quinta-feira, janeiro 07, 2021

Que venha e que se vá...

      “E dirás naquele dia: Graças te dou, ó Senhor, porque, ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolas.Isaías 12.1

      Às vezes uma tristeza muito grande simplesmente parece surgir em nossas almas, uma lembrança qualquer traz à tona algo que parecia esquecido e simplesmente infla algo que era pequeno e que então fica enorme. Parece um balão sobre nossas vidas, impedindo que a paz entre, isso nos deixa arrasados, ficamos rendidos por algo que nos parece grande demais para vencermos. A primeira coisa que tentamos fazer é negar a razão da tristeza, já que é uma coisa que nos acusa, que nos faz lembrar um momento de vergonha e humilhação diante dos homens, e por mais que tentemos superar, a tristeza aumenta. Dizemos a nós mesmos, “por que fui agir daquele jeito, isso não tem solução, nunca poderei consertar isso”.
      O segredo para começarmos a vencer essa tristeza é deixá-la assentar, é aceitá-la, é parar de tentar negar sua existência ou achar motivos para anulá-la, temos que reconhecer que ela existe, que o motivo para isso não pode ser desfeito, é algo que foi feito e por nós, ainda que as pessoas possam ter interpretado mal ou que estejam até hoje pensando de nós algo que não somos, é assim porque agimos errado. Quando assumimos nossa culpa e paramos de negar o efeito de nosso erro, o balão começar a se esvaziar e quando isso ocorre ele começa a se abaixar e a se assentar, o único jeito da tristeza desaparecer é por baixo, porque aí ela dá espaço para algo que só pode vir de cima, o perdão de Deus que traz paz. 
      O mal sai por baixo e o bem entra por cima, isso nos calibra, nos faz ficar humildes, nos faz ver e aceitar nossas realidades e permite que Deus apareça, como um sol, forte e pleno, desintegrando totalmente o balão escuro e frio cheio de tristeza. Espero que você tenha entendido a metáfora, mas é exatamente assim que me sinto algumas vezes, tenho aprendido que a superação só pode começar a existir na aceitação, sem justificativas, de um erro que fui eu mesmo que cometi. Deus não quer que sejamos infelizes, mas também não quer que sigamos iludidos, achando que certas atitudes erradas podem ser feitas de novo, assim têm que doer para que não queiramos mais fazê-las e enfim tenhamos cura. 
      Uma grande dor precisa de uma grande cura para que uma grande benção seja provada, isso só entende os humildes, que confiam em Deus e não se importam com o que os homens pensam deles. Não adianta tentarmos esconder certas dores lá no fundo da alma, trancá-las num quarto e jogar a chave fora, um dia elas inflam, arrebentam paredes e portas e ressurgem, quando menos esperamos e até já pensávamos que elas não existiam mais. As coisas precisam ser resolvidas e do jeito certo. Interessante que quando o balão de tristeza se assenta ele expande nosso coração, dói mas ele tem essa função, assim, depois, quando ele for desintegrado pelo amor de Deus, haverá mais espaço para que a bênção de Deus ocupe. 

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