quarta-feira, janeiro 22, 2014

"Vitimização" nos púlpitos

Até quando na igreja evangélica pentecostal brasileira, eu especifico assim porque no momento faço parte dessa igreja, até quando alguns pastores usarão os púlpitos para “vitimizar” irresponsavelmente as pessoas?
(Em primeiro lugar gostaria de dizer que o verbo “vitimizar” não existe, por isso o estou usando entre aspas, mas estou tomando a liberdade de usá-lo para definir a atitude de tornar as pessoas vítimas, principalmente quando elas não são. Em segundo lugar lembro que já refleti várias vezes sobre esse tema, contudo, sinto necessidade de falar dele novamente, à medida que percebo o quanto esse equívoco domina alguns púlpitos.)
É claro que interessa a pastores mal intencionados esse discurso, ele diz aquilo que as pessoas gostam de ouvir. Quem não quer se sentir vítima? Isso nos exime de qualquer responsabilidade de culpa e joga a condição de agressor nos outros. Como vítimas podemos nos sentir feridos, inocentes e livres de culpa.
Isso é uma afronta ao evangelho, a posição de Jesus como a única vítima dos pecados de todos os homens. O que se sente vítima não precisa de perdão e como tal não depende de Cristo, somente de sua condição. O “vitimizado” se afasta de Deus, não depende da graça e da misericórdia do Senhor para receber as coisas, mas se acha não condição de poder exigir seus direitos, como vítima inocente que é. A “vitimização” afasta as pessoas do sangue de Cristo.
Outra mentira da doutrina da “vitimização” é que ela acha que tem direito à vingança, como coitado, como desprezado, como injustiçado. Isso nega de forma estúpida o novo testamento do perdão, da misericórdia, do dar a outra face.
Mas a “vitimização” interessa muito a pastores desviados e hereges já que a palavra que agrada aos ouvidos enche templos, satisfaz aos duros de coração, motiva-os a participar dos cultos assim como a financiar ministérios de líderes vaidosos e megalomaníacos.
Eu oro para que se levantem os profetas do final dos tempos, aqueles que não terão medo de dizer a palavra de Deus, mesmo que desagradando aos homens. Oro para que as pessoas sejam ensinadas de forma responsável que elas precisam assumir que coisas ruins acontecem por conta de erros delas mesmas, e não dos outros, e que a única saída e assumir com humildade suas condições de agressores, agressores de quem? Dos outros, delas mesmas, mas acima de tudo de Cristo. Sim, foi a condição de agressor, de pecador, que crucificou Jesus, e essa condição é a de todos nós.
Não que em algum momento não sejamos vítimas, não que em alguma circunstância Deus não faça justiça e nos vingue, mas isso é com Deus, não temos o direito, dentro do novo testamento de exigir vingança. Temos é a obrigação de confessar os nossos pecados, já que  santidade nada mais é que se sentir mais e mais pecador, só assim pedimos perdão e mudança.
Pastores caiam em si, caiam de joelhos diante de Deus, e preguem a palavra verdadeira, mesmo que doa, mesmo que afaste alguns, essa responsabilidade pertence aos verdadeiros profetas de Deus que não se renderam à vaidade de dizer o que o errado quer ouvir apenas para ter igrejas grandes, poderosas e famosas, e grandes e poderosas e famosas neste mundo, não no reino de Deus.

2 comentários:

  1. Olá. Gostei muito do artigo. Tenho um blog, se chama Fé Racional, ficaria feliz se disse uma olhada. Forte abraço.

    ResponderExcluir