sábado, setembro 25, 2021

Deus do improvável (1/2)

      “Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. O Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome sobre toda a terra!Salmos 8.3-9

      “Creio no milagre de Deus como sendo a realização de algo improvável (para mim), não de algo impossível (para Deus)”, essa frase não é minha, ouvi recentemente de um filósofo (um dos três que estão populares hoje na TV e na internet). Ela me representa, segue uma reflexão sobre esse tema dividida em duas partes. 

      Deus não faz o impossível, nada é impossível para ele, mas ele faz o improvável para nós, é esse improvável para nós que nós seres humanos chamamos de milagre. Deus estabeleceu as leis físicas e espirituais do universo no início de tudo, a essas leis nem ele desobedece. Os crentes mais espirituais e consagrados (e entenda como crente aquele que pela fé estabelece contato com o plano espiritual, não o que é membro de alguma religião evangélica específica) conhecem parte das leis espirituais, assim como os cientistas mais sérios e dedicados conhecem parte das leis físicas. 
      No mundo atual ninguém conhece tudo, e isso em si não é problema, mas por causa do orgulho tanto crentes quanto cientistas não admitem que não sabem e ainda querem estabelecer perímetros com o conhecimento limitado que possuem. É por causa disso que as leis cósmicas não são respeitadas, e que boa parte dos crentes e grande parte dos cientistas se antagonizam, ignorando que ambos são lados opostos da mesma moeda, a existência criada por Deus. Bastaria humildade de ambos, ainda que sem conhecimento, para que seguissem juntos apoiando-se em novas descobertas. 
      Deus não faz o impossível porque não é preciso fazer, se fosse ele seria imperfeito, já que teria que corrigir algo que fez anteriormente e não foi suficiente para beneficiar suas criaturas. Mas sob os nossos olhos, limitados, que veem só o que nos convêm e que está à nossa frente, parece ser o impossível, entretanto é só algo que não achávamos provável ocorrer, ainda que sempre tenha sido possível, não para nós mas para Deus. Como Deus faz as coisas? Deus faz todas as coisas através das forças “naturais” do universo que ele mesmo criou, sejam forças físicas, sejam forças espirituais.
      Deus age através dessas forças, ainda que muitas delas sejam desconhecidas para nós hoje, como a eletricidade era desconhecia até poucos séculos, e como virtudes interiores não eram relevantes para uma religião farisaica mais interessada em aparência externa no século I. Deus não age de forma extraordinária manipulando forças invisíveis para que sejamos abençoados ou disciplinados, Deus não faz magia, aliás, magia não existe, nem poder da mente sobre matéria. A existência é muito mais simples que muitos acham que é, bem mais razoável e menos supersticiosa, os humildes sabem disso. 
      Grande parte dessas forças Deus criou e depois deu ao homem autorização para que as administrasse. Os antigos rezavam e ofereciam sacrifícios aos seus deuses para que chovesse e a agricultura e a pecuária prosperassem, hoje sabemos que toda a natureza, florestas e rios, precisam estar bem cuidadas para que o clima funcione adequadamente, para que chova na estação certa. Deus deixou de existir porque a ciência obteve esse conhecimento? Não, o que deixaram de existir foram os falsos deuses, e se ainda assim os homens creem que preces e sacrifícios interferem na natureza Deus respeita isso. 
      A ciência não “matou” o Deus verdadeiro, mas autorizada pelo próprio Deus, que quer que o homem evolua intelectualmente tanto quanto moralmente, jogou água fria na cara dos crentes equivocados para que esses acordassem de seus místicos devaneios. Deus faz chover, e faz isso desde antes que civilizações dominassem o globo terrestre, mas não como pensavam os “crentes” pagãos ou mesmo como criam os católicos, a ponto de perseguirem e matarem os pioneiros da ciência. O criador do universo usa o universo, em comunhão com Deus estamos também de bem com o universo.
      Tendo a fazer abordagens “técnicas” sobre espiritualidade, temo que isso às vezes soe duro demais, sinto de Deus que apesar de ter que ser severo principalmente com líderes cristãos mal intencionados, não posso de maneira alguma escandalizar os pequeninos, que precisam de Deus e confiam nele ainda que com um entendimento intelectual mais restrito. Assim, que fique claro, podemos, sim, orar a Deus pedindo por milagres impossíveis, eu faço isso, muitas vezes em nossas vidas a dor é grande, não temos tempo para “tecnicidades”, só para clamarmos por uma ação poderosa e rápida do Senhor. 
      Entretanto, o objetivo do “Como o ar que respiro” é trazer clareza sobre o cristianismo e a interação humana com o mundo espiritual, conduzir a um desvencilhar de superstições e tradições para alcançar um equilíbrio que não nega a ciência, mas busca santidade e caridade, provando qualidade moral, mas entendendo aquilo que Jesus entregou e que tanto o catolicismo quanto o protestantismo esconderam por séculos. De tudo que é dito aqui, o principal é: confie num Deus de amor sem fim, que tem muito mais para você que as religiões, e aceite a vida encarnada de Jesus como modelo único. 

Leia na próxima postagem
a 2ª parte desta reflexão.

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