quarta-feira, janeiro 06, 2021

Livre-se do rancor e depressa

      “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.Efésios 4.26

      O texto inicial fala de ira, mas seu ensino também pode ser usado para rancor, assim: não deixe que algo ruim permaneça em seu coração por tempo demais. Principalmente em nossos relacionamentos mais próximos, cônjuges, filhos, familiares com quem convivemos mais intimamente, sábio é não irmos à cama para dormir sem antes resolvermos pendências com eles. Ficamos magoados com alguma coisa? Recebemos algo que achamos que não merecíamos? A tendência de muitos de nós quando somos feridos assim, principalmente por próximos, dos quais mais exigimos compreensão e afeto, é nos fecharmos. Não tomamos nenhuma atitude porque achamos que não vai resolver, afinal temos que conviver com essas pessoas, mas também podemos não perdoar, então, nos amargamos.  
      Contudo, a solução, muitas vezes com cônjuges e mais próximos, pode ser justamente algo simples, puxarmos conversa, falarmos de qualquer coisa boa, não relembrarmos o assunto, já que muitas vezes isso não adianta nada, mas procurarmos fazer isso ainda no dia, antes que um novo Sol nasça. Por quê? Porque se isso não acontecer o rancor pode se prolongar e bastante, nós seres humanos nos adaptamos facilmente a novas situações, a novas disposições, mesmo que sejam ruins, é por isso que nos viciamos tão depressa em coisas que um pouco antes achávamos repugnantes. Livremo-nos do rancor, de todos eles, e façamos isso o quanto antes, uma pequena mágoa de alguém que gostamos pode ser porta para um mal terrível e duradouro, rancor é a ferida que as trevas usam como porta para nos corromperem.
      Rancor é impedimento para que o Santo Espírito tenha comunhão conosco, ninguém chega ao “santo dos santos” rancoroso, muitos, todavia, podem se acostumar com o rancor. Se escondem atrás do álibi que são vítimas, que os outros são os agressores, e que eles não têm culpa de terem sido feridos, assim nem consideram rancor como pecado, não o deles, e desse jeito tentam se aproximar de Deus. A porta, contudo, se fecha sempre que a luz do Espírito Santo revela um rancor mantido vivo no coração, às vezes por anos, lá num cantinho escuro. Para anular o rancor é preciso humildade, não esperar a iniciativa do outro, mas ser voluntário para amar e se aproximar, mesmo porque nem sempre o silêncio do outro é porque o outro está magoado, muitas vezes é só o jeito do outro, diferente do nosso jeito. 
      Nós sabemos quando não é o nosso jeito, quando guardar mágoa nos faz muito mal e quando a responsabilidade de se aproximar e simplesmente conversar, benignamente, é nossa, não do outro. Dessa forma, sejamos rápidos em perdoar, em amar, em anular a seta das trevas na raiz, colheremos doces frutos disso, a intimidade do Senhor, e abençoaremos aqueles que muitas vezes não têm forças para tomar a mesma atitude. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia... Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus“ (Mateus 5.7,9), se você chegou nesse ponto, de tomar a iniciativa para restabelecer uma aliança e não permitir o rancor, feliz é você, Deus te honrará de forma especial, cristão é o que constrói pontes, não o que ergue muros. 

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