai levar meu corpo a ela, muitas vezes é um processo lento e doloroso. 
      Contudo, eu tenho certeza que o mesmo Deus que nos dá uma vida de vitória, de honra, que nos supre em tudo, a nós e aos nossos queridos mais próximos que dependem de nós, esse mesmo Deus, movido pelo mesmo amor e com o mesmo poder, pode nos dar uma partida menos sofrida e em paz. Se estivermos ligados a ele, obedientes, temendo o nome dele, e como consequência disso tudo, fiéis às nossas alianças, casamento, vida financeira, amizades e ministérios, o Senhor será fiel e gracioso, nos livrará da violência e da dor sem remédio. O justo em Cristo, assim como viveu pela graça de Deus, também nela morrerá, na hora e no lugar certo, cercado de uma família e de amigos que o amam.