Não menospreze cupim

       “Como dente quebrado, e pé desconjuntado, é a confiança no desleal, no tempo da angústia. O que canta canções para o coração aflito é como aquele que despe a roupa num dia de frio, ou como o vinagre sobre salitre. Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber; porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e o Senhor to retribuirá.” Provérbios 25.19-22

     Algumas coisas são atacadas por fora, feridas abruptamente ou lentamente, até que sejam destruídas, esse tipo de ataque, apesar de violento, é visível, assim pode-se tomar uma atitude para impedi-lo. Outros ataques, contudo, são feitos sorrateiramente, por dentro, de maneira quase imperceptível, como madeira corroída por cupins, só perceberemos o estrago no final, quando pegarmos a madeira e ela desfazer-se em nossas mãos.

      Ataques internos não são feitos por estranhos, mas por pessoas próximas, mesmo amigas, que fazem parte normalmente da existência de algo, que tem certa liberdade de entrar em algo e o corroer por dentro. Algumas pessoas podem agir como cupins em nossas vidas, é gente que conhecemos e que deveria querer nosso bem, por isso lhe permitimos o acesso, mas que com falsidade no odeia e por isso nos destroe pelas nossas costas. 

      Dizem que o atual presidente da república do Brasil faz isso, age como cupim, destruindo pouco a pouco os poderes por dentro, ele é alguém que faz parte de um poder, mas não se importa em lançar mentiras para tentar destruir os outros poderes. Como faz isso de dentro, sob alianças políticas necessárias a ele e a outros, muitos sem importam, “pero no mucho”, assim não fazem nada para acabar de vez com seus ataques desleais. 

      Até que ponto essa ação cupinzeira tem eficiência não se sabe, mas os poderes da república correm o risco de sofrerem um ataque externo, então, quando mais se precisar, não resistirem, já enfraquecidos pela corrosão interna. Em nossas vidas é semelhante, se não acabarmos com cupins a tempo, se permitirmos sua ação por acharmos que ninguém está vendo, quando precisarmos ser fortes não seremos e cairemos com o mal mais fraco. 

      Matar cupim depois que começou a atacar pode ser feito, mas aí parte da madeira já terá sido corroída, melhor é tratar a madeira antes, de maneira que o inseto não ache interessante atacá-la. Se cupim ataca é porque achou boa a madeira, se não achar nem a tocará. Nosso tratamento precoce contra seres humanos que agem como cupins é oração e um olhar maduro que vê mesmo naqueles que deveriam nos respeitar seres humanos falhos. 

      Isso não é ser malicioso ou desconfiado, ser essas coisas não é caráter de verdadeiro cristão que ama a todos e de todos espera o melhor. Isso é olhar as pessoas na realidade o que nos leva a orarmos e vigiarmos o tempo todo, confiando em primeiro lugar em Deus, buscando proteção espiritual de um Deus espiritual que sabe de todas as intenções e planos. Nos tratemos, mas ao menor sinal de cupim, reajamos, nunca menosprezando o mal. 

      Abençoar o falso sem saber que ele é falso também pode ser falsidade, no mínimo é ingenuidade, mas abençoar o falso sabendo que ele é falso é maturidade, é amontoar brasas sobre a cabeça dele, a isso o Senhor retribui. Mas façamos isso com amor, não com cinismo, trevas se combatem com luz, carne com espírito, falsidade com verdade, de maneira que a justiça de Deus seja feita a seu tempo e seu nome, não o nosso, seja exaltado.